#CADÊ MEU CHINELO?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

PÚBLICA



# conection #
Recreio dos Gaudérios

txt n' phts: Vicente Zanatta

Na última sexta-feira, dia 17, a pedido do editor Manda-Chuva, estive no CB Bar em São Paulo para conferir o show de lançamento do novo disco da Pública: "Como num filme sem um fim", com abertura da banda Apolonio. Para começar dá pra falar do lugar, muito bem escolhido, é uma casa que já tem tradição por ter shows de bandas gaúchas na cidade-cinza e rola um clima muito bacana, quase local até. O lugar estava bem frequentado, com diversos fãs da banda, figuras carimbadas do cenário rock gaúcho, além de uma galera do rock, sem onda hype nem modismos. Tudo com bom astral e sem aquela sensação de sardinha enlatada.

Formada aqui em São Paulo, a Apolonio é uma banda nova, com 7 composições de sonoridade bastante própria, algo raro hoje em dia. O que mais se destaca neles é o fato de ser difícil de categorizar a banda em um estilo devido a mistura de elementos orgânicos como guitarras leves que contrabalanceiam com momentos de maior presença, linhas de baixo bem cadenciadas, a percussão clássica do Malásia (Ultramen) e o mais inusitado: uma sanfona psicodélica que dá o toque particular a banda. Pouco se ouvia das letras em inglês, denunciando a falta de presença ao vocalista, mas nada comprometedor. Sem baterista, acho que a banda perdeu um pouco nisso também, já que os beats bem compostos só melhoram com a presença de um bom batera, mas valeu bastante pela inovação dessa mistura toda.



Já com a casa cheia chegou a vez da Pública. Lembrei das primeiras vezes que os vi tocar, há varios anos, e me chamava a atenção a pegada autoral do som com um estilo mais adulto do que aquela gurizada aparentava. Nesse show, depois de vários anos sem vê-los, ficou claro ser uma banda que faz um rock limpo, honesto e maduro e que ter apostado na critatividade das composições foi um caminho bem trilhado. Chama a atenção a riqueza dos riffs das duas guitarras, a cozinha bem marcada com uma batera excelente, mas certamente o toque especial vem dos teclados, que com melodias e arranjos bem compostos dão a linha condutora no som preechendo as músicas com lembranças que vão dos Stones ao Radiohead, horas passando por Supergrass.



A galera respondeu bem, sempre ligada no palco, aplaudia e ajudava a deixar a banda em casa. O ponto alto foi uma "ode ao Pink Floy", anunciada pelo vocalista Pedro: "Luzes" é uma sonzera de mais de 10 minutos que já começa na adrenalina, com uma batera pegada e oscila momentos de psicodelia com solos de teclado e guitarra mais arrastados. Ouvi muita gente dizer que gostou, outros esperavam mais, mas talvez, assistir ao show sem esperar nada é o melhor pra ser supreendido e ver que a Pública é uma das grandes representante do rock gaúcho, cujo CD "Como num filme sem fim" foi escolhido pela crítica animal do Prêmio Uirapuru de Música Brasileira o nono melhor disco de 2008, e que seguindo essa linha, em breve, certamente vai estar figurando entre nomes do cenário nacional.

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