#CADÊ MEU CHINELO?
domingo, 31 de maio de 2009
MAIS +ou- MENAS #003
+ou-
PORTO ALEGRE, BRASIL
DOMINGO, TREINTA Y UNO, MAYO DE DOS MIL NUEVE
A edição deste domingo é uma construção coletiva feita a partir da oficina de jornalismo subversivo que a galera dO DILÚVIO realizou na semana acadêmica da fabiculdade de comunicação da UFRGS. Pedimos aos participantes que nos enviassem textos e imagens produzidos ou reproduzidos por eles e que liberassem em uma licença Creative Commons. Pois então aí está o resultado! Obrigado a todos que compareceram a oficina, aos que enviaram material e ao pessoal do Dacom.
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txt: Luiza Monteiro
Mas você poderia descentrar a história de Ashputtle e centrá-la nas irmãs mutiladas. É, sim, uma fábula sobre decepar pedaços de mulheres para que elas se encaixem. Já vi a laia dele fazendo isso, já os vi fazendo coisas bem piores, e se esse é o preço que se paga pela paz e prosperidade, então é um preço alto demais. Vinde, fantasmas, eu vos amo ainda. Em vão procura agora socorros estranhos pois sou eu quem decidirá sua sorte. Eles podem mudar, só que tem que ser uma mudança completa. Se escolhem pensar que eu fui forçada a tudo isto, então têm minha permissão para fazê-lo, se isso os faz felizes, contanto que me deixem em paz. É claro que tudo isso era uma bobagem, prova suprema de que Peter não tinha a mínima idéia de quem era ou o que era. Bobagens, é claro.
Ainda assim, bobagens inspiradas
e perigosas.
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chrg: Melissa Orsi dos Santos
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txt n' imgm: André Araújo
Intertexto Futurista e a Morte do Autor
f5 f5 f5
www.google.com diz: Contra a arte parcelar, será uma prática global que se dirija ao mesmo tempo sobre todos os elementos utilizados. Tende naturalmente a uma produção coletiva e, sem dúvida, anônima (pelo menos na medida em que, ao não estar as obras armazenadas como mercadorias, tal cultura não estará dominada pela necessidade de deixar traços). Suas experiências se propõem, como mínimo, uma revolução do comportamento e um urbanismo unitário, dinâmico, suscetível de estender-se ao planeta inteiro; e de ser prolongado seguidamente a todos os planetas habitáveis.
metrolyrics.com: Imagina meu rosto numa camiseta
Esperando um peito vazio pra preencher
O meu ponto de vista vem engarrafado
Pronto para o seu uso ou pra quem quiser vender
andreeumesmo diz: são seis e meia e acabei de assassinar mais um escritor. peguei emprestado meia dúzia de palavras e tirei-as da ordem, mas infelizmente esqueci de pedir autorização. ele que se foda na real. já disseram que quando o nietzsche matou deus, ele botou o homem no seu lugar. puta coisa burra. divindade por divindade, prefiro uma que não exista do que uma que claramente só faz merda.
Canevacci_eXtremo212 diz: O trabalho é uma espécie de rito de passagem que separa dolorosamente o jovem do adulto. Um rito sem mito. O trabalho como trabalho assalariado se apresenta desde logo como um corte nítido do qual não se pode voltar. É uma passagem unidirecional e irreversível. Ele assume a forma besuntada e deprimente do emprego fixo (no Estado, nas prefeituras, no público etc., uma espécie de prisão perpétua com a permissão de fugir uma vez ao dia), ou do trabalho explorado na fábrica, alienado, mas vivo, do qual é preciso tentar livrar-se de todas as maneiras.
A mutação antropológica da libertação do trabalho (repetitivo, alienado, fixo) pode permitir a difusão descentralizada e diferenciada de um trabalho outro (criativo, individual, temporário). Entre as muitas coisas que essa mutação laboral implica, existem conexões muito estreitas com uma condição juvenil inédita. Em sua posterior fragmentação interna (por causa de uma fraca conexão com setores fortes da produção), os jovens presentes-futuros, encontrando-se num mundo sem trabalhadores, dilatam sua condição de não-mais-adolescentes e ainda-não-adultos. Esse rito de passagem se dilata sem tempo. E sem passagens.
andreeumesmo diz: e viva o manifesto da vagabundagem legitimada!!! só pra terminar então, um pequeno desvio de uma frase que obviamente não é minha: o nascimento do leitor tem que se pagar com a morte do autor. toma filha da puta!!
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txt n' pht: Mario Arruda
Viva o fingimento!
Entrei na sala e só tinha alunos da pós graduação. Grande coisa, pensei, tem tanto professor meu que fala de palestras e só faz de conta que sabe alguma coisa mesmo. O pessoal que estava lá devia estar achando que começava a entender das coisas ,mais ou menos como eu, só que em maior escala... Cheguei a achar que conseguiria entender bem a palestra tanto era o meu engano. Sentei num bom lugar e segui falando merda com os colegas que também esperavam o início da tarefa de entender toda a apresentação sobre... Bom, não sei bem sobre o que tratava a falação do professor de uma universidade do RS...
Começou. Passaram-se alguns minutos e eu já estava olhando a minha volta se as pessoas entendiam o que o cara dizia. Ele citava uns autores conhecidos e outros que eu nunca tinha ouvido falar, mas tudo parecia não mudar: eu entendia apenas uns 20% das ligações e das explicações, parecia um chapado de éter. Era “segundo fulano”, “o pensamento de não sei quem”... Realmente fantástico ver o cara falando. Não parava nunca e eu ainda tentava entender o início de tudo...
Burro. Só pode... Mas então começou a parte de perguntas e respostas. Fizeram uma pergunta bem simples no início e o palestrante respondeu falando uns 10 minutos. Tudo bem, ele queria responder bem. Mais uma pergunta e outra resposta igual. Comecei a ficar nervoso, a objetividade tinha levado um bico na bunda e ficado chorando do lado de fora. Terceira pergunta... Resposta que não tinha respondido porra nenhuma. O final “não sei se respondi bem a tua pergunta”só veio para confirmar isso. Mas então eu entendi! A palestra funcionava da seguinte forma: um fazia que sabia o que estava fazendo, muitos faziam que entendiam e alguns percebiam o que realmente estava acontecendo, mas ficavam ali sem se manifestar...
As palestras nas universidades são realmente parecidas com o governo Yeda.
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pht n' phtshp: Cielito Rebelatto Junior
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Escrituras marginais
txt: Arlei 'Xuxu Beleza' Arnt
Quem matou Catarina e Alemão ?
Foi numa tarde de verão, quando Catarina e Alemão estouravam um bagulho na redondeza, que a vida veio acertar as contas com eles. Algumas crianças se divertiam nas ruas com seus carrinhos de brinquedo quando dois motoqueiros se aproximaram rapidamente e dispararam alguns tiros em direção a Catarina e Alemão. Ambos morreram na hora, sujando de sangue a rua da molecada. Ninguém sabe ao certo a razão do crime, mas motivos não faltam. A primeira hipótese remete a vingança pessoal de antigas intrigas. Catarina e Alemão costumavam desfilar seus ‘berros’ nos ouvidos alheios a fim de mostrar quem é que manda na zona. Também era prática dos dois alguns socos e pontapés nos manés metidos a malandro. Dentro desta hipótese cabe um bom número de vizinhos vítimas da dupla há anos. Outra hipótese se baseia na concorrência de outros traficantes. Desde que Madureira, o ‘patrão’ de Catarina e Alemão, foi preso, a zona ficou sem a guarda do chefe, facilitando a ação de um outro bando para tomar a boca de fumo. Entretanto o tráfico hoje praticamente não existe mais, o que diminui as chances dessa suspeita.
E a última hipótese, a menos provável, trata-se de queima de arquivo e tem dois suspeitos: Madureira ou a polícia. Mas não tem muito fundamento, pois eles eram, além de cães de guarda, os melhores amigos de Madureira; e a polícia não costuma executar bandidos em plena luz do dia e na frente das crianças. Pode-se dizer de Catarina que ele sempre teve uma índole de bandido, enquanto que Alemão parece mais o bom moço que não teve melhores oportunidades de vida. Alemão é mais um dos milhões de brasileiros que deixou a pequena cidade natal para tentar a sorte na capital. Sem dinheiro que pudesse pagar um aluguel, Alemão e seus dois irmãos mais novos ocuparam um terreno vazio de um morro e aos poucos foram construindo o barraco de morar. Vender os bagulhos do Madureira era um serviço bem mais rentável e prazeroso do que trabalhar como pedreiro. Com Catarina de colega de trampo, Alemão conheceu outros serviços interligados ao tráfico de drogas. Os mais comuns eram assaltar ônibus e roubar bois de sítios vizinhos. O mais raro dos crimes só aconteceu uma única vez e, como não deu certo, nunca mais se repetiu.
Madureira e Catarina planejaram um seqüestro. Encapuzados, eles invadiram uma grande casa e renderam um importante executivo de uma grande empresa de comunicação, além de sua esposa. Após horas de ameaças e vendo que não havia dinheiro no cofre da casa, Madureira e Catarina pediram uma certa quantia em dinheiro para ser paga no dia seguinte. Caso contrário, voltariam à casa do casal para matá-los. No lugar e hora combinados, lá estava a caranga do executivo parada e os vidros baixados. Madureira ficou na retaguarda cuidando uma possível aproximação de policiais, enquanto Catarina ficou encarregado de cobrar a ‘dívida’. Nem deu tempo de Catarina chegar perto da caranga. A polícia, escondida nos matos, caiu em cima dele na mesma hora. Catarina apanhou muito dos ‘home’, mas não abriu o bico para cagoetar o amigo (“pior que dedo-duro, só colorado”, brincava Catarina depois). O seqüestrado disse reconhecer a voz dele, mas como isso não incrimina ninguém, Catarina foi solto. A mulher de Madureira, depois de passado o susto, não acreditava no acontecido:
“tu fica aí vendo esses filmes americanos e pensa que é o Al Pacino... a diferença é que ele é inteligente, né... ora, eu nunca vi fazer seqüestro sem refém”. Com a prisão do chefe e a morte dos dois cães de guarda, o tráfico no morro encerrou um pequeno ciclo de vida. Foi lá que apareceu um dos melhores bagulhos dos últimos dez anos, conhecido como ‘genérico’. Um depoimento de um jornalista de uma emissora de televisão confirma a fama: “nunca fumei nada melhor”.
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ROTEIRO OFICINA
Rtr: Tiago Jucá Oliveira
Jornalismo Subversivo
som: Orquestra Brasileira de Música Jamaicana - O Guarani (Carlos Gomes)
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A DESOBEDIÊNCIA CIVIL
Deve o cidadão, sequer por um momento, ou minimamente, renunciar à sua consciência em favor do legislador? Então por que todo homem tem uma consciência?
Penso que devemos ser homens, em primeiro lugar, e depois súditos. Não é desejável cultivar pela lei o mesmo respeito que cultivamos pelo direito. A única obrigação que tenho o direito de assumir é a de fazer a qualquer tempo aquilo que considero direito.
A lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem−intencionados transformam−se diariamente em agentes da injustiça.
leitura: A Desobediência Civl - Henry Thoreau
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som: Jimmi James - Sgt. Pepper's Paradise
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NENHUM DIREITO RESERVADO
Wu Ming 1: “a cada noite e a cada dia milhões de pessoas, sozinhas ou coletivamente, cercam/violam/rechaçam o copyright. Desviam-se com astúcia de qualquer obstáculo técnico ou legislativo. Surpreendem no contrapé as multinacionais do entretenimento erodindo seus (até agora) excessivos ganhos”.
Pablo Ortellado: “desde que obras e patentes passaram a ser registradas, os direitos sobre elas passaram a ser violados. É uma violação pública das leis motivada por seu caráter ilegítimo. A desobediência civil se faz abertamente e ela não reconhece que a lei que está sendo infringida seja justa”.
leitura: Pablo Ortellado - Por que somos contra a propriedade intelectual?
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leitura: Wu Ming 1 - Copyright e Maremoto
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URBe pergunta: Teme ser tirado do ar ou ser processado?
João Brasil - Não. Não estou ganhando dinheiro com isso e cito todos os samples que usei. Se quiserem tirar do ar acho besteira pois estou divulgando o nome desses artistas, inclusive para um público que possa até nunca tê-los ouvido antes.
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PARANGOLÉ
Critical Art Ensemble - Distúrbio Eletrônico
Critical Art Ensemble: “o plágio tem sido há muito considerado um mal no mundo cultural. Tipicamente, tem sido visto como um roubo de linguagem, idéias e imagens executado pelos menos talentosos, frequentemente para o aumento da fortuna ou do prestígio pessoal.
Talvez as ações dos plagiadores, em determinadas condições sociais, sejam as que mais contribuem para o enriquecimento cultural. Antes do Iluminismo, o plágio tinha sua utilidade na disseminação das idéias. Um poeta inglês podia se apropriar de um soneto de Petrarca (poeta italiano), traduzi-lo e dizer que era seu. O verdadeiro valor dessa atividade estava mais na disseminação da obra para regiões onde de outra forma ela provavelmente não teria aparecido”.
som: DJ STV SLV - Good Ol' Fashion Rump Shaker
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Lei número 9.610/98
Artigo 28: “o autor tem o direito exclusivo de usar, fruir e dispor da obra literária, artística e científica”.
Artigo 29: “depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como: a reprodução, parcial ou integral; a edição; a adaptação, o arranjo musical e quaisquer transformações; a tradução; a inclusão em fonograma ou produção audiovisual, a distribuição; (...) além de quaisquer modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas”.
Artigo 46, II: “não constitui ofensa aos direitos autorais: a reprodução, em um só exemplar, de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro”.
O VERDADEIRO USO PRIVADO DA PLAYBOY
som: De Leve - O que que nego quer
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Thomas Jefferson: “aquele que recebe uma idéia minha aprende sobre ela tanto quanto eu, sem diminuir o que eu já sei; assim como quem acende seu lampião no meu recebe luz sem me deixar no escuro”
som: DJ Dolores - Oslodum 2004
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+ou-
OFICINA VIA TWITTER
twttr: Alexandre Haubrich
9:55 AM May 28th from web
Com traso de quase uma hora por problemas técnicos, vai começar a oficina de Jornalismo Subversivo, com Tiago JUcá, do Dilúvio
9:56 AM May 28th from web
Aqui é o Alexandre Haubrich, do Jornalismo B, e vou fazer essa cobertura com vcs
9:57 AM May 28th from web
Começa com apresentações dos alunos / público/ oficineiros
9:58 AM May 28th from web
Cada um diz o curso e o que acha que é jornalismo subversivo. Estão todos com medinho de dizer o que é jornalismo subversivo
10:00 AM May 28th from web
"Jornalismo subversivo é subversão", diz um. "Jornalismo Subversivo vai contra a ordem", diz outra
10:02 AM May 28th from web
Agora o Jucá põe na tela trechos de Henry Thoreau - A desobediânci Civil. Mias tarde, os textos vêm pra cá tbm
10:03 AM May 28th from web
dois exemplos de desobediência civil: capa dos beatles com os simpsons, música dos betales + guns
10:04 AM May 28th from web
As duas violam a lei de direitos autorias, nenhuma pediu aut6orização para quem tem os direitos sobre a obra
10:04 AM May 28th from web
"Todos os dias violamos direitos autoraias, e não sabemos"
10:06 AM May 28th from web
Fala de João Brasil, de um site que trabalha com licença livre. João Brasil diz que não tem medo de ser retirado do ar, pq não ganha dinheir
10:06 AM May 28th from web
...e trabalha com a liberdade de informação
10:07 AM May 28th from web
"Podemos ser criativos, mas a lei nos torna refêns da burocracia dos direitos autorais"
10:09 AM May 28th from web
Mais de 20 pessoas aprendendo sobre direitos autorais e jornalismo subversivo
10:10 AM May 28th from web
Vídeo de remix com diversas m´sucicas, que viol os direitos autorais e é exemplo de arte de qualidade. V´deo de João Brasi
10:11 AM May 28th from web
Músicas, imagens compostas de forma diferente das orignais, criando uma nova obra, disponiobilizada gatuitamente pelo autor
10:12 AM May 28th from web
Oficina formando mentes mais abertas, contestatórias, pensantes e subversivas
10:13 AM May 28th from web
O vídeo que acabou de ser passado é uma obra derivada, como um livro traduzido, uma foto editada, um livro adaptado para o cinema...
10:14 AM May 28th from web
Quem criou a restrição foi a indústria cultural, através do copyright
10:15 AM May 28th from web
O Mickey ia cair em domínio público, e, sob pressão, a lei mudou
10:16 AM May 28th from web
"O disney cresceu, ficou famoso, usando de plágio e domínio público"
10:17 AM May 28th from web
"QUalquer um que queira fazer jornalismo subversivo tem que ler esse livro: 'Distúrbio Eletrônico'"
10:18 AM May 28th from web
"Disney, como Shakespeare, se valeu de contos e personagens populares para suas histórias"
10:19 AM May 28th from web
Então, se criou o copyright, mas hoje, com a possibilidade de transmissão de informações, está obsoleto"
10:21 AM May 28th from web
3 artigos da lei número 9.610/98 na tela para o pessoal ler. Artigos 28 , 29 e 46
10:22 AM May 28th from web
Não se pode editar a playboy. O que se pode fazer com elas? uso privado..banheiro
10:23 AM May 28th from web
"QUando tu retransmite uma ideia, tu ão fica sem ela, tu difunde ela"
10:25 AM May 28th from web
Símbolo do Copyleft na tela, copyright invertido
10:26 AM May 28th from web
Copyleft é a cópia permitida. Se o copyright diz "todos os direitos reservadoas", o copyleft diz "todos os direitos invertidos"
10:27 AM May 28th from web
aYedinha na tela. Enrola com transparência. Obra publicitária recriada pelo pessoal do Dilúvio, e altamente reproduzida na internet
10:28 AM May 28th from web
Creative commones é usado pelo Dilúvio. O que é? Vídeo na tela para explicar
10:29 AM May 28th from web
História do cara que gravou o disco dos White Stripes fazendo o baixo. Mais tarde, link aqui
10:30 AM May 28th from web
Relevem os erros de port, a conexão tá devagar, então só leio o que digito depois que já foi
10:31 AM May 28th from web
Vídeo explicando o creative commons rolando. pessoal interessado
10:32 AM May 28th from web
Quem tá acompanhando aí pode ir mandando perguntas, críticas, elogios, sugestões, o que quiser.
10:34 AM May 28th from web
"É fácil quando você não precisa de intermediários" - frase final do vídeo
10:35 AM May 28th from web
Blog do Jornalismo B na tela, de lá pro blog do Dilúvio
10:37 AM May 28th from web
Explicação sobre a licença do Dilúvio. Co o material do Dilúvio, voce pode:copiar, distribuir, exibir e executar, além de criar derivadas
10:37 AM May 28th from web
desde q site a fonte
10:39 AM May 28th from web
"No blog, utilizamos conteúdo produzido em outros blogs e sites com creative commons, citando a fonte"
10:41 AM May 28th from web
"É uma oficina. Temso que produzir algo. Eu gostaria que, quem tiver interssado, começasse a pautar o q poderíamos fazer"
10:42 AM May 28th from web
"Vamos criando, e trabalhando as obras, para domingo ir para o ar no blog do Dilúvio"
10:43 AM May 28th from web
Explicação sobre o nascimento do Diçlúvio: existia um zine oficial na fabico chamando "No elevador". Jucá criou o "Noé leva a dor"
10:44 AM May 28th from web
Foi criado conteúdo na web e, em 2003, saiu o priemiro exemplar do Dilúvbio
10:45 AM May 28th from web
Jucá mostra algumas edições, e explica que Jornalismo Subversivo tbm é subverter e inverter as pautas tradicionais
10:48 AM May 28th from web
Jucá pergunta pro pessoal como podemos criar uma obra jornalística subvertendo a lei dos direitos autorais, para a oficina
10:50 AM May 28th from web
Enquanto o pessoal pensa, Jucá mostra mais utilizações dentro do blog do Dilúvio
10:51 AM May 28th from web
Links para blogs que são atualizados dentro do blog do Dilúviuo
10:51 AM May 28th from web
Começam a surgir as ideias
10:52 AM May 28th from web
Menina fala em juntar trechos de livros e produzir um texto em cima disso
10:53 AM May 28th from web
Hora de se mexer. ALguns minutos para cada grupo mexer na internet e busdcar ideias
10:54 AM May 28th from web in reply to lawduarte
@lawduarte Já já respondemos...
já passei a questão pro Jucá. Valeu! Segue participando ae!
11:00 AM May 28th from web
Segue a ddiscussão sobre o que fazer e como fazer o materil dos alunos da oficina
11:03 AM May 28th from web
Vem agora um ponto chave da oficina. O vídeo do Chaves maconheiro, engraçadíssimo
11:03 AM May 28th from web
Risadas tomam conta da sala. Exemplo classico de subversão dos direitos autorais
11:08 AM May 28th from web
Muitas risadas e acabou o vídeo
11:09 AM May 28th from web
Surgem mais exemplos citados pelos oficineiros. exemplos já feitos e o q pode se fazer
11:10 AM May 28th from web
Jucá explica o porquê do foco nos direitos autorais. Dilúvio tem várisa bandeiras dentro do jornalismo subetsivo
11:12 AM May 28th from web
A ideia é que cada um possa colcar, dentro do creative commons, um conteúdo que considere subversivo.
11:12 AM May 28th from web
A subversão dos direitos autorais são uma abertura para todos os outros tipos de subversão
11:19 AM May 28th from web
sugestões, ideias, pessoal se organizando pra produzir material pro blog do Dilúvio...vai ao ar no domingo
11:20 AM May 28th from web
Aqui é o Alexandre Haubrich, do @bjornalismob , fazendo a twittagem da oficina do Tiago Jucá, manda-chuva do Dilúvio, na Fabico
11:22 AM May 28th from web
Pessoal que se inscreveu pra participar da produção de conteúdo tá trocando ideias
11:24 AM May 28th from web
Mostrando na tela o post do blog do Dilúbvio sobre jornalismo subversivo, com a base do que está sendo falado hj
11:26 AM May 28th from web
Perguntei sobre a importância da internet pra subversão no jornalismo. Jucá conta a trajetória do Dilúvio na web, com exemplos de subversão
11:27 AM May 28th from web
Youtube facilita muito, aprimoramento do orkut tbm
11:28 AM May 28th from web
Exemplo da rádio do Dilúvio no My Space, e a difusão do seu conteúdo
11:29 AM May 28th from web
Jucá respondeu a pergunta e depois disse que não tinha entendido a questão...
11:29 AM May 28th from web
Copyright impede a circulação do conhecimneot, da informação
11:30 AM May 28th from web
A pessoa se adona da informação e se preocupa mais com os direitos autorais do que com o conhecimento da sociedade
11:31 AM May 28th from web
Cita Prodom: " A propriedade é um roubo", e completa: "ainda mmais a propriedade do conhecimento"
11:32 AM May 28th from web
ImportÂcnia de se criar uma rede de blogs para difundir melhor a informação
11:33 AM May 28th from web
Leis obsoletas, criadas antes da internet
11:34 AM May 28th from web
Pra terminar, um vídeo da TV Brasil, sendo que o Jucá foi entrevistado sobre o assunto em pauta aqui
11:34 AM May 28th from web
Mais tarde, link aqui
11:35 AM May 28th from web
"Quem produz não é o dono da obra, é o autor da obra"
11:37 AM May 28th from web
Agradecimentos...
11:37 AM May 28th from web
Distribuição de algum material, exemplares do Dilúvio
11:43 AM May 28th from web
Aplausos, acabou
RONALDO
sábado, 30 de maio de 2009
ADRIANO, O IMPERADOR
# agência pirata #
O homem da Vila Cruzeiro não tem nenhuma obrigação a ser uma commodity domesticada nas ruas chiques a famosas de Milão.
txt: Odorico Ribeiro
Estivemos observando na mídia brasileira muita gente opinando sobre o Adriano e sua decisão de abandonar o Internazzionale, da Itália. Acontece que pela internet, vimos uma serie de reportagens bem constrangedoras. Por exemplo, o vídeo sobre a entrevista coletiva dada pelo jogador, que foi divulgado pela globo.com. Os comentários absurdos feitos ali pelo repórter que trabalhou essa matéria são incríveis. Ele, o repórter, não compreende que alguém queira outra coisa que não seja só dinheiro e fama. Pensará que quanto mais fama e mais dinheiro, melhor. Ele não entende o valor que possa ter para uma pessoa, estar com seus amigos e seus familiares, num determinado momento.
Realmente é algo digno de se escutar. Esse comunicador social da Globo está completamente contaminado por uma cultura que o levou a pensar e a atuar dessa forma tão curta. Inclusive, seria um bom tema para estudos mais profundos, analisar se ele obteria ou não esse trabalho na Globo, se ele pensasse e atuasse de uma outra forma mais ampla.
O fato é que, justamente essa cultura curta e medíocre foi que facilitou e possibilitou a dominação de países inteiros e a escravização do ser humano. Somos uma civilização produto dessa pobre cultura.
E há outra cultura que a mídia brasileira desconhece? Claro que sim, só que essa outra cultura está sendo escondida o máximo possível, através de mentiras e enganos. Essa outra cultura é a cultura que estimula e enaltece a fraternidade, a paz, a inclusão social e o amor entre os povos e, obviamente, isso é algo proibido ainda, para muitos. Para muitos que não vêem o que realmente está passando. E é contra essa cultura curta e medíocre que há hoje no mundo todo, uma verdadeira avalancha de críticas e denuncias por parte de especialistas, instituições e países, todos buscando como livrar-se dela definitivamente.
Claro que o Adriano não pode ser feliz, vendo a seus amigos e familiares comer o pão que o diabo amassou, lá na Vila Cruzeiro. E, com certeza, há muita gente que vê essa atitude do Adriano com bons olhos, na esperança que ele venha a ser mais um porta-voz dessa gente tão sofrida das nossas favelas e dos nossos campos.
Ninguém como ele tem um conhecimento tão exato da miséria existente ali e, ao mesmo tempo, tenha tantas possibilidades de ajudar no combate contra essa peste insólita e criminosa. Se pensarmos bem em que época vivemos hoje, já essa miséria passou do meramente insólito ao absurdo completo, à loucura, pois. E cada um de nós já estarmos na fronteira, quase passando a ser cúmplices desse crime contra os mais oprimidos.
Obviamente, não sabemos ao certo quais são os verdadeiros sentimentos do Adriano. De todos os modos, não está demais dizer aqui que, se coincidimos, ele deve esforçarse o máximo possível, com seriedade, para manter-se na cima. Assim seguirá sendo foco de atenção e, por isso mesmo, terá direito à palavra, coisa fundamental. Claro, esse esforço seria dentro e fora de campo, pois ele teria de estudar e preparar-se para uma missão bem difícil e até perigosa. Muito mais perigosa que encarar a grande área inimiga, sem dúvida.
Só que desta vez, ele teria também a torcida incondicional de milhões e milhões de pobres, injustiçados e excluídos sociais, que necessitam enormemente da sua voz. E essa torcida não viria somente da Vila Cruzeiro. Nem seria formada somente pelos cariocas, ou pelos brasileiros. Pobreza há em todo o mundo para dar e vender. O que faz falta são verdadeiros Adrianos. Pelo menos o Adriano possível, que concebemos aqui.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
O BAGAÇO DA LARANJA MECÂNICA
# a vida como ela noé #
Episódio # qoatorzé
Uma trip do
XUXU BELEZA
Estrelando
CRUYFF
Com
ZECA PAGODINHO
ZÉ COLMÉIA
CATATAU
GUARDA SMITH
Participação Especial
JOVELINA PÉROLA NEGRA
VAN GOGH
STANLEY KUBRICK
Arte
FULANO
Primeiro Ato
1974. Holanda. Cruyff volta pra baia após a derrota na final da Copa da Alemanha. Pra não pensar em futebol, vai visitar a casa de Van Gogh.
Cruyff: Coalé, cabron, preciso telefonar... tem um orelhão ae?
Segundo Ato
1978. Morro do Vidigal. Zé Colméia dá a grana pra Catatau pegar uma laranja bem verdinha. Guarda Smith monta uma barreira na entrada do morro. Catatau se esconde. Zé Colméia volta pro parque sem seu amigo. Encontra Jovelina Pérola Negra na frente da televisão.
Zé Colméia: To com uma larica fudida, tem um sanduba ae?
Jovelina: Nunca.
Zé Colméia: Que jogo é esse?
Jovelina: Argentina e Holanda.
Zé Colméia: Cruyff ta jogando?
Jovelina: Nunca.
Zé Colméia: Deixei o Catatau lá no morro pra comprar uma laranja pra sobremesa, mas ele demorou pra voltar pra caranga, voltei sozinho. Sabe dele não?
Jovelina: Catatau chegou legal no Vidigal. Ia haver uma blitz naquele local. De repente no beco da grande favela, um vulto surgiu na viela, o soldado deu voz de prisão, com decisão.
Zé Colméia: Gol do Uruguai!
Jovelina: É a Argentina...
Zé Colméia: Esses paraguaios são todos parecidos.
Terceiro Ato
1985. Parque Florestal. Catatau retorna ao parque, acompanhado dum amigo novo. Guarda Smith fecha a entrada.
Guarda Smith: Quem é esse bebum?
Catatau: É meu amigo Zeca, jovem sambista, veio dar uma letrinha pra Jovelina.
Guarda Smith: Cheiro estranho...
Jovelina: Deixa ele entrar, seu Guarda!
Zeca Pagodinho: Tudo bem, Pérola? Fui no pagode.
Jovelina: Você e o Catatau conseguiram uma laranja pra sobremesa?
Zeca Pagodinho: Acabou a comida, acabou a bebida, acabou a canja.
Catatau: Conta pra ela o que você disse pro policial.
Zeca Pagodinho: Olha lá seu coronel, o soldado que é peixe, se engana.
Zé Colméia: E o coronel mandou algum recado pra Pérola Negra?
Zeca Pagodinho: Toma cuidado, pretinha, que a polícia já te manja.
Zé Colméia: E a laranja?
Zeca Pagodinho: Eu já disse à você!
Zé Colméia: E o que que sobrou?
Jovelina: Sobrou pra mim...
Van Gogh: O bagaço da laranja.
Quarto Ato
2001. Uma odisséia no espaço. Stanley aperta os últimos parafusos de sua laranja mecânica antes de partir pra sua missão. Van Gogh dá um retoque na pintura da máquina.
Quinto Ato
2008. Uma odisséia no myspace. Stanley chega ao destino da missão. Celular não pega sinal. Tira um cartunes telefônico pra avisar sua mãe que chegou bem. Olha pra todos os lados.
Stanley: Será que aqui não tem orelhão?
Van Gogh: Só skype.
Stanley: Pow, a gente bem que podia fazer um roteiro dum filme aqui no myspace. Vídeos inéditos, trilha sonora, trailer, fotos, making off, e por tudo no DILÚVIO Space Radio. E tu só dá um tratamento nas cores.
Van Gogh: Que tal laranja?
Stanley: Boa idéia. Escreve um recado pro Catatau pegar meio quilo. Vai inspirar nossa criação.
Van Gogh: Mas acabou.
Stanley: E não sobrou nada?
Van Gogh: Só o bagaço da laranja.
Stanley: Catatau, Catatau, Catatau!
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Pãnico
# agência pirata #
Pela Abolição da Cultura do Pãnico
txt: Alexandre Oliva
Abrindo um parêntese na série “Copiar e Compartilhar em Legítima Defesa: Sociedade versus Indústria dos Estados Unidos de Pãnico”, vou apresentar algums pensamentos meus relativamente recentes a respeito do direito autoral, inclusive alguns posteriores aos artigos em que se baseia a palestra, tanto o sobre direitos humanos quanto o outro, ainda inédito, a ser publicado em livro organizado pela Comunidade Sol, que trata de licenciamento de obras culturais mas é temperado com a novela “União dos Estados de Pãnico”. Aproveito para agradecer à Comunidade Sol pela oportunidade de participar do projeto do livro e pela contribuição que fez à Fundação Software Livre América Latina.
Há anos, eu tenho entendido o direito autoral em sua concepção original de incentivo à publicação de obras. Embora venha sofrendo transformações tão significativas quanto lamentáveis, pois que o distanciam do bem comum que toda lei deveria almejar, é notável o fato de que se tornou insuficiente para a própria indústria editorial, à qual eu carinhosa e metaforicamente me refiro como Indústria do Pãnico.
A adoção de mecanismos tanto jurídicos quanto tecnológicos que excedem os privilégios concedidos a autores por meio da legislação de direito autoral é hoje prática comum. DRM, a gestão digital de restrições, e a Tivoização, usada em geral para implementar DRM com Software ex-Livre, são dois exemplos de medidas técnicas usadas para impor não apenas as restrições estabelecidas na legislação, senão também quaisquer outras que se possam imaginar e codificar. Na linha jurídica, a adoção de contratos de lacre (shrink-wrap) e de acordos com usuário final (EULAs) implementados através de cliques do mouse em sítios e programas de instalação, também tem gerado obrigações contratuais além das estabelecidas no direito autoral.
O fato de ambas as formas estarem em largo uso, se sobrepondo integralmente ao direito autoral e indo além dele, é demonstração cabal da ausência de necessidade do direito autoral, tanto para seu fim, o incentivo à publicação de obras, quanto para o meio, de conferir um monopólio temporário e limitado aos autores, durante o qual, se teorizava, grande número deles se valeria do poder de exclusão monopolístico para monetizar (bingo!) o incentivo concedido pela sociedade.
Ocorre que, independente de qualquer legislação, autores dispõem de acesso exclusivo à obra assim que ela é criada, e podem se valer dessa exclusividade para obterem remuneração por seu trabalho, assim como em todos os trabalhos que produzam bens, tangíveis ou não. Nada impede que implementem, através de medidas técnicas ou contratuais, modelos de negócio equivalentes aos que anteriormente se baseavam em direitos autorais, e que hoje em dia utilizam canhões mais poderosos.
Mas então, se daria no mesmo com ou sem direito autoral, pra que mexer? Porque, embora possa dar no mesmo em relação a uma determinada obra, cujo autor escolha um modelo de negócios baseado no direito autoral ou equivalente técnico-contratual, para todas as demais obras deixaria de existir o manto de medo (se preferir, Pãnico) que impede ou dificulta a produção cultural, quando não se consegue encontrar o titular que poderia conceder permissão para uma adaptação, derivação, remix ou reaproveitamento.
Pior ainda, a restrição por padrão também propicia à Indústria do Pãnico uma ferramenta poderosa para preservar o controle sobre os meios de divulgação (na dúvida, não publique, e la garantía soy yo), para justificar leis cada vez mais draconianas para resolver o “problema” da “pirataria”, para descontar do pagamento aos autores custos cada vez maiores de policiamento, de corrupção de legisladores e judiciários, de sustentação de campanhas de distorção da lei, da realidade e da noção de certo e errado (ajudar o próximo, compartilhar virou do mal). Custos que, embora descontados da remuneração dos autores, são pagos pela sociedade, em afronta semelhante a cobrar da vítima a conta da energia elétrica utilizada para torturá-la.
Tudo isso sem falar das campanhas de extorsão judiciária, baseadas inteiramente na cultura do Pãnico. Juram que é para beneficiar o autor, mas alguém crê que algum centavo do que pagam os acusados em acordos extra-judiciais, ou mesmo em reparação ou multas por violação de direito autoral, chega às mãos dos autores pagos por cópia vendida legalmente? Se todos os demais males acima permanecerem possíveis com a extinção do direito autoral, mas este cair por terra, já terá valido a pena. Se diminuir o receio de compartilhar e criar obras, melhor ainda.
Por isso recentemente me transformei de alguém que tolera o direito autoral, apesar de toda a mentirataria que o cerca, a defensor de sua abolição, a partir da constatação de que direito autoral (patrimonial) não vale a pena e induz a uma divisão do bolo que privilegia a Indústria do Pãnico, em detrimento tanto da sociedade quanto dos autores.
E se, ao contrário de proteger, direito autoral aprisiona obras e as subjuga a interesses mesquinhos, sua extinção seria uma possibilidade de libertá-las da servidão. Embora a extinção imediata desse poder de exclusão possa parecer tão inatingível quanto a abolição da escravatura um dia foi, por retirar privilégios já concedidos a quem pouco se preocupa com direitos humanos, faz sentido começar por discutir um análogo à Lei do Ventre Livre, assim como adaptações à lei dos Heptagenários (após a morte do autor) para prazos mais compatíveis com a realidade ciberfrenética.
Quando Richard Stallman, pai do Software Livre, sugeriu um prazo de vigência de 10 anos, num debate sobre direito autoral, Cory Doctorow, conhecido autor canadense de ficção científica, retrucou indignado que qualquer prazo acima de 5 anos seria um absurdo, pois quase nenhuma obra é exploradas comercialmente por mais de 2. Isso, vindo de alguém que ganha a vida a partir da própria produção cultural, e que é supostamente beneficiado pela legislação vigente, é claro indício de que há algo de podre no discurso mesquinho da Indústria do Pãnico.
Pela Abolição da Cultura do Pãnico
txt: Alexandre Oliva
Abrindo um parêntese na série “Copiar e Compartilhar em Legítima Defesa: Sociedade versus Indústria dos Estados Unidos de Pãnico”, vou apresentar algums pensamentos meus relativamente recentes a respeito do direito autoral, inclusive alguns posteriores aos artigos em que se baseia a palestra, tanto o sobre direitos humanos quanto o outro, ainda inédito, a ser publicado em livro organizado pela Comunidade Sol, que trata de licenciamento de obras culturais mas é temperado com a novela “União dos Estados de Pãnico”. Aproveito para agradecer à Comunidade Sol pela oportunidade de participar do projeto do livro e pela contribuição que fez à Fundação Software Livre América Latina.
Há anos, eu tenho entendido o direito autoral em sua concepção original de incentivo à publicação de obras. Embora venha sofrendo transformações tão significativas quanto lamentáveis, pois que o distanciam do bem comum que toda lei deveria almejar, é notável o fato de que se tornou insuficiente para a própria indústria editorial, à qual eu carinhosa e metaforicamente me refiro como Indústria do Pãnico.
A adoção de mecanismos tanto jurídicos quanto tecnológicos que excedem os privilégios concedidos a autores por meio da legislação de direito autoral é hoje prática comum. DRM, a gestão digital de restrições, e a Tivoização, usada em geral para implementar DRM com Software ex-Livre, são dois exemplos de medidas técnicas usadas para impor não apenas as restrições estabelecidas na legislação, senão também quaisquer outras que se possam imaginar e codificar. Na linha jurídica, a adoção de contratos de lacre (shrink-wrap) e de acordos com usuário final (EULAs) implementados através de cliques do mouse em sítios e programas de instalação, também tem gerado obrigações contratuais além das estabelecidas no direito autoral.
O fato de ambas as formas estarem em largo uso, se sobrepondo integralmente ao direito autoral e indo além dele, é demonstração cabal da ausência de necessidade do direito autoral, tanto para seu fim, o incentivo à publicação de obras, quanto para o meio, de conferir um monopólio temporário e limitado aos autores, durante o qual, se teorizava, grande número deles se valeria do poder de exclusão monopolístico para monetizar (bingo!) o incentivo concedido pela sociedade.
Ocorre que, independente de qualquer legislação, autores dispõem de acesso exclusivo à obra assim que ela é criada, e podem se valer dessa exclusividade para obterem remuneração por seu trabalho, assim como em todos os trabalhos que produzam bens, tangíveis ou não. Nada impede que implementem, através de medidas técnicas ou contratuais, modelos de negócio equivalentes aos que anteriormente se baseavam em direitos autorais, e que hoje em dia utilizam canhões mais poderosos.
Mas então, se daria no mesmo com ou sem direito autoral, pra que mexer? Porque, embora possa dar no mesmo em relação a uma determinada obra, cujo autor escolha um modelo de negócios baseado no direito autoral ou equivalente técnico-contratual, para todas as demais obras deixaria de existir o manto de medo (se preferir, Pãnico) que impede ou dificulta a produção cultural, quando não se consegue encontrar o titular que poderia conceder permissão para uma adaptação, derivação, remix ou reaproveitamento.
Pior ainda, a restrição por padrão também propicia à Indústria do Pãnico uma ferramenta poderosa para preservar o controle sobre os meios de divulgação (na dúvida, não publique, e la garantía soy yo), para justificar leis cada vez mais draconianas para resolver o “problema” da “pirataria”, para descontar do pagamento aos autores custos cada vez maiores de policiamento, de corrupção de legisladores e judiciários, de sustentação de campanhas de distorção da lei, da realidade e da noção de certo e errado (ajudar o próximo, compartilhar virou do mal). Custos que, embora descontados da remuneração dos autores, são pagos pela sociedade, em afronta semelhante a cobrar da vítima a conta da energia elétrica utilizada para torturá-la.
Tudo isso sem falar das campanhas de extorsão judiciária, baseadas inteiramente na cultura do Pãnico. Juram que é para beneficiar o autor, mas alguém crê que algum centavo do que pagam os acusados em acordos extra-judiciais, ou mesmo em reparação ou multas por violação de direito autoral, chega às mãos dos autores pagos por cópia vendida legalmente? Se todos os demais males acima permanecerem possíveis com a extinção do direito autoral, mas este cair por terra, já terá valido a pena. Se diminuir o receio de compartilhar e criar obras, melhor ainda.
Por isso recentemente me transformei de alguém que tolera o direito autoral, apesar de toda a mentirataria que o cerca, a defensor de sua abolição, a partir da constatação de que direito autoral (patrimonial) não vale a pena e induz a uma divisão do bolo que privilegia a Indústria do Pãnico, em detrimento tanto da sociedade quanto dos autores.
E se, ao contrário de proteger, direito autoral aprisiona obras e as subjuga a interesses mesquinhos, sua extinção seria uma possibilidade de libertá-las da servidão. Embora a extinção imediata desse poder de exclusão possa parecer tão inatingível quanto a abolição da escravatura um dia foi, por retirar privilégios já concedidos a quem pouco se preocupa com direitos humanos, faz sentido começar por discutir um análogo à Lei do Ventre Livre, assim como adaptações à lei dos Heptagenários (após a morte do autor) para prazos mais compatíveis com a realidade ciberfrenética.
Quando Richard Stallman, pai do Software Livre, sugeriu um prazo de vigência de 10 anos, num debate sobre direito autoral, Cory Doctorow, conhecido autor canadense de ficção científica, retrucou indignado que qualquer prazo acima de 5 anos seria um absurdo, pois quase nenhuma obra é exploradas comercialmente por mais de 2. Isso, vindo de alguém que ganha a vida a partir da própria produção cultural, e que é supostamente beneficiado pela legislação vigente, é claro indício de que há algo de podre no discurso mesquinho da Indústria do Pãnico.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
LICENÇAS LIVRES parte 2
# noéspecial #
Licenças Livres e a multiplicação do conhecimento
txt: Tiago Jucá Oliveira
Capítulo 3 – Todos Direitos Invertidos (copyleft)
Desobedientes
“Deve o cidadão, sequer por um momento, ou minimamente, renunciar à sua consciência em favor do legislador? Então por que todo homem tem uma consciência?”, pergunta Henry Thoreau. O próprio escritor responde: “penso que devemos ser homens, em primeiro lugar, e depois súditos. Não é desejável cultivar pela lei o mesmo respeito que cultivamos pelo direito. A única obrigação que tenho o direito de assumir é a de fazer a qualquer tempo aquilo que considero direito”. A essa desobediência ele justifica ao inverter a lógica da legislação: “a lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem−intencionados transformam−se diariamente em agentes da injustiça”.
Hoje em dia é difícil encontrar quem nunca transgrediu alguma lei de direitos autorais. Jean-Jacques Rousseau, escritor suíço do século XVIII, sabia que “quando o vínculo social começa a afrouxar e o Estado a enfraquecer, quando os interesses particulares principiam a fazer-se sentir e as pequenas sociedades a influir sobre a grande, o interesse comum se altera e encontra opositores”. Esse interesse comum dos tempos modernos é responsável pela difusão e recombinação do conhecimento de uma maneira jamais vista. Se antes dos direitos autorais tínhamos uma cultura oral e livre, no entanto reproduzida somente no boca a boca, agora temos diversas opções de interação entre autor, obra e público, A tecnologia tem oferecido ao homem diversas formas de produzir, copiar, transmitir, reproduzir e transformar obras culturais: máquinas de fotografar e filmar, fitas e vídeos cassete, CDs e DVDs regraváveis, samplers, programas de computador, internet, p2p, mp3, blogs, etc.
Uma barreira legislaiva impede isso, ou tenta impedir. Wu Ming 1 alerta que “a cada noite e a cada dia milhões de pessoas, sozinhas ou coletivamente, cercam/violam/rechaçam o copyright. Desviam-se com astúcia de qualquer obstáculo técnico ou legislativo. Surpreendem no contrapé as multinacionais do entretenimento erodindo seus (até agora) excessivos ganhos”. De acordo com Pablo Ortellado, “desde que obras e patentes passaram a ser registradas, os direitos sobre elas passaram a ser violados”. A desobediência civil, nesse caso, para Ortellado, “é uma violação pública das leis motivada por seu caráter ilegítimo. A desobediência civil se faz abertamente e ela não reconhece que a lei que está sendo infringida seja justa”.
Piratas
Nem todos desobedecem por opções ideológicas. Muitos marginalizam-se às leis por motivos econômicos. Utilizam-se de tecnologias para reproduzir obras com qualidade inferior à original e revender por um preço mais barato. Em países pobres e em desenvolvimento, a pirataria encontrou o meio para melhor se desenvolver. Local onde, apesar das leis serem tão obsoletas e repressoras quanto às do primeiro mundo, não há a mesma eficiência no combate ao crime. Uma chance informal de ganhar dinheiro, para os desclassificados do concorrido e cada vez mais gabaritado mercado de trabalho, somada à oferta do preço da versão pirata, para o consumidor de menor poder aquisitivo e sem recursos para comprar obras originais, que são vendidas a preços irreais para o contexto social desses países.
Luciano complementa o orçamento de casa através da venda de CDs piratas. Fatura mais de 300 reais pra ajudar no sustento do lar onde mora com a esposa. As ruas centrais das grandes cidades brasileiras estão tomadas por camelôs que vendem tudo que produtos piratas: CDs, DVDs, softwares e games. Por elas circulam pessoas como Luís, apaixonadas por música, porém sem os 30 reais necessários pra comprar os CDs originais de seus ídolos, como Marcelo D2 e O Rappa, muito menos pra ter um computador e uma banda larga e baixa-los de graça na internet.
Copiando e colando...
A grande maioria das pessoas não sabem que estão infringindo a lei. Como já foi dito, a indústria do entretenimento inventa brinquedos que nos marginaliza perante a legislação. Tipo a fita cassete, que alegrava as viagens de carro que Gustavo costumava fazer no verão rumo à praia junto com os amigos. Ele escolhia dentre seus CDs aqueles que considerava os melhores e, através de seu aparelho 3 em 1, gravava várias fitas virgens pra poder ouvir no toca-fita do automóvel. Atualmente temos outras formas de copiar música. Existem dezenas de programas de computador que ripam CDs e o transformam em arquivos de música em formato mp3. Vendido a um real em qualquer supermercado, o CD-R permite o usuário gravar em torno de 150 músicas.
Márcio é torcedor fanático do Grêmio. A cada vitória tricolor ou derrota do rival colorado, ele procura no site de um jornal gaúcho a foto do atacante comemorando o gol triunfal, salva-a no seu computador e a usa como imagem no seu perfil pessoal do Orkut. Fã número um de Zeca Pagodinho e Snoop Doggy Dogg, Antônio Carlos pesquisa videoclipes de ambos no You Tube, peneira os mais interessantes, copia as URLs e cola no seu blog pessoal.
Uma comunidade do Orkut tem mais de 250 mil membros. Os tópicos de assuntos giram em torno de nomes de artistas do Brasil e do mundo, e de suas respectivas discografias, obviamente sob a tutela dos direitos autorais. Você pede um disco, a comunidade viabiliza seu pedido. Lá se encontram obras completas de Gilberto Gil a Rolling Stones. Noutra comunidade, a desta revista, em proporções menores e com outros objetivos, os membros estão antenados e organizados em postar links para downloads de lançamentos nacionais e internacionais – nenhuma novidade fica de fora. Mais de 100 discos lançados ano passado, no Brasil, foram compartilhados entre seus membros, o que viabilizou ao público leitor um apurado olhar comparativo para escolher os melhores de 2008 do Prêmio Uirapuru.
...e transformando a canção
Nossa cultura recombinante teve uma boa pincelada com o movimento hip hop. No começo dos anos 80, o Sugar Hill Gang pega a base de “Good Times”, sucesso do Chic, e transforma em “Rapper’s Delight”. Foi um dos primeiros e importantes passos do rap, mas não impediu que o Chic tentasse instalar um processo por plágio. No Brasil, a dupla Thaíde & DJ Hum, aproveita a base de “Mr. Big Stuff”, de Jean Knight, e nos presenteia com “Sr. Tempo Bom”, uma adaptação da periferia paulistana e que ajudou a popularizar o gênero em todo o país.
Do Japão surge o fenômeno dos doujinshi, quadrinhos que imitam outros quadrinhos, mas como lembra Lawrence Lessig, “um doujinshi não é apenas uma cópia: o artista deve contribuir com a arte que ele copia, transformando-a de modo sutil ou significativo”. Esse tipo de mangá tem um enorme mercado consumidor, e o que era para ser concorrência aos originais, acaba por populariza-los também.
Um universo anônimo de pessoas está em constante processo de recombinação. Ane não tinha dinheiro pra comprar um presente pro dia das mães, mas tinha cabeça e um pequeno aparato tecnológico. Pegou o telefone celular e tirou uma fotografia de sua mãe; com um scanner, copiou a capa de um livro e passou pro computador. Com um editor de fotografias, juntou as imagens e fez parecer que sua mãe era a personagem principal. Na internet, achou uma poesia bacana, colou alguns versos num programador de arte e imprimiu juntamente com a capa.
A serpente
A briga travada pela indústria cultural em nome dos direitos autorais talvez não existisse caso ela não tivesse inventados suas tecnologias. Por ironia do destino, “as mesmas corporações que vendem samplers, fotocopiadoras, scanners e masterizadores”, segundo Wu Ming 1, “controlam a indústria global do entretenimento, e se descobrem prejudicadas pelo uso de tais instrumentos”.
O surgimento do videocassete trouxe reações espantosas. Criado pela Sony, o Betamax permitia gravar e armazenar filmes. A Universal e a Disney se posicionaram contra essa nova tecnologia, pois as pessoas deixariam de ir ao cinema. Em 1888, George Eastman inventou uma maneira mais barata de tirar fotografias, através de filmes flexíveis, com objetivo de expandir o número de fotógrafos. “Os tribunais foram questionados sobre se o fotógrafo”, segundo Lessig, “precisaria de permissão antes de capturar e revelar qualquer imagem que quisesse”.
Quando o Príncipe Modupe, na África Ocidental, conheceu a biblioteca de um padre, transcreve Marshal McLuhan, ele compreendeu “que as marcas sobre as páginas eram palavras na armadilha. Qualquer um podia decifrar os símbolos e soltar as palavras aprisionadas, falando-as. A tinta de impressão enjaulava os pensamentos; eles não podiam fugir”. Assim hoje vemos uma imensidão de obras culturais presas pelo copyright. Filmes já sem mercado comercial enferrujando com o tempo e que não podem ser digitalizados. Livros apodrecendo nas estantes de bibliotecas sem poderem ser copiados ou traduzidos. Discos fora de catálogo sem permissão de chegar aos ouvidos.
Lessig retoma os ditos de Thomas Jefferson: “aquele que recebe uma idéia minha aprende sobre ela tanto quanto eu, sem diminuir o que eu já sei; assim como quem acende seu lampião no meu recebe luz sem me deixar no escuro”. De acordo com Lessig, “extremistas nesse debate adoram dizer 'você não entraria em uma livraria e pegaria um livro da prateleira sem pagar; por que seria diferente com música on-line?'”. Um bom exemplo serve para contrapor a questão: “A diferença é que quando você rouba um livro a livraria tem uma cópia a menos para vender. Quando você baixa uma mp3 em uma rede de computadores não há um CD a menos à venda. A mecânica da pirataria do intangível é diferente da mecânica da pirataria do tangível”, ilustra Lessig.
Aqueles que não ainda sabiam que eram contraventores da lei, esperamos que agora saibam que fazem parte de um universal processo de livre difusão do conhecimento. Para Wu Ming 1, “a conseqüente reação em cadeia de paradoxos e episódios grotescos nos permite compreender que terminou para sempre uma fase da cultura, e que leis mais duras não serão suficientes para deter uma dinâmica social já iniciada e envolvente. O que está se modificando é a relação entre produção e consumo da cultura”. A serpente, segundo Wu Ming 1, “morde sua cauda e logo instiga os deputados para que legislem contra a autofagia”. Nos deram a vela, mas o copyright insiste em manter a humanidade no escuro.
* caso não tenha lido a parte 1 desta reportagem, não perca tempo: leia >>>AQUI<<<
=
Licenças Livres e a multiplicação do conhecimento
txt: Tiago Jucá Oliveira
Capítulo 3 – Todos Direitos Invertidos (copyleft)
Desobedientes
“Deve o cidadão, sequer por um momento, ou minimamente, renunciar à sua consciência em favor do legislador? Então por que todo homem tem uma consciência?”, pergunta Henry Thoreau. O próprio escritor responde: “penso que devemos ser homens, em primeiro lugar, e depois súditos. Não é desejável cultivar pela lei o mesmo respeito que cultivamos pelo direito. A única obrigação que tenho o direito de assumir é a de fazer a qualquer tempo aquilo que considero direito”. A essa desobediência ele justifica ao inverter a lógica da legislação: “a lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem−intencionados transformam−se diariamente em agentes da injustiça”.
Hoje em dia é difícil encontrar quem nunca transgrediu alguma lei de direitos autorais. Jean-Jacques Rousseau, escritor suíço do século XVIII, sabia que “quando o vínculo social começa a afrouxar e o Estado a enfraquecer, quando os interesses particulares principiam a fazer-se sentir e as pequenas sociedades a influir sobre a grande, o interesse comum se altera e encontra opositores”. Esse interesse comum dos tempos modernos é responsável pela difusão e recombinação do conhecimento de uma maneira jamais vista. Se antes dos direitos autorais tínhamos uma cultura oral e livre, no entanto reproduzida somente no boca a boca, agora temos diversas opções de interação entre autor, obra e público, A tecnologia tem oferecido ao homem diversas formas de produzir, copiar, transmitir, reproduzir e transformar obras culturais: máquinas de fotografar e filmar, fitas e vídeos cassete, CDs e DVDs regraváveis, samplers, programas de computador, internet, p2p, mp3, blogs, etc.
Uma barreira legislaiva impede isso, ou tenta impedir. Wu Ming 1 alerta que “a cada noite e a cada dia milhões de pessoas, sozinhas ou coletivamente, cercam/violam/rechaçam o copyright. Desviam-se com astúcia de qualquer obstáculo técnico ou legislativo. Surpreendem no contrapé as multinacionais do entretenimento erodindo seus (até agora) excessivos ganhos”. De acordo com Pablo Ortellado, “desde que obras e patentes passaram a ser registradas, os direitos sobre elas passaram a ser violados”. A desobediência civil, nesse caso, para Ortellado, “é uma violação pública das leis motivada por seu caráter ilegítimo. A desobediência civil se faz abertamente e ela não reconhece que a lei que está sendo infringida seja justa”.
Piratas
Nem todos desobedecem por opções ideológicas. Muitos marginalizam-se às leis por motivos econômicos. Utilizam-se de tecnologias para reproduzir obras com qualidade inferior à original e revender por um preço mais barato. Em países pobres e em desenvolvimento, a pirataria encontrou o meio para melhor se desenvolver. Local onde, apesar das leis serem tão obsoletas e repressoras quanto às do primeiro mundo, não há a mesma eficiência no combate ao crime. Uma chance informal de ganhar dinheiro, para os desclassificados do concorrido e cada vez mais gabaritado mercado de trabalho, somada à oferta do preço da versão pirata, para o consumidor de menor poder aquisitivo e sem recursos para comprar obras originais, que são vendidas a preços irreais para o contexto social desses países.
Luciano complementa o orçamento de casa através da venda de CDs piratas. Fatura mais de 300 reais pra ajudar no sustento do lar onde mora com a esposa. As ruas centrais das grandes cidades brasileiras estão tomadas por camelôs que vendem tudo que produtos piratas: CDs, DVDs, softwares e games. Por elas circulam pessoas como Luís, apaixonadas por música, porém sem os 30 reais necessários pra comprar os CDs originais de seus ídolos, como Marcelo D2 e O Rappa, muito menos pra ter um computador e uma banda larga e baixa-los de graça na internet.
Copiando e colando...
A grande maioria das pessoas não sabem que estão infringindo a lei. Como já foi dito, a indústria do entretenimento inventa brinquedos que nos marginaliza perante a legislação. Tipo a fita cassete, que alegrava as viagens de carro que Gustavo costumava fazer no verão rumo à praia junto com os amigos. Ele escolhia dentre seus CDs aqueles que considerava os melhores e, através de seu aparelho 3 em 1, gravava várias fitas virgens pra poder ouvir no toca-fita do automóvel. Atualmente temos outras formas de copiar música. Existem dezenas de programas de computador que ripam CDs e o transformam em arquivos de música em formato mp3. Vendido a um real em qualquer supermercado, o CD-R permite o usuário gravar em torno de 150 músicas.
Márcio é torcedor fanático do Grêmio. A cada vitória tricolor ou derrota do rival colorado, ele procura no site de um jornal gaúcho a foto do atacante comemorando o gol triunfal, salva-a no seu computador e a usa como imagem no seu perfil pessoal do Orkut. Fã número um de Zeca Pagodinho e Snoop Doggy Dogg, Antônio Carlos pesquisa videoclipes de ambos no You Tube, peneira os mais interessantes, copia as URLs e cola no seu blog pessoal.
Uma comunidade do Orkut tem mais de 250 mil membros. Os tópicos de assuntos giram em torno de nomes de artistas do Brasil e do mundo, e de suas respectivas discografias, obviamente sob a tutela dos direitos autorais. Você pede um disco, a comunidade viabiliza seu pedido. Lá se encontram obras completas de Gilberto Gil a Rolling Stones. Noutra comunidade, a desta revista, em proporções menores e com outros objetivos, os membros estão antenados e organizados em postar links para downloads de lançamentos nacionais e internacionais – nenhuma novidade fica de fora. Mais de 100 discos lançados ano passado, no Brasil, foram compartilhados entre seus membros, o que viabilizou ao público leitor um apurado olhar comparativo para escolher os melhores de 2008 do Prêmio Uirapuru.
...e transformando a canção
Nossa cultura recombinante teve uma boa pincelada com o movimento hip hop. No começo dos anos 80, o Sugar Hill Gang pega a base de “Good Times”, sucesso do Chic, e transforma em “Rapper’s Delight”. Foi um dos primeiros e importantes passos do rap, mas não impediu que o Chic tentasse instalar um processo por plágio. No Brasil, a dupla Thaíde & DJ Hum, aproveita a base de “Mr. Big Stuff”, de Jean Knight, e nos presenteia com “Sr. Tempo Bom”, uma adaptação da periferia paulistana e que ajudou a popularizar o gênero em todo o país.
Do Japão surge o fenômeno dos doujinshi, quadrinhos que imitam outros quadrinhos, mas como lembra Lawrence Lessig, “um doujinshi não é apenas uma cópia: o artista deve contribuir com a arte que ele copia, transformando-a de modo sutil ou significativo”. Esse tipo de mangá tem um enorme mercado consumidor, e o que era para ser concorrência aos originais, acaba por populariza-los também.
Um universo anônimo de pessoas está em constante processo de recombinação. Ane não tinha dinheiro pra comprar um presente pro dia das mães, mas tinha cabeça e um pequeno aparato tecnológico. Pegou o telefone celular e tirou uma fotografia de sua mãe; com um scanner, copiou a capa de um livro e passou pro computador. Com um editor de fotografias, juntou as imagens e fez parecer que sua mãe era a personagem principal. Na internet, achou uma poesia bacana, colou alguns versos num programador de arte e imprimiu juntamente com a capa.
A serpente
A briga travada pela indústria cultural em nome dos direitos autorais talvez não existisse caso ela não tivesse inventados suas tecnologias. Por ironia do destino, “as mesmas corporações que vendem samplers, fotocopiadoras, scanners e masterizadores”, segundo Wu Ming 1, “controlam a indústria global do entretenimento, e se descobrem prejudicadas pelo uso de tais instrumentos”.
O surgimento do videocassete trouxe reações espantosas. Criado pela Sony, o Betamax permitia gravar e armazenar filmes. A Universal e a Disney se posicionaram contra essa nova tecnologia, pois as pessoas deixariam de ir ao cinema. Em 1888, George Eastman inventou uma maneira mais barata de tirar fotografias, através de filmes flexíveis, com objetivo de expandir o número de fotógrafos. “Os tribunais foram questionados sobre se o fotógrafo”, segundo Lessig, “precisaria de permissão antes de capturar e revelar qualquer imagem que quisesse”.
Quando o Príncipe Modupe, na África Ocidental, conheceu a biblioteca de um padre, transcreve Marshal McLuhan, ele compreendeu “que as marcas sobre as páginas eram palavras na armadilha. Qualquer um podia decifrar os símbolos e soltar as palavras aprisionadas, falando-as. A tinta de impressão enjaulava os pensamentos; eles não podiam fugir”. Assim hoje vemos uma imensidão de obras culturais presas pelo copyright. Filmes já sem mercado comercial enferrujando com o tempo e que não podem ser digitalizados. Livros apodrecendo nas estantes de bibliotecas sem poderem ser copiados ou traduzidos. Discos fora de catálogo sem permissão de chegar aos ouvidos.
Lessig retoma os ditos de Thomas Jefferson: “aquele que recebe uma idéia minha aprende sobre ela tanto quanto eu, sem diminuir o que eu já sei; assim como quem acende seu lampião no meu recebe luz sem me deixar no escuro”. De acordo com Lessig, “extremistas nesse debate adoram dizer 'você não entraria em uma livraria e pegaria um livro da prateleira sem pagar; por que seria diferente com música on-line?'”. Um bom exemplo serve para contrapor a questão: “A diferença é que quando você rouba um livro a livraria tem uma cópia a menos para vender. Quando você baixa uma mp3 em uma rede de computadores não há um CD a menos à venda. A mecânica da pirataria do intangível é diferente da mecânica da pirataria do tangível”, ilustra Lessig.
Aqueles que não ainda sabiam que eram contraventores da lei, esperamos que agora saibam que fazem parte de um universal processo de livre difusão do conhecimento. Para Wu Ming 1, “a conseqüente reação em cadeia de paradoxos e episódios grotescos nos permite compreender que terminou para sempre uma fase da cultura, e que leis mais duras não serão suficientes para deter uma dinâmica social já iniciada e envolvente. O que está se modificando é a relação entre produção e consumo da cultura”. A serpente, segundo Wu Ming 1, “morde sua cauda e logo instiga os deputados para que legislem contra a autofagia”. Nos deram a vela, mas o copyright insiste em manter a humanidade no escuro.
* caso não tenha lido a parte 1 desta reportagem, não perca tempo: leia >>>AQUI<<<
=
terça-feira, 26 de maio de 2009
JORNALISMO SUBVERSIVO
# manda chuva #
Organizando uma oficina pra desorganizar mentes
txt: Tiago Jucá Oliveira
ilstrç: Agência Pirata
Este post, além duma reflexão sobre o tema, é parte de uma estratégia de raciocínio pessoal e de marketing. Nesta quinta-feira, 9h da matina, acontece na Fabiculdade - Faculdade de Comunicação da UFRGS - uma oficina realizada por mim sobre Jornalismo Subversivo, que faz parte da semana acadêmica e é promovida pelo Diretório Acadêmico, ambos também de lá.
Por estratégia de raciocínio, digo que é por aqui que organizo as idéias com as quais pretendo desorganizar as mentes mais abertas, pois aqui no blog é o primeiro passo de construção de um roteiro temático daquilo a ser falado quinta-feira. Porém, também é marketing interno, ao divulgar um evento no qual somos a voz durante 2 ou 3 horas.
Mais do que isso, este post é, acima de tudo, a própria oficina. Vejamos, ou melhor, blogamos. O DILÚVIO ao longo destes 8 anos é trilhado por se posicionar às margens da grande mídia. Uma publicação que sempre procurou defender na prática aquilo tudo pela qual se posicionou na teoria.
Papel reciclado, cultura de qualidade, parcialidade editorial, bom texto jornalístico e cultura livre. E quando falamos de cultura livre, nossa experiência com a questão dos direitos autorais e propriedade intelectual, palavras como copyleft e creative commons, nos afirma como um dos atores na arte de subverter a lógica do copyright.
Quem já pode observar, nossos conteúdos impressos e onlines são licenciados em Creative Commons, que permite a você nos copiar, reproduzir e modificar, da maneira que você quiser, sem nos pedir permissão, pois esta já está concedida desde seu início, ao ser publicada em páginas impressas e/ou da internet. E ao permitir a livre circulação de nossas fotos, entrevistas e reportagens, nos credenciamos a também republicar conteúdo de quem utiliza a mesma licença. Há, de uns tempos pra cá, um bom número de textos reproduzidos aqui que são de outros blogs e sites publicados em Creative Commons. Assim como notamos que reproduzem-se por aí alguns de nossos textos. Todo mundo é um potente correspondente de todo mundo. Todos somos megafones das idéias alheias.
E o que tem de subversivo nisso tudo?, perguntaria você. Até agora nada, mas ao se libertar do principal nó do livre conhecimento, damos um salto importante que facilita demais ações. Se Proudhon diz que toda propriedade é um roubo, reafirmamos que a propriedade intelectual é um crime contra a evolução humana. O acesso as informações e ao conhecimento está acima dos direitos autorais. O acesso aos remédios que curam doenças graves também deveria estar acima das patentes industriais. É um crime que a propriedade esteja acima da vida. Então, ao negar o copyright e buscar uma alternativa livre e colaborativa, estamos sim, subvertendo uma verdade que a indústria cultural inventou e que se nega a enxergar o quanto está obsoleta.
E o que seriam esssas outras ações subversivas após aderir a livre circulação? Este blog pratica algumas e talvez você nem perceba. Textos e fotos assinados ou são de nossa equipe ou são livre reproduções de outros meios. Mas há alguns em que não damos crédito. Por quê?, perguntaria o seu amigo. Trata-se uma ação subversiva contra conteúdo protegido. E pra piorar, sequer citamos a fonte, a autoria, a origem. Quem prefere o caminho do egoísmo intelectual, é violado constantemente a toda hora e em todos lugares. Não há música que a turma do Chaves não tenha dançado e retransformado em clip na internet. Pura e energética desobediência civil. E note também: através de uma ferramenta do próprio blogger, temos os melhores colunistas do país atualizando novidades na barra lateral da direita. Nelson Motta, Bruno Lima Rocha, Luiz Nassif, zeca Camargo, Arnaldo Jabor, Regina Casé, André Forastieri, Túlio Vianna, Pindzim, Wu Ming, Wladymir Ungaretti e Sérgio Amadeu.
Outro ponto fundamental numa ação subversiva é ser totalmente parcial, ou seja, precisamos nos postar diante dos fatos, tomar um lado. É assim que nos tornamos transparentes, no entanto uma transpareência que nos dá corpo e visibilidade. Cada um se posta de acordo com suas vivências e aprendizados, mas o legal é demarcar, tal qual um cão, o seu território subjetivo. Seja alguém.
O que a oficina desta quinta tem a oferecer? Convidamos você não somente a participar, mas a interagir desde a concepção de como vamos construir algo e como vamos transmitir um conteúdo colaborativo, livre e subversivo. As portas estão abertas!
Organizando uma oficina pra desorganizar mentes
txt: Tiago Jucá Oliveira
ilstrç: Agência Pirata
Este post, além duma reflexão sobre o tema, é parte de uma estratégia de raciocínio pessoal e de marketing. Nesta quinta-feira, 9h da matina, acontece na Fabiculdade - Faculdade de Comunicação da UFRGS - uma oficina realizada por mim sobre Jornalismo Subversivo, que faz parte da semana acadêmica e é promovida pelo Diretório Acadêmico, ambos também de lá.
Por estratégia de raciocínio, digo que é por aqui que organizo as idéias com as quais pretendo desorganizar as mentes mais abertas, pois aqui no blog é o primeiro passo de construção de um roteiro temático daquilo a ser falado quinta-feira. Porém, também é marketing interno, ao divulgar um evento no qual somos a voz durante 2 ou 3 horas.
Mais do que isso, este post é, acima de tudo, a própria oficina. Vejamos, ou melhor, blogamos. O DILÚVIO ao longo destes 8 anos é trilhado por se posicionar às margens da grande mídia. Uma publicação que sempre procurou defender na prática aquilo tudo pela qual se posicionou na teoria.
Papel reciclado, cultura de qualidade, parcialidade editorial, bom texto jornalístico e cultura livre. E quando falamos de cultura livre, nossa experiência com a questão dos direitos autorais e propriedade intelectual, palavras como copyleft e creative commons, nos afirma como um dos atores na arte de subverter a lógica do copyright.
Quem já pode observar, nossos conteúdos impressos e onlines são licenciados em Creative Commons, que permite a você nos copiar, reproduzir e modificar, da maneira que você quiser, sem nos pedir permissão, pois esta já está concedida desde seu início, ao ser publicada em páginas impressas e/ou da internet. E ao permitir a livre circulação de nossas fotos, entrevistas e reportagens, nos credenciamos a também republicar conteúdo de quem utiliza a mesma licença. Há, de uns tempos pra cá, um bom número de textos reproduzidos aqui que são de outros blogs e sites publicados em Creative Commons. Assim como notamos que reproduzem-se por aí alguns de nossos textos. Todo mundo é um potente correspondente de todo mundo. Todos somos megafones das idéias alheias.
E o que tem de subversivo nisso tudo?, perguntaria você. Até agora nada, mas ao se libertar do principal nó do livre conhecimento, damos um salto importante que facilita demais ações. Se Proudhon diz que toda propriedade é um roubo, reafirmamos que a propriedade intelectual é um crime contra a evolução humana. O acesso as informações e ao conhecimento está acima dos direitos autorais. O acesso aos remédios que curam doenças graves também deveria estar acima das patentes industriais. É um crime que a propriedade esteja acima da vida. Então, ao negar o copyright e buscar uma alternativa livre e colaborativa, estamos sim, subvertendo uma verdade que a indústria cultural inventou e que se nega a enxergar o quanto está obsoleta.
E o que seriam esssas outras ações subversivas após aderir a livre circulação? Este blog pratica algumas e talvez você nem perceba. Textos e fotos assinados ou são de nossa equipe ou são livre reproduções de outros meios. Mas há alguns em que não damos crédito. Por quê?, perguntaria o seu amigo. Trata-se uma ação subversiva contra conteúdo protegido. E pra piorar, sequer citamos a fonte, a autoria, a origem. Quem prefere o caminho do egoísmo intelectual, é violado constantemente a toda hora e em todos lugares. Não há música que a turma do Chaves não tenha dançado e retransformado em clip na internet. Pura e energética desobediência civil. E note também: através de uma ferramenta do próprio blogger, temos os melhores colunistas do país atualizando novidades na barra lateral da direita. Nelson Motta, Bruno Lima Rocha, Luiz Nassif, zeca Camargo, Arnaldo Jabor, Regina Casé, André Forastieri, Túlio Vianna, Pindzim, Wu Ming, Wladymir Ungaretti e Sérgio Amadeu.
Outro ponto fundamental numa ação subversiva é ser totalmente parcial, ou seja, precisamos nos postar diante dos fatos, tomar um lado. É assim que nos tornamos transparentes, no entanto uma transpareência que nos dá corpo e visibilidade. Cada um se posta de acordo com suas vivências e aprendizados, mas o legal é demarcar, tal qual um cão, o seu território subjetivo. Seja alguém.
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segunda-feira, 25 de maio de 2009
LUIZ MELODIA
# conection #
Impressões melodianas
txt, phts n' vd: Fábio Balaio
Terça-feira, 19 de maio, foi aniversário da minha cidade, 18 anos de emancipação na verdade, pois a cidade já tem quase 500 anos de existência, seja como vilarejo ou local de resistência colonizadora contra estrangeiros ou "gentios", hoje somos nós, "gentios", que resistimos bravamente. A prefeitura do município por meio da secretaria de turismo organizou várias apresentações com corais e sinfônicas da região.
A apresentação da terça foi marcada com Luiz Melodia e Orquestra Sinfônica Heliópolis que faz parte do projeto "Som em Sintonia" do SESC-SP. Eu estava meio ansioso pra ver o show por dois motivos, primeiro por escutar o cara desde criança, meu pai sempre foi fã, e o segundo por estar incumbido de entrevistar o Sr.Melodia depois do show.
O show começou com a Sinfônica executando algumas valsas e com o maestro Edilson Venturelli já esquentando a platéia pro show, pedindo que a platéia interaja com a orquestra. Não demora muito e o maestro anuncia a entrada de Luiz Melodia no palco. Começam com "Pérola Negra" emendam com "Codinome Beija-flor" e logo depois "Estácio Holly Estácio", nem parecia que era uma sinfônica em cima do palco de tão afinados que estão, cantor e orquestra, além do excelente Renato Piau no violão.
Desfilaram todos os "hits" da carreira dele, se é que pode-se dizer que um artista como Luiz Melodia tem hits, mas pra mim o momento mais emocionante do show foi "Magrelinha", a música que eu mais gosto, desde criança, e ainda mais porque minha sobrinha veio correndo para os meus braços dançar. No encerramento teve um bis de "Farrapo Humano", no qual Luiz e a orquestra convidaram o público pra uma grande farra, com direito à "ola" da orquestra e todo mundo dançando na platéia. Emocionante, pelo menos pra mim.
domingo, 24 de maio de 2009
MAIS +ou- MENAS #002
+ou-
PORTO ALEGRE, BRAZILIA
DUMINICÃ, DOUÃZECI şi PATRU ŞI MAI, DOUÃ MII şi NOUÃ
Ora, ora. Um fact recent e muit debactid é a coestão sobr a unificação da lengoa portuguesa. Coando o império proibiu o falar tupi aqui na Vera Cruz, na coal foi impost o versar de Camões, perdemos nossa prima e nativa indentidad.
Enton, perché est "sou a favor" versus "sou contra" a unificação? Que se fuckam os matadores do galego, do tupi e do guarani. Est edição de MAIS +ou- MENAS convigda você a desrespeitar coalcoer regramátical, pelo menas uma vez. Tupi or not tupi, já digzia o seo fulano do coal non lembramos o nombre. Ronaldo ?
+ou-
# agência pirata #
by: Laerte
+ou-
# tapa na orelha #
The Hood Internet vs. Likke Li
Um dos melhores sites de mashups, o The Hood, lançou a pouco tempo um super mix com músicas que flertam com canções da melhor cantora revelada nos últimos anos, a surpreendente Likke Li. Destaque pros duelos com o brasileiro Gui Boratto e com o Digitalism. Abaixo o set list e os links pra baixar, dos coais você pode escolher se quer as faixas separadas ou unidas numa só.
DJ Basket
1. I'm Good, I'm Ghost (vs Holy Ghost)
2. Zdarlight Department (vs Digitalism)
3. Dance, Dance, Dance In My Face (vs The Field)
4. Belonging It Up (vs Hercules & Love Affair)
5. Beauty Flies (vs Gui Boratto)
6. Melodies, Desires & Charlotte (vs Booka Shade)
mixtape em mp3 e/ ou
pasta zipada com faixas separadas
Pélico - Babe, Terror
"Babe, Terror é o projeto de pop noise do jornalista paulistano Cláudio Szynkier. Meses antes do lançamento físico, previsto para o fim deste mês (maio), Weekend, seu álbum de estreia, já era notícia. No ano passado, Cláudio enviou um EP para os principais veículos internacionais de música, como Uncut, Pitchfork e Guardian (o que rendeu uma coluna assinada pelo notório Alan McGee). Em 24 de março deste ano, disponibilizou o primeiro álbum para download em seu selo-blog, chamado Perdizes Dream, e foi acolhido pela plataforma Musificando, do MySpace. Musicalmente, o álbum é desafiador e cerebral. São diversas camadas de vozes, orquestradas como um coral experimental, sobrepostas e moduladas por meio de pedaleiras eletrônicas e analógicas. Os efeitos de drone (em que a nota vai ecoando gradativamente) e looping (repetição) sugerem uma aproximação ao pós-rock, mas sua construção é um tanto mais rítmica, relembrando o hip-hop. O álbum transmite uma atmosfera letárgica e ao mesmo tempo colorida – o que rendeu muitas associações à Tropicália –, mas no fundo constitui um interessante exercício de construção, já que as músicas só ganharam corpo no programa de edição do PC."
Carlos Messias, Rolling Stone Brasil
+ou-
# o canal da massa #
Kumbia Dark
Kumbia Queers
Imagine The Cure, em versão a la cumbia. Tae o que você queria. O grupo Kumbia Dark caprichou na adaptação, ficou tropical punk sem deixar de ser escuro. Entendeu? Então excuta, vagabundo!
+ou-
# o canto da ema #
Gui Boratto
Azurra
Um dos melhores artistas da cena eletrônica mundial é... brasileiro. Gui Boratto, que recentemente lançou seu segundo álbum, Take My Breath Away, mostra que nós temos uma coalidad musical diferenciada. Azurra, uma das melhores músicas do novo disco, faz com que até quem não goste de eletronic, dance levemente os bons fluídos que Gui transmite.
+ou-
# noé ae?! #
Eventos dominicais que a gente indica. Clique no flyer acima e saiba mais. Foda-se amanhã. Segunda é cousa de vascaíno
+ou-
# biblioteca digital #
Wu Ming - Copyright e Maremoto
Saiba quem inspira o nosso pensar. Este pequeno livro é uma de nossas bases teóricas. Por causa dele, entre outros, que somos contra a propriedade intelectual. A versão digital, em PDF, pode ser baixada e lida >AQUI<
+ou-
# os fabulosos anti-heróis #
Homer Simpson
"Álcool... A causa e solução de todos os problemas."
+ou-
# espécie rara #
Beno, típico cidadão de Santo Cristo.
"Pelourinho? Ó pai ó, isto aqui devia se chamar Peneguinho!"
+ou-
# arcademia brasileira de letras #
Vale Tudo
txt: Nelson Motta
Dois dias antes do show, metade do cachê combinado foi pago a Tim em erva viva. Foi contratado o melhor som da cidade, com os técnicos indicados por ele. A noite do show estava quente e estrelada, os ingressos se esgotavam rapidamente, a fila para os bondinhos dava voltas pela Praia Vermelha. Eram dois bondinhos italianos, modernos e envidraçados, que levavam 75 passageiros de cada vez e em cerca de quatro minutos chegavam ao alto do morro.
Meia-noite, a casa fervia, a pista pulava feito pipoca, a Vitória Régia estava pronta, o som em ponto de bala, só faltava Tim Maia.
Depois de vários telefonemas nervosos, com Tim dando cada vez uma desculpa diferente, o produtor Nelson Ordunha, o Duda, que era habilidoso e tinha larga experiência com doidões, foi enviado com urgência ao apartamento de Tim na Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, a uns vinte minutos de carro da Urca. Conhecendo Tim, Duda passou pela bilheteria e encheu uma sacola de supermercado com os 50% restantes do cachê em dinheiro vivo.
Na Gávea, encontrou Tim de cuecas samba-canção, camisa pólo e chinelos, muito à vontade. Recebeu-o com simpatia e cordialidade, ofereceu-lhe um baurete, uma carreira de pó ou uma dose de uísque, ou tudo junto. Mas Duda tinha pressa e foi logo entregando a sacola com o levado e dizendo que a casa estava superlotada e nós estávamos esperando por ele ansiosamente.
Tim estava meio chapado, meio travado e meio alcoolizado, e Duda avaliou que as chances de ele ficar completamente inviabilizado para um show eram grandes. Tim olhava com ternura os pacotes de notas espalhados em cima do sofá, alisava-os como se fossem um bicho, tomou mais uma dose de uísque, vestiu uma camisa de cetim azul e uma jardineira de lamê prateado e entrou no carro de Duda como um boi que vai para o matadouro.
"Se passar de 60 eu salto dessa porra e não tem show nenhum", rosnou.
Pela cidade semideserta, o carro de Duda navegava lentamente pela madrugada carioca e Tim tomava pequenas doses de uísque num copinho.
No Morro da Urca lotado, eu roía as unhas e rezava trancado no escritório, enquanto a multidão urrava: "Tim Maia! Tim Maia! Tim Maia!”
Passava de uma da manhã quando finalmente Djalma ligou da estação do bondinho na Praia Vermelha. Mais esperado que um Messias, o homem tinha chegado com Duda, de macacão prateado e garrafa de uísque na mão.
Essa era a ótima notícia. A péssima era que Tim estava dizendo que não entrava no bondinho nem amarrado, só com anestesia geral.
Duda e Djalma ofereceram tudo, drogas, mulheres, dinheiro, um bondinho só para ele, que subiria de olhos vendados, como os cavalos dos picadores nas touradas, para que não se apavorassem com o touro. No caso, com a paisagem deslumbrante 200 metros abaixo.
Embalado por uma brisa leve, o bondinho balançava suavemente nos cabos de aço, aguardando seu ilustre passageiro, enquanto no alto do morro a multidão gritava por Tim Maia. Apavorado, pedi que a Vitória Régia fosse para o palco. Quando o batidão de "Sossego" encheu o ar, o público delirou, mas o groove rolava e nada de Tim Maia, o povo gritava por ele ainda mais forte.
Tim não queria subir de jeito nenhum. Desesperado, telefonei para a estação e mandei chamá-lo: "Pelo amor de Deus, Tim, pela nossa amizade, pelos nossos filhos, se você não estiver aqui em três minutos o povo vai quebrar tudo, vão destruir a casa, ouve só", estendi o telefone na direção da pista para que ele ouvisse a banda tocando e o furor do povo gritando por ele.
"O Nelsomotta, como você é meu amigo, eu vou fazer esse show pra você, mas vamos fazer o seguinte: como esse bondinho não vai agüentar o meu peso, em vez de eu subir, você manda o povo descer que eu faço o show aqui na Praça.”
Soltou uma gargalhada, tomou mais uma talagada de uísque e entrou no bondinho de olhos fechados, se divertindo com o susto que me dera, amparado por Duda e Djalma e cercado por quatro seguranças. Cinco minutos depois Tim entrava no palco e o topo do Morro da Urca quase entrava em erupção. Com Tim Maia, não havia sossego.
sábado, 23 de maio de 2009
O BANDIDO DA LUZ (RE)ENCARNADA
# agência pirata #
Luz Vermelha reencarnado
txt: Pedro Alexandre Sanches
Em 1968, foi lançado o filme O Bandido da Luz Vermelha, e, com ele, o chamado cinema marginal brasileiro. João Acácio Pereira da Costa, o personagem real no qual o marginal da ficção foi livremente inspirado, ganhou liberdade em 1997, após uma temporada de 30 anos na prisão. Morreu assassinado em janeiro de 1998 (o ator Paulo Villaça, que o interpretou no cinema, morrera em 1992). O cineasta Rogério Sganzerla, autor e diretor d'O Bandido, morreu de câncer cerebral em 2004, aos 57 anos. Ainda assim, o Bandido da Luz Vermelha está vivíssimo em 2009.
O personagem voltará às telas em nova encarnação, desta vez no corpo do cantor Ney Matogrosso. Ele é o protagonista de Luz nas Trevas – A Revolta de Luz Vermelha, atualmente em produção. O roteiro original foi escrito por Sganzerla ao longo de vários anos, até poucos dias antes de morrer. Chegou a ter duas mil páginas. Apanha o bandido na cadeia, condenado a uma espécie de pena perpétua, "prisioneiro de mim mesmo".
Na vida como na ficção, Luz Vermelha usava roupas exóticas, assaltava casas burguesas com uma lanterna em punho, jantava com as vítimas, estuprava, matava. Na nova versão tem um filho não-reconhecido, Tudo ou Nada (interpretado por André Guerreiro), nascido, crescido e marginalizado na Favela do Lixão. Um ex-menino de rua, como também foi João Acácio, mais tarde descrito como portador de esquizofrenia paranóide. Com locações na favela de Heliópolis, a nova fábula avança em direção à escalada contínua de violência e favelização no Brasil.
Matogrosso foi ator antes de se firmar como cantor, e em 1976 lançou um inspirado disco chamado Bandido. Sisudo e barbado em algumas cenas, trabalha agora para se despir de sua forte persona musical e dar substância ao personagem brutalizado. "É um exercício de contenção, de introspecção", diz, em meio a uma filmagem no Parque da Luz, no centro de São Paulo.
A cidade, por sinal, é outra personagem central do filme de 1968 como do atual. E deixa à vontade o artista hoje radicado no Rio. "Surgi em São Paulo, com cabeça paulista, atitude paulista. Muito tempo depois descobri que fui gerado numa pensão na praça da Sé", diz, um dia antes de filmar ao ar livre na caótica rua 25 de Março.
O esforço de se dissociar da imagem musical andrógina não o impede de encerrar o filme no topo de um prédio, reinterpretando Sangue Latino (jurei mentiras e sigo sozinho...), uma das canções que o alçaram à fama em 1973, com o grupo paulistano Secos & Molhados. "Mas procurei fazer o bandido cantando, e não eu mesmo. Fiz grave, uma oitava abaixo."
A direção de Luz nas Trevas cabe à ex-esposa de Sganzerla, Helena Ignez, em dupla com o cineasta paulista Ícaro Martins (de O Olho Mágico do Amor, 1981). "Sou da turma que resolveu fazer cinema vendo O Bandido da Luz Vermelha", afirma o codiretor.
Como atriz, Helena estreou com o cinema novo, em Pátio (1959), do então marido Glauber Rocha, baiano como ela. Poucos anos depois, juntou-se aos "filhos" rebeldes de Glauber, formuladores da anarquia e do niilismo pós-AI-5 do cinema marginal. Namorou o carioca Júlio Bressane, que a dirigiu em Cara a Cara (1967), e se casou com o catarinense Sganzerla, futuro sócio dele na produtora Belair Filmes. Hoje às vésperas de completar 70 anos, teve três filhas, Paloma, com Glauber, e Djin (atriz no novo filme) e Sinai, com Sganzerla.
"Como a maioria das mulheres dominadoras, caso com pessoas mais jovens. Só Glauber tinha a mesma idade que eu", brinca. O cineasta baiano tinha 20 anos quando lançou Pátio. Sganzerla estreou O Bandido aos 22. "Essas relações amorosas e também cinematográficas me agradam muito. No começo achava estranho, porque com o machismo reinante nessa geração a que pertenço, durante muito tempo fui a mulher do Glauber, a ex-mulher do Glauber", diz.
À distância desses cineastas tão aguerridos, teria ela se transformado tardiamente em cineasta? "Mas eu sempre dirigi o meu trabalho. O que eu não quero é essa valorização da palavra 'cineasta'. Não valorizo", responde na diagonal. Ela dirigira em 2007 o independente Canção de Baal ("um filme sobre o comportamento machista, algo que eu conheço profundamente"). E admite o estranhamento diante do ambiente industrial de Luz nas Trevas, um filme patrocinado e orçado em 2,7 milhões de reais.
"Fazer um filme dentro do mercado é muito mais difícil que criar fora dele", constata. "Em Canção de Baal, não tinha que prestar contas a ninguém. Desta vez tem. A equipe de profissionais de luz e maquinaria é a melhor de São Paulo, mas tem o ritmo de mercado, com funcionamento muito diferente do cinema de invenção e poesia que fiz até hoje. É inédito para mim". E arremata com uma confissão incomum entre seus pares: "Às vezes me sinto amarrada".
Lembra que O Bandido da Luz Vermelha, embora arrojado, foi um filme comercial em seu tempo (foi vendido por Sganzerla como "um western sobre o Terceiro Mundo"). Mesmo apostando que Luz nas Trevas também será bem-sucedido, diz que a ligação com o cinema de mercado é passageira. "Não me preocupo (com o mercado), em nenhuma circunstância. E me afastei. Saí do mundo mesmo. Mas não da arte, do pensamento, da criatividade, do espírito. Me sinto muito viva e livre. E não quero me integrar em mercado nenhum. Essa homenagem a Rogério está feita".
Tampouco a relação de Sganzerla com o mercado não foi harmônica. Após o levante do cinema marginal, seguiu trajetória errática, sempre com grandes dificuldades de concretização de projetos. Fez Nem Tudo É Verdade entre 1980 e 1986, em referência direta ao inacabado It's All True (1942), que o norte-americano Orson Welles filmava no Brasil dentro da chamada política da boa vizinhança. Welles foi influência escancarada em seu cinema, especialmente n'O Bandido.
Sganzerla nunca pareceu se desvencilhar do impacto do primeiro filme, possível prisioneiro de si mesmo, como seu personagem. De fato, não são poucas as semelhanças simbólicas entre criador e criatura, a começar pela marginalidade artística de um e a concreta de outro.
Em Luz nas Trevas, o bandido se diz recuperado e convertido, e se auto-rebatiza Luz Divina. Foi como se denominou João Acácio, catarinense como Sganzerla, ao ser solto em 1997. Sganzerla visitara Acácio na prisão em 1994, com o pretexto de uma reportagem da revista Manchete. Levou-lhe de presente uma Bíblia.
Acácio foi morto com um tiro na têmpora quatro meses depois de libertado, por um amigo que o hospedava no bairro periférico de Cubatão, em Joinville (SC). Teria assediado as mulheres da casa e ameaçado matar a família. "Meus dias aqui são de um morto-vivo", proclama o personagem de Luz nas Trevas, antes de fugir da prisão com a cumplicidade involuntária da mídia, vestido com colete de repórter, dentro do furgão de uma emissora de tevê. "Eu não sei viver", lamenta-se.
"Não vamos esquecer que a Ordem do Mérito só é dada para quem demonstrar que não o tem", diz um policial no roteiro, como a simbolizar o sentimento de inadequação do autor em relação ao mundo a seu redor.
Sua ex-esposa trabalha 12 horas por dia na homenagem ao autor-personagem, e de início minimiza o esforço de conduzi-la: "Esse é um filme que já vem dirigido". Mas em seguida corrige a afirmação: "Rogério não está me dando nenhum tipo de dica. Eu que me vire".
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