#CADÊ MEU CHINELO?

sábado, 30 de maio de 2009

ADRIANO, O IMPERADOR



# agência pirata #

O homem da Vila Cruzeiro não tem nenhuma obrigação a ser uma commodity domesticada nas ruas chiques a famosas de Milão.


txt: Odorico Ribeiro

Estivemos observando na mídia brasileira muita gente opinando sobre o Adriano e sua decisão de abandonar o Internazzionale, da Itália. Acontece que pela internet, vimos uma serie de reportagens bem constrangedoras. Por exemplo, o vídeo sobre a entrevista coletiva dada pelo jogador, que foi divulgado pela globo.com. Os comentários absurdos feitos ali pelo repórter que trabalhou essa matéria são incríveis. Ele, o repórter, não compreende que alguém queira outra coisa que não seja só dinheiro e fama. Pensará que quanto mais fama e mais dinheiro, melhor. Ele não entende o valor que possa ter para uma pessoa, estar com seus amigos e seus familiares, num determinado momento.

Realmente é algo digno de se escutar. Esse comunicador social da Globo está completamente contaminado por uma cultura que o levou a pensar e a atuar dessa forma tão curta. Inclusive, seria um bom tema para estudos mais profundos, analisar se ele obteria ou não esse trabalho na Globo, se ele pensasse e atuasse de uma outra forma mais ampla.

O fato é que, justamente essa cultura curta e medíocre foi que facilitou e possibilitou a dominação de países inteiros e a escravização do ser humano. Somos uma civilização produto dessa pobre cultura.

E há outra cultura que a mídia brasileira desconhece? Claro que sim, só que essa outra cultura está sendo escondida o máximo possível, através de mentiras e enganos. Essa outra cultura é a cultura que estimula e enaltece a fraternidade, a paz, a inclusão social e o amor entre os povos e, obviamente, isso é algo proibido ainda, para muitos. Para muitos que não vêem o que realmente está passando. E é contra essa cultura curta e medíocre que há hoje no mundo todo, uma verdadeira avalancha de críticas e denuncias por parte de especialistas, instituições e países, todos buscando como livrar-se dela definitivamente.

Claro que o Adriano não pode ser feliz, vendo a seus amigos e familiares comer o pão que o diabo amassou, lá na Vila Cruzeiro. E, com certeza, há muita gente que vê essa atitude do Adriano com bons olhos, na esperança que ele venha a ser mais um porta-voz dessa gente tão sofrida das nossas favelas e dos nossos campos.

Ninguém como ele tem um conhecimento tão exato da miséria existente ali e, ao mesmo tempo, tenha tantas possibilidades de ajudar no combate contra essa peste insólita e criminosa. Se pensarmos bem em que época vivemos hoje, já essa miséria passou do meramente insólito ao absurdo completo, à loucura, pois. E cada um de nós já estarmos na fronteira, quase passando a ser cúmplices desse crime contra os mais oprimidos.

Obviamente, não sabemos ao certo quais são os verdadeiros sentimentos do Adriano. De todos os modos, não está demais dizer aqui que, se coincidimos, ele deve esforçarse o máximo possível, com seriedade, para manter-se na cima. Assim seguirá sendo foco de atenção e, por isso mesmo, terá direito à palavra, coisa fundamental. Claro, esse esforço seria dentro e fora de campo, pois ele teria de estudar e preparar-se para uma missão bem difícil e até perigosa. Muito mais perigosa que encarar a grande área inimiga, sem dúvida.

Só que desta vez, ele teria também a torcida incondicional de milhões e milhões de pobres, injustiçados e excluídos sociais, que necessitam enormemente da sua voz. E essa torcida não viria somente da Vila Cruzeiro. Nem seria formada somente pelos cariocas, ou pelos brasileiros. Pobreza há em todo o mundo para dar e vender. O que faz falta são verdadeiros Adrianos. Pelo menos o Adriano possível, que concebemos aqui.

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