# noéntrevista #
O andarilho clandestino troca uma idéia sobre música, drogas, Chavez e tecnologia
txt: Tiago Jucá Oliveira
pht n' vdd: Melissa Orsi dos Santos
O músico franco-espanhol Manu Chao, andarilho deste vago mundo, pai de um cearense cabra da peste, esteve no Brasil há poucas semanas para divulgar o Radiolina, novo CD do artista. O DILÚVIO conseguiu uma entrevista exclusiva no Bar Ocidente, Porto Alegre, cercado por outros jornalistas, músicos, amigos e curiosos. Entre eles o fofoquista social Gasparoto, que após ouvir Manu dizer que Lula é melhor do que os anteriores, arregalou os olhos e vazou embora. (logo mais mais fotos e um vídeo exclusivo).
O que é essa anotação no seu braço?
Isto é o endereço skipe de um amigo mio que se chama Edo de Buenos Aires. (Alfredo Olveira, médico psiquiatra). Edo é um mestre pra mim. Recém cheguei de Buenos Aires, estive lá dez dias gravando. Estou fazendo um CD com a rádio La Colifata. A tradução para o português de colifata é a pequena maluca. A rádio La Colifata tem a particularidade de ser uma rádio transmitida de dentro de um hospital psiquiátrico e são os internos que fazem a rádio. Estou trabalhando com eles faz quatro ou cinco anos, fazendo muitas coisas, e agora fui lá gravar no hospital. Estou chegando de lá. Estava com Edo e os internos, que são pessoas incriveis, incriveis. Muito lúcidos. Professores de lucidez. Um projeto incrivel. Cheguei hoje de Buenos Aires e foram dez dias de uma emoção muito forte. Estou cansado de tanta emoção. Foi muito forte, muito forte. São amigos para toda la vida. Eles já estiveram aqui em Porto Alegre. Eu conheci Edo aqui em Porto Alegre. Eles sairam do hospital e fizeram uma viagem para o Forum Social Mundial em 2003. Eu estava fazendo show aqui e eles me entrevistaram.
Você acompanha o cenário politico aqui da América do Sul? O que você tem achado dessa onda nacionalista, populista que tem surgido em alguns governantes?
Cada país é diferente. Bolívia para mim é difícil falar do processo porque a última vez que estive lá foi há dois anos e Evo Morales acabava de chegar. Então não tive tempo de sentir a mudança no país. Não gosto muito dessa política atual de tentar separar a Bolívia em dois países. O país rico de um lado e os indígenas de outro. Acho que é um nacionalismo que não é nacionalismo. É uma questão de grana. A burguesia da Bolívia ainda não aceitou que um indígena é presidente do país. Então aí está um momento complicado. Acho que Evo Morales fez bem em convocar novas eleições para decidir. Se as pessoas me querem, votem de novo. Se não me querem, me botem pra fora. Vamos ver. Simpatizo de certo modo com Evo Morales. Melhor ele do que os que estavam antes, isso é certo.
Falando de Venezuela, para começar quero explicar uma coisa bem claro. Eu não sou chavista, mas o processo atual revolucionário na Venezuela considero super interessante. Toquei lá duas vezes no último ano. Tive a sorte de conhecer os bairros, as favelas de Caracas há dez ou quinze anos trabalhando lá com gente da favela. Antes do Chaves, na época do CAP, era uma situação muito dura. Agora ainda é dura, mas mudaram muitas coisas. Não é nenhum paraíso, mas o processo é rápido. E eu senti na juventude lá da favela de Caracas uma coisa que não vi em nenhum outro lugar do mundo. A rapaziada tá cheia de esperança. Estão todos falando: “Manu, vamos fazer isto, isto, isto...vamos pra frente.” E são poucos os lugares do mundo em que a favela fala assim. Depois você sai de Caracas e viaja pra fazer show em Bogotá, uma cidade que conheço bem melhor. A boa democracia lá, e toda a gente da cultura e dos bairros falando: “Manu, aqui é duro, não se pode fazer nada. Tentamos fazer as coisas, mas politicamente ninguém está ajudando. É muito difícil.” E quando você chega de Caracas é um flash.
E vou insistir, no soy chavista, soy Manu. Não estou por detrás de ninguém, mas o processo que está passando a Venezuela atualmente é muito interessante. Para qualquer pessoa que queira buscar idéias para ver como pode mudar as coisas, hoje, viajar a Venezuela e ver o que acontece nos bairros é uma viagem interessante. Tem muitas coisas de muita esperança. E também outra coisa que me interessou muito, é que tem muita confiança política na juventude. O último show em Caracas foi numa sala de espetáculos grande, opulenta, 17 mil pessoas, nunca tinha tocado lá. Chegamos lá com a Radio Buemba. E a primeira boa surpresa foi que a Radio Buemba já estava paga. Nós cobramos em cachê, mas o show era gratuito para o público, totalmente gratuito. E uma coisa que me interessou muito é que dentro da maior sala de Caracas havia uma galera, nenhum com mais de 30 anos, organizando. Juventude mesmo. Eles estavam um pouco nervosos, vinham pra mim e falavam: “Manu, desculpa qualquer coisa. Nós organizamos shows, mas no bairro, coisas muito pequenas e hoje temos a responsabilidade de organizar isto. Então desculpa qualquer problema, não somos profissionais.” E fizemos o show, tivemos que fazer dois porque teve muito público. Eles organizaram normalmente. Os caras organizaram tudo como os melhores profissionais. E qual é o lugar do mundo que você conhece em que na maior sala da cidade o show é organizado por meninos do bairro? Você conhece outro lugar do mundo? Eu não. Sempre está o promotor, claro, que controla os shows da cidade. Isso é mundial. E lá não foi assim. São coisas que eu vi.
Você falou também da Argentina, e lá é outra coisa. A Argentina está saindo de um choque muito duro que aconteceu em 2001. A crise lá foi muito dura. E é uma crise que aconteceu lá, mas que pode acontecer amanhã aqui, ou em qualquer lugar da América du Sul e até mesmo na França. O que aconteceu na Argentina não é só um problema argentino, é um problema que pode acontecer em qualquer país do mundo hoje. Até mesmo na Europa.
E sobre o Brasil, o que chega aos seus ouvidos?
Bom, eu tenho passado todo o ano por aqui. Tenho minha família aqui. Então estou um pouco mais antenado das coisas. Politicamente é complicado. É um caminho pouco a pouco. Vem sempre esta pergunta, o que você pensa do Lula? A única coisa que penso do Lula é que, pase lo que pase, é melhor do que os caras que estavam antes. Isso é o que penso do Lula.
Você sabia que o governo Lula foi o que mais fechou radios comunitárias?
Fechou? Incrível. Isso não é bom.
Eu, assim como milhares de pessoas no planeta, baixamos o teu CD novo na internet, isso te incomoda?
Não. Não me incomoda porque é natural. Faz quatro ou cinco anos que a indústria discográfica fala que a pirataria é um problema. Eu, pessoalmente, não vejo muita diferença de hoje pra quando eu era adolescente. Toda a minha discografia de adolescente era pirata. Era diferente porque era cassete. Agora, a diferença é que na internet pra baixar um CD são cinco minutos. Na época, precisava pra gravação o tempo de escutar todo o disco. E, então, não muito bem o que mudou. O que falam as gravadoras, que o problema é a pirataria, me parece uma hipocrisia imensa. Porque o verdadeiro problema não está aí. Eles falam disso pra não falar da outra coisa. Quem está vendendo a toda a juventude mundial máquinas para piratear os músicos? A grande indústria. A Sony não está mais interessada em vender Cds, está interessada em vender as máquinas para piratear os músicos. E tão fazendo muita grana. Mais do que nunca. Eles falam que tem uma crise, mas é hipocrisia total. As grandes companhias que estão incitando a juventude a piratear os músicos. Eles dão a arma, dão o Ipod, e vendem isso. Não tem crise na indústria, tem uma certa mudança. Eles estão preferindo vender máquinas do que artistas. Uma máquina não tem manager, não pede contrato, não exige essas coisas. Uma máquina cala a boca e se vendeu já foi. E com essas máquinas a juventude pode piratear o que ela quiser. O verdadeiro problema não está aí. Pirataria não é um problema novo.
Tem um filme fazendo muito sucesso no Brasil chamado Tropa de Elite. Você já assistiu?
Tropa de Elite? Não, não vi esse filme.
Há um certo discurso entre os personagens de que nós usuários somos quem financia essa guerra civil.
O problema do tráfico é outra coisa. Eu sempre falei, faz tempo que falo e que milito para a liberação de todas as drogas. Não pra me drograr. É porque eu considero que o pior inimigo da democracia é máfia. A ditadura deste século 21 não vai ser militar, vai ser mafiosa. No mundo inteiro, o perigo da ditadura é o da ditadura mafiosa. Máfia é ditadura, não tem jeito. É assim. Se você deixa com essa gente todo o dinheiro do tráfico da droga, está gerando a ditadura. A próxima, a que vai ter que suportar o meu filho, o teu filho. A que vai chegar. Então, penso que é muito importante politicamente para a democracia legalizar as drogas, para tirar essa grana de gente muito perigosa. Máfia é facismo. Por isso milito pela liberação. E, também, porque a ilegalidade das drogas não funciona. Você está encontrando drogas pesadas diante de cada escola do mundo. Então a proibição não funciona. E o problema é que essa proibição está dando muita grana a pessoas muito perigosas para a democracia. Tem países que já são marcos totalmente. É o caso do México. É óbvio, que até a presidência tem uma conexão muito forte. Na Argentina também há uma conexão entre política e máfia que não é bom para a democracia. Então, penso que temos que tirar todo esse dinheiro das mãos da máfia.
E como foi o processo de gravação do seu último CD?
Como os outros, esperar que chegue a inspiração. E você nunca sabe quando vai ter uma idéia. Então, o processo pessoal é de estar pronto. Se a idéia vem ás cinco da manhã e você está na cama, se não tem caneta, tem que levantar. Se fica de bobeira, amanhã já esqueceu. Se está no bar contente com outras pessoas e surge uma idéia, tem que anotar no momento. Se esperar para depois, já foi. Normalmente é uma relação com o momento. Meu trabalho é estar na expectativa, chega a qualquer momento. Viajando é bom, evidentemente, e nestes três últimos anos tive a sorte de viajar muito. Agora é um pouco diferente de antes porque na época do Clandestino se gravou viajando muito também, mas não era uma estrutura de banda. Era viajando de mochila, um pouco no Rio, um pouco aqui, um pouco alí. Nestes três, quatro últimos anos a maioria das minhas viagens foram com a banda. Então é outra realidade, tem mais instrumentos em mão, os caras tão alí, todos os amplificadores no ônibus, tem mais material. Com Clandestino era qualquer violão que aparecia por aí, qualquer instrumento e ia gravando. Se está com a banda tem mais material. Acho que no CD dá pra ouvir que tem mais guitarras pesadas, que não têm no Clandestino, que não têm no Proxima Estacion: Esperanza. Porque estes instrumentos não estavam lá. É tudo caseiro. O Radiolina, Clandestino e Proxima Estacion foram gravados caseiros, mas o mix elaborado em estúdio. Neste último já não, o mix foi feito caseiro também. Com Mario Caldato, no estúdio da casa dele. A única coisa agora que foi feita num estúdio pago foi o masterização.
Cara, tu chega a passar por algum problema de conseguir gravar, circular e divulgar?
Tenho a sorte ter a experiência do Manu Negra, muita gente ouvia o que faziamos. Depois, chegou o Clandestino que abriu ainda mais. Então, não tenho esse problema mais. Eu tinha há um tempo atrás. Na época em que não havia estúdios caseiros e precisava pagar muita grana pra um estúdio. Agora tudo mudou. Acho muito positivo. Qualquer banda fazendo alguns shows pode comprar uma pequena máquina, e o preço que iam pagar pra gravar um disco em um estúdio, eles podem comprar o material e gravar três, quatro discos. Mudou tudo. A produção é mais fácil agora do que a 15 ou 20 anos. Naquela época, você dependia de um estúdio. E estava sempre trabalhando contra o relógio. Em casa você não trabalha contra o relógio, pode esperar a inspiração. Pra mim é bom.
Que importância tu vê na imprensa alternativa como divulgadora da cultura?
Acho que é muito importante. Porque a imprensa, rádio e tv mainstream tem muito monopólio no mundo inteiro. Tem muito business pelo meio. Então, todas essas rádios alternativas, jornal alternativo, pouco a pouco vai chegar a televisão alternativa. Aí está a importância da internet, que dá mais opções para as pessoas contrastarem informações. De formarem a sua própria opinião sobre as coisas. Não é só a opinião única que chega a cada dia pela televisão. Você com fanzine, com rádio alternativa que tem muito por ai rolando. Não sei no Brasil, mas na Argentina agora tem muita rádio alternativa. Acho que sempre é importante que a gente possa ter a nossa própria opinião das coisas.
Qual o seu time aqui no Brasil?
Não vou falar. Isso é uma coisa pessoal. Por respeito aos outros times. No me gusta falar. Tenho os meus times, mas não tem porque ser divulgado. Por uma razão básica, gosto das torcidas e não gosto dos presidentes dos times. Mesmo dos presidentes dos times que eu gosto. Então, não quero fazer publicidade para eles.
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#CADÊ MEU CHINELO?
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
EXCLUSIVO! RODRIGO LACERDA, O HOMEM DO VÍRUS
# noéntrevista #
Um bate papo exclusivo com o cara que causou a maior pane na história do orkut
per Arlei 'xuxu-beleza' Arnt
Onde você mora, sua idade e o que você faz?
Tenho 20 anos e atualmente só estudo. Cursando Mecânica de Precisão na FATEC-SP
E desde quando você manja e entende de informática?
Desde 2003 eu comecei a me interessar mais por programação, mas em 2005 comecei a ficar mais ligado no assunto.
Você disse no seu blog que tinha a mente perversa. O que você fazia de perverso?
Ano passado, quando descobri outro bug no orkut que permitia também mandar códigos por scraps eu tive a idéia de criar um script que se ploriferasse da mesma forma que esse, mas ele no lugar de apenas se espalhar, também roubaria informações dos usuários. Em novembro do mesmo ano eu cheguei a criar um script que transferia automáticamente todas as comunidades de um perfil inocente para o "hacker".
Mas você tinha intenções maldosas de usar essas informações?
Não, na verdade a maldade se limitava apenas ao orkut mesmo.
Me lembro dos scraps com código, posso dizer que me diverti aquele dia. É possível dizer que vc ensinou esse recurso ao orkut?
Não, o orkut apenas ficou um pouco mais maduro, estava ficando muito atrás de sites como MySpace. Era divertido porque as pessoas não conseguiam ver o risco que isso trazia, o que eu fiz esta semana eu poderia ter feito no ano passado se soubesse como fazê-lo.
Como tem sido esses 2 últimos dias de fama? Muitas perguntas, ofensas, ameaças, elogios?
De tudo o que você falou, um pouco. Mas fiquei impressionado como isso repercutiu por ai, e tenho recebido mais elogios do que ofensas. Talvez seja porque as pessoas percebem que eu poderia realmente perejudicá-las, e simpatizaram por não ter feito isso.
Meu caso. Você tem medo de sofrer algum processo? Há alguma assessoria jurídica pra te orientar?
Não vejo motivos para ser processado. Pelo pouco que conheço sobre os crimes de informática, nada foi instalado no computador das pessoas, então elas não foram lesadas por isso. Mas não sei, quem sabe alguém tente algo. Já vi alguém falando que encaminharia o caso ao MPF.
Apesar do nome 'vírus', não era um vírus. É nesse argumento que você se salva né?
Isso. Um amigo, Vinícius K-Max, que também ficou conhecido por um feito em janeiro de 2005 diz que o nome vírus assustou as pessoas, e que seria mais correto chamá-lo de "worm". Apesar de saber disso, preferi chamar de vírus para as pessoas entenderem melhor como ele se espalha. Se você se infectou você pode infectar outra pessoa. Já o nome worm poucos entenderiam.
Ainda é possível outras pessoas fazerem algo parecido? que risco corremos? seu alerta é importante até que ponto?
A falha foi corrigida, mas outras podem aparecer. Falei em uma comunidade que participo que nas próximas falhas vão aparecer muitas pessoas tentando fazer o mesmo. Eu acredito que conseguirão, e outras pessoas usarão para o mal sim. Ficou evidente que é possível criar um efeito dominó no orkut, e acredito que eles não irão resolver isso. Mas a minha parte eu fiz, provei que é possível.
Qual a sensação que você sente depois de tudo isso?
É difícil dizer, mas é uma realização pessoal. Como já falei, tive a idéia há mais de 1 ano, mas na época não tinha conhecimentos o suficiente.
Pretende aprontar mais? O que?
Eu já parei para pensar nisso. Percebi que quando o final do ano se aproxima eu sempre apronto uma coisa realmente. Não sei o que vou fazer na próxima, mas certamente se eu fizer, vai ser algo que ninguém fez.
Cara, parabenz pela repercussao que vc causou, te desejo boa sorte. Um abraço, pruma pessoa libertária como eu, são essas atitudes que nos enchem de motivação pra sabotar com poesia. Até a próxima!
Ah, você pode colocar na entrevista que eu mandei um beijo para a minha namorada? Prometi a ela que deixaria um
Logic.
Um bate papo exclusivo com o cara que causou a maior pane na história do orkut
per Arlei 'xuxu-beleza' Arnt
Onde você mora, sua idade e o que você faz?
Tenho 20 anos e atualmente só estudo. Cursando Mecânica de Precisão na FATEC-SP
E desde quando você manja e entende de informática?
Desde 2003 eu comecei a me interessar mais por programação, mas em 2005 comecei a ficar mais ligado no assunto.
Você disse no seu blog que tinha a mente perversa. O que você fazia de perverso?
Ano passado, quando descobri outro bug no orkut que permitia também mandar códigos por scraps eu tive a idéia de criar um script que se ploriferasse da mesma forma que esse, mas ele no lugar de apenas se espalhar, também roubaria informações dos usuários. Em novembro do mesmo ano eu cheguei a criar um script que transferia automáticamente todas as comunidades de um perfil inocente para o "hacker".
Mas você tinha intenções maldosas de usar essas informações?
Não, na verdade a maldade se limitava apenas ao orkut mesmo.
Me lembro dos scraps com código, posso dizer que me diverti aquele dia. É possível dizer que vc ensinou esse recurso ao orkut?
Não, o orkut apenas ficou um pouco mais maduro, estava ficando muito atrás de sites como MySpace. Era divertido porque as pessoas não conseguiam ver o risco que isso trazia, o que eu fiz esta semana eu poderia ter feito no ano passado se soubesse como fazê-lo.
Como tem sido esses 2 últimos dias de fama? Muitas perguntas, ofensas, ameaças, elogios?
De tudo o que você falou, um pouco. Mas fiquei impressionado como isso repercutiu por ai, e tenho recebido mais elogios do que ofensas. Talvez seja porque as pessoas percebem que eu poderia realmente perejudicá-las, e simpatizaram por não ter feito isso.
Meu caso. Você tem medo de sofrer algum processo? Há alguma assessoria jurídica pra te orientar?
Não vejo motivos para ser processado. Pelo pouco que conheço sobre os crimes de informática, nada foi instalado no computador das pessoas, então elas não foram lesadas por isso. Mas não sei, quem sabe alguém tente algo. Já vi alguém falando que encaminharia o caso ao MPF.
Apesar do nome 'vírus', não era um vírus. É nesse argumento que você se salva né?
Isso. Um amigo, Vinícius K-Max, que também ficou conhecido por um feito em janeiro de 2005 diz que o nome vírus assustou as pessoas, e que seria mais correto chamá-lo de "worm". Apesar de saber disso, preferi chamar de vírus para as pessoas entenderem melhor como ele se espalha. Se você se infectou você pode infectar outra pessoa. Já o nome worm poucos entenderiam.
Ainda é possível outras pessoas fazerem algo parecido? que risco corremos? seu alerta é importante até que ponto?
A falha foi corrigida, mas outras podem aparecer. Falei em uma comunidade que participo que nas próximas falhas vão aparecer muitas pessoas tentando fazer o mesmo. Eu acredito que conseguirão, e outras pessoas usarão para o mal sim. Ficou evidente que é possível criar um efeito dominó no orkut, e acredito que eles não irão resolver isso. Mas a minha parte eu fiz, provei que é possível.
Qual a sensação que você sente depois de tudo isso?
É difícil dizer, mas é uma realização pessoal. Como já falei, tive a idéia há mais de 1 ano, mas na época não tinha conhecimentos o suficiente.
Pretende aprontar mais? O que?
Eu já parei para pensar nisso. Percebi que quando o final do ano se aproxima eu sempre apronto uma coisa realmente. Não sei o que vou fazer na próxima, mas certamente se eu fizer, vai ser algo que ninguém fez.
Cara, parabenz pela repercussao que vc causou, te desejo boa sorte. Um abraço, pruma pessoa libertária como eu, são essas atitudes que nos enchem de motivação pra sabotar com poesia. Até a próxima!
Ah, você pode colocar na entrevista que eu mandei um beijo para a minha namorada? Prometi a ela que deixaria um
Logic.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
INFECTADOS PELO VÍRUS DO ORKUT
ELEVADOR LACERDA
Esta madrugada foi em claro. O perfil da revista no Orkut recebeu 3 recados seguidos: "2008 vem aí... Que ele comece mto bem pra vc...". E, em tom cinza bem fraco, logo abaixo, "RL Wed Dec 19 2007 01:08:15 GMT-0200".
Quando fomos responder ao mandatário do terceiro recado, pra saber porque ele também tava enviando o mesmo recado, essa função ficou bloqueada pelo Orkut. Pois bem, ficou nisso, fui votar numa enquete, não dava, fui postar um comentário, não dava, fui colocar um vídeo novo (da Amy Winehouse), também não dava. Diabo é isso? A conta será deletada novamente? Meu PC tá infectado com essa bosta de vírus? Porra! Sempre aparecia uma mensagem: "Você está temporariamente impedido de executar esta ação. Tente novamente mais tarde." Fui atrás dos serviços e ajudas e blogs do orkut saber o que se passava. Aos poucos fui descobrindo que foi uma madrugada histórica na vida do Orkut.
Rodrigo Lacerda é hacker de primeira linha. Foi ele que recentemente divulgou o jeito de espiar recados bloqueados. Mas enfim, o que ele fez hoje? Acontece que ao você ler este recado no seu scrapbook, ele roda um flash escondido, que roda um código javascript, que faz você participar de uma comunidade e mandar o mesmo recado para todos da sua lista de amigos. A comunidade 'Infectado pelo vírus do orkut, em pouco mais de um dia de criação, tem mais de 600 mil membros. Inacreditável! Ainda mais que a extrema maioria entrou sem vontade própria!
Segundo Lacerda, "Fui encontrado por conta da assinatura RodLac, que eu fiz questão de colocar. Esqueci que uso esse nick fora do orkut também". É no momento o cara mais amado e odiado do orkut. Sim, amado, pois a maioria vem o classificando de hacker do bem. Rodrigo explica porque não há nenhum mal: "Primeiro de tudo, não tem nenhum vírus instalado no seu computador, Tudo isso é feito por JavaScript, uma linguagem que é interpretada apenas pelo seu navegador, independente do seu sistema operacional. Isso explica porque ele é "cross-plataform". Então, para reforçar, nada é instalado no seu computador. O nome vírus foi dado pela forma como ele se plorifelarava, e não por ser um vírus propriamente dito. Sobre as pessoas que disseram não conseguir mais enviar, responder e apagar scraps ou fazer qualquer ação no orkut, a explicação é o que o pessoal lá costuma chamar de filtro. Se você executa várias dessas ações em um intervalo de tempo muito curto, você é identificado como um spammer, e ai o orkut te deixa por um tempo sem poder fazer nada disso. Mas é só esperar que volta ao normal."
No seu manifesto "Como baguncei o seu orkut em um dia", Rodrigo conta que "Era 8 de agosto do ano passado quando descobri uma forma de inserir tags HTML no orkut, a informação vazou dia 13 e isso foi o suficiente para fazer milhares de pessoas sair enviando fotos para seus amigos e achando isso muito legal. Bom, na época eu tinha uma mente perversa. Eu pensava em construir algo que se espalhasse pelo orkut e eu conseguisse roubar o maior número possível de perfis, mas eu não entendia nada de javascript. Hoje eu tenho um nível razoável com a linguagem, e vi que era novamente possível colocar a idéia em prática, mas não para roubar nem prejudicar ninguém, e sim para ver que proporção isso poderia tomar se fosse usado para o mal. Resolvi então criar a comunidade Infectados pelo Vírus do Orkut e fazer as pessoas entrarem nela e espalhar o código por ai".
O vírus funciona assim: "você lê o scrap com o código; ele injeta um código javascript no seu navegador; o código faz você entrar na comunidade; coleta a sua lista de amigos; envia o recado com o código para eles". Resumindo, não era preciso clicar em nada, bastava você ler o recado, e já tava na comuna dele e ao mesmo tempo repassando o recado pra todos seus amigos. E claro, impedido de fazer qualquer coisa no orkut, a não ser observar, principalmente a tal comunidade, que crescia a cada segundo. Rodrigo mostrou, através desse 'vírus do bem', como o orkut está desprotegido de ameaças 'do mal'.
Alguns conselhos para quem quer evitar o tal vírus ou outros parecidos, para quem usa Internet Explorer:
1. Clique na aba "Ferramentas" do seu Internet Explorer. Se a sua versão é a 7, ela só aparece se você apertar o botão "Alt".
2. Em seguida, abra "Opções da Internet" e clique na aba "Segurança".
3. Surgirá um ícone intitulado "sites restritos". Clique nele e em seguida em "sites".
4. Digite na caixa "files.myopera.com" sem as aspas, e clique em "Adicionar".
5. Pronto. Você já pode navegar no orkut sem espalhar esse vírus.
Para quem usa Firefox, utilize o aplicativo 'flashblock'.
Esta madrugada foi em claro. O perfil da revista no Orkut recebeu 3 recados seguidos: "2008 vem aí... Que ele comece mto bem pra vc...". E, em tom cinza bem fraco, logo abaixo, "RL Wed Dec 19 2007 01:08:15 GMT-0200".
Quando fomos responder ao mandatário do terceiro recado, pra saber porque ele também tava enviando o mesmo recado, essa função ficou bloqueada pelo Orkut. Pois bem, ficou nisso, fui votar numa enquete, não dava, fui postar um comentário, não dava, fui colocar um vídeo novo (da Amy Winehouse), também não dava. Diabo é isso? A conta será deletada novamente? Meu PC tá infectado com essa bosta de vírus? Porra! Sempre aparecia uma mensagem: "Você está temporariamente impedido de executar esta ação. Tente novamente mais tarde." Fui atrás dos serviços e ajudas e blogs do orkut saber o que se passava. Aos poucos fui descobrindo que foi uma madrugada histórica na vida do Orkut.
Rodrigo Lacerda é hacker de primeira linha. Foi ele que recentemente divulgou o jeito de espiar recados bloqueados. Mas enfim, o que ele fez hoje? Acontece que ao você ler este recado no seu scrapbook, ele roda um flash escondido, que roda um código javascript, que faz você participar de uma comunidade e mandar o mesmo recado para todos da sua lista de amigos. A comunidade 'Infectado pelo vírus do orkut, em pouco mais de um dia de criação, tem mais de 600 mil membros. Inacreditável! Ainda mais que a extrema maioria entrou sem vontade própria!
Segundo Lacerda, "Fui encontrado por conta da assinatura RodLac, que eu fiz questão de colocar. Esqueci que uso esse nick fora do orkut também". É no momento o cara mais amado e odiado do orkut. Sim, amado, pois a maioria vem o classificando de hacker do bem. Rodrigo explica porque não há nenhum mal: "Primeiro de tudo, não tem nenhum vírus instalado no seu computador, Tudo isso é feito por JavaScript, uma linguagem que é interpretada apenas pelo seu navegador, independente do seu sistema operacional. Isso explica porque ele é "cross-plataform". Então, para reforçar, nada é instalado no seu computador. O nome vírus foi dado pela forma como ele se plorifelarava, e não por ser um vírus propriamente dito. Sobre as pessoas que disseram não conseguir mais enviar, responder e apagar scraps ou fazer qualquer ação no orkut, a explicação é o que o pessoal lá costuma chamar de filtro. Se você executa várias dessas ações em um intervalo de tempo muito curto, você é identificado como um spammer, e ai o orkut te deixa por um tempo sem poder fazer nada disso. Mas é só esperar que volta ao normal."
No seu manifesto "Como baguncei o seu orkut em um dia", Rodrigo conta que "Era 8 de agosto do ano passado quando descobri uma forma de inserir tags HTML no orkut, a informação vazou dia 13 e isso foi o suficiente para fazer milhares de pessoas sair enviando fotos para seus amigos e achando isso muito legal. Bom, na época eu tinha uma mente perversa. Eu pensava em construir algo que se espalhasse pelo orkut e eu conseguisse roubar o maior número possível de perfis, mas eu não entendia nada de javascript. Hoje eu tenho um nível razoável com a linguagem, e vi que era novamente possível colocar a idéia em prática, mas não para roubar nem prejudicar ninguém, e sim para ver que proporção isso poderia tomar se fosse usado para o mal. Resolvi então criar a comunidade Infectados pelo Vírus do Orkut e fazer as pessoas entrarem nela e espalhar o código por ai".
O vírus funciona assim: "você lê o scrap com o código; ele injeta um código javascript no seu navegador; o código faz você entrar na comunidade; coleta a sua lista de amigos; envia o recado com o código para eles". Resumindo, não era preciso clicar em nada, bastava você ler o recado, e já tava na comuna dele e ao mesmo tempo repassando o recado pra todos seus amigos. E claro, impedido de fazer qualquer coisa no orkut, a não ser observar, principalmente a tal comunidade, que crescia a cada segundo. Rodrigo mostrou, através desse 'vírus do bem', como o orkut está desprotegido de ameaças 'do mal'.
Alguns conselhos para quem quer evitar o tal vírus ou outros parecidos, para quem usa Internet Explorer:
1. Clique na aba "Ferramentas" do seu Internet Explorer. Se a sua versão é a 7, ela só aparece se você apertar o botão "Alt".
2. Em seguida, abra "Opções da Internet" e clique na aba "Segurança".
3. Surgirá um ícone intitulado "sites restritos". Clique nele e em seguida em "sites".
4. Digite na caixa "files.myopera.com" sem as aspas, e clique em "Adicionar".
5. Pronto. Você já pode navegar no orkut sem espalhar esse vírus.
Para quem usa Firefox, utilize o aplicativo 'flashblock'.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
A TUBA DO PINDZIM
# o canal da massa #
TV Dilúvio apresenta: Cibelle
Para aqueles que estão aqui na província e não conseguem assistir aos bons shows que acontecem no Rio, uma boa maneira de amenizar a tristeza é assistir aos vídeos produzidos pelo fake do bem de alcunha Pindzim, através de sua Tuba no U2B. Abaixo um vídeo da melhor cantora do Brasil, ou uma das melhores, no Tim Festival. Mais vídeos de Pindzim você assiste em http://www.youtube.com/user/Pindzim
TV Dilúvio apresenta: Cibelle
Para aqueles que estão aqui na província e não conseguem assistir aos bons shows que acontecem no Rio, uma boa maneira de amenizar a tristeza é assistir aos vídeos produzidos pelo fake do bem de alcunha Pindzim, através de sua Tuba no U2B. Abaixo um vídeo da melhor cantora do Brasil, ou uma das melhores, no Tim Festival. Mais vídeos de Pindzim você assiste em http://www.youtube.com/user/Pindzim
terça-feira, 13 de novembro de 2007
EGILDO PEREIRA
# o canal da massa #
TV DILÚVIO apresenta: Egildo Vieira
txt, img e edc: Guilherme Carlin
Esta apresentação faz parte do projeto musical Sonora Brasil, promovido pelo SESC, com circulação nacional. Egildo Vieira é multinstrumentista, compositor, pesquisador e inventor de instrumentos com timbres e afinações diferentes, a partir de materiais específicos, como cabaça, bambu e taquara.
Fundador do Quinteto Armorial, inspirado por Ariano Suassuna, Egildo fez experiências com a música escrita e a música produzida pelos cantadores, emboladores, cantadores de coco e rezadeiras. Chegou a criar vários conjuntos de choro e até hoje pesquisa e produz instrumentos como: pífanos, ariano, marimpífano, pirrabecado e violãobaço.
TV DILÚVIO apresenta: Egildo Vieira
txt, img e edc: Guilherme Carlin
Esta apresentação faz parte do projeto musical Sonora Brasil, promovido pelo SESC, com circulação nacional. Egildo Vieira é multinstrumentista, compositor, pesquisador e inventor de instrumentos com timbres e afinações diferentes, a partir de materiais específicos, como cabaça, bambu e taquara.
Fundador do Quinteto Armorial, inspirado por Ariano Suassuna, Egildo fez experiências com a música escrita e a música produzida pelos cantadores, emboladores, cantadores de coco e rezadeiras. Chegou a criar vários conjuntos de choro e até hoje pesquisa e produz instrumentos como: pífanos, ariano, marimpífano, pirrabecado e violãobaço.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
ISRAEL VIBRATION
# porco e alma #
Israel Vibration – o legado da força de vontade
txt: Luis Henrique Vieira
phts: Rodrigo Avila Colla
Antes de fazer quatro shows em Porto Alegre, o Israel Vibration teve vasta bagagem de música e vida que, sem dúvida, merece ser relatada. O trio formado por Wiss (Lascelle Bulgin), Skelly (Cecil Spence) e Apple Gabriel (Albert Craig) se conheceu ainda na infância no Centro de Reabilitação Mona, onde estavam internados em função de serem portadores de poliomielite, em Kingston, na Jamaica. Os três tinham menos de cinco anos de idade. Mais tarde, foram expulsos do Centro por causa da prática do Rastafari (uso de maconha e por não cortarem os cabelos).
Influenciados pela música, principalmente, de Bob Marley e Dennis Brown, encontraram no Reggae o caminho para expressar sua espiritualidade. Em 1978, gravaram o primeiro trabalho denominado “Same Song”. Talvez por motivos financeiros, pirataria musical e falta de apoio, a carreira do Israel Vibration despencou, o que levou o grupo a se separar em 1983.
Os três se dirigiram aos EUA para obter tratamento médico adequado à polio. Em 1988, conheceram o norte-americano Gary Himelfarb, mais conhecido como Dr. Dread, (presidente e fundador da gravadora Ras Records), que os incentivou a voltarem a cantar com a frase “unidade é força”. Dr. Dread bancou turnês do Israel Vibration pelos EUA e posteriormente os álbuns Strenght of My Life, Praises, Forever, Vibes Alive, IV, On The Rock e Free To Move. Daí em diante, foram décadas de sucesso que marcaram muitas gerações de regueiros. Em 1997, Apple saiu do trio para iniciar carreira solo.
O Israel se apresentou pela primeira vez em Porto Alegre em janeiro de 2005, mostrando ao público um pouco do que foi sua história musical. O inegável carisma de Skelly e Wiss, acompanhado da técnica da banda Roots Radics, proporcionou à capital gaúcha no mesmo ano mais um show mostrando um pouco mais de seus hit´s, para o delírio do público local. Com mais um sucesso no Opinião, o Israel foi levado a gravar, em 2006, um DVD ao vivo na casa de shows. Ainda não há informações sobre possível lançamento do show gravado na capital.
Por fim, chegamos ao quarto show em Porto Alegre em apenas três anos. No último dia 18 de setembro, a dupla esteve presente mais uma vez no palco do Opinião, novamente acompanhada da Roots Radics, porém com formação reduzida. A casa estava mais uma vez lotada para receber as novas canções do mais recente álbum, “Stamina”. As novas músicas mostram que não seu perdeu a “pegada” do grupo. No show, Skelly e Wiss novamente dançaram, cantaram e sorriram como sempre, mesmo com a dificuldade de ter de usar muletas. Alguns hit´s históricos não foram esquecidos como “Same Song”, “Cool and Calm” e “Vultures”, levando à participação massiva por parte do público. Ou seja, Israel Vibration é sucesso absoluto para os regueiros da capital gaúcha ou mesmo para aqueles que curtem qualquer música feita com o coração e apreciam o legado de força de vontade.
Israel Vibration – o legado da força de vontade
txt: Luis Henrique Vieira
phts: Rodrigo Avila Colla
Antes de fazer quatro shows em Porto Alegre, o Israel Vibration teve vasta bagagem de música e vida que, sem dúvida, merece ser relatada. O trio formado por Wiss (Lascelle Bulgin), Skelly (Cecil Spence) e Apple Gabriel (Albert Craig) se conheceu ainda na infância no Centro de Reabilitação Mona, onde estavam internados em função de serem portadores de poliomielite, em Kingston, na Jamaica. Os três tinham menos de cinco anos de idade. Mais tarde, foram expulsos do Centro por causa da prática do Rastafari (uso de maconha e por não cortarem os cabelos).
Influenciados pela música, principalmente, de Bob Marley e Dennis Brown, encontraram no Reggae o caminho para expressar sua espiritualidade. Em 1978, gravaram o primeiro trabalho denominado “Same Song”. Talvez por motivos financeiros, pirataria musical e falta de apoio, a carreira do Israel Vibration despencou, o que levou o grupo a se separar em 1983.
Os três se dirigiram aos EUA para obter tratamento médico adequado à polio. Em 1988, conheceram o norte-americano Gary Himelfarb, mais conhecido como Dr. Dread, (presidente e fundador da gravadora Ras Records), que os incentivou a voltarem a cantar com a frase “unidade é força”. Dr. Dread bancou turnês do Israel Vibration pelos EUA e posteriormente os álbuns Strenght of My Life, Praises, Forever, Vibes Alive, IV, On The Rock e Free To Move. Daí em diante, foram décadas de sucesso que marcaram muitas gerações de regueiros. Em 1997, Apple saiu do trio para iniciar carreira solo.
O Israel se apresentou pela primeira vez em Porto Alegre em janeiro de 2005, mostrando ao público um pouco do que foi sua história musical. O inegável carisma de Skelly e Wiss, acompanhado da técnica da banda Roots Radics, proporcionou à capital gaúcha no mesmo ano mais um show mostrando um pouco mais de seus hit´s, para o delírio do público local. Com mais um sucesso no Opinião, o Israel foi levado a gravar, em 2006, um DVD ao vivo na casa de shows. Ainda não há informações sobre possível lançamento do show gravado na capital.
Por fim, chegamos ao quarto show em Porto Alegre em apenas três anos. No último dia 18 de setembro, a dupla esteve presente mais uma vez no palco do Opinião, novamente acompanhada da Roots Radics, porém com formação reduzida. A casa estava mais uma vez lotada para receber as novas canções do mais recente álbum, “Stamina”. As novas músicas mostram que não seu perdeu a “pegada” do grupo. No show, Skelly e Wiss novamente dançaram, cantaram e sorriram como sempre, mesmo com a dificuldade de ter de usar muletas. Alguns hit´s históricos não foram esquecidos como “Same Song”, “Cool and Calm” e “Vultures”, levando à participação massiva por parte do público. Ou seja, Israel Vibration é sucesso absoluto para os regueiros da capital gaúcha ou mesmo para aqueles que curtem qualquer música feita com o coração e apreciam o legado de força de vontade.
CRISTIANO, SUJEITO SIMPLES
# o canal da massa #
TV DILÚVIO apresenta: Cristiano, Sujeito Simples
video-documentário sobre um sujeito chamado Cristiano. Morador de rua e portador de HIV, ele fala de sua luta e vivência.
Direção: Pablo Francischelli e Tiago Jucá. Porto Alegre, 2002.
TV DILÚVIO apresenta: Cristiano, Sujeito Simples
video-documentário sobre um sujeito chamado Cristiano. Morador de rua e portador de HIV, ele fala de sua luta e vivência.
Direção: Pablo Francischelli e Tiago Jucá. Porto Alegre, 2002.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
COMÉRCIO JUSTO
Licenças Livres e a Multiplicação do Conhecimento (mix version)
txt: Tiago Jucá Oliveira
clb: Pedro Jatobá e Isaias Morto
O que seria desta revista não fosse o plágio? O nome - dilúvio - foi tirado da bíblia, e o slogan - não chove no molhado - copiamos de uma expressão popular. E como seria possível realizar esta reportagem sem se apropriar de idéias alheias como se fossem nossas? De que forma poderíamos nos expressar sem que houvesse, ao longo da evolução humana, o aprimoramento do conhecimento que a partir de agora passamos a abordar e defender? De acordo com o grupo Critical Art Ensemble, "o plágio tem sido há muito considerado um mal no mundo cultural, visto como um roubo de linguagem, idéias e imagens executado pelos menos talentosos. Talvez as ações dos plagiadores sejam as que mais contribuem para o enriquecimento cultural. Antes do Iluminismo, o plágio tinha sua utilidade na disseminação das idéias. Um poeta inglês podia se apropriar de um soneto de Petrarca, traduzi-lo e dizer que era seu".
Quem enriquece o pensamento acima é o escritor italiano Wu Ming 1: "se houvesse existido a propriedade intelectual, a humanidade não haveria conhecido a Ilíada e a Odisséia, a Bíblia e o Corão, todos eles felizes produtos de um amplo processo de mistura e combinação, re-escritura e transformação, isto é, de 'plágio', unido a uma livre difusão e a exibições diretas". O direito intelectual é conseqüência do novo modo de produção literária pós-Gutenberg. A primeira lei a respeito do assunto, surgida na Inglaterra em 1710, vem como o objetivo de proteger os autores. A legislação inglesa daquele ano dava ao criador o direito exclusivo sobre um livro por 14 anos e, se o autor ainda estivesse vivo quano o direito expirasse, poderia renovar o direito por mais 14 anos.
Após o ano de 1710, sucessivas mudanças acontecem. Os americanos, em 1790, copiam a lei inglesa, e estabelecem os mesmos 14 anos de direito autoral renováveis por mais 14. Conforme algumas obras venciam seus prazos e caíam em domínio público, as editoras passaram a pressionar o congresso dos EUA para aumentar esses prazos, até atingir, em 1998, através do Ato Sonny Bono de Extensão, os excessivos 95 anos de direito exclusivo sobre uma obra, mesmo sem que o autor a registre. O caso foi apelidado como Mickey Mouse Protection Act, pois a Disney estava preocupada que o famigerado rato caísse em domínio público em 2003. Mas, assim como o Mickey, outros tantos personagens de Disney são recriações de lendas e obras de domínio público: Robin Hood, Peter Pan, Pinóquio, etc.
"Deve o cidadão, sequer por um momento, renunciar à sua consciência em favor do legislador? Então por que todo homem tem uma consciência?", pergunta Henry Thoreau. Ele mesmo responde: "penso que devemos ser homens, em primeiro lugar, e depois súditos. A lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem-intencionados transformam-se diariamente em agentes da injustiça". Hoje em dia é difícil encontrar quem nunca transgrediu alguma lei de direitos autorais. Todos responsáveis pela difusão e recombinação do conhecimento de uma maneira jamais vista. Se antes dos direitos autorais tínhamos uma cultura oral e livre, reproduzida no boca a boca, agora temos diversas opções de interação entre autor, obra e público. A tecnologia oferece variadas formas de produzir, copiar, colar, transmitir, reproduzir e transformar obras culturais. Mas uma barreira ligeslativa impede isso, ou tenta impedir. Wu Ming 1 alerta que "a cada dia milhês de pessoas violam o copyright". A desobediência civil, para Pablo Ortellado, "é uma violação pública das leis motivada por seu caráter ilegítimo e não reconhece que a lei que está sendo infringida seja justa".
Nem todos desobedecem por opção ideológica. Muitos marginalizam-se por motivos econômicos. Utilizam-se de tecnologias para reproduzir obras com qualidade inferior à original e revende-las por um preço mais barato. O paulistano Luciano complementa o orçamento da casa através da venda de CDs piratas. Fatura mais de 300 reais mensais pra ajudar no sustento do lar. As ruas centrais das grandes cidades brasileiras estão tomadas por camelôs, que vendem todo tipo de produto pirata. Por elas circulam pessoas como o paranaense Luís, porém sem os 30 reais necessários pra comprar os CDs originais de seus ídolos.
Nossa cultura recombinante teve uma boa pincelada com o movimento hip hop. No começo dos anos 80, o Sugar Hill Gang pega a base de "Good Times", sucesso do Chic, e transforma em "Rapper's Delight. Foi um dos primeiros e importantes passos do rap, mas não impediu que o Chic tentasse instalar um processo por plágio. A briga travada pela indústria cultural em nome dos direitos autorais talvez não existisse caso ela própria não tivesse inventado suas tecnologias. "As mesmas corporações que vendem samplers, fotocopiadoras, scanners e masterizadores se descobrem prejudicadas pelo uso de tais instrumentos".
Assim, hoje vemos uma imensidão de obras culturais presas pelo copyright. Filmes já sem mercado comercial decompondo-se com o tempo e que não podem ser digitalizados, livros raros apodrecendo que não são copiados ou traduzidos e discos fora de catálogo sem permissão de chegar aos ouvidos.
Com o avanço tecnológico e com as contradições das obsoletas leis autorais, muitos artistas optaram por disponibilizar suas obras com licença livre. O caso da banda recifense Mombojó é o mais curioso. Ela lançou seu primeiro CD - Nadadenovo - pra ser vendido, e ao mesmo tempo o deixou liberado para download no seu site. O CD vendeu em torno de 20 mil exemplares em todo Brasil. Shows nas maiores cidades do país, participações em festivais e eventos importantes e contrato com a gravadora Trama. De acordo com o guitarrista Marcelo Machado, colocar as músicas na internet "ajudou a aumentar as pessoas que vão aos shows e cantam as músicas. E quem gosta, compra o CD. Outro integrante do Mombojó, Marcelo Campello, também liberou seu disco de carreira solo, pois tem certeza de que o disco cairia na internet "independente da minha vontade, então prefiro canalizar essa energia pra minha página - dessa forma tenho acesso às estatísticas e estabeleço um contato mais direto com as pessoas".
Convidado para fazer a trilha sonora do filme Narradores de Javé, o sergipano DJ Dolores preferiu apenas compor e deixou para outros músicos a missão de remixar a trilha inteira. "Quando você permite que as pessoas mexam na sua música, isso dá possibilidade dela ser várias vezes multiplicada. Quem sabe alguém não faça algo melhor e aquilo estoure?", pergunta Dolores, que já fez turnês pela Europa, onde chegara livremente em formato mp3.
O jornalismo tem muito a progredir com as licenças livres. Faz surgir um elemento antes inviável aos pequenos meios de comunicação: cobertura à distância de fatos e eventos sem a necessecidade do correspondente. Cada meio torna-se uma potente sucursal de outros, e vice-versa. O seu blog pessoal pode cobrir o festival RecBeat, realizado todo ano no Recife, com vídeos do site Recife Rock e incrementa com podcast do site CircuitoPE.
Em todo país brotam experiências colaborativas. São múltiplas as possibilidades de ação. O fortalecimento do conhecimento compartilhado e economias solidárias são objetivos fundamentais, que vamos perseguir em busca do comércio justo entre as pessoas.
txt: Tiago Jucá Oliveira
clb: Pedro Jatobá e Isaias Morto
O que seria desta revista não fosse o plágio? O nome - dilúvio - foi tirado da bíblia, e o slogan - não chove no molhado - copiamos de uma expressão popular. E como seria possível realizar esta reportagem sem se apropriar de idéias alheias como se fossem nossas? De que forma poderíamos nos expressar sem que houvesse, ao longo da evolução humana, o aprimoramento do conhecimento que a partir de agora passamos a abordar e defender? De acordo com o grupo Critical Art Ensemble, "o plágio tem sido há muito considerado um mal no mundo cultural, visto como um roubo de linguagem, idéias e imagens executado pelos menos talentosos. Talvez as ações dos plagiadores sejam as que mais contribuem para o enriquecimento cultural. Antes do Iluminismo, o plágio tinha sua utilidade na disseminação das idéias. Um poeta inglês podia se apropriar de um soneto de Petrarca, traduzi-lo e dizer que era seu".
Quem enriquece o pensamento acima é o escritor italiano Wu Ming 1: "se houvesse existido a propriedade intelectual, a humanidade não haveria conhecido a Ilíada e a Odisséia, a Bíblia e o Corão, todos eles felizes produtos de um amplo processo de mistura e combinação, re-escritura e transformação, isto é, de 'plágio', unido a uma livre difusão e a exibições diretas". O direito intelectual é conseqüência do novo modo de produção literária pós-Gutenberg. A primeira lei a respeito do assunto, surgida na Inglaterra em 1710, vem como o objetivo de proteger os autores. A legislação inglesa daquele ano dava ao criador o direito exclusivo sobre um livro por 14 anos e, se o autor ainda estivesse vivo quano o direito expirasse, poderia renovar o direito por mais 14 anos.
Após o ano de 1710, sucessivas mudanças acontecem. Os americanos, em 1790, copiam a lei inglesa, e estabelecem os mesmos 14 anos de direito autoral renováveis por mais 14. Conforme algumas obras venciam seus prazos e caíam em domínio público, as editoras passaram a pressionar o congresso dos EUA para aumentar esses prazos, até atingir, em 1998, através do Ato Sonny Bono de Extensão, os excessivos 95 anos de direito exclusivo sobre uma obra, mesmo sem que o autor a registre. O caso foi apelidado como Mickey Mouse Protection Act, pois a Disney estava preocupada que o famigerado rato caísse em domínio público em 2003. Mas, assim como o Mickey, outros tantos personagens de Disney são recriações de lendas e obras de domínio público: Robin Hood, Peter Pan, Pinóquio, etc.
"Deve o cidadão, sequer por um momento, renunciar à sua consciência em favor do legislador? Então por que todo homem tem uma consciência?", pergunta Henry Thoreau. Ele mesmo responde: "penso que devemos ser homens, em primeiro lugar, e depois súditos. A lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem-intencionados transformam-se diariamente em agentes da injustiça". Hoje em dia é difícil encontrar quem nunca transgrediu alguma lei de direitos autorais. Todos responsáveis pela difusão e recombinação do conhecimento de uma maneira jamais vista. Se antes dos direitos autorais tínhamos uma cultura oral e livre, reproduzida no boca a boca, agora temos diversas opções de interação entre autor, obra e público. A tecnologia oferece variadas formas de produzir, copiar, colar, transmitir, reproduzir e transformar obras culturais. Mas uma barreira ligeslativa impede isso, ou tenta impedir. Wu Ming 1 alerta que "a cada dia milhês de pessoas violam o copyright". A desobediência civil, para Pablo Ortellado, "é uma violação pública das leis motivada por seu caráter ilegítimo e não reconhece que a lei que está sendo infringida seja justa".
Nem todos desobedecem por opção ideológica. Muitos marginalizam-se por motivos econômicos. Utilizam-se de tecnologias para reproduzir obras com qualidade inferior à original e revende-las por um preço mais barato. O paulistano Luciano complementa o orçamento da casa através da venda de CDs piratas. Fatura mais de 300 reais mensais pra ajudar no sustento do lar. As ruas centrais das grandes cidades brasileiras estão tomadas por camelôs, que vendem todo tipo de produto pirata. Por elas circulam pessoas como o paranaense Luís, porém sem os 30 reais necessários pra comprar os CDs originais de seus ídolos.
Nossa cultura recombinante teve uma boa pincelada com o movimento hip hop. No começo dos anos 80, o Sugar Hill Gang pega a base de "Good Times", sucesso do Chic, e transforma em "Rapper's Delight. Foi um dos primeiros e importantes passos do rap, mas não impediu que o Chic tentasse instalar um processo por plágio. A briga travada pela indústria cultural em nome dos direitos autorais talvez não existisse caso ela própria não tivesse inventado suas tecnologias. "As mesmas corporações que vendem samplers, fotocopiadoras, scanners e masterizadores se descobrem prejudicadas pelo uso de tais instrumentos".
Assim, hoje vemos uma imensidão de obras culturais presas pelo copyright. Filmes já sem mercado comercial decompondo-se com o tempo e que não podem ser digitalizados, livros raros apodrecendo que não são copiados ou traduzidos e discos fora de catálogo sem permissão de chegar aos ouvidos.
Com o avanço tecnológico e com as contradições das obsoletas leis autorais, muitos artistas optaram por disponibilizar suas obras com licença livre. O caso da banda recifense Mombojó é o mais curioso. Ela lançou seu primeiro CD - Nadadenovo - pra ser vendido, e ao mesmo tempo o deixou liberado para download no seu site. O CD vendeu em torno de 20 mil exemplares em todo Brasil. Shows nas maiores cidades do país, participações em festivais e eventos importantes e contrato com a gravadora Trama. De acordo com o guitarrista Marcelo Machado, colocar as músicas na internet "ajudou a aumentar as pessoas que vão aos shows e cantam as músicas. E quem gosta, compra o CD. Outro integrante do Mombojó, Marcelo Campello, também liberou seu disco de carreira solo, pois tem certeza de que o disco cairia na internet "independente da minha vontade, então prefiro canalizar essa energia pra minha página - dessa forma tenho acesso às estatísticas e estabeleço um contato mais direto com as pessoas".
Convidado para fazer a trilha sonora do filme Narradores de Javé, o sergipano DJ Dolores preferiu apenas compor e deixou para outros músicos a missão de remixar a trilha inteira. "Quando você permite que as pessoas mexam na sua música, isso dá possibilidade dela ser várias vezes multiplicada. Quem sabe alguém não faça algo melhor e aquilo estoure?", pergunta Dolores, que já fez turnês pela Europa, onde chegara livremente em formato mp3.
O jornalismo tem muito a progredir com as licenças livres. Faz surgir um elemento antes inviável aos pequenos meios de comunicação: cobertura à distância de fatos e eventos sem a necessecidade do correspondente. Cada meio torna-se uma potente sucursal de outros, e vice-versa. O seu blog pessoal pode cobrir o festival RecBeat, realizado todo ano no Recife, com vídeos do site Recife Rock e incrementa com podcast do site CircuitoPE.
Em todo país brotam experiências colaborativas. São múltiplas as possibilidades de ação. O fortalecimento do conhecimento compartilhado e economias solidárias são objetivos fundamentais, que vamos perseguir em busca do comércio justo entre as pessoas.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
AQUI FARROUPILHA
Kassin+2, Pata de Elefante e Monarco
txt: Marexal
phts: Marexal
vds: Marexal e Chong de Nardi
Quinta-feira, noite de 20 de setembro de 2007.
Enquanto o feriado farroupilha vai se acabando eu caminho pelas ruas chuvosas do Menino Deus até a casa de um amigo, de onde sairemos pra uma noitada de shows pela cidade. Apesar do 20 de setembro, data principal dos gaúchos, o roteiro não inclui nenhum show gaudério ou tradicionalista, o que estamos prestes a ver são os shows das bandas Kassin + 2 e Pata de Elefante no palco do opinião. Duas bandas ainda desconhecidas do grande público, mas já respeitadas no uderground e entre apreciadores de rock e MPB.
A Pata de Elefante é uma banda de rock instrumental que movimenta a cena local há mais de 2 anos e que, aos poucos, vem se consolidando no cenário nacional como uma das referências da música de Porto Alegre, na sua veia roqueira. Mas a Pata é uma banda que eu já tive oportunidade de ver em várias ocasiões, o que me fez sair de casa na noite chuvosa do 20 de setembro foi a banda Kassin + 2, que também atende pelos nomes: Moreno + 2 e Domênico + 2. Já havia sido propagandeado o quanto os caras que formam este trio entendem de música e estão por dentro de ótimos projetos da MPB. O disco que conheço e que fiquei muito grato de ouvir chama-se Futurismo, o último do trio. Segundo meu amigo, um cara que tá sempre ligado nas novidades da MPB, a banda no momento atende por Kassin + 2 pelo fato deste último disco ter sido produzido pelo guitarrista e baixista da banda, kassin, que já produziu nomes de peso da música japonesa, ou melhor, brasileira como: Los Hermanos, Vanessa da Mata e Caetano Veloso, por exemplo.
Como havia dito antes, meu amigo é um cara que tá sempre antenado nas novidades da MPB, mas não me expressei direito, na verdade ele é um consumidor compulsivo, não só de novidades, mas da música brasileira como um todo. Por isso mesmo, não lhe passou despercebido que um grande nome do samba estava se apresentando na cidade naquela mesma noite. Chegando a casa dele, fui informado de que, antes de rumarmos pro Opinião, daríamos uma passada no clube Saldanha da Gama, que fica ali ao lado do Beira Rio, para assistirmos ao show de Monarco, da velha guarda da Portela. Eu como todo bom sujeito, topei na hora e pra lá fomos, eu ele e sua namorada.
Chegando ao clube Saldanha da Gama, que mais parece uma quadra de escola de samba, já estava no palco vestido de azul e branco o grande Monarco. Confesso que se passasse pelo cara na rua não saberia de quem se tratava, só conhecia de nome. Acompanhado de uma banda local, caras que eu já havia visto tocando samba na noite porto-alegrense, Monarco manda um repertório certeiro pra quem conhece um pouco de samba cantar junto refrões como: “Portela eu nunca vi coisa mais bela”... Ou “foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar”, grande Paulinho da Viola, ou como chamou Monarco: Paulo da Portela! O show foi excelente pelo repertório, pela voz deste verdadeiro mestre do samba e menos pela banda que não estava a mesma altura, excelentes músicos, mas parecia que faltava um surdo, faltava um cavaquinho, sei lá, o som não ajudava muito também. Mas os caras não comprometeram ao ponto de prejudicar o show, valeu a pena!
Dez minutos após deixarmos as cercanias do Beira-Rio estávamos na frente do Opinião para tomar uns tragos antes de entrar no recinto e ter que amargar a cerveja a seis reais e cinqüenta lá dentro. Logo na chegada uma constatação: público fraquíssimo. Realmente, nem parecia que era dia de show. Tá certo, fui pra lá empolgado por versos do tipo: “Quando você saia, a casa entristecia, as torneiras choravam, as portas esperando, você voltar ”, mas na verdade quem mais conhece esses versos, ou quem mais acha esses versos tão bons assim? Na grande mídia eles não estão, o que pra gurizada que já bebia nos bares ali da frente faz pouca diferença. Passaram-se mais alguns minutos e começávamos a ver figuras conhecidas da cena musical porto-alegrense. Público pequeno sim, mas empolgado.
Lá dentro, começa a Pata de Elefante e pra lá vamos. “Power” trio, mas na verdade são dois “power” trios! Gosto mais quando o Guedes pega a guitarra. A outra formação é a que começa os shows, alguns que vi pelo menos começaram com o prego, também conhecido por Gustavo Telles, na bateria, e o Daniel Mossman na guitarra, depois ele troca com o Gabriel Guedes, ficando com o baixo. Gosto do estilo do Guedes rifs harmônicos e suingue na mão direita.. Gostei da performance deles pra um Opinião ainda quase vazio. Eles não querem nem saber, dá pra perceber o prazer que sentem em tocar, a gana com que tocam seus instrumentos, um rock cult inspirado em The Band e Bob Dylan, segundo relatou o prego em outra ocasião.
A Pata se despediu e sem muita cerimônia os rapazes do Kassin + 2, que eram eles três, mais dois: um que reveza baixo e guitarra com o Kassin, Alberto Continentino , e outro que toca percussão e bateria, Stephane San Juan. Domenico toca bateria, canta e comanda uma mesinha de efeitos e bases pré-gravadas. Moreno, toca violão, canta e toca guitarra e o Kassin canta, toca guitarra e baixo. Pelo que sei os três compõem, é que nesta fase de internet e maquininhas digitais não compro mais cd e acabo não tendo acesso aos encartes e sem saber que música é de quem. Ta certo, como jornalista deveria ter buscado isso na internet e trazer a informação precisa aqui, mas não é a proposta deste texto. Mas enfim, as composições deles são o que mais me agrada, a musicalidade da banda é diferenciada do universo de bandas que estão aí aos milhões hoje em dia.
Que os caras têm um sentido aguçado para compor e arranjar eu já havia percebido ao escutar Futurismo e fiquei muito satisfeito ao vê-los tocar ao–vivo. Uma banda coesa e certeira que oferece várias nuances de melodias e estilos: de ritmos caribenhos a rifs de “guitar bands estilo anos 90”, passando pela Bossa Nova, pelo samba e pelo Jazz. Gostei da fidelidade com que interpretaram as músicas do disco e de como eles trocam de função e o som da banda continua com a mesma identidade. Também gostei de ter conhecido músicas pra mim inéditas como “Deusa do Amor” que, pelo que apurei, é do Bloco Afro Olodum, e já foi gravada em um dos discos anteriores do trio. Saí do Opinião mais do que satisfeito, a lamentar apenas o público pequeno, mas era meio de feriado e véspera de um dia normal de trabalho pra maioria dos que estavam em Porto Alegre.
Na saideira do show ainda encontramos o Ricardinho que nos disse que não está indo mais pra Recife em nome do amor.
– A patroa não quer ir pra longe dos pais, então decidi ficar até o final de 2008 e daí eles me transferem.
– Tá certo, então vamo ali no bigodes comer um xis, tomá mais uma ceva e enrolá o últmo...
txt: Marexal
phts: Marexal
vds: Marexal e Chong de Nardi
Quinta-feira, noite de 20 de setembro de 2007.
Enquanto o feriado farroupilha vai se acabando eu caminho pelas ruas chuvosas do Menino Deus até a casa de um amigo, de onde sairemos pra uma noitada de shows pela cidade. Apesar do 20 de setembro, data principal dos gaúchos, o roteiro não inclui nenhum show gaudério ou tradicionalista, o que estamos prestes a ver são os shows das bandas Kassin + 2 e Pata de Elefante no palco do opinião. Duas bandas ainda desconhecidas do grande público, mas já respeitadas no uderground e entre apreciadores de rock e MPB.
A Pata de Elefante é uma banda de rock instrumental que movimenta a cena local há mais de 2 anos e que, aos poucos, vem se consolidando no cenário nacional como uma das referências da música de Porto Alegre, na sua veia roqueira. Mas a Pata é uma banda que eu já tive oportunidade de ver em várias ocasiões, o que me fez sair de casa na noite chuvosa do 20 de setembro foi a banda Kassin + 2, que também atende pelos nomes: Moreno + 2 e Domênico + 2. Já havia sido propagandeado o quanto os caras que formam este trio entendem de música e estão por dentro de ótimos projetos da MPB. O disco que conheço e que fiquei muito grato de ouvir chama-se Futurismo, o último do trio. Segundo meu amigo, um cara que tá sempre ligado nas novidades da MPB, a banda no momento atende por Kassin + 2 pelo fato deste último disco ter sido produzido pelo guitarrista e baixista da banda, kassin, que já produziu nomes de peso da música japonesa, ou melhor, brasileira como: Los Hermanos, Vanessa da Mata e Caetano Veloso, por exemplo.
Como havia dito antes, meu amigo é um cara que tá sempre antenado nas novidades da MPB, mas não me expressei direito, na verdade ele é um consumidor compulsivo, não só de novidades, mas da música brasileira como um todo. Por isso mesmo, não lhe passou despercebido que um grande nome do samba estava se apresentando na cidade naquela mesma noite. Chegando a casa dele, fui informado de que, antes de rumarmos pro Opinião, daríamos uma passada no clube Saldanha da Gama, que fica ali ao lado do Beira Rio, para assistirmos ao show de Monarco, da velha guarda da Portela. Eu como todo bom sujeito, topei na hora e pra lá fomos, eu ele e sua namorada.
Chegando ao clube Saldanha da Gama, que mais parece uma quadra de escola de samba, já estava no palco vestido de azul e branco o grande Monarco. Confesso que se passasse pelo cara na rua não saberia de quem se tratava, só conhecia de nome. Acompanhado de uma banda local, caras que eu já havia visto tocando samba na noite porto-alegrense, Monarco manda um repertório certeiro pra quem conhece um pouco de samba cantar junto refrões como: “Portela eu nunca vi coisa mais bela”... Ou “foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar”, grande Paulinho da Viola, ou como chamou Monarco: Paulo da Portela! O show foi excelente pelo repertório, pela voz deste verdadeiro mestre do samba e menos pela banda que não estava a mesma altura, excelentes músicos, mas parecia que faltava um surdo, faltava um cavaquinho, sei lá, o som não ajudava muito também. Mas os caras não comprometeram ao ponto de prejudicar o show, valeu a pena!
Dez minutos após deixarmos as cercanias do Beira-Rio estávamos na frente do Opinião para tomar uns tragos antes de entrar no recinto e ter que amargar a cerveja a seis reais e cinqüenta lá dentro. Logo na chegada uma constatação: público fraquíssimo. Realmente, nem parecia que era dia de show. Tá certo, fui pra lá empolgado por versos do tipo: “Quando você saia, a casa entristecia, as torneiras choravam, as portas esperando, você voltar ”, mas na verdade quem mais conhece esses versos, ou quem mais acha esses versos tão bons assim? Na grande mídia eles não estão, o que pra gurizada que já bebia nos bares ali da frente faz pouca diferença. Passaram-se mais alguns minutos e começávamos a ver figuras conhecidas da cena musical porto-alegrense. Público pequeno sim, mas empolgado.
Lá dentro, começa a Pata de Elefante e pra lá vamos. “Power” trio, mas na verdade são dois “power” trios! Gosto mais quando o Guedes pega a guitarra. A outra formação é a que começa os shows, alguns que vi pelo menos começaram com o prego, também conhecido por Gustavo Telles, na bateria, e o Daniel Mossman na guitarra, depois ele troca com o Gabriel Guedes, ficando com o baixo. Gosto do estilo do Guedes rifs harmônicos e suingue na mão direita.. Gostei da performance deles pra um Opinião ainda quase vazio. Eles não querem nem saber, dá pra perceber o prazer que sentem em tocar, a gana com que tocam seus instrumentos, um rock cult inspirado em The Band e Bob Dylan, segundo relatou o prego em outra ocasião.
A Pata se despediu e sem muita cerimônia os rapazes do Kassin + 2, que eram eles três, mais dois: um que reveza baixo e guitarra com o Kassin, Alberto Continentino , e outro que toca percussão e bateria, Stephane San Juan. Domenico toca bateria, canta e comanda uma mesinha de efeitos e bases pré-gravadas. Moreno, toca violão, canta e toca guitarra e o Kassin canta, toca guitarra e baixo. Pelo que sei os três compõem, é que nesta fase de internet e maquininhas digitais não compro mais cd e acabo não tendo acesso aos encartes e sem saber que música é de quem. Ta certo, como jornalista deveria ter buscado isso na internet e trazer a informação precisa aqui, mas não é a proposta deste texto. Mas enfim, as composições deles são o que mais me agrada, a musicalidade da banda é diferenciada do universo de bandas que estão aí aos milhões hoje em dia.
Que os caras têm um sentido aguçado para compor e arranjar eu já havia percebido ao escutar Futurismo e fiquei muito satisfeito ao vê-los tocar ao–vivo. Uma banda coesa e certeira que oferece várias nuances de melodias e estilos: de ritmos caribenhos a rifs de “guitar bands estilo anos 90”, passando pela Bossa Nova, pelo samba e pelo Jazz. Gostei da fidelidade com que interpretaram as músicas do disco e de como eles trocam de função e o som da banda continua com a mesma identidade. Também gostei de ter conhecido músicas pra mim inéditas como “Deusa do Amor” que, pelo que apurei, é do Bloco Afro Olodum, e já foi gravada em um dos discos anteriores do trio. Saí do Opinião mais do que satisfeito, a lamentar apenas o público pequeno, mas era meio de feriado e véspera de um dia normal de trabalho pra maioria dos que estavam em Porto Alegre.
Na saideira do show ainda encontramos o Ricardinho que nos disse que não está indo mais pra Recife em nome do amor.
– A patroa não quer ir pra longe dos pais, então decidi ficar até o final de 2008 e daí eles me transferem.
– Tá certo, então vamo ali no bigodes comer um xis, tomá mais uma ceva e enrolá o últmo...
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
NECO TABOSA
De andada pela tela
txt e entrv: Tiago Jucá Oliveira
Antonio Flavio Tabosa escreveu e dirigiu uma série de sete curtas (mais um oitava somente de créditos) na qual os atores principais são nomes de primeira linha da música metropolitana do Recife. De Andada, de 2001, concede a palavra a Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Jorge du Peixe (Nação Zumbi), Fred 04 (Mundo Livre S/A), Otto, Fábio Trummer (Eddie), Zé Brown (Faces do Subúrbio) e Chupeta, cada um protagonista de um dos curtas. Num breve papo com Neco, ele conta um pouco do projeto.
Como surgiu a idéia do filme.
Em 2000, quando eu ganhei uma grana com outro video, investi cerca de mil reais neles. Fiz tudo, inventei o mote (pra ser lançado por um site que funcionava na época aqui - pioneiro em distribui mp3s www.aponte.com.br - não existe mais), dirigi, produzi (com uma das donas do site) e editei (com um editor de imagens). Os caras que fizeram a animação do video carregando montaram um estudio de animação depois e ganharam um anima mundi web. Uns dois anos depois a gente fez um clipe do Re:Combo - Tá como o diabo gosta -, roteiro meu e direção coletiva, com edição dum cara que vai lançar um longa por agora, Daniel Bandeira.
O De Andada, seguinte, era pra web, daí o plano fixo, parado no cara, no site tinha os mp3 pra baixar, daí a idéia, o cara contava em vídeo a história do cenário que tava na cabeça dele enquanto ele compunha. O vídeo ficava carregando (em capítulos) enquanto o sujeito baixava / ouvia as músicas, ou lia um texto lá no site. Quando lançamos, um jornal daqui disse "primeira série de vídeos produzidos exclusivamente para a web". Eu nunca chequei, mas acho que foi mesmo. Sete capítulos porque eu gosto do numeral, mas dava pra fazer outros mais. Ficamos com o xodó da época: Lirinha, do Cordel - lançando primeiro cd. E medalhoes da cena: Fabio Trummer, Jorge du Peixe, Fred 04, Otto ainda engatinhando com seu som eletrônico.
E foi facil filmar esses caras?
Sim, pouca grana, dois dias de gravação, uma antes do carnaval - quando todo mundo volta pro Recife - segundo dia na quinta-feira de cinzas, Lirinha não dormiu pra gravar. No meio duma avenida barulhenta pra caralho. Um panorama legal da época. Foram os vídeos que fiz que menos repercutiram de crítica, prêmio em festival - nenhum :( - mas eles se comportam muito bem na internet, e são os que até hoje recebo perguntas, parabéns, pedidos de copia.
Tu hoje trampa com video ainda?
Sim. Sou repórter pra prefeitura do Recife numa produtora - REC - que fez Cinema, Aspirinas e Urubus, e hoje me apóia na produção da minha primeira ficção.
========================
txt e entrv: Tiago Jucá Oliveira
Antonio Flavio Tabosa escreveu e dirigiu uma série de sete curtas (mais um oitava somente de créditos) na qual os atores principais são nomes de primeira linha da música metropolitana do Recife. De Andada, de 2001, concede a palavra a Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Jorge du Peixe (Nação Zumbi), Fred 04 (Mundo Livre S/A), Otto, Fábio Trummer (Eddie), Zé Brown (Faces do Subúrbio) e Chupeta, cada um protagonista de um dos curtas. Num breve papo com Neco, ele conta um pouco do projeto.
Como surgiu a idéia do filme.
Em 2000, quando eu ganhei uma grana com outro video, investi cerca de mil reais neles. Fiz tudo, inventei o mote (pra ser lançado por um site que funcionava na época aqui - pioneiro em distribui mp3s www.aponte.com.br - não existe mais), dirigi, produzi (com uma das donas do site) e editei (com um editor de imagens). Os caras que fizeram a animação do video carregando montaram um estudio de animação depois e ganharam um anima mundi web. Uns dois anos depois a gente fez um clipe do Re:Combo - Tá como o diabo gosta -, roteiro meu e direção coletiva, com edição dum cara que vai lançar um longa por agora, Daniel Bandeira.
O De Andada, seguinte, era pra web, daí o plano fixo, parado no cara, no site tinha os mp3 pra baixar, daí a idéia, o cara contava em vídeo a história do cenário que tava na cabeça dele enquanto ele compunha. O vídeo ficava carregando (em capítulos) enquanto o sujeito baixava / ouvia as músicas, ou lia um texto lá no site. Quando lançamos, um jornal daqui disse "primeira série de vídeos produzidos exclusivamente para a web". Eu nunca chequei, mas acho que foi mesmo. Sete capítulos porque eu gosto do numeral, mas dava pra fazer outros mais. Ficamos com o xodó da época: Lirinha, do Cordel - lançando primeiro cd. E medalhoes da cena: Fabio Trummer, Jorge du Peixe, Fred 04, Otto ainda engatinhando com seu som eletrônico.
E foi facil filmar esses caras?
Sim, pouca grana, dois dias de gravação, uma antes do carnaval - quando todo mundo volta pro Recife - segundo dia na quinta-feira de cinzas, Lirinha não dormiu pra gravar. No meio duma avenida barulhenta pra caralho. Um panorama legal da época. Foram os vídeos que fiz que menos repercutiram de crítica, prêmio em festival - nenhum :( - mas eles se comportam muito bem na internet, e são os que até hoje recebo perguntas, parabéns, pedidos de copia.
Tu hoje trampa com video ainda?
Sim. Sou repórter pra prefeitura do Recife numa produtora - REC - que fez Cinema, Aspirinas e Urubus, e hoje me apóia na produção da minha primeira ficção.
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domingo, 19 de agosto de 2007
CALOURADA (ou CHINELAGEM?) DE INVERNO
...fim.
txt: Manda Chuva e Xuxu
pht: Denise Silveira
Na quinta-feira a noite a Calourada de Inverno da Unisinos tomou seu corpo final. Do morno som da dupla de meninas atrasadas na chegada e no compasso à batida groove do quarteto de borboletas, e depois, na seqüência, da prática aos palmares, o que se viu foi uma universidade feita para clientes, e não para estudantes. O consumidor sai de seus negócios correndo, mal olha para um enorme palco iluminado onde músicos se apresentam ao vivo. Nem cem cabeças de gado, num rebanho que é deve ser na casa das dezenas dos milhares, estão presentes na noite final do evento gratuíto.
A festa começou com o cair da tarde. Bem, um pouco depois, devido ao atraso da dupla de meninas desafinadas. Depois quem toca um rock'n'roll legal é a Borboleta Groove, banda que tem futuro se conseguir um baterista. As grandes atrações da noite esperam as aulas da primeiro período terminarem para tentar atrair mais consumidores de ensino. A Proveitosa Prática abriu os trabalhos com seu funk pegado para o samba esquema é noise na fita do Zumbira e Os Palmares, que quando esqueceu as baladas e partiu pra agressão sonora, pôs os poucos clientes pra finalmente dançar. Mas aí já era tarde. A segurança grudenta e nada amigável da Unisinos, sempre alerta ao nosso cheiro de maconha, estava pronta para intervir e mandar embora os últimos rebeldes.
Apesar de toda tentativa de se fazer um bom evento, de nada adianta esforço quando estamos fincados na academia que só vale uns sinos. Até a Chinelagem da Fabico era mais divertida que o gelado mundo dos negócios do ensino. A invernada de calouros deste semestre não poderia ser tão fria. Buhrrr.
txt: Manda Chuva e Xuxu
pht: Denise Silveira
Na quinta-feira a noite a Calourada de Inverno da Unisinos tomou seu corpo final. Do morno som da dupla de meninas atrasadas na chegada e no compasso à batida groove do quarteto de borboletas, e depois, na seqüência, da prática aos palmares, o que se viu foi uma universidade feita para clientes, e não para estudantes. O consumidor sai de seus negócios correndo, mal olha para um enorme palco iluminado onde músicos se apresentam ao vivo. Nem cem cabeças de gado, num rebanho que é deve ser na casa das dezenas dos milhares, estão presentes na noite final do evento gratuíto.
A festa começou com o cair da tarde. Bem, um pouco depois, devido ao atraso da dupla de meninas desafinadas. Depois quem toca um rock'n'roll legal é a Borboleta Groove, banda que tem futuro se conseguir um baterista. As grandes atrações da noite esperam as aulas da primeiro período terminarem para tentar atrair mais consumidores de ensino. A Proveitosa Prática abriu os trabalhos com seu funk pegado para o samba esquema é noise na fita do Zumbira e Os Palmares, que quando esqueceu as baladas e partiu pra agressão sonora, pôs os poucos clientes pra finalmente dançar. Mas aí já era tarde. A segurança grudenta e nada amigável da Unisinos, sempre alerta ao nosso cheiro de maconha, estava pronta para intervir e mandar embora os últimos rebeldes.
Apesar de toda tentativa de se fazer um bom evento, de nada adianta esforço quando estamos fincados na academia que só vale uns sinos. Até a Chinelagem da Fabico era mais divertida que o gelado mundo dos negócios do ensino. A invernada de calouros deste semestre não poderia ser tão fria. Buhrrr.
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
PROVEITOSA PRÁTICA
Noite Proveitosa
txt: Luís Henrique Vieira
phts: Rodrigo Avila Colla
A banda Proveitosa Prática começou a tocar por volta de uma da manhã. O som encorpado, inclusive com trompetes e percussão, aos poucos conquistou o público do Batemacumba. A nova e a velha guarda do funk foram homenageadas. A galera pôde prestigiar várias canções do mestre brasileiro Tim Maia, além do desconhecido pelas massas, mas clássico da black music, Funkadelic.
As músicas próprias do grupo não deixaram a desejar, aprimorando uma fusão entre funk e música brasileira com certa ênfase nos sopros. Além de letras de conteúdo construtivo. Com certeza, uma noite com um acréscimo de cultura na Cidade Baixa.
txt: Luís Henrique Vieira
phts: Rodrigo Avila Colla
A banda Proveitosa Prática começou a tocar por volta de uma da manhã. O som encorpado, inclusive com trompetes e percussão, aos poucos conquistou o público do Batemacumba. A nova e a velha guarda do funk foram homenageadas. A galera pôde prestigiar várias canções do mestre brasileiro Tim Maia, além do desconhecido pelas massas, mas clássico da black music, Funkadelic.
As músicas próprias do grupo não deixaram a desejar, aprimorando uma fusão entre funk e música brasileira com certa ênfase nos sopros. Além de letras de conteúdo construtivo. Com certeza, uma noite com um acréscimo de cultura na Cidade Baixa.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
DOMICIO GRILLO
A corja do grilo
enter vista: Tiago Jucá Oliveira
cool abor ação: Fernando Bacana Gomes
phts: Grillo (arquivo pessoal público)
dsng: Arlei Xuxu Beleza
Domicio Grillo é comunicador já bastante conhecido devido suas aparições quase diária na telinha, onde é reporter do programa Radar, da TVE do Rio Grande do Sul. Agora Grillo ataca em outra frente, com o Corja, junção de site, podcast e shows, locais reais e virtuais nos quais divulga e promove a música independente gaúcha. Num bate papo via gmail, conversamos um pouco sobre esse seu novo projeto.
Qual a idéia inicial e o objetivo do Corja?
Buenas, a idéia partiu de uma lida na folha teen, cara fiquei apavorado com aquilo, fiquei pensando alguém tem que fazer alguma coisa, chega de idolatrar a idiotice. Resolvi me juntar a pessoas como as que lêem e escrevem O DILÚVIO, por exemplo, parti para criar minha midia podemos assim dizer, a idéia inicial era usar apenas o suporte podcast por ser algo mais próximo do mundo rádio ao qual estou mais acostumado. Depois pensei, vou ficar colocando som de bandas pra tocar por que não agitar pra elas tocarem, então parti pra parada dos show no jekyll. E o resto veio na cola
Tu diz que se fala em globalização, que Londres e sua música parece mais perto, mas porque nao o caminho inverso, vamos levar o som daqui pra Londres e pro mundo. Sente falta de mídias locais com abrangencia mais global e que possam fazer isso, que é levar o som daqui pra fora?
Sinto da falta das pessoas e da mídia daqui não olhar muito pra cá. Não acho bairrismo falar do que te cerca se for com sinceridade.
O que tá rolando lá, quem tá tocando, quem pode tocar nos shows do Corja?
Já rolou de um tudo: rap; samba-rock; death-metal. O trabalho sendo independente ta valendo. Eu toquei por muito tempo em várias bandas e sempre foi dificil arranjar show em lugares legais. De repente me vi numa situação na qual se estivesse tocando hoje teria muitas oportunidades. Então pensei por que não usar isso pra dar uma força pra outros camaradas que estão na batalha. Uma coisa muito louca, meu trabalho de maneira indireta é baseado no meu conhecimento musical e meus relacionamentos no meio musical e descobri algo que pra mim é bizarro poder usar esse trabalho, e muitas vezes o meu nome pra desatar nós e facilitar muita coisa, então por que não usar e fazer? Porra, tem vários medalhões, que poderiam assinar qualquer porra de projeto e conseguir muita coisa pela cultura mas não... façamos nós então
Porto Alegre na tua opinião, oferece boas casas de shows pras bandas e artistas independentes?
Depende do carinha, tem neguinho que corre mas vai chegar num ponto onde a coisa não flui mais, mas existem bons espaços até certo ponto democráticos. Por outro lado a maioria dos locais quer explorar, tipo nego te cobra o som do lugar, te cobra o palca, pede pra vender ingressos antecipados se a cota x não for alcançada o músico paga a diferença. Ou seja os papéis estão invertidos o cara que deveria receber pra tocar está pagando. Sem contar que um bom instrumento custa grana, ensaiar também, pagou caro por uma guita não vai sair com ela no busão na madruga já vai mais um pro transporte. O bagulho é dificil então no minimo receber um dinheirinho, até pra cena deixar de ser amadora, e ainda vem os caras da ordem dos musicos te multar.
E esse lance de radio web, podcast, o que tu enxerga de vantagem nele em relação ao rádio? E o que ainda é insubstituivel?
Em relação ao radio não tem vantagem nenhuma.
Tu acha isso mesmo?
Quase nenhuma. A única vantagem é tu poder ouvir na hora que der vontade.
Mesmo pruma pessoa como eu que quase desistiu de ouvir radio e ouve muito podcast na web?
O teu problema e de todos nós como ouvintes consumidores de música e informação é outro, não de suporte e sim de conteúdo. O veículo rádio é maravilhoso e não deve sumir jamais, o que precisa mudar é a mentalidade de quem faz rádio atualmente. Eu e tu podemos procurar por um program na web, mas e o resto da galera?
Inclusive o jabá que impera na maioria das rádios, somado a muitos comerciais e conversa mole com locutor de voz irritante. Concorda?
Bah isso triste cara. Muito triste, imagina nesas porra de país que nego te trata diferente pelo jeito que tu te veste, pela tua cor, ainda ter que ouvir música de quem tem dinheiro pra pagar e o cara lá que tem um puta trabalho e nenhuma grana. As conversas fiadas que viraram moda nas rádios daqui é uma coisa, pra dizer no minimo, vergonhosa. Nesse aspecto a internet é uma grande saída, mas pra quem pode procurar. Outra, e que critérios a maioria usa pra buscar coisas na rede? Com tantas opções do que escutar, onde ir, o que ler, muita gente tá feito cego em tiroteio.
O estilo death/trash metal, tu vê uma dificuldade enorme aqui pra Porto Alegre desenvolver uma cena assim, ou se a solução por exemplo, pra Acusma, é tocar pra fora do Estado e até do país?
Essa cena é a mais bizarra, imagina só o metal tem público pra caramba, temos excelentes bandas, e não existe um só lugar referência no estilo na capital, nenhum bar, casa de shows. O interior também é super forte no segmento, mas também tem a mesma carência, os empresários do ramo ainda acham que a galera do metal fez pacto com o capeta e vai ser escomungado se trabalhar com os caras. Acho que falta pra bandas como a Acusma invadir os locais de shows em capital e no interior que o publico vai atras com certeza.
E os podcast que tu tem produzido, por enquanto foram 3, né, o que mais deve vir aí, que ganchos tu pretende usar pra faze-lo ser ouvido e com que os sons que ali estão se propaguem?
Bom, primeiro roubei um conceito de independente do Gabriel Renner que diz o seguinte, de maneira adaptada: "o Corja é um projeto independente, ou seja, independente de quem escute ele estará lá, pra levar ele ao maior número de pessoas possível minha idéia é fazer um boca-a-boca virtual. Como o projeto engloba várias facetas; são os textos, videos, os shows, o podcast espero que os públicos se cruzem.
Tá rolando um público legal lá?
O publico do bar é muito variavel estamos indo pra quinta edição agora em setembro. O Dr. Jekyll, que acolheu o projeto super bem, é identificado com uma galera da cidade, os mod, então levar bandas de outros estilos pra lá é complicado, mais uma barreira pra quebrar, quem curti outro som pensa; aquela bar de mod, e os mods acham que ão os donos do bar. Então a coisa varia. A edição em que rolou metal a galera compareceu, na que rolou hip hop e reggae'n'roll também as outras foram meio faiadas
00:21 o site tem ferramentas de controle de visitas, e acoisa vai crescendo, a principio o único metodo de divulgação do site era a própria rede(orkut, mala direta e tal) agora estou começando uma nova fase de divulgação do Corja. Com o crescer do show no Jekyll, começou a associar os shows ao site. O negócio é fazer com que as pessoas saibam que ta lá, o resto é com a natureza caótica do mundo. Acho que a cerveja bateu... Quando alguém se propõem a fazer algo no qual acredita essa pessoa de alguma forma se destaca da maioria, as coisa deveriam ser ao contrário. As ferramentas da internet te dão esse poder. insatisfeito com as rádios crie a sua, insatisfeito com os jornais crie o seu, mas seja sincero. Tudo no Corja não passa de uma análise baseada na minha bagagem cultural emocional social e outros por ai. Então quem le e ouve também tem o direito de discordar e escrever e dizer o que acha mais importante. Existe outra ou outras verdades circulando por aí, é necessário ouvi-las.
Quais as atraçoes das próximas Corjas?
Setembro tem Sonic Volt e Taxi Free, outubro Freak Brotherz e Telefunkey, novembro e dezembro ainda precisa de confirmação, mas vocês serão os primeiros a saber. O próximo podcast tem entrevista com a Sonic Volt. Agradeço o espaço, nós sabemos que propostas como estas não são bem vindas em muitos espaços e mesmo que fossem faço questão de poder falar com vocês, já tô até começando a me dar mais importancia deste papo. Se o pessoal do diluvio achou relevante pô....
Somos da arca de noé, e grilo tem tudo a ver.
enter vista: Tiago Jucá Oliveira
cool abor ação: Fernando Bacana Gomes
phts: Grillo (arquivo pessoal público)
dsng: Arlei Xuxu Beleza
Domicio Grillo é comunicador já bastante conhecido devido suas aparições quase diária na telinha, onde é reporter do programa Radar, da TVE do Rio Grande do Sul. Agora Grillo ataca em outra frente, com o Corja, junção de site, podcast e shows, locais reais e virtuais nos quais divulga e promove a música independente gaúcha. Num bate papo via gmail, conversamos um pouco sobre esse seu novo projeto.
Qual a idéia inicial e o objetivo do Corja?
Buenas, a idéia partiu de uma lida na folha teen, cara fiquei apavorado com aquilo, fiquei pensando alguém tem que fazer alguma coisa, chega de idolatrar a idiotice. Resolvi me juntar a pessoas como as que lêem e escrevem O DILÚVIO, por exemplo, parti para criar minha midia podemos assim dizer, a idéia inicial era usar apenas o suporte podcast por ser algo mais próximo do mundo rádio ao qual estou mais acostumado. Depois pensei, vou ficar colocando som de bandas pra tocar por que não agitar pra elas tocarem, então parti pra parada dos show no jekyll. E o resto veio na cola
Tu diz que se fala em globalização, que Londres e sua música parece mais perto, mas porque nao o caminho inverso, vamos levar o som daqui pra Londres e pro mundo. Sente falta de mídias locais com abrangencia mais global e que possam fazer isso, que é levar o som daqui pra fora?
Sinto da falta das pessoas e da mídia daqui não olhar muito pra cá. Não acho bairrismo falar do que te cerca se for com sinceridade.
O que tá rolando lá, quem tá tocando, quem pode tocar nos shows do Corja?
Já rolou de um tudo: rap; samba-rock; death-metal. O trabalho sendo independente ta valendo. Eu toquei por muito tempo em várias bandas e sempre foi dificil arranjar show em lugares legais. De repente me vi numa situação na qual se estivesse tocando hoje teria muitas oportunidades. Então pensei por que não usar isso pra dar uma força pra outros camaradas que estão na batalha. Uma coisa muito louca, meu trabalho de maneira indireta é baseado no meu conhecimento musical e meus relacionamentos no meio musical e descobri algo que pra mim é bizarro poder usar esse trabalho, e muitas vezes o meu nome pra desatar nós e facilitar muita coisa, então por que não usar e fazer? Porra, tem vários medalhões, que poderiam assinar qualquer porra de projeto e conseguir muita coisa pela cultura mas não... façamos nós então
Porto Alegre na tua opinião, oferece boas casas de shows pras bandas e artistas independentes?
Depende do carinha, tem neguinho que corre mas vai chegar num ponto onde a coisa não flui mais, mas existem bons espaços até certo ponto democráticos. Por outro lado a maioria dos locais quer explorar, tipo nego te cobra o som do lugar, te cobra o palca, pede pra vender ingressos antecipados se a cota x não for alcançada o músico paga a diferença. Ou seja os papéis estão invertidos o cara que deveria receber pra tocar está pagando. Sem contar que um bom instrumento custa grana, ensaiar também, pagou caro por uma guita não vai sair com ela no busão na madruga já vai mais um pro transporte. O bagulho é dificil então no minimo receber um dinheirinho, até pra cena deixar de ser amadora, e ainda vem os caras da ordem dos musicos te multar.
E esse lance de radio web, podcast, o que tu enxerga de vantagem nele em relação ao rádio? E o que ainda é insubstituivel?
Em relação ao radio não tem vantagem nenhuma.
Tu acha isso mesmo?
Quase nenhuma. A única vantagem é tu poder ouvir na hora que der vontade.
Mesmo pruma pessoa como eu que quase desistiu de ouvir radio e ouve muito podcast na web?
O teu problema e de todos nós como ouvintes consumidores de música e informação é outro, não de suporte e sim de conteúdo. O veículo rádio é maravilhoso e não deve sumir jamais, o que precisa mudar é a mentalidade de quem faz rádio atualmente. Eu e tu podemos procurar por um program na web, mas e o resto da galera?
Inclusive o jabá que impera na maioria das rádios, somado a muitos comerciais e conversa mole com locutor de voz irritante. Concorda?
Bah isso triste cara. Muito triste, imagina nesas porra de país que nego te trata diferente pelo jeito que tu te veste, pela tua cor, ainda ter que ouvir música de quem tem dinheiro pra pagar e o cara lá que tem um puta trabalho e nenhuma grana. As conversas fiadas que viraram moda nas rádios daqui é uma coisa, pra dizer no minimo, vergonhosa. Nesse aspecto a internet é uma grande saída, mas pra quem pode procurar. Outra, e que critérios a maioria usa pra buscar coisas na rede? Com tantas opções do que escutar, onde ir, o que ler, muita gente tá feito cego em tiroteio.
O estilo death/trash metal, tu vê uma dificuldade enorme aqui pra Porto Alegre desenvolver uma cena assim, ou se a solução por exemplo, pra Acusma, é tocar pra fora do Estado e até do país?
Essa cena é a mais bizarra, imagina só o metal tem público pra caramba, temos excelentes bandas, e não existe um só lugar referência no estilo na capital, nenhum bar, casa de shows. O interior também é super forte no segmento, mas também tem a mesma carência, os empresários do ramo ainda acham que a galera do metal fez pacto com o capeta e vai ser escomungado se trabalhar com os caras. Acho que falta pra bandas como a Acusma invadir os locais de shows em capital e no interior que o publico vai atras com certeza.
E os podcast que tu tem produzido, por enquanto foram 3, né, o que mais deve vir aí, que ganchos tu pretende usar pra faze-lo ser ouvido e com que os sons que ali estão se propaguem?
Bom, primeiro roubei um conceito de independente do Gabriel Renner que diz o seguinte, de maneira adaptada: "o Corja é um projeto independente, ou seja, independente de quem escute ele estará lá, pra levar ele ao maior número de pessoas possível minha idéia é fazer um boca-a-boca virtual. Como o projeto engloba várias facetas; são os textos, videos, os shows, o podcast espero que os públicos se cruzem.
Tá rolando um público legal lá?
O publico do bar é muito variavel estamos indo pra quinta edição agora em setembro. O Dr. Jekyll, que acolheu o projeto super bem, é identificado com uma galera da cidade, os mod, então levar bandas de outros estilos pra lá é complicado, mais uma barreira pra quebrar, quem curti outro som pensa; aquela bar de mod, e os mods acham que ão os donos do bar. Então a coisa varia. A edição em que rolou metal a galera compareceu, na que rolou hip hop e reggae'n'roll também as outras foram meio faiadas
00:21 o site tem ferramentas de controle de visitas, e acoisa vai crescendo, a principio o único metodo de divulgação do site era a própria rede(orkut, mala direta e tal) agora estou começando uma nova fase de divulgação do Corja. Com o crescer do show no Jekyll, começou a associar os shows ao site. O negócio é fazer com que as pessoas saibam que ta lá, o resto é com a natureza caótica do mundo. Acho que a cerveja bateu... Quando alguém se propõem a fazer algo no qual acredita essa pessoa de alguma forma se destaca da maioria, as coisa deveriam ser ao contrário. As ferramentas da internet te dão esse poder. insatisfeito com as rádios crie a sua, insatisfeito com os jornais crie o seu, mas seja sincero. Tudo no Corja não passa de uma análise baseada na minha bagagem cultural emocional social e outros por ai. Então quem le e ouve também tem o direito de discordar e escrever e dizer o que acha mais importante. Existe outra ou outras verdades circulando por aí, é necessário ouvi-las.
Quais as atraçoes das próximas Corjas?
Setembro tem Sonic Volt e Taxi Free, outubro Freak Brotherz e Telefunkey, novembro e dezembro ainda precisa de confirmação, mas vocês serão os primeiros a saber. O próximo podcast tem entrevista com a Sonic Volt. Agradeço o espaço, nós sabemos que propostas como estas não são bem vindas em muitos espaços e mesmo que fossem faço questão de poder falar com vocês, já tô até começando a me dar mais importancia deste papo. Se o pessoal do diluvio achou relevante pô....
Somos da arca de noé, e grilo tem tudo a ver.
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
segunda-feira, 30 de julho de 2007
SOM BRASIL NOEL ROSA - TV GLOBO
Com que roupa
txt: Tiago Jucá Oliveira
pht e vds: Zaoris Coletivo Pirata de Giornalismo
dsgn: Arlei Xuxu Beleza
Para quem mora aqui no cu do país, na província que costuma ficar fora de rota das melhors turnês nacionais, o negócio é mesmo assistir espetáculo pela televisão. A TV Globo exibiu na madrugada do sábado pro domingo um especial em homenagem a Noel Rosa, e convidou para interpretar os feitiços da vila Orquestra Imperial, Lucas Santanna & Seleção Natural, Maria Rita e Marcos Sacramento.
A grande atração, sem dúvida, era a Orquestra Imperial. Interpretando "Fita Amarela", Nina Becker é a grande dama da noite, pois alucina ouvidos mais desatentos que ainda não conhecem sua rica voz. Nina é uma das melhores cantoras do Brasil, senão for a melhor, e não mede esforços pra entoar os versos de Noel. No habitual rodízio de cantores da Orquestra, o hermano Rodrigo Amarante e Rubinho Jacobina dividem o microfone e mesclam "Pela Primeira Vez/Onde Está a Honestidade", respectivamente. E a filha do maestro, Thalma de Freitas, além de suavizar canções com sua voz tranqüila, traz as manhas de atriz pra dar mais vida para "Não Tem Tradução", que, literalmente, não temos como traduzir o momento mágico à frente duma big band super afinada cantando Noel Rosa.
Muitos artistas odeiam essa história de cultura livre e música liberada para download. A produção da Globo acabou por premiar justamente um dos que pensam ao contrário. O cantor, guitarrista e compositor Lucas Santanna licenciou seu último álbum em Creative Commons, disponível baixar diretamente do próprio site do artista, sem sentimento de culpa ou infrção, inclusive com música "Deixa o Sol Bater" aberta para mixagem (Flu e Gustavo Lenza são um dos que já meteram a mão). Lucas Santanna e a Seleção Natural, banda que o acompanha, não perderam a chance de estar na telinha da Globo. A versão feita para "Com que Roupa" foi a mais ousada que a música já teve até os dias de hoje. Um ska maneiro, puxado e levado, obrigatório numa boa pista de dança.
"Palpite Infeliz" e "Filosofia" foram os outros dois ingredientes de Noel que Lucas colocou pra ferver no seu caldeirão rítmico. Lucas entrou como coadjuvante e saiu como o grande nome do especial. E, implicitamente, avisou: enquanto uns se preocupam tanto com o dinheiro dos direitos autorais e restringem sua obra, ele, só com a aparição na TV ganhou muito mais, além de não cair na mesmice quando o assunto é fazer versão de música.
Os dois pontos baixos da homenagem a Noel intercalaram com os bons. Marcos Sacramento tem uma boa banda, traz o clima do samba boêmio regado a gelo e fumaça, mas sua voz e sua maneira de cantar definitivamente ficam abaixo da pedida. Um tanto empolgado, porém forçando a barra, ele cantou "Pela Décima Vez", "Meu Barracão" e "Dama do Cabaré". Por falar em cabaré, quem de lá parecia ter vindo foi Maria Rita, dentro de um vestidinho roxo "tomara que não suba" (ou "tomara que suba", dependendo do mau gosto de cada um). Falta pra essa mulher mais carisma e mais firmeza. Com o olhar grudado no infinito a frente dela, Maria Rita não herdou nenhuma semente da pimenta do reino de sua mãe. Tentou esboçar um choro emocionado em "Três Apitos", mas não conseguiu pingar sequer uma lágrima. Emprestou, também, a voz para "Conversa de Botequim" (único momento feliz dela), "Feitio de Oração" e "Último Desejo". No final das contas, a impressão que ficou é que Maria Rita deve ter saído de casa cantando "com que roupa, eu vou, pro especial que a Globo me convidou". É rocha?!
txt: Tiago Jucá Oliveira
pht e vds: Zaoris Coletivo Pirata de Giornalismo
dsgn: Arlei Xuxu Beleza
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Para quem mora aqui no cu do país, na província que costuma ficar fora de rota das melhors turnês nacionais, o negócio é mesmo assistir espetáculo pela televisão. A TV Globo exibiu na madrugada do sábado pro domingo um especial em homenagem a Noel Rosa, e convidou para interpretar os feitiços da vila Orquestra Imperial, Lucas Santanna & Seleção Natural, Maria Rita e Marcos Sacramento.
A grande atração, sem dúvida, era a Orquestra Imperial. Interpretando "Fita Amarela", Nina Becker é a grande dama da noite, pois alucina ouvidos mais desatentos que ainda não conhecem sua rica voz. Nina é uma das melhores cantoras do Brasil, senão for a melhor, e não mede esforços pra entoar os versos de Noel. No habitual rodízio de cantores da Orquestra, o hermano Rodrigo Amarante e Rubinho Jacobina dividem o microfone e mesclam "Pela Primeira Vez/Onde Está a Honestidade", respectivamente. E a filha do maestro, Thalma de Freitas, além de suavizar canções com sua voz tranqüila, traz as manhas de atriz pra dar mais vida para "Não Tem Tradução", que, literalmente, não temos como traduzir o momento mágico à frente duma big band super afinada cantando Noel Rosa.
Muitos artistas odeiam essa história de cultura livre e música liberada para download. A produção da Globo acabou por premiar justamente um dos que pensam ao contrário. O cantor, guitarrista e compositor Lucas Santanna licenciou seu último álbum em Creative Commons, disponível baixar diretamente do próprio site do artista, sem sentimento de culpa ou infrção, inclusive com música "Deixa o Sol Bater" aberta para mixagem (Flu e Gustavo Lenza são um dos que já meteram a mão). Lucas Santanna e a Seleção Natural, banda que o acompanha, não perderam a chance de estar na telinha da Globo. A versão feita para "Com que Roupa" foi a mais ousada que a música já teve até os dias de hoje. Um ska maneiro, puxado e levado, obrigatório numa boa pista de dança.
"Palpite Infeliz" e "Filosofia" foram os outros dois ingredientes de Noel que Lucas colocou pra ferver no seu caldeirão rítmico. Lucas entrou como coadjuvante e saiu como o grande nome do especial. E, implicitamente, avisou: enquanto uns se preocupam tanto com o dinheiro dos direitos autorais e restringem sua obra, ele, só com a aparição na TV ganhou muito mais, além de não cair na mesmice quando o assunto é fazer versão de música.
Os dois pontos baixos da homenagem a Noel intercalaram com os bons. Marcos Sacramento tem uma boa banda, traz o clima do samba boêmio regado a gelo e fumaça, mas sua voz e sua maneira de cantar definitivamente ficam abaixo da pedida. Um tanto empolgado, porém forçando a barra, ele cantou "Pela Décima Vez", "Meu Barracão" e "Dama do Cabaré". Por falar em cabaré, quem de lá parecia ter vindo foi Maria Rita, dentro de um vestidinho roxo "tomara que não suba" (ou "tomara que suba", dependendo do mau gosto de cada um). Falta pra essa mulher mais carisma e mais firmeza. Com o olhar grudado no infinito a frente dela, Maria Rita não herdou nenhuma semente da pimenta do reino de sua mãe. Tentou esboçar um choro emocionado em "Três Apitos", mas não conseguiu pingar sequer uma lágrima. Emprestou, também, a voz para "Conversa de Botequim" (único momento feliz dela), "Feitio de Oração" e "Último Desejo". No final das contas, a impressão que ficou é que Maria Rita deve ter saído de casa cantando "com que roupa, eu vou, pro especial que a Globo me convidou". É rocha?!
sexta-feira, 20 de julho de 2007
ULTRAMEN
Santo Forte
txt: Tiago Jucá Oliveira
pht: Melissa Orsi dos Santos
dsgn: Arlei Xuxu Beleza
ceva: Lourenço Prati, Leandro de Nardi, Marexal
O projeto Ocidente Acústico de julho, sempre às quintas-feiras, tem apresentado neste mês uma Ultramen diferenciada, sem Tonho Crocco, e com vários convidados revezando os vocais. Na terceira noite do projeto produzido por Márcio Ventura, as participações especiais seguiram a fineza dos dois shows anteriores. A cantora Lica trouxe o rap pra noite, com a simpatia de sempre. Incluído no repertório um pequeno resgate de sua ex-banda, a Groove James. Na seqüência, o já lendário Nei Lisboa cantou "Dívida", e também exibiu suas clássicas canções de sua carreira solo, revivendo o auge do Bom Fim. O bairro, que já foi o grande reduto cultural e boêmio de Porto Alegre, foi louvado por Jorjão, vocalista da Black Master, que também deu sua canja. Sua poderosa voz, aliada ao seu carisma, liderou a massa, com muito funk soul, com direito a um "Sex Machine", de James Brown. A surpresa da noite, pelo menos para nós, que não sabíamos, foi o baterista Prego, da Pata de Elefante, tocando seu instrumento e cantando "O lugar mais lindo desse mundo", parceria dele com Tonho Crocco e que está presente no CD "Capa Preta".
O público deve ter superado as expectativas da organização. O show já havia começado e muita gente ainda estava na fila para comprar ingressos. Até que o carinha da bilheteria botou meio corpo pra fora e gritou: "só tem mais cinco ingressos, não cabe mais ninguém lá dentro". Algumas pequenas reclamações, mas nada de confusão. E metade de nossa equipe, atrasada por conta de outro evento que estavámos cobrindo, finalmente consegue pegar as credenciais e entrar no Ocidente. Bem, o bar tava super lotado, e nosso atraso quase compromete a qualidade da cobertura. Quem não conhece o Ocidente, pense num palco no mesmo nível em que está a platéia (repare nas fotos). Ou seja: se você for baixinho... tinha muita gente contentada em dançar de costas. Nossa dificuldade foi conseguir chegar num bom lugar para obter boas fotografias. Empurra daqui, chega pra lá, e finalmente encontramos os outros membros da arca, já bem posicionados e acompanhados de garrafas com aquele líquido gelado e precioso. O problema agora era conseguir fotografar sem ser empurrado, pois era necessário levantar os dois braços para captar os principais personagens da festa.
Festa por sinal das mais boas. Os músicos e a produção da Ultramen, mais o sempre ousado Márcio Ventura, estão de parabéns pela iniciativa. Um clima de baile e jam session, uma mistura de rock, reggae, funk, rap e soul, e uma energia que cativou a todos presentes. Quinta que vem, dia 26, a última noite do projeto, com a volta do vocalista que está no Canadá. Te liga Tonho, vai ter neguinho com saudade dos ilustres convidados que acompanharam a tua banda. Se bem que tu tem um santo forte.
txt: Tiago Jucá Oliveira
pht: Melissa Orsi dos Santos
dsgn: Arlei Xuxu Beleza
ceva: Lourenço Prati, Leandro de Nardi, Marexal
O projeto Ocidente Acústico de julho, sempre às quintas-feiras, tem apresentado neste mês uma Ultramen diferenciada, sem Tonho Crocco, e com vários convidados revezando os vocais. Na terceira noite do projeto produzido por Márcio Ventura, as participações especiais seguiram a fineza dos dois shows anteriores. A cantora Lica trouxe o rap pra noite, com a simpatia de sempre. Incluído no repertório um pequeno resgate de sua ex-banda, a Groove James. Na seqüência, o já lendário Nei Lisboa cantou "Dívida", e também exibiu suas clássicas canções de sua carreira solo, revivendo o auge do Bom Fim. O bairro, que já foi o grande reduto cultural e boêmio de Porto Alegre, foi louvado por Jorjão, vocalista da Black Master, que também deu sua canja. Sua poderosa voz, aliada ao seu carisma, liderou a massa, com muito funk soul, com direito a um "Sex Machine", de James Brown. A surpresa da noite, pelo menos para nós, que não sabíamos, foi o baterista Prego, da Pata de Elefante, tocando seu instrumento e cantando "O lugar mais lindo desse mundo", parceria dele com Tonho Crocco e que está presente no CD "Capa Preta".
O público deve ter superado as expectativas da organização. O show já havia começado e muita gente ainda estava na fila para comprar ingressos. Até que o carinha da bilheteria botou meio corpo pra fora e gritou: "só tem mais cinco ingressos, não cabe mais ninguém lá dentro". Algumas pequenas reclamações, mas nada de confusão. E metade de nossa equipe, atrasada por conta de outro evento que estavámos cobrindo, finalmente consegue pegar as credenciais e entrar no Ocidente. Bem, o bar tava super lotado, e nosso atraso quase compromete a qualidade da cobertura. Quem não conhece o Ocidente, pense num palco no mesmo nível em que está a platéia (repare nas fotos). Ou seja: se você for baixinho... tinha muita gente contentada em dançar de costas. Nossa dificuldade foi conseguir chegar num bom lugar para obter boas fotografias. Empurra daqui, chega pra lá, e finalmente encontramos os outros membros da arca, já bem posicionados e acompanhados de garrafas com aquele líquido gelado e precioso. O problema agora era conseguir fotografar sem ser empurrado, pois era necessário levantar os dois braços para captar os principais personagens da festa.
Festa por sinal das mais boas. Os músicos e a produção da Ultramen, mais o sempre ousado Márcio Ventura, estão de parabéns pela iniciativa. Um clima de baile e jam session, uma mistura de rock, reggae, funk, rap e soul, e uma energia que cativou a todos presentes. Quinta que vem, dia 26, a última noite do projeto, com a volta do vocalista que está no Canadá. Te liga Tonho, vai ter neguinho com saudade dos ilustres convidados que acompanharam a tua banda. Se bem que tu tem um santo forte.
DIA DO ROCK
Rock ou Morte. Por tesão!
txt: Tiago Jucá Oliveira
vd e edç: Guilherme 'Espeto' Carlin
Nei Van Sória já fez história pelo rock gaúcho. Ex-integrante dos Cascavelletes e TNT, hoje em carreira solo e empreendedor comercial. Sua loja, a Good Music, além de vender instrumentos e acessórios musicais, foi palco, no Dia Mundial do Rock, de um evento um tanto inusitado. Dentro da loja, uma aparelhagem montada para qualquer um chegar, sozinho ou com banda, e tocar uma ou duas músicas.
Bandas ainda desconhecidas para nós, como The Roberts, trazendo uma junção de surf music com jovem guarda (pena que o tio parecia um pouco com os dedos engessados ao guitarrar seu instrumento), e Os Diletantes, com energia e letras sacanas que remetem ao oitentismo das ex-bandas de Van Sória, subiram e mostraram seu som. E também grupos já com mais firmadas na cena roqueira do sul, como a Identidade, apesar de não trazer nenhuma novidade, pois seu o vocalista e o guitarrista são imitações grotescas de Mick Jagger e Keith Richards.
Mas o melhor do fim de tarde foi quando o próprio Nei subiu ao palco e deu uma canja. Acompanhado da Identidade, tocou Stones e dois clássicos das suas ex-bandas: "Cachorro Louco", do TNT, e "Morte por Tesão", dos Cascavelletes.
Antes disso, Nei Van Sória conversou com nossa equipe, e falou da importância de uma oportunidade como essa para quem está iniciando e não tem onde mostrar o trabalho. Ele e sua loja promovem este ano o 4º Good Music Rock Festival, evento que visa justamente promover e revelar novos talentos do rock'n'roll.
Que as iniciativas de Van Sória ajudem a tirar o rock nacional do buraco que se encontra. O sucesso de bandinhas como Cachorro Grande estão colaborando para nivelar por baixo. A fórmula 'voz de cadela, letra de burro' deu certo, e a maioria das bandas novas parece querer seguir o mesmo caminho, e pouca coisa boa surge aos nossos ouvidos. Vamos lá gurizada! Não é sempre que oportunidades como essas aparecem. Somos do país mais criativo do mundo! It's only rock'n'roll, but I like it!
txt: Tiago Jucá Oliveira
vd e edç: Guilherme 'Espeto' Carlin
Nei Van Sória já fez história pelo rock gaúcho. Ex-integrante dos Cascavelletes e TNT, hoje em carreira solo e empreendedor comercial. Sua loja, a Good Music, além de vender instrumentos e acessórios musicais, foi palco, no Dia Mundial do Rock, de um evento um tanto inusitado. Dentro da loja, uma aparelhagem montada para qualquer um chegar, sozinho ou com banda, e tocar uma ou duas músicas.
Bandas ainda desconhecidas para nós, como The Roberts, trazendo uma junção de surf music com jovem guarda (pena que o tio parecia um pouco com os dedos engessados ao guitarrar seu instrumento), e Os Diletantes, com energia e letras sacanas que remetem ao oitentismo das ex-bandas de Van Sória, subiram e mostraram seu som. E também grupos já com mais firmadas na cena roqueira do sul, como a Identidade, apesar de não trazer nenhuma novidade, pois seu o vocalista e o guitarrista são imitações grotescas de Mick Jagger e Keith Richards.
Mas o melhor do fim de tarde foi quando o próprio Nei subiu ao palco e deu uma canja. Acompanhado da Identidade, tocou Stones e dois clássicos das suas ex-bandas: "Cachorro Louco", do TNT, e "Morte por Tesão", dos Cascavelletes.
Antes disso, Nei Van Sória conversou com nossa equipe, e falou da importância de uma oportunidade como essa para quem está iniciando e não tem onde mostrar o trabalho. Ele e sua loja promovem este ano o 4º Good Music Rock Festival, evento que visa justamente promover e revelar novos talentos do rock'n'roll.
Que as iniciativas de Van Sória ajudem a tirar o rock nacional do buraco que se encontra. O sucesso de bandinhas como Cachorro Grande estão colaborando para nivelar por baixo. A fórmula 'voz de cadela, letra de burro' deu certo, e a maioria das bandas novas parece querer seguir o mesmo caminho, e pouca coisa boa surge aos nossos ouvidos. Vamos lá gurizada! Não é sempre que oportunidades como essas aparecem. Somos do país mais criativo do mundo! It's only rock'n'roll, but I like it!
segunda-feira, 16 de julho de 2007
ULTRAMEN
É proibido?
txt: Tiago Jucá Oliveira
pht: Rodrigo Muralha
dsgn: Arlei Xuxu Beleza
Pense comigo. O vocalista da banda tá no Canadá e o batera tá com o joelho de porco. Fodeo né? Mas, como dizia Jorge, que nada! Sem as presenças de Tonho Crocco e Zé Darcy, a Ultramen mandou tá mandando bem todas quintas de julho no bar Ocidente com participações especiais. Revezem-se nos vocais nas 3 primeiras quintas diferentes cantores, como Fabão (Pedrada Afú), Frank Jorge, Jupiter Maçã, Jorjão (Black Master), Alemão Ronaldo (Bandalieira), Nei Lisboa, Lica, Nitro Di e Andréa Cavalhero, e na bateria, Pancho, da Pedrada. Na última quinta do projeto, Tonho volta ao microfone.
No repertório, além dos sucessos da Ultramen, alguns clássicos dos convidados. Na platéia, muita gente apertada e muita gente conhecida. Numa noite mais do que fria, como foi essa quinta, o drama de nossa equipe de reportagem era não ter nenhum fotógrafo a disposição. No msn da revista o problema é resolvido, porém sem garantia que ele, Muralha, iria, conseguiria uma máquina, tiraria boas fotos e nos enviasse o mais rápido possível. Quanto à qualidade das fotos, deixamos ao seu critério, leitor, se são boas ou não. Mas de resto, deu tudo certo. Inclusive conseguir entrar com uma garrafa de vinho pra esquentar a sabedoria, super gelada neste rigoroso inverno gaúcho em plena era do aquecimento global.
A fórmula de revezamento de convidados deu certo. Todos que assumiram o microfone colocaram estilo próprio nas composições da Ultramen. Já as músicas que não são da banda, ganharam roupagens até então desconhecidas. A massa curtiu, pediu mais e não deixou o clima de baile acabar tão cedo. Claro que o estilo frontman de Tonho Crocco faz falta no andamento do show. Mas assistir à essa mistura inusitada de músicos valoriza muito a cena musical gaúcha entre os próprios músicos. Que outros projetos e idéias brotem por aqui, cidade tão carente de bons shows e fora do mapa das melhores turnês nacionais. Quem disse que é proibido?
txt: Tiago Jucá Oliveira
pht: Rodrigo Muralha
dsgn: Arlei Xuxu Beleza
Pense comigo. O vocalista da banda tá no Canadá e o batera tá com o joelho de porco. Fodeo né? Mas, como dizia Jorge, que nada! Sem as presenças de Tonho Crocco e Zé Darcy, a Ultramen mandou tá mandando bem todas quintas de julho no bar Ocidente com participações especiais. Revezem-se nos vocais nas 3 primeiras quintas diferentes cantores, como Fabão (Pedrada Afú), Frank Jorge, Jupiter Maçã, Jorjão (Black Master), Alemão Ronaldo (Bandalieira), Nei Lisboa, Lica, Nitro Di e Andréa Cavalhero, e na bateria, Pancho, da Pedrada. Na última quinta do projeto, Tonho volta ao microfone.
No repertório, além dos sucessos da Ultramen, alguns clássicos dos convidados. Na platéia, muita gente apertada e muita gente conhecida. Numa noite mais do que fria, como foi essa quinta, o drama de nossa equipe de reportagem era não ter nenhum fotógrafo a disposição. No msn da revista o problema é resolvido, porém sem garantia que ele, Muralha, iria, conseguiria uma máquina, tiraria boas fotos e nos enviasse o mais rápido possível. Quanto à qualidade das fotos, deixamos ao seu critério, leitor, se são boas ou não. Mas de resto, deu tudo certo. Inclusive conseguir entrar com uma garrafa de vinho pra esquentar a sabedoria, super gelada neste rigoroso inverno gaúcho em plena era do aquecimento global.
A fórmula de revezamento de convidados deu certo. Todos que assumiram o microfone colocaram estilo próprio nas composições da Ultramen. Já as músicas que não são da banda, ganharam roupagens até então desconhecidas. A massa curtiu, pediu mais e não deixou o clima de baile acabar tão cedo. Claro que o estilo frontman de Tonho Crocco faz falta no andamento do show. Mas assistir à essa mistura inusitada de músicos valoriza muito a cena musical gaúcha entre os próprios músicos. Que outros projetos e idéias brotem por aqui, cidade tão carente de bons shows e fora do mapa das melhores turnês nacionais. Quem disse que é proibido?
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