#CADÊ MEU CHINELO?
quinta-feira, 31 de março de 2011
[over12] VIVA LA REVOLUCION... DE 64!
::txt::Arlei Arnt::
Dia 31 de marzo, 1964. Os milicos declaram a revolução no Brazil. As consequências são pagas até hoje: desigualdade social, dívidas, pessoas sumidas que continuam sumidas. Mas a pior herança está no Planalto. O imortal José Sarney segue firme nos bastidores do poder. Nosso país, após a era dos milicos, hoje é um exemplo do neo-coronelismo. Pro povão pagamos uma bolsa esmola em troca de votos pra eleger e reeleger os representantes dos coronéis.
No tempo dos milicos não era permitido opinar. No neo-coronelismo, podemos nos expressar, mas claro, dizer o que foi dito acima é coisa de golpista. É a mesma turma que apoia a ditadura cubana, mas critica a também cruel ditadura militar, porém esquece que todos governos pós-Tancredo tem milicos e/ou arenistas no poder ou em suas barbas, sugando cargos, dinheiro e impondo restrições.
Pra toda essa gentália, minha humilde sugestão: peque sua camiseta do Che Guevara, e vá comemorar la revolucion que hoy completa 47 anos. Há que endurecer sem perder um carguinho!
quarta-feira, 30 de março de 2011
[agência pirata] O DIREITO DOS IDIOTAS
::txt::Afonso Vieira::
Há algum tempo ando afastado do meu hobby da escrita. Na semana passada acompanhei uma discussão sobre uns impropérios tecidos por um ator ao estado do Piauí. Logo em seguida, fiquei sabendo de outra asneira proferida por um “cantor” adolescente sobre a região amazônica.
Até ai nada demais, oras, ambos os falantes têm o direito de deslizarem nas palavras. Mas a reação da turba - supostamente ofendida - foi algo completamente desproporcional. Ambos tiveram eventos marcados por aquelas regiões, cancelados.
Quem é que nunca disse uma asneira, daquelas bem cabeludas? Isso é normal que ocorra, e o disparate é inversamente proporcional à quantidade de massa encefálica que possuímos. Pelo que vi, ambos têm deficiência com neurônios.
O ator eu desconhecia, a “banda” eu nunca ouvi – evito rádios e a mídia convencional -, só vi algumas vezes, pois o visual esquisito que me chamou atenção, que não considero algo adequado para meus padrões de vestimentas. Mas o problema é deles, se querem se vestir assim, têm o direito!
Nunca entendi essa relação doentia entre o bairrismo e os idiotas. Começo a enxergar algo além. É comum que os menos favorecidos intelectual, financeira e moralmente, busquem formas de escape para suas frustrações. Daí a explicação do alarde ao que “pensa” ou diz alguém que nem merece muita atenção. Na verdade – para os casos em questão -, ganharam cartaz e visibilidade além do que mereciam.
Há uma frase atribuída ao escritor Paul Johnson: “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”. Acredito que a referência é justamente para casos como os supracitados. Desculpem-me meus caros, mas as assembléias legislativas, os programas de TV, entre outros, deveriam ter coisas mais importantes do que se incomodar com biltres saltitantes. Deveriam . . .
Eu, assim como qualquer pessoa normal, também tenho meus momentos de idiotia – um deles foi em um comentário infeliz semana passada em meu ambiente de trabalho, mas isso é outra história.
A récua de algozes é pior, muito pior que os novos “inimigos” do Norte e Nordeste. Afinal, eles tiveram tempo para pensar e planejar suas ações. Recordei-me do episódio que ocorreu com o colunista Diogo Mainardi e Cuiabá – cidade lotada de bairristas, frise-se! O que foi escrito foi mal interpretado, mas a manada não raciocina muito quando o assunto fere o “decoro” da terra natal. Mas não dá para pensar em interpretação de texto em uma terra que até o sertanejo é “universitário”.
Temos exemplos diários de babaquices, só que é difícil entender o que move os corações abarrotados de ódio, como o dos “ofendidos”. Acredito que se o comentário fosse o inverso, oriundo de um morador daquelas plagas contra São Paulo ou Rio de Janeiro, passaria completamente despercebido. Mas o coitadismo, o politicamente correto resolveu triunfar na cultura brasilis. Não dá para esperar muito de uma terra onde idiotas criam leis racistas para combater, pasmem, o racismo.
A defesa das liberdades individuais, do direito de sermos idiotas, pode parecer mais uma tolice, mas não é! O patrulhamento tosco e sem fundamento, pode virar algo muito pior que meras churumelas de apresentadores e políticos oportunistas. A história está repleta de exemplos, que o digam os idiotas religiosos de nossa antiguidade, e até mesmo de um passado recente.
O que pensa ou deixa de pensar um ator desconhecido e um “aborrescente” emo, pouco me importa, mas quando formadores de opinião, parlamentares e pessoas influentes se sentem ofendidos por algo banal, começo a me preocupar. É, estamos mal, muito mal.
Já morei em diversos locais pelo país, conheço o Brasil muito melhor que considerável parcela da população. Cada local possui seus encantos, suas particularidades e defeitos. Não é censurando, calando e atacando ignorantes que vamos resolver problemas de autoestima, de egolatria e de carência de afetividade.
Eu, por exemplo, aprendi a amar cada cidade que morei, mas jamais deixei de enxergar suas peculiaridades e deficiências. Afinal, idiotas existem em todos os cantos, seja no meio artístico, político, social ou intelectual. Falta-lhes apenas a hombridade de aceitarem isso.
segunda-feira, 28 de março de 2011
[extra] MORRISSEY E REBECCA BLACK ENTREVISTAM #ROGERIOCENI
Rebecca Black: (Yeah, Ah-Ah-Ah-Ah-Ah-Ark)
Oo-ooh-ooh, hoo yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah, yeah, yeah
@rogerioceni: Sim, foi muito emocionante.
Rebecca Black: Partyin', partyin' (Yeah)
Partyin', partyin' (Yeah)
Fun, fun, fun, fun
Lookin' forward to the weekend
@rogerioceni: eu queria enviar aos gambás que me invejam o seguinte recado... eu sou 100 gols, e vcs 100 libertadores! hahahahahahha!... hoje é segunda, né?
Rebecca Black: it's Friday, Friday
Gotta get down on Friday
Everybody's lookin' forward to the weekend, weekend
Friday, Friday
Gettin' down on Friday
Silvio Santos: vc tem certeza disso?
Rebecca Black: Yesterday was Thursday, Thursday
Today i-is Friday, Friday (Partyin')
We-we-we so excited
We so excited
We gonna have a ball today
@rogerioceni: e amanhã?
Rebecca Black: Tomorrow is Saturday
Seu Jorge: E depois?
Rebecca Black: And Sunday comes after … wards
Morrissey: Every day is like sunday!
=====
google translator:
Rebecca Black: (Yeah, Ah-Ah-Ah-Ah-Ah-Ark)
Oo-ooh-ooh, hoo yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah, yeah, yeah
@joelsantana: Yes, to be emocionation.
Rebecca Black: Festas, Festas (Yeah)
Festas, Festas (Yeah)
Diversão, Diversão, Diversão, Diversão
Ansiosa para o fim de semana
@joelsantana: I to be to left recad to gambás...Ceni is 100 goals, and U R 100 libertators! hahahahahahahaha... today is monday?
Rebecca Black: É sexta-feira, sexta-feira
Tenho que curtir a sexta-feira
Todo mundo está ansioso para o fim de semana, fim de semana
Sexta-feira, Sexta-feira
Tenho que curtir a sexta-feira
@joelsantana: Sure?
Rebecca Black: Ontem foi quinta-feira, quinta-feira
Hoje é-é sexta-feira, sexta-feira (Festas)
Nós-nós-nós estamos tão excitados
Nós estamos tão excitados
Nós vamos nos divertir hoje
@joelsantana: and tomorrow?
Rebecca Black: Amanhã é sábado
@joelsantana: And afterward?
Rebecca Black: E domingo vem depois...
@joelsantana: Every day is like sunday!
======
*este texto é de domínio público. nenhum direito reservado.
Oo-ooh-ooh, hoo yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah, yeah, yeah
@rogerioceni: Sim, foi muito emocionante.
Rebecca Black: Partyin', partyin' (Yeah)
Partyin', partyin' (Yeah)
Fun, fun, fun, fun
Lookin' forward to the weekend
@rogerioceni: eu queria enviar aos gambás que me invejam o seguinte recado... eu sou 100 gols, e vcs 100 libertadores! hahahahahahha!... hoje é segunda, né?
Rebecca Black: it's Friday, Friday
Gotta get down on Friday
Everybody's lookin' forward to the weekend, weekend
Friday, Friday
Gettin' down on Friday
Silvio Santos: vc tem certeza disso?
Rebecca Black: Yesterday was Thursday, Thursday
Today i-is Friday, Friday (Partyin')
We-we-we so excited
We so excited
We gonna have a ball today
@rogerioceni: e amanhã?
Rebecca Black: Tomorrow is Saturday
Seu Jorge: E depois?
Rebecca Black: And Sunday comes after … wards
Morrissey: Every day is like sunday!
=====
google translator:
Rebecca Black: (Yeah, Ah-Ah-Ah-Ah-Ah-Ark)
Oo-ooh-ooh, hoo yeah, yeah
Yeah, yeah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah-ah-ah
Yeah, yeah, yeah
@joelsantana: Yes, to be emocionation.
Rebecca Black: Festas, Festas (Yeah)
Festas, Festas (Yeah)
Diversão, Diversão, Diversão, Diversão
Ansiosa para o fim de semana
@joelsantana: I to be to left recad to gambás...Ceni is 100 goals, and U R 100 libertators! hahahahahahahaha... today is monday?
Rebecca Black: É sexta-feira, sexta-feira
Tenho que curtir a sexta-feira
Todo mundo está ansioso para o fim de semana, fim de semana
Sexta-feira, Sexta-feira
Tenho que curtir a sexta-feira
@joelsantana: Sure?
Rebecca Black: Ontem foi quinta-feira, quinta-feira
Hoje é-é sexta-feira, sexta-feira (Festas)
Nós-nós-nós estamos tão excitados
Nós estamos tão excitados
Nós vamos nos divertir hoje
@joelsantana: and tomorrow?
Rebecca Black: Amanhã é sábado
@joelsantana: And afterward?
Rebecca Black: E domingo vem depois...
@joelsantana: Every day is like sunday!
======
*este texto é de domínio público. nenhum direito reservado.
quinta-feira, 24 de março de 2011
[agência pirata] CHE KADAFI
::txt::Elio Gaspari::
Outro dia, um curioso estava em cima de um camelo nas ruínas de Petra. Saíra da pracinha onde Indiana Jones matou o beduíno fanfarrão, quando três sujeitos apareceram no caminho. Eram ladrões. Um deles vestia camiseta com a imagem do Che Guevara. Das selvas da Bolívia, a lenda do Guerrilheiro Heroico chegara à cidade perdida dos nabateus.
Ninguém pode prever o que acontecerá com Muamar Kadafi, mas os Estados Unidos estão no caminho da construção de mais um personagem lendário. Daqui a meio século, alguém poderá cruzar com um plantador de coca do altiplano boliviano vestindo uma camiseta do "Rei Filósofo" líbio.
Os mitos são construídos pelos inimigos. Se a Inglaterra tivesse mandado Napoleão para Boston talvez ele tivesse morrido comerciando vinhos com o ervanário que entesourou. Seu mito deve muito aos seis anos de confinamento na ilha de Santa Helena, onde morreu.
Muitos são os guerrilheiros latino-americanos lembrados — Jorge Masetti, Camilo Torres ou mesmo Sandino — mas só Guevara tem camisetas até em Petra.
Se Guevara tivesse ido a julgamento, certamente teria sido anistiado pela Bolívia e seria hoje um octogenário reminiscente em Havana. Em outubro de 1967, as forças da coalizão americano-boliviana que o capturaram decidiram executá-lo num casebre do vilarejo de La Higuera. A ordem foi dada pelo comando boliviano e transmitida por um agente da CIA que lhe tungou um Rolex.
A execução de Guevara e a exposição de seu corpo sobre tanques de lavar roupa, numa cena evocativa do Crucificado, abriram o protocolo da lenda. (No Youtube há dezenas de vídeos sobre esse episódio, para todos os gostos.) A casa virou museu e ao lado dela há um enorme busto do Che, à frente de um crucifixo.
Em 1997 seus restos mortais foram trasladados para Cuba e estão num mausoléu. As execuções que ordenou tornaram-se justiçamentos, seu fanatismo, coerência, e suas aventuras, desassombro.
Os personagens de cenas como a de La Higuera raramente percebem a dimensão histórica dos episódios de que participam. O general americano que comanda o bombardeio da Líbia acredita que a choldra é boba, manda explodir o conjunto onde se supunha que estivesse Kadafi, e diz que não se pretende matá-lo.
Exatos sete anos depois do bombardeio de Bagdá, transformou-se uma operação militar que se diz destinada a proteger civis numa ofensiva que incluiu o lançamento de bombas sobre a capital líbia. (Nunca é demais lembrar o primeiro verso do hino dos fuzileiros americanos: “Dos salões de Montezuma às praias de Trípoli”.)
À diferença de Che, Kadafi é um oligarca larápio, mas há nele um ingrediente messiânico ausente no DNA do tunisiano Ben Ali ou do egípcio Hosni Mubarak. Como eles, soube seduzir empreiteiros, petroleiros, políticos e professores.
Parece um fanfarrão, mas é possível que fale sério quando diz coisas assim: “Kadafi não é uma pessoa comum, que você possa envenenar ou armar uma revolução contra ele. Eu lutarei até a última gota de meu sangue”.
Imagine-se um cenário catastrófico: Kadafi sai do seu esconderijo e, em vez de se esconder numa cafua, como Saddam Hussein, desaparece, como d. Sebastião, durante um combate num oásis do Saara.
Outro dia, um curioso estava em cima de um camelo nas ruínas de Petra. Saíra da pracinha onde Indiana Jones matou o beduíno fanfarrão, quando três sujeitos apareceram no caminho. Eram ladrões. Um deles vestia camiseta com a imagem do Che Guevara. Das selvas da Bolívia, a lenda do Guerrilheiro Heroico chegara à cidade perdida dos nabateus.
Ninguém pode prever o que acontecerá com Muamar Kadafi, mas os Estados Unidos estão no caminho da construção de mais um personagem lendário. Daqui a meio século, alguém poderá cruzar com um plantador de coca do altiplano boliviano vestindo uma camiseta do "Rei Filósofo" líbio.
Os mitos são construídos pelos inimigos. Se a Inglaterra tivesse mandado Napoleão para Boston talvez ele tivesse morrido comerciando vinhos com o ervanário que entesourou. Seu mito deve muito aos seis anos de confinamento na ilha de Santa Helena, onde morreu.
Muitos são os guerrilheiros latino-americanos lembrados — Jorge Masetti, Camilo Torres ou mesmo Sandino — mas só Guevara tem camisetas até em Petra.
Se Guevara tivesse ido a julgamento, certamente teria sido anistiado pela Bolívia e seria hoje um octogenário reminiscente em Havana. Em outubro de 1967, as forças da coalizão americano-boliviana que o capturaram decidiram executá-lo num casebre do vilarejo de La Higuera. A ordem foi dada pelo comando boliviano e transmitida por um agente da CIA que lhe tungou um Rolex.
A execução de Guevara e a exposição de seu corpo sobre tanques de lavar roupa, numa cena evocativa do Crucificado, abriram o protocolo da lenda. (No Youtube há dezenas de vídeos sobre esse episódio, para todos os gostos.) A casa virou museu e ao lado dela há um enorme busto do Che, à frente de um crucifixo.
Em 1997 seus restos mortais foram trasladados para Cuba e estão num mausoléu. As execuções que ordenou tornaram-se justiçamentos, seu fanatismo, coerência, e suas aventuras, desassombro.
Os personagens de cenas como a de La Higuera raramente percebem a dimensão histórica dos episódios de que participam. O general americano que comanda o bombardeio da Líbia acredita que a choldra é boba, manda explodir o conjunto onde se supunha que estivesse Kadafi, e diz que não se pretende matá-lo.
Exatos sete anos depois do bombardeio de Bagdá, transformou-se uma operação militar que se diz destinada a proteger civis numa ofensiva que incluiu o lançamento de bombas sobre a capital líbia. (Nunca é demais lembrar o primeiro verso do hino dos fuzileiros americanos: “Dos salões de Montezuma às praias de Trípoli”.)
À diferença de Che, Kadafi é um oligarca larápio, mas há nele um ingrediente messiânico ausente no DNA do tunisiano Ben Ali ou do egípcio Hosni Mubarak. Como eles, soube seduzir empreiteiros, petroleiros, políticos e professores.
Parece um fanfarrão, mas é possível que fale sério quando diz coisas assim: “Kadafi não é uma pessoa comum, que você possa envenenar ou armar uma revolução contra ele. Eu lutarei até a última gota de meu sangue”.
Imagine-se um cenário catastrófico: Kadafi sai do seu esconderijo e, em vez de se esconder numa cafua, como Saddam Hussein, desaparece, como d. Sebastião, durante um combate num oásis do Saara.
quarta-feira, 23 de março de 2011
[gordo miranda] O DIFÍCIL É VIVER IMPUNEMENTE
::txt::Moah Sousa::
Terça, 21 de março, foi o aniversário do Gordo Miranda. Figuraça que deixou Porto Alegre há tempos para ganhar dinheiro e ajeitar umas moças bonitas na capital de todos os paulistas.
Certa feita fui visitá-lo no Largo da Batata, onde morava com a doce Ângela Dib e o super traquina Skowa. Assim que abrimos a porta, bolas de fogo passaram sobre nossas cabeças. Era a moça que treinava um número pruma peça de teatro. De olhos arregalados e cabeleira chamuscada seguimos pelo corredor em direção à barulheira ducaralho que sai dum dos quartos. Deitado como se estivesse em berço esplêndido, Skowa maquinava seu próximo passo musical, a criação da banda Máfia.
Em seguida, entramos no espaço do Gordo. Não era, na verdade um quarto, tratava-se de uma mescla de banca de revista especializada em quadrinhos, loja de brinquedos e quinquilharias diversas e um atacadão de CDs e bolachas de vinil. Num canto, uns panos e almofadas que, imagino, era o lugar onde ele dormia e abatia suas presas.
Não havia comida na cozinha, cerveja na geladeira e nem biscoitos nas prateleiras. De modo que saímos todos para beber numa pastelaria chinesa bem chinela da Annes Dias. Ficava bem perto, mas levamos um bom par de minutos pra chegar na boca. Ocorre que o Skowa era mais conhecido do que a arte das mulheres em esconder chocolates. Por onde passava, todos o cumprimentavam, apertavam sua mão, pediam coisas e ofereciam outras.
Neste cenário, o Miranda saiu-se com essa: “o Skowa é igual o Claudinho Pereira, não dá pra andar nas ruas com eles. Deveriam ser políticos ou donos de alguma Zona, o que daria no mesmo”. O Gordo Miranda é uma das poucas pessoas que conheço que pensa em duas linhas paralelas, uma escuta e a outra elabora. Longa vida ao criador da espetacular banda Urubu Rei e integrante de tantas outras coisas bacanas e anárquicas como foi o Atahualpa e os Punks!
*jornalista e produtor cultural
terça-feira, 22 de março de 2011
[premoiuirapuru] O ARTISTA DE 2010: JENECI CONQUISTA 5 CATEGORIAS
A crítica animal, que semana passada consagrou o primeiro álbum solo de Marcelo Jeneci como o melhor de 2010, agora o torna a grande personalidade musical do ano passado. Além de melhor álbum, Jeneci conquistou mais quatro prêmios: melhor música, letrista, compositor e tecladista.
Outro destaque é o retorno de Lúcio Maia pro topo das guitarras, chegando assim ao seu nono prêmio nessa categoria. Destaque também a quem é bi-campeão em suas categorias: Cidadão Instigado (show), João Brasil (dj), Curumin (bateria), Kiko Dinucci (cordas acústicas) e Guilherme Mendonça (sopro).
E ainda sobrou espaço pra estréias no topo do Uirapuru: Tulipa Ruiz, Apanhador Só, Marku Ribas, Régis Damasceno e Carlos Amarelo. A lista completa e os vencedores dos anos anteriores estão logo abaixo! Salve a música brasileira!
#MÚSICA
1º MARCELO JENECI - FELICIDADE
2º TULIPA RUIZ - ÀS VEZES
3º CÉREBRO ELETRÔNICO - CAMA
4º MARKU RIBAS - ALTAS HORAS
5º GUIZADO - ROLÊ BELEZA
6º TULIPA RUIZ - EFÊMERA
7º GUIZADO - SKATE PHASER
8º TULIPA RUIZ - AQUI
9º CIBELLE - ESCUTE BEM
10º MARCELO JENECI - COPO D'ÁGUA
11º MARCELO JENECI e LUIZ TATIT - POR QUE NÓS
12º ALMAZ - SAUDOSA BAHIA
12º ANDRÉ ABUJAMRA - IMAGINAÇÃO
12º ANDRÉ ABUJAMRA - ORIGEM
12º KARINA BUHR - VIRA PÓ
12º LURDES DA LUZ e JORGE DU PEIXE - CORRENTE DE ÁGUA DOCE
12º TULIPA RUIZ - SÓ SEI DANÇAR COM VOCÊ
18º BÁRBARA EUGÊNIA - HARU
19º EMÍLIO SANTIAGO - CHEGA
20º MAQUINADO - PODE DORMIR
21º GAFIEIRA SÃO PAULO - TEM MAIS SAMBA
21º MIRANDA KASSIN & ANDRÉ FRATESCHI - MAGRELA FEVER
21º TULIPA RUIZ - DO AMOR
24º VANESSA DA MATA - AS PALAVRAS
25º DO AMOR - ISSO É CARIMBÓ
= Galeria Animal =
2010 Marcelo Jeneci - Felicidade
2009 Arnaldo Antunes - Invejoso
2008 Metaleiras da Amazônia - Gostoso pra Danar
2007 Nação Zumbi - Bossa Nostra
2006 Eddie - Metropolitano
2005 BiD e Marku Ribas - Fora do Horário Comercial
2004 Mombojó - A Missa | Mombojó - Duas Cores | Vanessa da Mata - Música
2003 Mundo Livre S/A - Inocência
2002 Racionais MCs - Inocência
2001 Marcelo D2 - A Maldição do Samba | O Rappa - O Que Sobrou do Céu | Trio Mocotó - Os Orixás
2000 Lia de Itamaracá - Nagô, Nagô
#SHOW
1º CIDADÃO INSTIGADO
2º OTTO
3º KIKO DINUCCI
4º TULIPA RUIZ
5º GUIZADO
= Galeria Animal =
2010 Cidadão Instigado
2009 Cidadão Instigado
2008 Orquestra Imperial
2007 Nação Zumbi
2006 Cordel do Fogo Encantado
2005 Nação Zumbi
2004 Groove james
2003 Cordel do Fogo Encantado
2002 Jorge Ben Jor
2001 Cordel do Fogo Encantado | Lenine | Mestre Ambrósio
2000 Otto
#BANDA
1º APANHADOR SÓ
2º CÉREBRO ELETRÔNICO
3º A BANDA DE JOSEPH TOURTON
4º MAQUINADO
5º ALMAZ
= Galeria Animal =
2010 Apanhador Só
2009 Cidadão Instigado
2008 Eddie
2007 Nação Zumbi
2006 Mombojó
2005 Nação Zumbi
2004 Mombojó
2003 Los Hermanos
2002 Nação Zumbi
2001 Trio Mocotó
2000 Velha Guarda da Portela
#CANTORA
1º TULIPA RUIZ
2º LUISA MAITA
3º CIBELLE
4º VANESSA DA MATA
5º LAURA LAVIERI
= Galeria Animal =
2010 Tulipa Ruiz
2009 Céu
2008 Céu
2007 Roberta Sá
2006 Marisa Monte
2005 Céu
2004 Vanessa da Mata
2003 Dona Edith do Prato
2002 Elza Soares | Paula Lima
2001 Dona Ivone Lara
2000 Lia de Itamaracá
#CANTOR
1º MARKU RIBAS
2º MARCELO JENECI
3º VITOR RAMIL
4º THIAGO PETIT
5º SEU JORGE
= Galeria Animal =
2010 Marku Ribas
2009 Arnaldo Antunes
2008 Luiz Melodia
2007 Luiz Melodia
2006 Romulo Fróes
2005 Seu Jorge
2004 Felipe S.
2003 Fábio Trummer
2002 Gilberto Gil
2001 Monarco
2000 Zeca Pagodinho
#LETRAS
1º MARCELO JENECI
2º EMICIDA
3º KARINA BUHR
4º ANDRÉ ABUJAMRA
4º MARKU RIBAS
= Galeria Animal =
2010 Marcelo Jeneci
2009 Arnaldo Antunes
2008 Richard Serraria | Tom Zé
2007 Jorge Du Peixe
2006 Lirinha
2005 Fred 04
2004 Felipe S.
2003 Fred 04
2002 Mano Brown
2001 Jorge Du Peixe
2000 Marcelo Yuka
#COMPOSIÇÃO
1º MARCELO JENECI
2º ANDRÉ ABUJAMRA
3º EUMIR DEODATO
4º KARINA BUHR
5º BETO CUPERTINO
= Galeria Animal =
2010 Marcelo Jeneci
2009 Fernando Catatau
2008 Curumin
2007 Lúcio Maia
#GUITARRA
1º LÚCIO MAIA
2º FERNANDO CATATAU
3º ROBERTINHO BARRETO
4º JULIANO HOLANDA
5º SERGIO SOFFIATTI
= Galeria Animal =
2010 Lúcio Maia
2009 Fernando Catatau
2008 Gabriel Guedes
2007 Lúcio Maia
2006 Lúcio Maia
2005 Lúcio Maia
2004 Lúcio Maia
2003 Lúcio Maia
2002 Lúcio Maia
2001 Lúcio Maia
2000 Lúcio Maia
#BAIXO
1º RÉGIS DAMASCENO
2º RIAN BATISTA
3º ANTÔNIO PINTO
4º MÁRCIO ARANTES
5º HUGO LINS
= Galeria Animal =
2010 Régis Damasceno
2009 Rafael Toloi
2008 Dengue
2007 Dengue
2006 Dengue
2005 Dengue
#BATERIA
1º CURUMIN
2º DUANI MARTINS
3º WILSON DAS NEVES
4º ESDRAS NENÉN
5º PUPILO
= Galeria Animal =
2010 Curumin
2009 Curumin
2008 Pupilo
2007 Pupilo
2006 Pupilo
2005 Pupilo
2004 Pupilo
2003 Rodrigo Barba
#PERCUSSÃO
1º CARLOS AMARELO
2º DOUGLAS ALONSO
3º DA LUA
4º LUCAS DOS PRAZERES
5º WILSON DAS NEVES
= Galeria Animal =
2010 Carlos Amarelo
2009 Jam da Silva
2008 Jam da Silva
2007 Toca Ogan
2006 Toca Ogan
2005 Toca Ogan
2004 Toca Ogan
2003 Toca Ogan
2002 Toca Ogan
2001 Nereu Gargalo
2000 Toca Ogan
#CORDAS ACÚSTICAS
1º KIKO DINUCCI
2º PÚBLIUS LENTULOS
3º GUSTAVO AZEVEDO
4º YAMANDU COSTA
5º VINÍCIUS SARMENTO
= Galeria Animal =
2010 Kiko Dinucci
2009 Roberto Correa
2008 Kiko Dinucci
2007 Yamandu Costa
2006 Clayton Barros
2005 Yamandu Costa
2004 Moraes Moreira
2003 Clayton Barros
#TECLADOS
1º MARCELO JENECI
2º EUMIR DEODATO
3º MARCELO MAITA
4º CHIQUINHO
5º DUSTAN GALLAS
= Galeria Animal =
2010 Marcelo Jeneci
2009 Marcelo Jeneci
2008 Chiquinho
2007 Ehud Asherie
2006 Bactéria | Chiquinho
2005 Bactéria
#SOPRO
1º GUILHERME MENDONÇA
2º TIQUINHO
3º THIAGO FRANÇA
4º MARCELO MONTEIRO
5º JÚLIO RIZZO
= Galeria Animal =
2010 Guilherme Mendonça
2009 Guilherme Mendonça
2008 Reginaldo 16
2007 Spok
2006 O Raffa
2005 Max Sette
2004 O Raffa
#DJ
1º JOÃO BRASIL
2º DJ TUDO
3º DJ CREMOSO
= Galeria Animal =
2010 João Brasil
2009 João Brasil
2008 DJ Dolores
2007 Marcelinho da Lua
2006 DJ Dolores
2005 DJ Dolores
Nossa crítica animal é formada por:
Alessandra Leão, Bruno Costa, Caio Jobim, Daniel Calasans, Fernando Fhenso Souza, Jam da Silva, Lafaiete Júnior, Leandro De Nardi, Luciano Viegas, Pablo Francischelli, Tiago Jucá Oliveira e Wagner Eugênio.
Outro destaque é o retorno de Lúcio Maia pro topo das guitarras, chegando assim ao seu nono prêmio nessa categoria. Destaque também a quem é bi-campeão em suas categorias: Cidadão Instigado (show), João Brasil (dj), Curumin (bateria), Kiko Dinucci (cordas acústicas) e Guilherme Mendonça (sopro).
E ainda sobrou espaço pra estréias no topo do Uirapuru: Tulipa Ruiz, Apanhador Só, Marku Ribas, Régis Damasceno e Carlos Amarelo. A lista completa e os vencedores dos anos anteriores estão logo abaixo! Salve a música brasileira!
#MÚSICA
1º MARCELO JENECI - FELICIDADE
2º TULIPA RUIZ - ÀS VEZES
3º CÉREBRO ELETRÔNICO - CAMA
4º MARKU RIBAS - ALTAS HORAS
5º GUIZADO - ROLÊ BELEZA
6º TULIPA RUIZ - EFÊMERA
7º GUIZADO - SKATE PHASER
8º TULIPA RUIZ - AQUI
9º CIBELLE - ESCUTE BEM
10º MARCELO JENECI - COPO D'ÁGUA
11º MARCELO JENECI e LUIZ TATIT - POR QUE NÓS
12º ALMAZ - SAUDOSA BAHIA
12º ANDRÉ ABUJAMRA - IMAGINAÇÃO
12º ANDRÉ ABUJAMRA - ORIGEM
12º KARINA BUHR - VIRA PÓ
12º LURDES DA LUZ e JORGE DU PEIXE - CORRENTE DE ÁGUA DOCE
12º TULIPA RUIZ - SÓ SEI DANÇAR COM VOCÊ
18º BÁRBARA EUGÊNIA - HARU
19º EMÍLIO SANTIAGO - CHEGA
20º MAQUINADO - PODE DORMIR
21º GAFIEIRA SÃO PAULO - TEM MAIS SAMBA
21º MIRANDA KASSIN & ANDRÉ FRATESCHI - MAGRELA FEVER
21º TULIPA RUIZ - DO AMOR
24º VANESSA DA MATA - AS PALAVRAS
25º DO AMOR - ISSO É CARIMBÓ
= Galeria Animal =
2010 Marcelo Jeneci - Felicidade
2009 Arnaldo Antunes - Invejoso
2008 Metaleiras da Amazônia - Gostoso pra Danar
2007 Nação Zumbi - Bossa Nostra
2006 Eddie - Metropolitano
2005 BiD e Marku Ribas - Fora do Horário Comercial
2004 Mombojó - A Missa | Mombojó - Duas Cores | Vanessa da Mata - Música
2003 Mundo Livre S/A - Inocência
2002 Racionais MCs - Inocência
2001 Marcelo D2 - A Maldição do Samba | O Rappa - O Que Sobrou do Céu | Trio Mocotó - Os Orixás
2000 Lia de Itamaracá - Nagô, Nagô
#SHOW
1º CIDADÃO INSTIGADO
2º OTTO
3º KIKO DINUCCI
4º TULIPA RUIZ
5º GUIZADO
= Galeria Animal =
2010 Cidadão Instigado
2009 Cidadão Instigado
2008 Orquestra Imperial
2007 Nação Zumbi
2006 Cordel do Fogo Encantado
2005 Nação Zumbi
2004 Groove james
2003 Cordel do Fogo Encantado
2002 Jorge Ben Jor
2001 Cordel do Fogo Encantado | Lenine | Mestre Ambrósio
2000 Otto
#BANDA
1º APANHADOR SÓ
2º CÉREBRO ELETRÔNICO
3º A BANDA DE JOSEPH TOURTON
4º MAQUINADO
5º ALMAZ
= Galeria Animal =
2010 Apanhador Só
2009 Cidadão Instigado
2008 Eddie
2007 Nação Zumbi
2006 Mombojó
2005 Nação Zumbi
2004 Mombojó
2003 Los Hermanos
2002 Nação Zumbi
2001 Trio Mocotó
2000 Velha Guarda da Portela
#CANTORA
1º TULIPA RUIZ
2º LUISA MAITA
3º CIBELLE
4º VANESSA DA MATA
5º LAURA LAVIERI
= Galeria Animal =
2010 Tulipa Ruiz
2009 Céu
2008 Céu
2007 Roberta Sá
2006 Marisa Monte
2005 Céu
2004 Vanessa da Mata
2003 Dona Edith do Prato
2002 Elza Soares | Paula Lima
2001 Dona Ivone Lara
2000 Lia de Itamaracá
#CANTOR
1º MARKU RIBAS
2º MARCELO JENECI
3º VITOR RAMIL
4º THIAGO PETIT
5º SEU JORGE
= Galeria Animal =
2010 Marku Ribas
2009 Arnaldo Antunes
2008 Luiz Melodia
2007 Luiz Melodia
2006 Romulo Fróes
2005 Seu Jorge
2004 Felipe S.
2003 Fábio Trummer
2002 Gilberto Gil
2001 Monarco
2000 Zeca Pagodinho
#LETRAS
1º MARCELO JENECI
2º EMICIDA
3º KARINA BUHR
4º ANDRÉ ABUJAMRA
4º MARKU RIBAS
= Galeria Animal =
2010 Marcelo Jeneci
2009 Arnaldo Antunes
2008 Richard Serraria | Tom Zé
2007 Jorge Du Peixe
2006 Lirinha
2005 Fred 04
2004 Felipe S.
2003 Fred 04
2002 Mano Brown
2001 Jorge Du Peixe
2000 Marcelo Yuka
#COMPOSIÇÃO
1º MARCELO JENECI
2º ANDRÉ ABUJAMRA
3º EUMIR DEODATO
4º KARINA BUHR
5º BETO CUPERTINO
= Galeria Animal =
2010 Marcelo Jeneci
2009 Fernando Catatau
2008 Curumin
2007 Lúcio Maia
#GUITARRA
1º LÚCIO MAIA
2º FERNANDO CATATAU
3º ROBERTINHO BARRETO
4º JULIANO HOLANDA
5º SERGIO SOFFIATTI
= Galeria Animal =
2010 Lúcio Maia
2009 Fernando Catatau
2008 Gabriel Guedes
2007 Lúcio Maia
2006 Lúcio Maia
2005 Lúcio Maia
2004 Lúcio Maia
2003 Lúcio Maia
2002 Lúcio Maia
2001 Lúcio Maia
2000 Lúcio Maia
#BAIXO
1º RÉGIS DAMASCENO
2º RIAN BATISTA
3º ANTÔNIO PINTO
4º MÁRCIO ARANTES
5º HUGO LINS
= Galeria Animal =
2010 Régis Damasceno
2009 Rafael Toloi
2008 Dengue
2007 Dengue
2006 Dengue
2005 Dengue
#BATERIA
1º CURUMIN
2º DUANI MARTINS
3º WILSON DAS NEVES
4º ESDRAS NENÉN
5º PUPILO
= Galeria Animal =
2010 Curumin
2009 Curumin
2008 Pupilo
2007 Pupilo
2006 Pupilo
2005 Pupilo
2004 Pupilo
2003 Rodrigo Barba
#PERCUSSÃO
1º CARLOS AMARELO
2º DOUGLAS ALONSO
3º DA LUA
4º LUCAS DOS PRAZERES
5º WILSON DAS NEVES
= Galeria Animal =
2010 Carlos Amarelo
2009 Jam da Silva
2008 Jam da Silva
2007 Toca Ogan
2006 Toca Ogan
2005 Toca Ogan
2004 Toca Ogan
2003 Toca Ogan
2002 Toca Ogan
2001 Nereu Gargalo
2000 Toca Ogan
#CORDAS ACÚSTICAS
1º KIKO DINUCCI
2º PÚBLIUS LENTULOS
3º GUSTAVO AZEVEDO
4º YAMANDU COSTA
5º VINÍCIUS SARMENTO
= Galeria Animal =
2010 Kiko Dinucci
2009 Roberto Correa
2008 Kiko Dinucci
2007 Yamandu Costa
2006 Clayton Barros
2005 Yamandu Costa
2004 Moraes Moreira
2003 Clayton Barros
#TECLADOS
1º MARCELO JENECI
2º EUMIR DEODATO
3º MARCELO MAITA
4º CHIQUINHO
5º DUSTAN GALLAS
= Galeria Animal =
2010 Marcelo Jeneci
2009 Marcelo Jeneci
2008 Chiquinho
2007 Ehud Asherie
2006 Bactéria | Chiquinho
2005 Bactéria
#SOPRO
1º GUILHERME MENDONÇA
2º TIQUINHO
3º THIAGO FRANÇA
4º MARCELO MONTEIRO
5º JÚLIO RIZZO
= Galeria Animal =
2010 Guilherme Mendonça
2009 Guilherme Mendonça
2008 Reginaldo 16
2007 Spok
2006 O Raffa
2005 Max Sette
2004 O Raffa
#DJ
1º JOÃO BRASIL
2º DJ TUDO
3º DJ CREMOSO
= Galeria Animal =
2010 João Brasil
2009 João Brasil
2008 DJ Dolores
2007 Marcelinho da Lua
2006 DJ Dolores
2005 DJ Dolores
Nossa crítica animal é formada por:
Alessandra Leão, Bruno Costa, Caio Jobim, Daniel Calasans, Fernando Fhenso Souza, Jam da Silva, Lafaiete Júnior, Leandro De Nardi, Luciano Viegas, Pablo Francischelli, Tiago Jucá Oliveira e Wagner Eugênio.
segunda-feira, 21 de março de 2011
[over12] OBAMA VERSUS O RACISMO COMUNISTA
::txt::Tiago Jucá Oliveira::
O racismo é algo ainda a ser superado no Brasil. A intolerância com os negros veio às claras através de uma twittada da excelentíssima deputada Eae Beleza, do PCdoB-RS. Diz ela: "Não é nada legal ver que o presidente negro, eleito com os votos dos jovens que sonhavam pela paz, mantém a mesma política de guerra".
Não pude aguentar tamanha estupidez humana e a trollei: "a deputada, com a boca fechada, é uma poeta". Ora! Um presidente negro não pode manter uma política de guerra pelo fato de ser negro? O Bush podia. Obama não. Negro não pode errar. Quando a sociedade branca dá uma chance a um negro, ele tem que fazer tudo certo. Quando faz errado, vão salientar a sua cor de pele. Ou você já ouviu alguém dizer que o Bush, por ser branco, não deveria invadir o Iraque?
A mais surpreendente frase não é a visão racista da deputada. É sua resposta em passo de lebre para o meu comentário: "e tu é machista". Cuma? Não se pode mais criticar uma deputada pelo fato de ela ser mulher? Se eu tivesse ressaltado que ela, por ser mulher, deveria ficar calada, aí sim eu teria me comportado de forma machista. Não foi o caso.
De acordo com a linha de raciocínio dela, nós não deveríamos ter criticado o governo Yeda, tal qual publicamos isso aqui. Me parece, nobre deputada, que você é daquela turminha que desqualifica as críticas através de rótulos. A gente aponta o descaso de Dilma com Belo Monte e a submissão a interesses de poderosas empreiteiras, vocês nos acusam de golpistas. Depois acusamos uma frase infeliz de alguém que vive às custas de nosso suor, e eis a resposta: "tu é machista".
Mas nem dá pra se queixar de uma jornalista sem nenhum talento que foi buscar sucesso nos palanques verticais. Não se espera nada duma mente que é dum partido comunista, ideologia que quando esteve no poder matou milhões de opositores, nunca concedeu liberdade de expressão ao povo nem de imprensa aos jornalistas. O que pensar de alguém assim?
Siga seu rumo, nobre musa do congresso (o padrão de beleza está nivelado por baixo, pelo visto). Siga suas coligações políticas com Berfran Rosado, Antônio Britto, José Sarney, Aldo Rebelo, Michel Temer, Renan Calheiros, José Genoíno. E mantenha seu discurso político contra o primeiro presidente negro da América. Dependendo da senhora, ele será o primeiro e único.
O racismo é algo ainda a ser superado no Brasil. A intolerância com os negros veio às claras através de uma twittada da excelentíssima deputada Eae Beleza, do PCdoB-RS. Diz ela: "Não é nada legal ver que o presidente negro, eleito com os votos dos jovens que sonhavam pela paz, mantém a mesma política de guerra".
Não pude aguentar tamanha estupidez humana e a trollei: "a deputada, com a boca fechada, é uma poeta". Ora! Um presidente negro não pode manter uma política de guerra pelo fato de ser negro? O Bush podia. Obama não. Negro não pode errar. Quando a sociedade branca dá uma chance a um negro, ele tem que fazer tudo certo. Quando faz errado, vão salientar a sua cor de pele. Ou você já ouviu alguém dizer que o Bush, por ser branco, não deveria invadir o Iraque?
A mais surpreendente frase não é a visão racista da deputada. É sua resposta em passo de lebre para o meu comentário: "e tu é machista". Cuma? Não se pode mais criticar uma deputada pelo fato de ela ser mulher? Se eu tivesse ressaltado que ela, por ser mulher, deveria ficar calada, aí sim eu teria me comportado de forma machista. Não foi o caso.
De acordo com a linha de raciocínio dela, nós não deveríamos ter criticado o governo Yeda, tal qual publicamos isso aqui. Me parece, nobre deputada, que você é daquela turminha que desqualifica as críticas através de rótulos. A gente aponta o descaso de Dilma com Belo Monte e a submissão a interesses de poderosas empreiteiras, vocês nos acusam de golpistas. Depois acusamos uma frase infeliz de alguém que vive às custas de nosso suor, e eis a resposta: "tu é machista".
Mas nem dá pra se queixar de uma jornalista sem nenhum talento que foi buscar sucesso nos palanques verticais. Não se espera nada duma mente que é dum partido comunista, ideologia que quando esteve no poder matou milhões de opositores, nunca concedeu liberdade de expressão ao povo nem de imprensa aos jornalistas. O que pensar de alguém assim?
Siga seu rumo, nobre musa do congresso (o padrão de beleza está nivelado por baixo, pelo visto). Siga suas coligações políticas com Berfran Rosado, Antônio Britto, José Sarney, Aldo Rebelo, Michel Temer, Renan Calheiros, José Genoíno. E mantenha seu discurso político contra o primeiro presidente negro da América. Dependendo da senhora, ele será o primeiro e único.
quinta-feira, 17 de março de 2011
[over12] O POLÊMICO BLOG DA MARIA BETHÂNIA
::txt::Fagner Marques::
Ontem, os holofotes se voltaram mais uma vez sobre Maria Bethânia. Infelizmente não foi o talento como intérprete que a colocou no foco da mídia. A autorização, por parte do Ministério da Cultura, da captação de R$1,3 milhão para o projeto "O Mundo Precisa de Poesia" trouxe a tona não só o nome da cantora mas, também, a forma como as leis de incentivo são executadas atualmente. Para quem estava em Júpiter nesta semana, a ideia é a publicação de um vídeo por dia, durante 365 dias, em um site no formato de blog, onde serão recitados, por Bethânia, textos em prosa e poesia de escritores de língua portuguesa.
A polêmica começou com a Mônica Bergamo, em seu blog na Folha de São Paulo. Chegada em uma história que rende boas fofocas, a jornalista minimizou o projeto de Bethânia, chamando-o, simplesmente de blog. Criou-se aí um frenesi a respeito do 'blog mais caro da história', que será 'patrocinado por dinheiro público'. Como meto a colher, me dou o direito de colocar minha humilde opinião nessa roda.
O projeto "blog"
Talvez o grande erro de toda esta história foi como o projeto foi divulgado. Ao denominar o trabalho a ser realizado de 'blog', houve uma minimização da real dimensão do que será realizado. A começar é um projeto de audiovisual. Como o nome já diz, audiovisual engloba sons e imagens. Para se realizar um trabalho descende neste ramo, são necessários equipamentos de qualidade, que não são baratos. Como é inviável criar uma produtora, mesmo com R$ 1,3 milhões de reais, é necessário a contratação de uma empresa do ramo. E, é claro, elas não são altruístas ou filantrópicas. Para exemplificar, o o custo de produção para a criação de um vídeo institucional de 5 minutos para a empresa onde trabalho (de médio porte) foi orçado em R$ 25.000,00.
Tirando-se isso, há custos operacionais (telefone, provedor, hospedagem, etc.) e da equipe de realização do projeto: roteirista, diretor, coordenador de produção, assessoria de comunicação. Não entrarei nem no mérito dos direitos autorais. Afinal os detentores destes direitos costumam solicitar remuneração para ceder o conteúdo.
A estética de Bethânia
Embora eu não seja fãzaço, sei da história, da importância e do potencial de Maria Bethânia. Não é a toa que ela é considerada uma das maiores intérpretes nacionais vivas. O fato de eu gostar ou não, é o meu gosto e diz respeito, adivinhem? À minha pessoa (tãdã). No mais, tenho até um apreço pela excelência que ela dá às suas interpretações. E se eu apenas um Zé Ninguém metendo o bedelho nessa história, deixo aqui uma palavrinha do Jorge Furtado, que tem um 'pequeno' know how quando o assunto é audiovisual.
De outra parte, é louvável a intenção dela de divulgar poesia pela internet. Se fosse eu - um quase fanho - ou algum gago qualquer, soaria ridículo. Agora alguém que tem história é outro papo. No mais, poesia deve ser repassada ao maior número de pessoas possíveis, visto que toda a arte é feita para o público (essa história de que arte é uma manifestação destinada APENAS à satisfação pessoal é uma das maiores balelas que eu já tive a oportunidade de escutar - e escutei inúmeras vezes). Então livros não deveriam ser lidos, filmes engavetados antes de serem exibidos e músicas nem deveriam ser gravadas ou executadas. Se o artista propõe uma interpretação (seja ele autor ou simplesmente reprodutor), a assimilação é de quem recebe a mensagem. Isso é básico em qualquer área: interpretações são subjetivas e baseadas nas experiências pessoas e de contexto.
Uma lei a ser revisada
É fato que as leis de incentivo à cultura devem ser revistas e alteradas. Isso inclui, obviamente, a Lei Rouanet. O grande furo desas legislações, me parece, entra no momento da captação da verba. Milhares de projetos são aprovados pelo Ministério da Cultura todos os anos. Poucos, no entanto, conseguem arrecadar o que foi autorizado. Imaginem que o Fagner aqui decide criar um projeto audiovisual que custará em torno de R$ 1 milhão. O projeto é aprovado, como o da Bethânia. Só que o Fagner é o mosquito do cocô do cavalo do bandido e a Bethânia uma das artistas de maior visibilidade no Brasil. Os dois no páreo, é hora de bater perna e portas para conseguir grana na iniciativa privada. Qual dos dois projetos dará mais visibilidade aos financiadores? Quem vai preferir dar essa grana para mim em detrimento da cantora? Acho que as respostas são simples, não?
Por outro lado, existe o desconhecimento de muitos sobre a forma como a lei funciona. As empresas e, importante ressaltar, as pessoas físicas também, podem destinar parte do imposto de renda devido à projetos culturais, sociais ou esportivos. Isto quer dizer que, ao invés de o financiador pagar o fisco, ele destinará o dinheiro diretamente para o projeto de sua preferência. O mais interessante disto tudo é que as pessoas gostam tanto de falar que o imposto é dinheiro delas, afinal, foram elas que arcaram com os valores. Porque, então, os impostos pagos pelas empresas são considerados do governo? É interessante pensar se não há uma incoerência neste tipo de visão.
Aos que ainda têm dúvidas sobre o projeto, e quer comprovar na ponta do lápis se ele é superfaturado ou não (coisa que eu não fiz), ele está disponível aqui.
Ontem, os holofotes se voltaram mais uma vez sobre Maria Bethânia. Infelizmente não foi o talento como intérprete que a colocou no foco da mídia. A autorização, por parte do Ministério da Cultura, da captação de R$1,3 milhão para o projeto "O Mundo Precisa de Poesia" trouxe a tona não só o nome da cantora mas, também, a forma como as leis de incentivo são executadas atualmente. Para quem estava em Júpiter nesta semana, a ideia é a publicação de um vídeo por dia, durante 365 dias, em um site no formato de blog, onde serão recitados, por Bethânia, textos em prosa e poesia de escritores de língua portuguesa.
A polêmica começou com a Mônica Bergamo, em seu blog na Folha de São Paulo. Chegada em uma história que rende boas fofocas, a jornalista minimizou o projeto de Bethânia, chamando-o, simplesmente de blog. Criou-se aí um frenesi a respeito do 'blog mais caro da história', que será 'patrocinado por dinheiro público'. Como meto a colher, me dou o direito de colocar minha humilde opinião nessa roda.
O projeto "blog"
Talvez o grande erro de toda esta história foi como o projeto foi divulgado. Ao denominar o trabalho a ser realizado de 'blog', houve uma minimização da real dimensão do que será realizado. A começar é um projeto de audiovisual. Como o nome já diz, audiovisual engloba sons e imagens. Para se realizar um trabalho descende neste ramo, são necessários equipamentos de qualidade, que não são baratos. Como é inviável criar uma produtora, mesmo com R$ 1,3 milhões de reais, é necessário a contratação de uma empresa do ramo. E, é claro, elas não são altruístas ou filantrópicas. Para exemplificar, o o custo de produção para a criação de um vídeo institucional de 5 minutos para a empresa onde trabalho (de médio porte) foi orçado em R$ 25.000,00.
Tirando-se isso, há custos operacionais (telefone, provedor, hospedagem, etc.) e da equipe de realização do projeto: roteirista, diretor, coordenador de produção, assessoria de comunicação. Não entrarei nem no mérito dos direitos autorais. Afinal os detentores destes direitos costumam solicitar remuneração para ceder o conteúdo.
A estética de Bethânia
Embora eu não seja fãzaço, sei da história, da importância e do potencial de Maria Bethânia. Não é a toa que ela é considerada uma das maiores intérpretes nacionais vivas. O fato de eu gostar ou não, é o meu gosto e diz respeito, adivinhem? À minha pessoa (tãdã). No mais, tenho até um apreço pela excelência que ela dá às suas interpretações. E se eu apenas um Zé Ninguém metendo o bedelho nessa história, deixo aqui uma palavrinha do Jorge Furtado, que tem um 'pequeno' know how quando o assunto é audiovisual.
De outra parte, é louvável a intenção dela de divulgar poesia pela internet. Se fosse eu - um quase fanho - ou algum gago qualquer, soaria ridículo. Agora alguém que tem história é outro papo. No mais, poesia deve ser repassada ao maior número de pessoas possíveis, visto que toda a arte é feita para o público (essa história de que arte é uma manifestação destinada APENAS à satisfação pessoal é uma das maiores balelas que eu já tive a oportunidade de escutar - e escutei inúmeras vezes). Então livros não deveriam ser lidos, filmes engavetados antes de serem exibidos e músicas nem deveriam ser gravadas ou executadas. Se o artista propõe uma interpretação (seja ele autor ou simplesmente reprodutor), a assimilação é de quem recebe a mensagem. Isso é básico em qualquer área: interpretações são subjetivas e baseadas nas experiências pessoas e de contexto.
Uma lei a ser revisada
É fato que as leis de incentivo à cultura devem ser revistas e alteradas. Isso inclui, obviamente, a Lei Rouanet. O grande furo desas legislações, me parece, entra no momento da captação da verba. Milhares de projetos são aprovados pelo Ministério da Cultura todos os anos. Poucos, no entanto, conseguem arrecadar o que foi autorizado. Imaginem que o Fagner aqui decide criar um projeto audiovisual que custará em torno de R$ 1 milhão. O projeto é aprovado, como o da Bethânia. Só que o Fagner é o mosquito do cocô do cavalo do bandido e a Bethânia uma das artistas de maior visibilidade no Brasil. Os dois no páreo, é hora de bater perna e portas para conseguir grana na iniciativa privada. Qual dos dois projetos dará mais visibilidade aos financiadores? Quem vai preferir dar essa grana para mim em detrimento da cantora? Acho que as respostas são simples, não?
Por outro lado, existe o desconhecimento de muitos sobre a forma como a lei funciona. As empresas e, importante ressaltar, as pessoas físicas também, podem destinar parte do imposto de renda devido à projetos culturais, sociais ou esportivos. Isto quer dizer que, ao invés de o financiador pagar o fisco, ele destinará o dinheiro diretamente para o projeto de sua preferência. O mais interessante disto tudo é que as pessoas gostam tanto de falar que o imposto é dinheiro delas, afinal, foram elas que arcaram com os valores. Porque, então, os impostos pagos pelas empresas são considerados do governo? É interessante pensar se não há uma incoerência neste tipo de visão.
Aos que ainda têm dúvidas sobre o projeto, e quer comprovar na ponta do lápis se ele é superfaturado ou não (coisa que eu não fiz), ele está disponível aqui.
quarta-feira, 16 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
[a vida como ela noé] A CAGADA
txt::Jucazito::
Sanch Fritz é um pequeno município no noroeste da província petropolitana. Diz a lenda que a cidade só não é o cu do mundo pois a 30 kilômetros dali fica Alecrim, esta sim a porta de saída de alguns bostas que migram pra capital tentar a vida de magrão do bonfa.
Entre meus 15 e 25 anos, ou seja, no auge de minha infância, eu costumava passar minhas férias por lá. Quase sempre ficava na baia de algum amigo, que eu ligava antes pra saber se tinha um colchão pra hospedar minhas costelas.
Certo verão me surpreendeu:
- E aí Rotriba, to colando na área. Onde eu posso ficar?
- Já arrumamos um lugar pra ti lá na fazenda.
- Pode cre!
Desliguei o fone e uma dúvida cruel martelou na cabeça: “puta merda, será que vou acordar cedo pra dar comida pro galo, pras galinhas, pro porco... bah, vou ter que capinar e tirar leite da vaca”, pensei. “Azar, vamos nessa”.
Peguei o bus na estação e me mandei pra Sanch Fritz. Seria o início de minha vida de colono, já tinha me acostumado com a ideia. Porco, galinha, vaca, mato, roça, etc. Mas como eu disse há pouco, seria o início. Não foi.
A tal fazenda consistia num apartamento alugado por um grupo de amigos. Dentro dele tinha um frigobar, um colchão, um aparelho de som e um tijolo de baura. E um banheiro sem porta. Os detalhes tragicômicos: ficava bem no centro da cidade, o apartamento do lado era o escritório de advocacia do pai do Vermei, mas ninguém poderia saber da existência da fazenda, a não ser, é claro, os seus donos.
Pela configuração do apê é possível perceber o seu objetivo de ser: um local pra fumar, beber e levar mulher pros finalmentes. E numa cidade pequena que nem Sanch Fritz, naquela época, fumar baura tinha que ser muito bem escondido, no meio dos matos, pra ninguém saber. Depois de fumar, disfarçava a marofa com muito halls e colírio.
A fazenda solucionou esse problema. O tijolo tava bem guardado, a noite os escritórios estavam todos fechados, era só fumar e curtir a lombra em paz ouvindo um sonzinho maneiro e tomando uma bira gelada.
Em poucos dias percebi meu drama. Acordava relativamente cedo – 10h pra quem está de férias é cedo – e espiava o dia através duma brecha na cortina. Sem relógio, eu não sabia das horas. Nem sempre o sol me dava pistas sobre o andar dos ponteiros. O jeito era cuidar o comércio em frente, pois meio-dia as lojas fechavam. E eu me libertava.
Assim como eu não podia ser visto entrando e saindo do apartamento pelo véio do Vermei, me proibiram de citar o nome 'fazenda' ou fazer qualquer menção ao lugar. E aí vinha o problema. Fui almoçar na casa do Rotriba um dia. Pai dele pergunta:
- E aí, meu, tu está ficando na casa de quem?
- Estou na casa do Bode.
Já em outro lar, onde os pais dum amigo eram amigos do pai do Bode, eu inventava outra mentira: “estou lá na casa do Pingo”. Enfim, eu sempre precisava conferir se os pais se conheciam, pra não correr riscos de ser desmascarado. E quando a pergunta vinha em passos de lebre, a minha resposta vinha no andar duma tartaruga. Algo tão fácil de responder, parecia uma questão de física quântica.
Outro drama era voltar pra fazenda. Eu saia meio-dia do esconderijo, e só poderia voltar depois das seis da tarde. Aí entrava em ação o vagabundo da cidade. Sempre pelos cantos, pelos bares, pelas lojas dos amigos, na casa de alguém, nos clubes, piscinas e sinucas.
Bem, a noite não deixava de ser difícil. Era preciso torcer pelo insucesso amoroso dos amigos pra eu não ficar vagando pelas ruas. Mas o pior das férias foi uma noite que a turma tava quase toda lá na fazenda. E eu lá também, mas louco pra dar uma cagada e aquele maldito banheiro não tinha porta. Não me restou alternativa. Cagar sob aplausos do Beno, Claclecla, Dico, Vandré, Bode, Fábio e etc vai ficar na memória mais alguns anos. A pior cagada da minha vida. Se soubesse, teria ido a Alecrim.
Sanch Fritz é um pequeno município no noroeste da província petropolitana. Diz a lenda que a cidade só não é o cu do mundo pois a 30 kilômetros dali fica Alecrim, esta sim a porta de saída de alguns bostas que migram pra capital tentar a vida de magrão do bonfa.
Entre meus 15 e 25 anos, ou seja, no auge de minha infância, eu costumava passar minhas férias por lá. Quase sempre ficava na baia de algum amigo, que eu ligava antes pra saber se tinha um colchão pra hospedar minhas costelas.
Certo verão me surpreendeu:
- E aí Rotriba, to colando na área. Onde eu posso ficar?
- Já arrumamos um lugar pra ti lá na fazenda.
- Pode cre!
Desliguei o fone e uma dúvida cruel martelou na cabeça: “puta merda, será que vou acordar cedo pra dar comida pro galo, pras galinhas, pro porco... bah, vou ter que capinar e tirar leite da vaca”, pensei. “Azar, vamos nessa”.
Peguei o bus na estação e me mandei pra Sanch Fritz. Seria o início de minha vida de colono, já tinha me acostumado com a ideia. Porco, galinha, vaca, mato, roça, etc. Mas como eu disse há pouco, seria o início. Não foi.
A tal fazenda consistia num apartamento alugado por um grupo de amigos. Dentro dele tinha um frigobar, um colchão, um aparelho de som e um tijolo de baura. E um banheiro sem porta. Os detalhes tragicômicos: ficava bem no centro da cidade, o apartamento do lado era o escritório de advocacia do pai do Vermei, mas ninguém poderia saber da existência da fazenda, a não ser, é claro, os seus donos.
Pela configuração do apê é possível perceber o seu objetivo de ser: um local pra fumar, beber e levar mulher pros finalmentes. E numa cidade pequena que nem Sanch Fritz, naquela época, fumar baura tinha que ser muito bem escondido, no meio dos matos, pra ninguém saber. Depois de fumar, disfarçava a marofa com muito halls e colírio.
A fazenda solucionou esse problema. O tijolo tava bem guardado, a noite os escritórios estavam todos fechados, era só fumar e curtir a lombra em paz ouvindo um sonzinho maneiro e tomando uma bira gelada.
Em poucos dias percebi meu drama. Acordava relativamente cedo – 10h pra quem está de férias é cedo – e espiava o dia através duma brecha na cortina. Sem relógio, eu não sabia das horas. Nem sempre o sol me dava pistas sobre o andar dos ponteiros. O jeito era cuidar o comércio em frente, pois meio-dia as lojas fechavam. E eu me libertava.
Assim como eu não podia ser visto entrando e saindo do apartamento pelo véio do Vermei, me proibiram de citar o nome 'fazenda' ou fazer qualquer menção ao lugar. E aí vinha o problema. Fui almoçar na casa do Rotriba um dia. Pai dele pergunta:
- E aí, meu, tu está ficando na casa de quem?
- Estou na casa do Bode.
Já em outro lar, onde os pais dum amigo eram amigos do pai do Bode, eu inventava outra mentira: “estou lá na casa do Pingo”. Enfim, eu sempre precisava conferir se os pais se conheciam, pra não correr riscos de ser desmascarado. E quando a pergunta vinha em passos de lebre, a minha resposta vinha no andar duma tartaruga. Algo tão fácil de responder, parecia uma questão de física quântica.
Outro drama era voltar pra fazenda. Eu saia meio-dia do esconderijo, e só poderia voltar depois das seis da tarde. Aí entrava em ação o vagabundo da cidade. Sempre pelos cantos, pelos bares, pelas lojas dos amigos, na casa de alguém, nos clubes, piscinas e sinucas.
Bem, a noite não deixava de ser difícil. Era preciso torcer pelo insucesso amoroso dos amigos pra eu não ficar vagando pelas ruas. Mas o pior das férias foi uma noite que a turma tava quase toda lá na fazenda. E eu lá também, mas louco pra dar uma cagada e aquele maldito banheiro não tinha porta. Não me restou alternativa. Cagar sob aplausos do Beno, Claclecla, Dico, Vandré, Bode, Fábio e etc vai ficar na memória mais alguns anos. A pior cagada da minha vida. Se soubesse, teria ido a Alecrim.
segunda-feira, 14 de março de 2011
[premiouirapuru] ÁLBUM DE JENECI É O MELHOR DE 2010
O carnaval nos atrasou, mas eis a 11º edição do @premioUIRAPURU saindo quentinho do forno! O álbum "Feito Pra Acabar", de Marcelo Jeneci, foi escolhido pela crítica animal como o melhor disco de 2010.
Acostumado a acompanhar outros artistas, como por exemplo Arnaldo Antunes, o tecladista fez uma brilhante estréia em carreira solo. "Feito Pra Acabar" está na maioria das listas dos principais prêmios musicais do Brasil. Jeneci também lidera a nova geração da música paulistana, que na lista abaixo tomou conta entre os álbuns mais bem colocados.
A crítica animal também escolheu os melhores do ano em diversas categorias. Marcelo Jeneci, além de melhor álbum, conquistou quatro prêmios. Confira aqui!
Nossa crítica animal é formada por:
Alessandra Leão, Bruno Costa, Caio Jobim, Daniel Calasans, Fernando Fhenso Souza, Jam da Silva, Lafaiete Júnior, Leandro De Nardi, Luciano Viegas, Pablo Francischelli, Tiago Jucá Oliveira e Wagner Eugênio.
Confira abaixo a lista com os 25 melhores álbuns de 2010!
1º - MARCELO JENECI_FEITO PRA ACABAR
2º - TULIPA RUIZ_EFÊMERA
3º - GUIZADO_CALAVERA
4º - MARKU RIBAS_4 LOAS
5º - ANDRÉ ABUJAMRA_MAFARO
6º - APANHADOR SÓ_APANHADOR SÓ
7º - KARINA BUHR_EU MENTI PRA VOCÊ
8º - CIBELLE_LAS VÊNUS RESORT PALACE HOTEL
9º - CÉREBRO ELETRÔNICO_DEUS E O DIABO NO LIQUIDIFICADOR
10º - WILSON DAS NEVES_PRA GENTE FAZER MAIS UM SAMBA
11º - LUISA MAITA_LERO-LERO
12º - DJ TUDO_NOS QUINTAIS DO MUNDO
13º - BAIANA SYSTEM_BAIANA SYSTEM
14º - MAQUINADO_MUNDIALMENTE ANÔNIMO
15º - THIAGO PETIT_BERLIM, TEXAS
16º - MOMBOJÓ_AMIGOS DO TEMPO
17º - CABRUERA_VISAGEM
18º - E.M.I.C.I.D.A._EMICÍDIO
19º - PATO FU_MÚSICA DE BRINQUEDO
20º - ALMAZ_SEU JORGE AND ALMAZ
21º - A RODA_LA ESTRUCTURA
21º - RABECADO_CERCA VIVA
21º - VANESSA DA MATA_BICICLETAS, BOLOS E OUTRAS ALEGRIAS
24º - A BANDA DE JOSEPH TOURTON_A BANDA DE JOSEPH TOURTON
25º - EUMIR DEODATO_THE CROSSING
= GALERIA ANIMAL =
2010
Marcelo Jeneci - Feito Pra Acabar
2009
Cidadão Instigado - Uhuu!
2008
Curumin - Japan Pop Show
2007
Nação Zumbi - Fome de Tudo
2006
Eddie - Metropolitano
2005
Cidadão Instigado - Método Tufo de Experiências
2004
Mombojó - Nadadenovo
2003
Los Hermanos - Ventura
2002
Racionais MCs - Nada Como Um Dia Após O Outro Dia
2001
Mestre Ambrósio - Terceiro Samba
Trio Mocotó - Samba Rock
2000
vários - Música do Brasil
Acostumado a acompanhar outros artistas, como por exemplo Arnaldo Antunes, o tecladista fez uma brilhante estréia em carreira solo. "Feito Pra Acabar" está na maioria das listas dos principais prêmios musicais do Brasil. Jeneci também lidera a nova geração da música paulistana, que na lista abaixo tomou conta entre os álbuns mais bem colocados.
A crítica animal também escolheu os melhores do ano em diversas categorias. Marcelo Jeneci, além de melhor álbum, conquistou quatro prêmios. Confira aqui!
Nossa crítica animal é formada por:
Alessandra Leão, Bruno Costa, Caio Jobim, Daniel Calasans, Fernando Fhenso Souza, Jam da Silva, Lafaiete Júnior, Leandro De Nardi, Luciano Viegas, Pablo Francischelli, Tiago Jucá Oliveira e Wagner Eugênio.
Confira abaixo a lista com os 25 melhores álbuns de 2010!
1º - MARCELO JENECI_FEITO PRA ACABAR
2º - TULIPA RUIZ_EFÊMERA
3º - GUIZADO_CALAVERA
4º - MARKU RIBAS_4 LOAS
5º - ANDRÉ ABUJAMRA_MAFARO
6º - APANHADOR SÓ_APANHADOR SÓ
7º - KARINA BUHR_EU MENTI PRA VOCÊ
8º - CIBELLE_LAS VÊNUS RESORT PALACE HOTEL
9º - CÉREBRO ELETRÔNICO_DEUS E O DIABO NO LIQUIDIFICADOR
10º - WILSON DAS NEVES_PRA GENTE FAZER MAIS UM SAMBA
11º - LUISA MAITA_LERO-LERO
12º - DJ TUDO_NOS QUINTAIS DO MUNDO
13º - BAIANA SYSTEM_BAIANA SYSTEM
14º - MAQUINADO_MUNDIALMENTE ANÔNIMO
15º - THIAGO PETIT_BERLIM, TEXAS
16º - MOMBOJÓ_AMIGOS DO TEMPO
17º - CABRUERA_VISAGEM
18º - E.M.I.C.I.D.A._EMICÍDIO
19º - PATO FU_MÚSICA DE BRINQUEDO
20º - ALMAZ_SEU JORGE AND ALMAZ
21º - A RODA_LA ESTRUCTURA
21º - RABECADO_CERCA VIVA
21º - VANESSA DA MATA_BICICLETAS, BOLOS E OUTRAS ALEGRIAS
24º - A BANDA DE JOSEPH TOURTON_A BANDA DE JOSEPH TOURTON
25º - EUMIR DEODATO_THE CROSSING
= GALERIA ANIMAL =
2010
Marcelo Jeneci - Feito Pra Acabar
2009
Cidadão Instigado - Uhuu!
2008
Curumin - Japan Pop Show
2007
Nação Zumbi - Fome de Tudo
2006
Eddie - Metropolitano
2005
Cidadão Instigado - Método Tufo de Experiências
2004
Mombojó - Nadadenovo
2003
Los Hermanos - Ventura
2002
Racionais MCs - Nada Como Um Dia Após O Outro Dia
2001
Mestre Ambrósio - Terceiro Samba
Trio Mocotó - Samba Rock
2000
vários - Música do Brasil
domingo, 13 de março de 2011
sábado, 12 de março de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
[over12] PREFIRO SER UM MENDIGO CONSCIENTE DO QUE UM ENFEITADO ALIENADO
::txt::Juarez 'Jua' Orsi::
É isso aí. Eu tenho duas bike e pedalo diariamente. Vou ao banco, vou ao super e passeio. Mas tenho consciência dos perigos, dos covardes motoristas, dos manetas. Ando muito pelas calçadas, devagar. Por exemplo na RS 239 de cada dez uns cinco vão tirar fininho. Só por não gostar de bicicleta. Eu já andava com um porrete atravessado no guidon sobrando para fora e muitas vezes de frente para os bandidos. Daí eles não tem coragem. São covardes quando vem nas tuas costas no anonimato.
Cara, isso eu penso às vezes, que tipo de gente é essa que estamos criando nesse mundo podre. Na década de 70, andávamos de camiseta, calças surradas, tênis velho. E tudo bem. Caminhávamos a pé com as mochilas. Andávamos de bicicleta e era tudo “Paz e Amor”.
Agora tem que andar enfeitadinho, com cabelinho penteado para o lado com gel, camiseta de marca, calça não sei o que. Tudo de marca. Ah, e mais o carrão para atropelar e bater nos outros.
Eu ainda guardo aquela rebeldia. Às vezes gosto de colocar roupas velhas meio rasgadas. Daí a Marroni, minha mulher, começa: "ah, é por isso que eles não falam contigo". Já me chamaram de mendigo. E daí? Prefiro ser um mendigo consciente do que um enfeitado alienado.
Como dizia Charles Chaplin, “não se mede os valores de um homem pelas suas roupas, nem pelos bens que possui, mas pela grandeza de seus ideais e a nobreza de seu caráter”
quinta-feira, 10 de março de 2011
[cc] INTERIORNET
::Ronaldo Lemos::
Até há alguns anos, nascer em uma cidade do interior do Brasil era um limite. Significava viver no isolamento informacional. Algumas redes improvisadas até apareciam, como fanzineiros aqui e ali, mas não eram suficientes. Discos, filmes e livros chegavam tarde demais. Para participar pra valer das conversas sobre cultura no Brasil e no mundo era preciso “ir para a capital”.
Com a internet, tudo isso mudou. O fenômeno aparece no ótimo filme Os famosos e os duendes da morte, de Esmir Filho, que mostra um jovem do interior do Rio Grande do Sul isolado, mas com angústias conectadas ao mundo. Tal como ele, as cidades do interior estão cada vez mais online, seja por lan houses ou pela banda larga que vem chegando devagar. Só que o dilema dos jovens interioranos agora é outro. Ele vem do paradoxo entre a chegada da informação e a facilidade de produção, em contraste com a sensação de isolamento geográfico que permanece.
Já senti isso na pele. Vi de perto como a chegada da TV a cabo mudou o destino da minha geração no interior de Minas Gerais no começo da década de 90. E tenho certeza de que a internet faz do interior a novíssima fronteira cultural do país. O que falta é articulação: novos canais de visibilidade, apoio das prefeituras e integração com universidades públicas e particulares que deveriam abrir seus espaços para o novo. Além disso, caçadores de tendência de toda parte poderiam dedicar mais tempo a garimpar o que está acontecendo fora das capitais.
Alguns exemplos pessoais: na virada do ano voltei à minha cidade natal e pude ver o surgimento de um evento como o Rerigueri Festival (bit.ly/gjN65r). Descobri uma nova geração de bandas, como o U-Ganga, que rapidamente tornou-se minha banda de metal favorita (junto com o The Mechanics, de Goiânia). Além de um grande número de bandas novas como Anil, The Random Colours e outras.
Peguei a viola, não fui viajar
O potencial dessa amostra materializa-se em iniciativas como o já “tradicional” Circuito Fora do Eixo: uma rede de casas de show e festivais que se espalha por 25 Estados do país. Vale mencionar também casos de sucesso como o do desenhista Maurício Ricardo, que, de Uberlândia, fala para todo o país pelo site charges.com.br. Em outros tempos precisaria estar no Rio ou em SP. Hoje não. É também empolgante saber que existem cenas ultraunderground de quadrinhos, como a MRD Editora (bit.ly/eXRkv3), que publica autores como Watson Portela, Soter Bentes e Beto Martins.
Outra dimensão da força do interior é a popularidade do sertanejo. Não só o YouTube escolheu o gênero para fazer sua primeira transmissão “ao vivo” no Brasil (nos EUA, a banda escolhida foi o Arcade Fire) como é fundamental lembrar como o Villa Country em São Paulo tornou-se uma catedral que atrai dezenas de milhares de devotos todas as semanas.
A força econômica, aliada à conectividade, faz do interior manancial de novas cenas que merecem ser conhecidas. É um verdadeiro “amanheceu, peguei a viola e botei na sacola”. Só o “fui viajar” que ainda precisa superar os limites que sobraram.
Até há alguns anos, nascer em uma cidade do interior do Brasil era um limite. Significava viver no isolamento informacional. Algumas redes improvisadas até apareciam, como fanzineiros aqui e ali, mas não eram suficientes. Discos, filmes e livros chegavam tarde demais. Para participar pra valer das conversas sobre cultura no Brasil e no mundo era preciso “ir para a capital”.
Com a internet, tudo isso mudou. O fenômeno aparece no ótimo filme Os famosos e os duendes da morte, de Esmir Filho, que mostra um jovem do interior do Rio Grande do Sul isolado, mas com angústias conectadas ao mundo. Tal como ele, as cidades do interior estão cada vez mais online, seja por lan houses ou pela banda larga que vem chegando devagar. Só que o dilema dos jovens interioranos agora é outro. Ele vem do paradoxo entre a chegada da informação e a facilidade de produção, em contraste com a sensação de isolamento geográfico que permanece.
Já senti isso na pele. Vi de perto como a chegada da TV a cabo mudou o destino da minha geração no interior de Minas Gerais no começo da década de 90. E tenho certeza de que a internet faz do interior a novíssima fronteira cultural do país. O que falta é articulação: novos canais de visibilidade, apoio das prefeituras e integração com universidades públicas e particulares que deveriam abrir seus espaços para o novo. Além disso, caçadores de tendência de toda parte poderiam dedicar mais tempo a garimpar o que está acontecendo fora das capitais.
Alguns exemplos pessoais: na virada do ano voltei à minha cidade natal e pude ver o surgimento de um evento como o Rerigueri Festival (bit.ly/gjN65r). Descobri uma nova geração de bandas, como o U-Ganga, que rapidamente tornou-se minha banda de metal favorita (junto com o The Mechanics, de Goiânia). Além de um grande número de bandas novas como Anil, The Random Colours e outras.
Peguei a viola, não fui viajar
O potencial dessa amostra materializa-se em iniciativas como o já “tradicional” Circuito Fora do Eixo: uma rede de casas de show e festivais que se espalha por 25 Estados do país. Vale mencionar também casos de sucesso como o do desenhista Maurício Ricardo, que, de Uberlândia, fala para todo o país pelo site charges.com.br. Em outros tempos precisaria estar no Rio ou em SP. Hoje não. É também empolgante saber que existem cenas ultraunderground de quadrinhos, como a MRD Editora (bit.ly/eXRkv3), que publica autores como Watson Portela, Soter Bentes e Beto Martins.
Outra dimensão da força do interior é a popularidade do sertanejo. Não só o YouTube escolheu o gênero para fazer sua primeira transmissão “ao vivo” no Brasil (nos EUA, a banda escolhida foi o Arcade Fire) como é fundamental lembrar como o Villa Country em São Paulo tornou-se uma catedral que atrai dezenas de milhares de devotos todas as semanas.
A força econômica, aliada à conectividade, faz do interior manancial de novas cenas que merecem ser conhecidas. É um verdadeiro “amanheceu, peguei a viola e botei na sacola”. Só o “fui viajar” que ainda precisa superar os limites que sobraram.
quarta-feira, 9 de março de 2011
[cc] OS NOVOS ANARQUISTAS
::txt::Leonel Moura::
Para usar velhas terminologias, os jovens de hoje são fundamentalmente anarquistas pacifistas, o que pode parecer uma contradição dos termos, mas não é. Embora a violência possa surgir, vide manifestações anticapitalistas um pouco por toda a parte ou as rebeliões na Tunísia e Egito, não se trata aqui do anarquismo dos atentados, da desordem e da má fama dos discursos ligeiros. Mas aquele que deriva do apelo da liberdade, do ser libertário, do não apreciar chefes e hierarquias. E sobretudo aquele que valoriza ao máximo a autonomia individual e o tomar o destino nas próprias mãos. Um anarquismo que nasce da própria lógica da Internet e das redes sociais, onde não existem chefes nem mandantes e cada um dá e partilha o seu contributo próprio. Um anarquismo que emerge em determinadas situações, muito à maneira das ideias e práticas do bando pioneiro de Guy Debord.
Para usar velhas terminologias, os jovens de hoje são fundamentalmente anarquistas pacifistas, o que pode parecer uma contradição dos termos, mas não é. Embora a violência possa surgir, vide manifestações anticapitalistas um pouco por toda a parte ou as rebeliões na Tunísia e Egito, não se trata aqui do anarquismo dos atentados, da desordem e da má fama dos discursos ligeiros. Mas aquele que deriva do apelo da liberdade, do ser libertário, do não apreciar chefes e hierarquias. E sobretudo aquele que valoriza ao máximo a autonomia individual e o tomar o destino nas próprias mãos. Um anarquismo que nasce da própria lógica da Internet e das redes sociais, onde não existem chefes nem mandantes e cada um dá e partilha o seu contributo próprio. Um anarquismo que emerge em determinadas situações, muito à maneira das ideias e práticas do bando pioneiro de Guy Debord.
sexta-feira, 4 de março de 2011
quinta-feira, 3 de março de 2011
[cc] REGRAS CLARAS
::txt::Hermano Vianna::
O plano era passar um tempo sem falar em direito autoral por aqui. Há outras coisas interessantes no mundo. Também seria deselegante parecer estar pressionando a ministra da Cultura a ter rápida posição sobre o assunto. Posse em ministérios exige calma e tempo. Como a história de Ana de Hollanda comprova disposição para o diálogo, pensava que era isso que pedia em suas primeiras manifestações como ministra, declarando que só voltaria a falar sobre a reforma da Lei de Direito Autoral quando tivesse tempo para estudar com calma o projeto apresentado pela gestão Juca/Gil.
Estava então imerso em outros temas quando fui surpreendido pela barulheira no Twitter. A causa? O site do MinC, na calada da noite, havia trocado o licenciamento Creative Commons por declaração vaga: “O conteúdo deste site, produzido pelo Ministério da Cultura, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte.”. Diante do protesto, foi publicada nota de esclarecimento, falando erroneamente em referência e não em licenciamento: “A retirada da referência ao Creative Commons da página principal do Ministério da Cultura se deu porque a legislação brasileira permite a liberação do conteúdo. Não há necessidade de o ministério dar destaque a uma iniciativa específica. Isso não impede que o Creative Commons ou outras formas de licenciamento sejam utilizados pelos interessados.”. Esclarecimento nada esclarecedor que coloca ponto final em conversa que não teve início.
Volto ao assunto Gov 2.0, que dominou esta coluna recentemente. O site culturadigital.br, hóspede dos debates sobre o Marco Civil da Internet e a Classificação Indicativa, iniciativas do Ministério da Justiça, tem seu conteúdo publicado sob uma licença Creative Commons (CC). O blog do Palácio do Planalto tem licença CC (diferente da usada no culturadigital.br). O site da Casa Branca dos EUA “é” CC. O blog do Departamento de Finanças da Austrália é CC (bit.ly/bo90EU). Já o OpenData do governo britânico é diferente: não tem licença CC. Porém, seus responsáveis criaram uma outra licença, a Open Government Licence (bit.ly/cS6EGp), parecida com uma licença CC, mas com outros detalhes e finalidades.
O MinC deveria ter seguido o exemplo do governo britânico. Ninguém é obrigado a usar licenças CC. Mas alguma licença é necessária (assim como, mesmo com uma legislação trabalhista geral, precisamos assinar diferentes contratos ao iniciar novos trabalhos). A declaração do MinC (“O conteúdo deste site, produzido pelo Ministério da Cultura, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte”) não é uma licença, não tem validade jurídica. Sim: a legislação brasileira já permite a “liberação” de conteúdo. As licenças CC-BR são totalmente baseadas na legislação brasileira – não propõem nada que essa legislação não permita. Sua novidade é dar uma redação juridicamente clara para a autorização prévia de alguns, não todos, tipos bem específicos de utilização desse conteúdo. Por exemplo: sua reprodução, sua tradução, sua “remixagem” etc. – dependendo da licença escolhida.
Se o novo MinC não queria sigla CC em seu site, que pelo menos se desse tempo para criar uma nova licença válida em tribunais, como fez o governo britânico. Isso não se faz apressadamente. Bons advogados são necessários para esse trabalho, que pode custar caro aos cofres públicos (vantagens das licenças CC: já estão prontas, são validas juridicamente, são compreensíveis em qualquer lugar do mundo e ninguém precisa pagar para utilizá-las). Com a pressa, o conteúdo do site do MinC e as pessoas que reproduzem esse conteúdo estão agora desprotegidos. (E com muitas dúvidas. Um exemplo: conteúdo do site pode ser usado para finalidades comerciais? Acredito que sim, mas o texto não deixa isso claro). Essa atitude não incentiva a defesa dos direitos autorais e sim cria um clima de “ninguém precisa licenciar nada” ou vale tudo.
Já há muita complexidade no debate sobre direito autoral. O MinC não pode atuar para criar confusão. Precisamos de licenças e regras claras. O CC prega exatamente o contrário do liberou geral. Com suas licenças todo mundo fica sabendo exatamente o que pode ou não fazer com cada conteúdo, seguindo as determinações de seus próprios autores. Ninguém “abre mão de seus direitos” e sim exerce mais plenamente seus direitos ao estabelecer o que pode ser feito com suas obras. Para “liberar” (prefiro dizer “autorizar”) alguns usos do conteúdo produzido seja em sites governamentais ou privados, precisamos deixar clara que liberação é essa. Sem algum tipo de licença, a lei entende que ninguém pode fazer nada com esse conteúdo, sem autorização a cada vez que for usado para qualquer fim. Uma experiência como a Wikipédia, onde podemos a todo o momento editar o texto dos outros, seria ilegal se não acontecesse com licença clara que autoriza a reedição contínua.
Não estou aqui para pedir a volta da licença CC. Quanto mais licenças, melhor: aumentam nossas opções, segurança e legalidade. Seria ótimo que o MinC fizesse a crítica das licenças CC, para aperfeiçoá-las em outras licenças. Que comece logo o diálogo, com calma e tempo. Agradeço a Caetano Veloso por ter, em sua coluna do domingo passado, expressado seu desejo que é uma (boa) ordem: precisamos de uma “conversa produtiva” entre todos os grupos interessados em “levar o Brasil para a frente sem perder a dignidade”.
O plano era passar um tempo sem falar em direito autoral por aqui. Há outras coisas interessantes no mundo. Também seria deselegante parecer estar pressionando a ministra da Cultura a ter rápida posição sobre o assunto. Posse em ministérios exige calma e tempo. Como a história de Ana de Hollanda comprova disposição para o diálogo, pensava que era isso que pedia em suas primeiras manifestações como ministra, declarando que só voltaria a falar sobre a reforma da Lei de Direito Autoral quando tivesse tempo para estudar com calma o projeto apresentado pela gestão Juca/Gil.
Estava então imerso em outros temas quando fui surpreendido pela barulheira no Twitter. A causa? O site do MinC, na calada da noite, havia trocado o licenciamento Creative Commons por declaração vaga: “O conteúdo deste site, produzido pelo Ministério da Cultura, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte.”. Diante do protesto, foi publicada nota de esclarecimento, falando erroneamente em referência e não em licenciamento: “A retirada da referência ao Creative Commons da página principal do Ministério da Cultura se deu porque a legislação brasileira permite a liberação do conteúdo. Não há necessidade de o ministério dar destaque a uma iniciativa específica. Isso não impede que o Creative Commons ou outras formas de licenciamento sejam utilizados pelos interessados.”. Esclarecimento nada esclarecedor que coloca ponto final em conversa que não teve início.
Volto ao assunto Gov 2.0, que dominou esta coluna recentemente. O site culturadigital.br, hóspede dos debates sobre o Marco Civil da Internet e a Classificação Indicativa, iniciativas do Ministério da Justiça, tem seu conteúdo publicado sob uma licença Creative Commons (CC). O blog do Palácio do Planalto tem licença CC (diferente da usada no culturadigital.br). O site da Casa Branca dos EUA “é” CC. O blog do Departamento de Finanças da Austrália é CC (bit.ly/bo90EU). Já o OpenData do governo britânico é diferente: não tem licença CC. Porém, seus responsáveis criaram uma outra licença, a Open Government Licence (bit.ly/cS6EGp), parecida com uma licença CC, mas com outros detalhes e finalidades.
O MinC deveria ter seguido o exemplo do governo britânico. Ninguém é obrigado a usar licenças CC. Mas alguma licença é necessária (assim como, mesmo com uma legislação trabalhista geral, precisamos assinar diferentes contratos ao iniciar novos trabalhos). A declaração do MinC (“O conteúdo deste site, produzido pelo Ministério da Cultura, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte”) não é uma licença, não tem validade jurídica. Sim: a legislação brasileira já permite a “liberação” de conteúdo. As licenças CC-BR são totalmente baseadas na legislação brasileira – não propõem nada que essa legislação não permita. Sua novidade é dar uma redação juridicamente clara para a autorização prévia de alguns, não todos, tipos bem específicos de utilização desse conteúdo. Por exemplo: sua reprodução, sua tradução, sua “remixagem” etc. – dependendo da licença escolhida.
Se o novo MinC não queria sigla CC em seu site, que pelo menos se desse tempo para criar uma nova licença válida em tribunais, como fez o governo britânico. Isso não se faz apressadamente. Bons advogados são necessários para esse trabalho, que pode custar caro aos cofres públicos (vantagens das licenças CC: já estão prontas, são validas juridicamente, são compreensíveis em qualquer lugar do mundo e ninguém precisa pagar para utilizá-las). Com a pressa, o conteúdo do site do MinC e as pessoas que reproduzem esse conteúdo estão agora desprotegidos. (E com muitas dúvidas. Um exemplo: conteúdo do site pode ser usado para finalidades comerciais? Acredito que sim, mas o texto não deixa isso claro). Essa atitude não incentiva a defesa dos direitos autorais e sim cria um clima de “ninguém precisa licenciar nada” ou vale tudo.
Já há muita complexidade no debate sobre direito autoral. O MinC não pode atuar para criar confusão. Precisamos de licenças e regras claras. O CC prega exatamente o contrário do liberou geral. Com suas licenças todo mundo fica sabendo exatamente o que pode ou não fazer com cada conteúdo, seguindo as determinações de seus próprios autores. Ninguém “abre mão de seus direitos” e sim exerce mais plenamente seus direitos ao estabelecer o que pode ser feito com suas obras. Para “liberar” (prefiro dizer “autorizar”) alguns usos do conteúdo produzido seja em sites governamentais ou privados, precisamos deixar clara que liberação é essa. Sem algum tipo de licença, a lei entende que ninguém pode fazer nada com esse conteúdo, sem autorização a cada vez que for usado para qualquer fim. Uma experiência como a Wikipédia, onde podemos a todo o momento editar o texto dos outros, seria ilegal se não acontecesse com licença clara que autoriza a reedição contínua.
Não estou aqui para pedir a volta da licença CC. Quanto mais licenças, melhor: aumentam nossas opções, segurança e legalidade. Seria ótimo que o MinC fizesse a crítica das licenças CC, para aperfeiçoá-las em outras licenças. Que comece logo o diálogo, com calma e tempo. Agradeço a Caetano Veloso por ter, em sua coluna do domingo passado, expressado seu desejo que é uma (boa) ordem: precisamos de uma “conversa produtiva” entre todos os grupos interessados em “levar o Brasil para a frente sem perder a dignidade”.
quarta-feira, 2 de março de 2011
[agência pirata] DA O PÉ, DILMA
::txt::Fernando de Barros e Silva::
"O nosso objetivo é fazer com que a economia continue crescendo de forma estável, sem que a inflação volte. Olha, acho que está muito baixo esse fogo". Dilma Rousseff não se referia ao fogo baixo da economia, mas da frigideira. A presidente falava enquanto fazia uma omelete ao lado de Ana Maria Braga, no programa "Mais Você".
Dilma já falou ao "Washington Post" e aos jornais argentinos. Merece registro que sua primeira entrevista à imprensa brasileira tenha sido concedida ao louro José. A rigor, nem se deve chamar de entrevista a papagaiada que foi ao ar ontem pela manhã. Nunca antes neste país se viu um louro tão puxa-saco. Sua voz ecoa um certo clima geral.
"Mais Você" é um programa de variedades domésticas e autoajuda, com uma pitada de jornalismo light. Está mais perto da cozinha que da República. Nos trechos "sérios" do papo, a apresentadora usava perguntas só para paparicar o governo. O que prevaleceu no ar foi o tom comemorativo, o fru-fru sentimental, o caldeirão culinário onde borbulhavam "tantas emoções".
Uma música triunfal acompanhou a chegada de Dilma ao Projac, de helicóptero. Na despedida, a trilha sonora sugeria algo no estilo "Nova Era". Depoimentos de populares encantados, testemunhos de velhos amigos, cenas da intimidade do poder -tudo foi arquitetado para idolatrar a mulher-presidente.
Quanto mais Dilma dizia ser uma "pessoa comum", "como outra qualquer", mais o programa fazia disso um mote do culto à sua personalidade. Nas disposições e no formato, havia muito de propaganda eleitoral neste matutino da Globo.
Dilma, em certos instantes, não escondeu seu constrangimento. Mas há no Planalto grande preocupação com sua imagem no marco simbólico dos cem dias. A boa impressão que ela causa hoje entre as elites é diferente de aprovação popular. É preciso popularizar Dilma. É preciso explicar direitinho, para o louro entender, que não se faz omelete sem quebrar ovos.
terça-feira, 1 de março de 2011
[over12] BIKE TAMBÉM É TRÂNSITO
::txt::Arlei Arnt::
A tentativa de homicídio contra vários ciclistas ganhou a mídia nacional e até internacional, é destaque na mídia independente, está no trend topics do twitter, etc. Há coase unanimidade que o desgraçado merece cadeia.
Porém, há porém, há um caso diferente. Entre muita coisa legal e bobagem que li, há uma divisão. Segundo alguns abobados, e isso inclui o delegado Montenegro, os ciclistas estavam atrapalhando o trânsito. Também disseram que muitos ciclistas pedalando coletivamente precisam avisar PM e EPTC.
A piada não é engraçada. Pois vejamos:
E coando os carros na hora do rush também andam nessa velocidade?
E coando a Goethe para pra gente comemorar títulos de futebol?
E coando tem jogo cedo da noite, no Olímpico ou no beira-rio, e você não consegue chegar em casa?
E coando a Freeway praticamente não anda coando nós vamos passar ano novo e carnaval na praia?
E coando a playboyzada anda devagar na Padre Chagas pra paquerar mulher?
E coando to atrasado pro trabalho enquanto os pais param o carro pra descer os filhos na escola?
Passo por cima? Chamo a EPTC? Isso também não se chama 'atrapalhar' o trânsito?
Hipocrisia é permitir que apenas carros possam trancar o trânsito. Minha sugestão: em vez de fazer protesto de bike, vamos todos de carro. Somente uma pessoa dentro.
A tentativa de homicídio contra vários ciclistas ganhou a mídia nacional e até internacional, é destaque na mídia independente, está no trend topics do twitter, etc. Há coase unanimidade que o desgraçado merece cadeia.
Porém, há porém, há um caso diferente. Entre muita coisa legal e bobagem que li, há uma divisão. Segundo alguns abobados, e isso inclui o delegado Montenegro, os ciclistas estavam atrapalhando o trânsito. Também disseram que muitos ciclistas pedalando coletivamente precisam avisar PM e EPTC.
A piada não é engraçada. Pois vejamos:
E coando os carros na hora do rush também andam nessa velocidade?
E coando a Goethe para pra gente comemorar títulos de futebol?
E coando tem jogo cedo da noite, no Olímpico ou no beira-rio, e você não consegue chegar em casa?
E coando a Freeway praticamente não anda coando nós vamos passar ano novo e carnaval na praia?
E coando a playboyzada anda devagar na Padre Chagas pra paquerar mulher?
E coando to atrasado pro trabalho enquanto os pais param o carro pra descer os filhos na escola?
Passo por cima? Chamo a EPTC? Isso também não se chama 'atrapalhar' o trânsito?
Hipocrisia é permitir que apenas carros possam trancar o trânsito. Minha sugestão: em vez de fazer protesto de bike, vamos todos de carro. Somente uma pessoa dentro.
Assinar:
Postagens (Atom)
#ALGUNS DIREITOS RESERVADOS
blog O DILÚVIO by
O DILÚVIO is licensed under a
Creative Commons Atribuição-Compartilhamento pela mesma Licença 3.0 Brasil License.
Você pode:
- Compartilhar — copiar, distribuir e transmitir a obra.
- Remixar — criar obras derivadas.
Sob as seguintes condições:
-
Atribuição — Você deve creditar a obra da forma especificada pelo autor ou licenciante (mas não de maneira que sugira que estes concedem qualquer aval a você ou ao seu uso da obra).
-
Compartilhamento pela mesma licença — Se você alterar, transformar ou criar em cima desta obra, você poderá distribuir a obra resultante apenas sob a mesma licença, ou sob licença similar ou compatível.
Ficando claro que:
- Renúncia — Qualquer das condições acima pode ser renunciada se você obtiver permissão do titular dos direitos autorais.
- Domínio Público — Onde a obra ou qualquer de seus elementos estiver em domínio público sob o direito aplicável, esta condição não é, de maneira alguma, afetada pela licença.
- Outros Direitos — Os seguintes direitos não são, de maneira alguma, afetados pela licença:
- Limitações e exceções aos direitos autorais ou quaisquer usos livres aplicáveis;
- Os direitos morais do autor;
- Direitos que outras pessoas podem ter sobre a obra ou sobre a utilização da obra, tais como direitos de imagem ou privacidade.
- Aviso — Para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra. A melhor maneira de fazer isso é com um link para esta página.