#CADÊ MEU CHINELO?

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terça-feira, 22 de março de 2011

[premoiuirapuru] O ARTISTA DE 2010: JENECI CONQUISTA 5 CATEGORIAS

A crítica animal, que semana passada consagrou o primeiro álbum solo de Marcelo Jeneci como o melhor de 2010, agora o torna a grande personalidade musical do ano passado. Além de melhor álbum, Jeneci conquistou mais quatro prêmios: melhor música, letrista, compositor e tecladista.

Outro destaque é o retorno de Lúcio Maia pro topo das guitarras, chegando assim ao seu nono prêmio nessa categoria. Destaque também a quem é bi-campeão em suas categorias: Cidadão Instigado (show), João Brasil (dj), Curumin (bateria), Kiko Dinucci (cordas acústicas) e Guilherme Mendonça (sopro).

E ainda sobrou espaço pra estréias no topo do Uirapuru: Tulipa Ruiz, Apanhador Só, Marku Ribas, Régis Damasceno e Carlos Amarelo. A lista completa e os vencedores dos anos anteriores estão logo abaixo! Salve a música brasileira!

#MÚSICA

1º MARCELO JENECI - FELICIDADE
2º TULIPA RUIZ - ÀS VEZES
3º CÉREBRO ELETRÔNICO - CAMA
4º MARKU RIBAS - ALTAS HORAS
5º GUIZADO - ROLÊ BELEZA
6º TULIPA RUIZ - EFÊMERA
7º GUIZADO - SKATE PHASER
8º TULIPA RUIZ - AQUI
9º CIBELLE - ESCUTE BEM
10º MARCELO JENECI - COPO D'ÁGUA
11º MARCELO JENECI e LUIZ TATIT - POR QUE NÓS
12º ALMAZ - SAUDOSA BAHIA
12º ANDRÉ ABUJAMRA - IMAGINAÇÃO
12º ANDRÉ ABUJAMRA - ORIGEM
12º KARINA BUHR - VIRA PÓ
12º LURDES DA LUZ e JORGE DU PEIXE - CORRENTE DE ÁGUA DOCE
12º TULIPA RUIZ - SÓ SEI DANÇAR COM VOCÊ
18º BÁRBARA EUGÊNIA - HARU
19º EMÍLIO SANTIAGO - CHEGA
20º MAQUINADO - PODE DORMIR
21º GAFIEIRA SÃO PAULO - TEM MAIS SAMBA
21º MIRANDA KASSIN & ANDRÉ FRATESCHI - MAGRELA FEVER
21º TULIPA RUIZ - DO AMOR
24º VANESSA DA MATA - AS PALAVRAS
25º DO AMOR - ISSO É CARIMBÓ

= Galeria Animal =

2010 Marcelo Jeneci - Felicidade
2009 Arnaldo Antunes - Invejoso
2008 Metaleiras da Amazônia - Gostoso pra Danar
2007 Nação Zumbi - Bossa Nostra
2006 Eddie - Metropolitano
2005 BiD e Marku Ribas - Fora do Horário Comercial
2004 Mombojó - A Missa | Mombojó - Duas Cores | Vanessa da Mata - Música
2003 Mundo Livre S/A - Inocência
2002 Racionais MCs - Inocência
2001 Marcelo D2 - A Maldição do Samba | O Rappa - O Que Sobrou do Céu | Trio Mocotó - Os Orixás
2000 Lia de Itamaracá - Nagô, Nagô


#SHOW

1º CIDADÃO INSTIGADO
2º OTTO
3º KIKO DINUCCI
4º TULIPA RUIZ
5º GUIZADO

= Galeria Animal =

2010 Cidadão Instigado
2009 Cidadão Instigado
2008 Orquestra Imperial
2007 Nação Zumbi
2006 Cordel do Fogo Encantado
2005 Nação Zumbi
2004 Groove james
2003 Cordel do Fogo Encantado
2002 Jorge Ben Jor
2001 Cordel do Fogo Encantado | Lenine | Mestre Ambrósio
2000 Otto


#BANDA

1º APANHADOR SÓ
2º CÉREBRO ELETRÔNICO
3º A BANDA DE JOSEPH TOURTON
4º MAQUINADO
5º ALMAZ

= Galeria Animal =

2010 Apanhador Só
2009 Cidadão Instigado
2008 Eddie
2007 Nação Zumbi
2006 Mombojó
2005 Nação Zumbi
2004 Mombojó
2003 Los Hermanos
2002 Nação Zumbi
2001 Trio Mocotó
2000 Velha Guarda da Portela


#CANTORA

1º TULIPA RUIZ
2º LUISA MAITA
3º CIBELLE
4º VANESSA DA MATA
5º LAURA LAVIERI

= Galeria Animal =

2010 Tulipa Ruiz
2009 Céu
2008 Céu
2007 Roberta Sá
2006 Marisa Monte
2005 Céu
2004 Vanessa da Mata
2003 Dona Edith do Prato
2002 Elza Soares | Paula Lima
2001 Dona Ivone Lara
2000 Lia de Itamaracá


#CANTOR

1º MARKU RIBAS
2º MARCELO JENECI
3º VITOR RAMIL
4º THIAGO PETIT
5º SEU JORGE

= Galeria Animal =

2010 Marku Ribas
2009 Arnaldo Antunes
2008 Luiz Melodia
2007 Luiz Melodia
2006 Romulo Fróes
2005 Seu Jorge
2004 Felipe S.
2003 Fábio Trummer
2002 Gilberto Gil
2001 Monarco
2000 Zeca Pagodinho


#LETRAS

1º MARCELO JENECI
2º EMICIDA
3º KARINA BUHR
4º ANDRÉ ABUJAMRA
4º MARKU RIBAS

= Galeria Animal =

2010 Marcelo Jeneci
2009 Arnaldo Antunes
2008 Richard Serraria | Tom Zé
2007 Jorge Du Peixe
2006 Lirinha
2005 Fred 04
2004 Felipe S.
2003 Fred 04
2002 Mano Brown
2001 Jorge Du Peixe
2000 Marcelo Yuka


#COMPOSIÇÃO

1º MARCELO JENECI
2º ANDRÉ ABUJAMRA
3º EUMIR DEODATO
4º KARINA BUHR
5º BETO CUPERTINO

= Galeria Animal =

2010 Marcelo Jeneci
2009 Fernando Catatau
2008 Curumin
2007 Lúcio Maia


#GUITARRA

1º LÚCIO MAIA
2º FERNANDO CATATAU
3º ROBERTINHO BARRETO
4º JULIANO HOLANDA
5º SERGIO SOFFIATTI

= Galeria Animal =

2010 Lúcio Maia
2009 Fernando Catatau
2008 Gabriel Guedes
2007 Lúcio Maia
2006 Lúcio Maia
2005 Lúcio Maia
2004 Lúcio Maia
2003 Lúcio Maia
2002 Lúcio Maia
2001 Lúcio Maia
2000 Lúcio Maia


#BAIXO

1º RÉGIS DAMASCENO
2º RIAN BATISTA
3º ANTÔNIO PINTO
4º MÁRCIO ARANTES
5º HUGO LINS

= Galeria Animal =

2010 Régis Damasceno
2009 Rafael Toloi
2008 Dengue
2007 Dengue
2006 Dengue
2005 Dengue


#BATERIA

1º CURUMIN
2º DUANI MARTINS
3º WILSON DAS NEVES
4º ESDRAS NENÉN
5º PUPILO

= Galeria Animal =

2010 Curumin
2009 Curumin
2008 Pupilo
2007 Pupilo
2006 Pupilo
2005 Pupilo
2004 Pupilo
2003 Rodrigo Barba


#PERCUSSÃO

1º CARLOS AMARELO
2º DOUGLAS ALONSO
3º DA LUA
4º LUCAS DOS PRAZERES
5º WILSON DAS NEVES

= Galeria Animal =

2010 Carlos Amarelo
2009 Jam da Silva
2008 Jam da Silva
2007 Toca Ogan
2006 Toca Ogan
2005 Toca Ogan
2004 Toca Ogan
2003 Toca Ogan
2002 Toca Ogan
2001 Nereu Gargalo
2000 Toca Ogan


#CORDAS ACÚSTICAS

1º KIKO DINUCCI
2º PÚBLIUS LENTULOS
3º GUSTAVO AZEVEDO
4º YAMANDU COSTA
5º VINÍCIUS SARMENTO

= Galeria Animal =

2010 Kiko Dinucci
2009 Roberto Correa
2008 Kiko Dinucci
2007 Yamandu Costa
2006 Clayton Barros
2005 Yamandu Costa
2004 Moraes Moreira
2003 Clayton Barros


#TECLADOS

1º MARCELO JENECI
2º EUMIR DEODATO
3º MARCELO MAITA
4º CHIQUINHO
5º DUSTAN GALLAS

= Galeria Animal =

2010 Marcelo Jeneci
2009 Marcelo Jeneci
2008 Chiquinho
2007 Ehud Asherie
2006 Bactéria | Chiquinho
2005 Bactéria


#SOPRO

1º GUILHERME MENDONÇA
2º TIQUINHO
3º THIAGO FRANÇA
4º MARCELO MONTEIRO
5º JÚLIO RIZZO

= Galeria Animal =

2010 Guilherme Mendonça
2009 Guilherme Mendonça
2008 Reginaldo 16
2007 Spok
2006 O Raffa
2005 Max Sette
2004 O Raffa


#DJ

1º JOÃO BRASIL
2º DJ TUDO
3º DJ CREMOSO

= Galeria Animal =

2010 João Brasil
2009 João Brasil
2008 DJ Dolores
2007 Marcelinho da Lua
2006 DJ Dolores
2005 DJ Dolores



Nossa crítica animal é formada por:

Alessandra Leão, Bruno Costa, Caio Jobim, Daniel Calasans, Fernando Fhenso Souza, Jam da Silva, Lafaiete Júnior, Leandro De Nardi, Luciano Viegas, Pablo Francischelli, Tiago Jucá Oliveira e Wagner Eugênio.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

[zipmusic]



Se você sentia falta duma seção musical ou dum caderno semanal aqui neste blog? Sim?! Pois a gente também. Cá está ela. [zipmusic] vai trazer dicas de sons, links de vídeos, downloads disponibilizados pelos próprio artistas, resenhas de discos, agenda de shows, etc.

Estamos acostumados a receber muito material físico (CDs, DVDs, livros) e virtual (mp3, zip, pdf, e-flyer) aqui na redação ou nas diversas redes sociais onde temos contato com o público e os artistas.

Nossa equipe agradece a sua participação de todos que adoram compartilhar cultura na internet e aos artistas e produtores que nos enviam material.

A pedrada sonora, sob o comando de Basket Selector, acontecerá nas sextas, sempre que possível.
- Mas porque sexta-feira, man?, perguntamos a Basket.
- Qual o objetivo do basquete?, indagou ele.
- Hmmm ... vencer?!
- Também, mas antes disso, saiba porque portuga só joga basquete uma vez por semana...
- Ué, por que?
- Porque o objetivo é jogar a bola na cesta.


[quentinho do forno] A BANDA DE JOSEPH TOURTON

Produção recifense quentinha do forno, o quarteto exibe suas habilidades instrumentais sem aquela virtuose incômoda.

baixe o disco inteiro aqui e ouça as faixas abaixo (se for ouvir, melhor dar um pause em nosso Space Radio):

josephtourton by josephtourton


[free download] JOÃO BRASIL - THE SIDE OF THE MOON



baixe aqui ou aqui

1 – Sucessagem Breathe (Pink Floyd X Tati Quebra Barraco)
2 – Tá tomado, run ( Pink Floyd X Bonde Nervoso)
3 – Time de preto ( Pink Floyd X Mcs Amilka e Chocolate)
4 – The Great Ai Ai Ui Ui in the Sky ( Pink Floyd X Os Havaianos)
5 – Mercenária quer money ( Pink Floyd X MC Mascote)
6 – Aniversário of them ( Pink Floyd X Os Predadores)
7 – Any colour faixa de gaza ( Pink Floyd X MC Orelha)
8 – Adoleta Damage ( Pink Floyd X Bonde do tigrão)
9 – Eclipse na palma da mão ( Pink Floyd X MC Mascote)


[som na cesta] Hypnotic Brass Ensemble - War

video clip oficial




[iutubí] Marcelo Adnet e CIA - Gaiola das Cabeçudas

um vídeo paródia ao grupo "Gaiola das Popozudas"





[em breve] MARCELO D2 CANTA BEZERRA

quinta-feira, 17 de junho de 2010

BEBIDA É ÁGUA

:txt: Tiago Jucá Oliveira__

Outro dia eu proseava com um crazy man sobre os mashups feitos por João Brasil, e explicava a ele o significado dessa nova onda sonora do século XXI. Segundo ele, o defeito do mashup é a falta de criatividade, pois pegava duas ou mais músicas prontas e nada de original acrescentava. Não deixei barato o equívoco alheio.

Assim como perguntei a ele, questiono a você, perturbado leitor(a): me diga um, não precisa ser mais do que isso, apenas um artista que é ou que pelo menos um dia foi original. Como diria o padre fulano, isso non existe.

Pra alguém ser original, seria preciso ele inventar um instrumento, novas notas musicais, um novo gênero, uma nova língua, entre tantas outras invenções necessárias pra legitimar a originalidade. Isso sem falar nos fatos, lugares, situações, pessoas, comidas, bebidas, drogas e fatores naturais que influenciam todas pessoas.

Àquele amigo citei um exemplo. O que seria dos Beatles sem a influência musical que tiveram, tais como Bob Dylan ou Chuck Berry, etc. E se esses artistas, e outros também que talvez os fab four não curtiam, não usassem a combinação guitarra/baixo/bateria/teclados, os Beatles usariam? Paul ou John acorda do sonho e diz: “nossa banda vai tocar assim, com esses instrumentos que ninguém nunca tocou e será inventado o rock'n'roll”. Conta outra, mané.

Posso ir adiante no pensamento contrário aos que acreditam na lorota do original style. O que seria deles sem a Lucia, sem o céu e sem os diamantes? Haveria “Lucy in the Sky with Diamonds”? E se não usassem drogas? Os Beatles recriaram tudo que havia ao redor deles pra ser o que foram. Eles não eram pessoas isoladas do mundo, cegas e surdas, sem emoções e sentimentos. Aliás, ninguém é assim. Todos nós somos influenciados por alguém, e algo sempre nos inspira a cada momento.

Se aplicar ao jornalismo, veremos o quanto estão errados os jornais que lutam pelos direitos autorais de suas fotos e reportagens, como se eles também fossem autores do fato e das pessoas retratadas. Pense no que seria esses panfletos caso não existissem os acontecimentos, ou, se cada fato acontecido viesse com os direitos de propriedade intelectual embutido no ato.

Quanto cada defunto ganharia de copyright pela morte noticiada? Haveria valores maiores e menores, dependendo da origem do salame? E eu, quantas moedas me dariam pra reportar o meu óbito? Ou então, o preço seria baseado pelo tipo de morte. Talvez. Tragédias são milhões, já uma véia pobre cardíaca algumas moedas, “por caridade, minha filha”. Avião lotado com alguns famosos levaria os jornais a falência.

De tanto ler bobagem, é possível você entender o meu pensar. O homem é um ser recombinante por natureza, a natureza também é. Nada vem do nada. É óbvio que podemos discutir o termo “original”, eu o peguei sob outro aspecto apenas pra defender a obra de João Brasil, que no momento é o grande nome da música brasileira.

O mashup trata-se, no explicar duma breve frase, duma colagem de duas ou mais músicas, como se fossem uma só. João Brasil tem feito um mashup por dia e disponibilizado na internet. A missão dele este ano é entregar 365 recombinações até 31 de dezembro. Seu liquidificador sonoro mesclou o rapper Jay Z com Gilberto Gil, Dorival Caymmi e Rita Lee, Beatles com Deize Tigrona e MC Créu, Bob Dylan com Olodum, Marcelo D2 com Roberto Carlos, entre outras presepadas. Original? Só se for bem gelada.

* Você pode fazer qualquer remontagem com este texto.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

COMIDA É PASTO

Você tem fome de que?
:txt: Monsenhor Jacá*

Eu já disse muitas vezes em outros espaços: “quem hoje diz que funk, tecnobrega, pagode e rap não é música, há cem anos atrás dizia que samba não era música e negro não era gente”. Mas por que a expressão cultural de pessoas que vivem com precárias condições financeiras não é válida ou é pior? Qual a razão pra não reconhecer a poesia dum povo cercado por tráficos, drogas, bandidos e prostitutas? Quem disse que a influencia do banditismo da periferia não pode, mas a convivência familiar com criminosos de colarinho branco pode sim.

Outro dia um amigo me disse que Porto Alegre é a cidade do rock, pois aqui a galera ouve rock'n'roll, “bicho”. Retruquei: “é nada, aqui a galera ouve pagode, funk, axé, gauchesco e sertanejo; quem ouve rock é a galerinha que frequenta a Independência”. O cara ficou doido. “Como assim, Jacá? Tá louco meu?! Isso é coisa lá na pra Bahia, Goiás, Rio”. Se você tem mais de um neurônio, leitor, sabe que estou certo.

Se “galera” se resume ao seu círculo de amigos e familiares, talvez seja rock, ou jazz, ou samba, etc. Mas a imensa galera que habita a Restinga, a Alvorada, o Campo da Tuca, o Viamão, entre outros tantos lugares distantes mais de uma hora do centro da capital, para onde vai e vem todos dias bater ponto por um mísero salário, ah, essa galera não ouve rock. Se ouvisse, o Porão do Beco seria na Santa Isabel, nos Canudos ou na Mathias Velho.

É esse tipo de preconceito musical pelo qual me rebelo. Parece que só é bom aquela chatice de Chico Buarque, com suas letras proparoxítonas e seus shows caros exclusivos pra barão com estrelinha vermelha do partido no peito assistir. Essa é a música popular brasileira que você conceitua? Música dum fidalgo feita pra aristocratas? Chico Buarque é exatamente isso. Ele não joga bola no areião do Vidigal, e sim no campinho do presidente e no time dos ministros. Essa nossa “MPB” é nojenta. (Nossa não! Deles).

Eu tenho me divertido muito com aquilo que eu defino de música popular brasileira de verdade. O som que vem da vila, do morro, da periferia e do subúrbio. E não é só por questão social. A estética é surreal. Há um assalto autoral, músicas são sampleadas, riffs de guitarra plagiadas, letras traduzidas sem nenhum nexo com as originais. Também há um intenso e movimentado mercado informal ao redor da música. O tecnobrega de Belém do Pará é um exemplo sempre citado por muitos teóricos que defendem ponto de vista parecido com o meu.

Em tempos de internet e tecnologia avançados, com amplo acesso da população, em velocidades de conexão e modernização jamais imaginados, o roubo autoral, o plágio, o remix e a total desobediência ao copyright é a bandeira da subversão. Foda-se o autor, dane-se a propriedade intelectual. E quando os piratas modernos trazem a voz da marginalidade oprimida por 510 anos de escravidão pela classe política dominadora que este ano briga por mais quatro anos de sequencia desse modelo falido, aí sim é que os tornamos nossos heróis revolucionários de hoje, pois a rebeldia deles não é disputar o poder, mas talvez atingi-lo através de arte subversiva.

Se você pensa semelhante ou a partir de agora pode reformular seus conceitos, mas não conhece muitos artistas dessa geração pirata, procure no oráculo e baixe o som deles: Deize Tigrona, DJ Cremoso, João Brasil, Viviane Batidão, MC Marcinho, M.I.A., DJ Topo, DJ Lucio K, Chernobyl, Edu K.

* o autor deste texto pode ser você, basta me plagiar. O roubo é livre!
** este texto também foi publicado na edição impressa do Jornalismo B, porém com um trecho censurado. Aqui você o tem na versão original, sem a tesoura de Fidel

domingo, 7 de junho de 2009

MAIS +ou- MENAS #004



+ou-

PORTO ALEGRE, BRASIL
DOMINGO, SETE DE XUÑO, DOUS MIL E NOVE

Esta semana participamos dum bebate sobre a exigência do diploma pra exercer o jornalismo. Jucá, editor desta porra aqui, e Sergio Murillo, presidente da Fenaj. Se você não sabe o que é Fenaj, não sei explicar, pois até hoje não vimos nada de útil a sociedade que eles possam ter realizado. Cousa boa não parece ser. Uma platéia recheada de sindicalizados. No ouvir das babaquices, começamos a pensar que sindicatos e federações de jornalistas são tão danosos ao jornalismo quanto maurícios, marinhos, universais, e bandeirantes. Aos amigos que temos na Fabico, não se deixem levar por armadilhas e presepadas, se nossa faculdade tem N defeitos, nossos estudantes tem uma vantagem em relação a qualquer um de outras faculdades. A gente não paga, pois fomos mais capazes na hora de estudar e passar. Somos a porra que fecundou. Se o ensino na Fabico é uma merda, lembre-se: no lixo nasce flor, no mangue nasce Chico Science, no dilúvio nasce Noé.



+ou-

# agência pirata #





+ou-

# tapa na orelha #
Vozes do Musseque


O continente africano aos poucos vai mostrando ao mundo que lá não é só fome, guerras e aids. O preconceito que temos em relação a eles não difere muito de yankes que acham que o Brasil é só selva e mulher pelada. Kuduro, um gênero musical totalmente porra loca, tem sido um dos principais cartões postais da nova música vinda da África. Esta coletânea ainda não está no seu acervo musical? Demorou, mané! E que venha logo a copa de 2010, pro mundo abrir os olhos ainda mais.

01. Intro (General Bruxo)
02. Mete O Papoite A Mexer O Pé (Kebrada Turbante)
03. Vida Na Cadeia (Maquina Do Inferno)
04. Ndombolo Serio (Alidjuma E Puto Mp3)
05. Vas Aguentar? (General Bruxo)
06. 1 Para 2 (Os Alameda)
07. Sai Do Caminho (Familia Agre)
08. Tudo Me Passa (Mulekada e K2)
09. Motema (Kalunga Mata)
10. Tropa Lavado (Guevara Squad)
11. Bate A Bambula (Dada Many e L Grande)
12. Toque Do Português (Tchu K)

baixe o álbum > AQUI <
DJ Basket



+ou-



Baile Parangolé
João Brasil

Caetano, Gil, Carmen Miranda, Zé Carioca, Ivete Sangalo, Calypso, Mutantes, ... Pense tudo isso mixado em imagens e som, e temos aqui a mais bela arte de 2009, um mashup audio visual. Perfeito e envolvente.
DJ Basket

Essa é primeira música/vídeo mashup do meu novo álbum, chamado “Tropical Baile Tech”. Foi feita inteira com samples de música brasileira e com o vídeo da Disney + Carmen Miranda + alguns ruídos visuais que remetem aos samples usados. É minha homenagem à Caetano Veloso, ao seu livro “Verdade Tropical” e a todo o movimento tropicalista.
Parangolé é a obra de Hélio Oiticica denominada de a “antiarte por excelência”. Quis fazer esse tipo de mashup que acho interessante, onde o vídeo não pertence a música, assim se cria mais uma dimensão. Música AxB sobre imagem CxD. Continuo com a estética de misturar musicalmente “alta” e “baixa” cultura, pois não acredito nessas barreiras. Guinga e Calypso para mim tem a mesmíssima importância musical.
João Brasil



+ou-

# o canto da ema #



The Ting Tings
We Walk

O funk soul está de volta, com pitadas modernas e envolventes. Uma das melhores bandas da atualidade, The Ting Tings é som pra uma boa pista. Pesquise mais, garantia de diversão. É uma das bandas que os DJs mais gostam de fazer mashups.
DJ Basket



+ou-

# biblioteca digital #


Pero Vaz de Caminha - A Carta

Imagine se Cabral retornasse ao Brasil numa caravela mais moderna, e junto com ele trouxesse de novo Pero Vaz de Caminha, pra fazer seu relato jornalístico sobre as novas terras. Imagine também caso o autor da primeira obra de jornalismo escrito em terras pau-brasilis, encontrasse os burocratas do diploma, os elitizadores da informação e inimigos do direito público de se comunicar. De acordo com essas mentes atrasadas, não haveria relato porra nenhuma.
Arlei Arnt

A versão digital, em PDF, pode ser baixada e lida >AQUI<



+ou-

# os fabulosos anti-heróis #


Virgolino Lampeão
"Senhor governador de Pernambuco, suas saudações com os seus. Faço-lhe esta devido a uma proposta que desejo fazer ao senhor para evitar guerra no sertão e acabar de vez com as brigas. [...] Se o senhor estiver no acordo, devemos dividir os nossos territórios. Eu que sou capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão, fico governando esta zona de cá por inteiro, até as pontas dos trilhos em Rio Branco. E o senhor, do seu lado, governa do Rio Branco até a pancada do mar no Recife. Isso mesmo. Fica cada um no que é seu. Pois então é o que convém. Assim ficamos os dois em paz, nem o senhor manda seus macacos me emboscar, nem eu com os meninos atravessamos a extrema, cada um governando o que é seu sem haver questão. Faço esta por amor à Paz que eu tenho e para que não se diga que sou bandido, que não mereço. Aguardo a sua resposta e confio sempre. Capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão."



+ou-

# espécie rara #



Alexandre Haubrich
"Que porra é essa de Ronaldo!?"



+ou-

# arcademia brasileira de letras #


Copyright, Copyleft e as Creative Anti-Commons
txt: Anna Nimus

A Propriedade Intelectual enquanto Fraude

Se como Proudhon afirmou na sua célebre frase, a propriedade é um roubo, então a propriedade intelectual é uma fraude. A propriedade é um roubo porque o detentor da propriedade não tem qualquer direito legítimo ao fruto do trabalho. Os proprietários não conseguiam extrair mais do que os custos de reprodução dos instrumentos que eles contribuíam para o processo senão através da obstrução do acesso por parte dos trabalhadores aos meios de produção. Nas palavras de Benjamin Tucker, o credor tem direito à devolução do montante integral e nada mais. Quando os camponeses da era pré-industrial se viram impedidos pelas novas vedações de acederem à terra comum, pode-se dizer que a sua terra lhes foi roubada. Mas se a propriedade física pode ser roubada, será que a inteligência ou as ideias podem ser roubadas? Se a vossa terra vos é roubada, deixam de a poder usar, excepto segundo as condições impostas pelo novo “proprietário” privado. Se a posse de uma ideia é análoga à posse de propriedade material, ela deveria ser sujeita às mesmas condições de troca económica, confisco e apreensão - e em caso de ser apreendida deixaria então de ser a propriedade do seu dono. Mas se a vossa ideia é utilizada por outros, vocês não perdem a capacidade de utilizá-la - então, o que é que foi de facto roubado? A noção tradicional de propriedade, como algo que pode ser detido em exclusividade, é irreconciliável com intangíveis como as ideias. Ao contrário de um objecto material, que apenas pode existir num lugar a cada momento, as ideias não são rivais nem exclusivas. Um poema não deixa de pertencer menos ao autor por existir em milhares de memórias.

Propriedade intelectual é um conceito desprovido de sentido - as ideias não funcionam como a terra e não podem ser detidas ou alienadas. Todos os debates sobre a propriedade intelectual travados nos tribunais e entre os panfletários ao longo do século XVIII evidenciaram esta contradição. O que estes debates tornaram óbvio é que os direitos à posse de ideias teriam quer ser qualitativamente diferentes dos direitos à posse de propriedade material, e que a facilidade de reproduzir ideias colocava graves problemas à imposição desses direitos. Em simultâneo com os debates filosóficos acerca da natureza da propriedade intelectual, começou a surgir um discurso descomunal que criminalizava a pirataria e o plágio. A tirada mais famosa contra a pirataria foram os opúsculos publicados por Samuel Richardson em 1753 onde denunciava as reimpressões irlandesas não autorizadas da sua novela Sir Charles Grandinson. Contrastando a esclarecida indústria livreira britânica com a selvajaria e a imoralidade da pirataria irlandesa, Richardson criminaliza as reimpressões como se se tratassem de roubos. Na verdade, as suas afirmações não tinham qualquer base legal uma vez que a Irlanda não estava sujeita ao regime de propriedade intelectual da Inglaterra. E o que ele denunciava como sendo pirataria, os editores irlandesas encaravam como uma retaliação justa contra o monopólio da Stationers Company. Um ano antes dos opúsculos de Richardson, tinham ocorrido motins nas ruas de Dublin contra as políticas fiscais britânicas, que se inseriam numa luta política mais vasta da independência irlandesa face à Grã-Bretanha. Ao afirmar que esta Causa era a Causa da Literatura em geral, Richardson concebeu a batalha pela propriedade literária em termos puramente estéticos, isolando-a do seu contexto político e económico. Mas o seu recurso à metáfora da pirataria reavivava a história colonial da Grã-Bretanha e a sua repressão brutal dos piratas do mar. A própria pirataria marítima do século XVIII tem sido interpretada como uma forma de guerra de guerrilha contra o imperialismo britânico, tendo também criado modelos alternativos de trabalho, propriedade e relações sociais baseadas no espírito da democracia, partilha e assistência mútua.

A descrição que Richardson dava da originalidade e da propriedade excluia qualquer noção de apropriação e transmissão cultural. Nunca antes tinha um trabalho pertencido mais a um homem do que este é dele, argumentava, retratando a sua novela como se fosse Nova em todos os sentidos da palavra. A sua afirmação era particularmente irónica, dado que ele próprio se tinha apropriado, tanto na novela como nos opúsculos, das histórias de pirataria e plágio provenientes da literatura popular do seu tempo, bem como de O Etíope de Heliodoro, um romance do século III d.c. que foi amplamente imitado ao longo do século XVIII. A ideia de originalidade e o individualismo possessivo que engendrou criaram uma vaga gigantesca de paranóia entre os “génios” autores, cujo receio de serem roubados parecia disfarçar um medo mais básico de que a sua pretensão à originalidade não passasse de uma ficção.

A criação artística não surge ex nihilo (a partir do nada) dos cérebros de indivíduos como se fosse uma linguagem privada; ela foi sempre uma prática social. As ideias não são originais, elas baseiam-se em estratos de conhecimento acumulados ao longo da história. A partir destes estratos comuns, os artistas criam obras que possuem especificidades e inovações inequívocas. Todas as obras criativas combinam ideias, palavras e imagens provenientes da história e do seu contexto contemporâneo. Antes do século XVIII, os poetas citavam os seus predecessores e fontes de inspiração sem reconhecimento formal e os dramaturgos apropriavam-se à vontade dos enredos e diálogos de fontes anteriores sem atribuição. Homero baseou a Ilíada e a Odisseia em tradições orais que remontavam a séculos atrás. A Eneida de Virgílio inspira-se fortemente em Homero. Shakespeare tomou de empréstimo muitos dos seus enredos e diálogos narrativos de Holinshed. Isto não quer dizer que a ideia de plágio não existia antes do século XVIII, mas que a sua definição alterou-se radicalmente. O termo plagiador (literalmente, raptor) foi pela primeira vez usado por Marcial no primeiro século d.c. para descrever alguém que raptava os seus poemas ao copiá-los por inteiro e fazia-os circular com o nome do copista. O plágio era uma falsa usurpação do trabalho de outro. Mas o facto de que a nova obra tinha passagens semelhantes ou expressões idênticas à inicial não era considerado plágio desde que a nova obra possuísse os seus próprios méritos estéticos. Depois da invenção do génio criativo, as práticas de colaboração, apropriação e transmissão foram deliberadamente esquecidas. Quando Coleridge, Stendhall, Wilde e T.S. Eliot foram acusados de plágio por incluírem expressões dos seus predecessores nas suas obras, isto reflectiu uma redefinição do plágio em concordância com a acepção moderna de autoria possessiva e propriedade exclusiva. O “roubo” de que eram acusados consiste precisamente naquilo que todos os escritores anteriores consideravam natural.

As ideias são virais, elas associam-se a outras ideias, mudam de forma e migram para territórios desconhecidos. O regime de propriedade intelectual restringe a promiscuidade das ideias e encurrala-as dentro de vedações artificiais, extraindo benefícios exclusivos da sua posse e controlo. A propriedade intelectual é uma fraude - um privilégio legal para representar-se a si próprio de um modo falso enquanto único “proprietário” de uma ideia, expressão ou técnica e para cobrar uma taxa a todos que pretendam captar, exprimir ou aplicar esta “propriedade” na sua própria produção. Não é o plágio que priva o “proprietário” do uso de uma ideia; é a propriedade intelectual, apoiada pela violência invasora do estado, que priva todos os restantes de usá-la na sua cultura comum. O fundamento para essa privação é a ficção legal do autor enquanto indivíduo soberano que cria obras originais a partir da fonte da sua imaginação, tendo por isso um direito natural e exclusivo de posse. Foucault desmascarou a autoria como sendo o princípio funcional que trava a livre circulação, a livre manipulação, a livre composição, decomposição e recomposição do conhecimento. O autor-função representa um forma de despotismo sobre a proliferação de ideias. Os efeitos deste despotismo e do sistema de propriedade intelectual que protege e preserva consistem em roubar a nossa memória cultural, censurar as nossas palavras e acorrentar a nossa imaginação à lei.

E, contudo, os artistas continuam a sentir-se lisonjeados com a sua associação a este mito do génio criativo, fazendo vista grossa ao modo como é empregue para justificar a sua exploração e alargar o privilégio da elite detentora da propriedade. O copyright coloca autor contra autor numa guerra de competição pela originalidade - os seus efeitos não são apenas económicos pois também naturaliza um determinado processo de produção de conhecimento, deslegitima a noção de uma cultura comum e danifica as relações sociais. Os artistas não são encorajados a partilhar os seus pensamentos, expressões e obras ou a contribuir para um fundo comum de criatividade. Em vez disso, protegem ciosamente a sua “propriedade” dos outros, que encaram como potenciais concorrentes, espiões e ladrões deitados à espera de surripiar e violar as suas ideias originais. Esta é uma visão do mundo da arte criada à imagem do próprio capitalismo, cujo objectivo fundamental é fazer com que as empresas possam apropriar-se dos produtos alienados dos seus trabalhadores intelectuais.

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