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Porto
Alegre é hoje o epicentro do mundo pandêmico. É aqui onde todos os
dados negativos estão batendo record dia após dia, numa curva
exponencial que já está quase em linha reta vertical arriba. Porém, em
vez de se tomar duras medidas restritivas, o comércio de supérfluos será
reaberto na próxima semana. É esse o desejo do prefeito da cidade. E
vontade também do seu curral eleitoral, o mesmo que apoia o presidente
genocida, que além de protestar contra o “lockdown do governador
comunista” (você já viu tucano comunista?), tranca acesso a hospitais
para impedir entrada de ambulâncias.
Mesmo com parte do comércio
fechado, a capital da província petropolitana contrasta entre uma
aparente normalidade de pessoas pela rua a andar em vão sem máscaras ou
em paradas de ônibus lotadas a espera de condução que os levem ao
trabalho, com um constante e angustiante ecoar de sirene que não cessa, e
que apavora principalmente quando interrompe o silêncio da madrugada,
único período que de fato a cidade pára.
Sebastião Melo se elegeu
prometendo não fechar nada. Assumiu apresentando cloroquina.
Recentemente disse que a superlotação de hospitais não era problema,
pois “sempre vai poder pôr mais alguém”.
Esse criminoso confesso
tem uma história recente peculiar. Vice-prefeito da gestão Fortunati
(2013-2016), concorreu a prefeito em 2016. A administração foi reprovada
nas urnas, mesmo com apoio de Manuela d’Ávila e Juliana Brizola, que
ressaltavam seu lado popular e de esquerda, para o júnior Marchezan.
Incrivelmente a gestão do playboy também acaba de ser reprovada na
última eleição para eleger Tião, que duelou com Manu no segundo turno.
Roteiro de um filme comédia, embora seja a realidade de uma tragédia.
Essa
cidade não é para amadores. Aqui temos a cada setembro uma disneylândia
de bombachas, onde o orgulho de ser gaúcho é cantado em um coro racista
a declarar que “povo sem virtude acaba por ser escravo”. Esse virtuoso
povo preferiu retomar uma política já rejeitada há quatro anos do que
tentar algo novo, mesmo que essa novidade seja o hilariante PCeudoB.
Melo
passou a campanha aterrorizando a população com profecias caóticas tipo
“se Manuela vencer, Porto Alegre vai virar uma Venezuela e a gente vai
comer carne de cachorro”. É, “sigam nossas façanha de modelo à toda
Terra!”. Aqui tem muita carne sobrando na cidade. Mas é carne humana.
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