#CADÊ MEU CHINELO?

domingo, 18 de abril de 2010

COISA LINDA SOUND SYSTEM



#bat papo
Embelezando a música das Alagoas: uma conversa com Marcelo Cabral

txt n ntrvst: Tiago Jucá Oliveira
phts: Augusto Gerbase

Conheci Marcelo Cabral em 2001, Taguatinga, durante o Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação. O encontro ficou famoso por um campeonato que rendeu muitas notícias e comentários polêmicos na grande mídia. Marcelo e eu éramos uns dos jurados. Nunca perdemos o contacto um com o outro, e através de e-mails e redes sociais trocamos muitas ideias. Tivemos apenas uma oportunidade de nos ver novamente, num fim de tarde Forno Alegre Original Style, beirando os 40° C.

Hoje Marcelão comanda a Coisa Linda Sound System, banda de Maceió, capital das Alagoas. O recente disco da CLSS figurou entre os melhores de 2009 do Prêmio Uirapuru de Música Brasileira. O álbum apareceu na lista dos 50 discos do ano segundo a crítica animal, e conquistou um terceiro lugar na opinião do público leitor.

Marcelo também é um dos diversos colaboradores que O DILÚVIO tem espalhado pelo Brasil. Sua colaboração poderá ser mais efetiva caso a gente consiga a aprovação de um projecto.

Quando começou o CLSS?

Começou lá pelo começo dos anos 00, como Trio Coisa Linda, a banda que me acompanhava e que já contava com o Aldo Jones, em 2002 já estavamos com uma dos formações mais duradouras com o Aldo nas guitarras, André Meira (baixo) e Tido Moraes (bateria) e eu tocando violão, guitarra e cantando. Em 2005 lançamos o primeiro disco homonimo, produzido por mim e pelo Aldo, e a partir no final de 2007 chamei o Aldo pro front dessa parceria e reestruturamos a banda com o tecladista Dinho Zampier (Mopho) e o baterista Rodrigo Peixe (Wado). Com tudo definido gravamos Da Vida e do Mundo, que foi lançado no segundo semestre de 2009.

Ou seja, antes tinha mais uma cara de carreira solo sua, né? ou não?

Sim, exatamente, mas a coisa evoluiu pra que o Aldo viesse pra dianteira do trabalho comigo, pela afinidade artística, entrosamento e também passamos a compor juntos e inserir músicas dele como Temp 02 no nosso repertório. Ajuda bastante na divisão do trabalho e é sempre bom ter uma segunda opinião na qual se confia para tomar decisões sobre o trabalho.

Pro leitor e ouvinte leigo, você define o som do CLSS de que maneira?

Essa pergunta é bem dificil. Queremos sempre gravar algo diferente do que fizemos antes, então, basicamente, somos uma banda de música brasileira indie pop freestyle tropical rock world music.

Mas me parece que esses anos de embrionagem renderam já um público fiel da banda. O Prêmio Uirapuru dos leitores é um exemplo.

Ficamos muito felizes com este retorno do público na votação do Uirapuru. Muito bom estar na lista desse ano e agradecemos a todos que curtem nossa música e votaram no disco.

É dificil pra vocês a questão 'distância de RJ-SP'? Como vocês buscam alternativas pra romper barreiras regionais?

Essa dificuldade existe para os artistas das regiões mais periféricas do Brasil. Temos que buscar alternativas. Aqui em Alagoas fazemos parte do Coletivo Popfuzz integrado ao Circuito Fora do Eixo, que vem realizando um trabalho de fôlego para exportar nossas produções para outros públicos e para receber bandas de outras estados em Maceió, Arapiraca e no Festival Maionese, que este ano vai para a sexta edição. Este tipo de experiência coletiva tem rendido bons frutos pelo país fazendo as bandas circularem. Estamos planejando a segunda parte da turnê de promoção do disco Da Vida e do Mundo para maio/junho. Na primeira etapa tocamos em São Paulo, Belo Horizonte, Maceió e Recife.



E em Maceió, da pra se virar, tipo, casas de show, rádio, público consumidor de discos e shows, etc?

Além das ações do coletivo. Eu, Aldo e Peixe atuamos como produtores culturais aqui, tocamos em eventos que produzimos e também recebemos convites para tocar. Algumas ações da prefeitura e governo do estado começam a acontecer também, como shows públicos de música autoral produzida aqui, editais de apoio a produção musical, etc. Tudo muito tímido ainda, mas vejo uma melhora gradual.

A música alagoana tem revelado muita coisa boa, mas ainda falta mais holofotes pra cena local? Há como dizer que ficaram um pouco ofuscado pelo Recife? Ou, pelo contrário, Maceió tem vindo na carona do manguebit?

Acredito que Pernambuco merece os holofotes. O setor público e privado, os artistas e o povo pernambucano, perceberam que a cultura, a arte produzida por lá, é um setor estratégico para o estado, e nas últimas duas décadas investiram pesado nisso. Hoje deve ser o principal destino de turismo cultural e um dos principais celeiros artísticos do país. Nada é à toa. Cabe a Alagoas e aos outros estados do Nordeste correr atrás do prejuízo. Aumentar o orçamento para o setor, incrementar os editais, pensar na sustentabilidade e promoção de seus artistas, ou viver reclamando. Temos que abandonar essa mentalidade colonizada do "coitadismo" e construir nosso próprio caminho.



Você e Aldo Jones tem uma relação musical antiga e forte, né?

Sim, temos referências muito próximas, preferências estéticas e conceitos bem afinados entre a gente. Nos conhecemos faz é tempo, fizemos um som juntos ainda garotos, tempo de escola e tal. Nos anos 90 seguimos projetos diferentes e no começo dos anos 00 voltamos a tocar juntos e de lá até hoje. Papo de 20 anos de amizade e 10 de trabalho musical juntos.

Qual o momento atual e os planos do CLSS?

Estamos articulando a segunda parte da nossa turnê para maio e junho pelo nordeste e sudeste. Nosso plano é tocar pelo país promovendo Da Vida e do Mundo em 2010, participar de festivais e divulgar o disco onde houver espaço para nossa música. Paralelamente, já estamos em estúdio gravando as faixas do terceiro trabalho, Rochedo de Penedo, que deve sair no próximo verão.

Qual ligação há com o nome do próximo álbum com Penedo (linda cidade e histórica das Alagoas)

A faixa título Rochedo de Penedo é um tema instrumental forte, consistente como as pedras do relevo daquele município do nosso estado. Uma homenagem a bela cidade histórica de Penedo, as margens do Rio São Francisco. Outras canções, como Flor da Montanha, por exemplo, faz referência ao estado de Minas Gerais e suas montanhas, onde nasce o chamado "rio da integração nacional" antes de correr os sertões pra vir desaguar no mar por aqui, dividindo os estados de Alagoas e Sergipe. A música título do disco já integra nosso repertório ao vivo, composição do nosso tecladista Dinho Zampier com arranjos da banda. No segundo semestre devemos apresentar pré-produções de algumas dessas faixas na internet.

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