Hoje
o mundo está chocado com esse novo vírus e suas variantes cada vez mais
mortais. Temos uma imprensa globalizada para nos informar, há
laboratórios e cientistas em busca de vacinas que nos curem, e contamos
com hospitais, médicos e enfermeiros que nos acolhem em seus leitos. E
mesmo assim o serviço hospitalar está em colapso e a taxa de mortes não
para de subir. Conta muito o fato do nosso corpo não ter anticorpos
naturais e adaptados pra enfrentar as mazelas causada pelo vírus.
Que
tal dar um pulo de 500 anos pro passado e imaginar o poder destrutivo
que tinha o agora comum e leve vírus da gripe. Europeus que aqui
chegavam trazendo consigo o vírus, já acostumados com os efeitos da
gripe, e os índios, sem nenhum tipo de imunização. Cada espirro ibérico
equivalia a uma metralhadora giratória e mortífera para os povos
indígenas. A dizimação dos donos desta terra começou assim.
E,
pense comigo, o estrago foi imenso pois não havia nenhum amparo
medicinal, nada de ciência que buscasse uma solução, muito menos meios
de comunicação para levar estatísticas e recomendações tipo “fique na
taba”ou “não se aglomere com os galego”. E ainda tinha uma barreira
linguística enorme que dificultava tupi e guarani se comunicarem com
português e castelhano.
Pois no momento presente, com todo esse
legado humano, social, científico e tecnológico, uma bagagem cultural de
acúmulo histórico de cinco séculos, estamos a empilhar dois mil
defuntos em valas por dia. Se fosse apenas nossa suscetibilidade em
relação ao vírus, tal qual aconteceu com a população originária de 500
anos pra cá, e com o tempo adquiríssemos imunidade suficiente para logo
mais se tornasse uma “gripezinha”, tudo bem, são os caprichos da
natureza a que a humanidade sempre esteve sujeita.
O que não dá
para aceitar é negar tudo que já foi construído até hoje e jogar fora
uma infinita herança de conhecimento que todos nós temos, para retornar
aos obscuros séculos da Idade Média. Vamos ter que redescobrir a Ilha de
Santa Cruz se o rumo continuar na marcha ré. A ignorância está matando
mais que a falta de anticorpos, basta comparar os letais números do
Brasil com os de vários outros países. Agora podemos exigir vacinas, e
não aceitar mais bugigangas. Pois “nos deram espelho e vimos um mundo
doente”. Tentei chorar.
#CADÊ MEU CHINELO?
sexta-feira, 12 de março de 2021
[mandachuva] FIQUE NA TABA
:: txt :: Tiago Jucá ::
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