#CADÊ MEU CHINELO?
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
[a vida como ela noé] LICANTROPIA
:: txt :: Yuri Sebastian ::
O reflexo no espelho era o de um lobisomem de olhos laranja escarlate. Presas e garras infernais. Babujava sangue e barro. Um crachá em seu peito dizia "Cão" e em baixo, pequeninho, "dos infernos".
Sorriu. Afinal, não era um qualquer. Era o Satã. Satã na Terra.
Lançava bolas de fogo pelas mãos e fodia com prédios, bares e pessoas. Pegou um carrinho de bebê e jogou pro outro lado do Guaíba. Quando a policia chegou, junto com o FBI, atirando e metralhando, correu para cima da árvore mais alta de Viamão.
- É lá que a areia vira barro. É lá.
Do topo da árvore pensou na vida. Não antes de acender um Padang. Lá em cima era muito frio. O gosto de canela pulverizada consumiu-lhe o paladar.
- Depressão?
- Nostalgia.
Os uivos ecoam pela cidade de Viamópolis. As Jaguatiricas do mato respondiam. Grawrrr.
(...)
Quarenta e oito horas depois em um bar no centro da capital.
- Eu sou só um cão sobrenatural por acaso do inferno.
- Fica tranquilo, cara. Aqui passa todo o tipo de gente.
Ali. Moribundo. Bebendo de seu copo sujo no fundo com pequenos grãos negros de alguma coisa qualquer embebidos por quase 423ml de vodka. Zumbis jogavam sinuca. Fantasmas trovavam as chinas. Pagavam bebidas. Steinhaeger com um litro de Bohemia. Tanto faz. Glup. As vezes o bixo pegava. Dois morriam. Isso se ninguém tivesse um revolver. Dai iam cinco de uma vez. Barbaridade.
O Lobisomem Porto Alegrense. Fora mordido por um vira-lata. Mas não deu bola. Simplesmente mandou se fuder mesmo. Quando vê cinco dias úteis depois TÃÃMN já era. Tinha pulgas e já cagava em cima do sofá. Não frequentava mais as aulas. Não era permitida a sua entrada em casas noturnas. Fora a merda seca que ficava grudada no pelo curto do miserável. Canalha. As vezes dava até pena. E olha que eu não sou dessas frescuras aí. Bom. Esquece.
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