#CADÊ MEU CHINELO?
sexta-feira, 30 de abril de 2010
SUDÃO: ÓRFÃOS DA GUERRA
#agência pirata
Um país dividido pela intolerância
txt: Janis Loureiro
Eles não sabiam a idade, o nome dos pais, alguns não sabiam nem o seu próprio nome. São vítimas de uma guerra que já completa mais de 40 anos. Os pais foram assassinados, decapitados e castrados. E os filhos foram esquecidos, no sul de um país com maioria islâmica e que não consegue conviver de forma pacífica com o diferente
As 30 crianças e adolescentes do Sudão que visitaram por dois dias Ijuí, na quarta e quinta-feira deixaram para trás uma história de grande sofrimento. Se não bastasse a tragédia de perder a família, eles convivem com a total falta de condições básicas de sobrevivência como água potável, luz e saneamento. O maior país da África junto com a Somália apresenta os piores índices de qualidade de vida. Mesmo com o rio Nilo, que atravessa o território sudanês, sendo fonte de irrigação e energia elétrica, a população rural, por estar sofrendo com a migração, não consegue trabalhar a terra, agravando o drama da fome.
Estima-se pelas Nações Unidas que entre 200 mil a 300 mil pessoas morreram em Darfur desde que começou o atual conflito – não é o primeiro - entre o governo, as milícias rebeldes e população civil em 2004. Cerca de 4,7milhões de pessoas foram diretamente atingidas, em uma população de 6,2 milhões. Somente em 2008, 310 mil pessoas foram deslocadas do interior e procuraram acampamentos no Sul, em um total de 2,7 milhões de refugiados dentro do próprio país. Metade dos afetados pelo conflito são crianças. Destes, 700 mil têm menos de cinco anos e cresceram conhecendo nada além de conflito e violência.
Na tentativa de mudar um pouco essa realidade, que pelo jeito imobiliza os líderes das grandes nações e a comunidade internacional, o pastor Marcelo Belitardo, da Missão Cristã Mundial dirige desde julho do ano passado um orfanato na localidade de Torit. Ele explica que o Sudão é um dos países mais pobres do mundo e os cristãos são os que mais sofrem. "Os combatentes desalojam a população civil, roubam os rebanhos e incendeiam vilarejos. Após a destruição, crianças ficam vagando sozinhas em fuga desesperada", relata. "Nós mantemos três casas onde abrigamos 150 órfãos dando a eles cuidado, moradia e alimentação e, principalmente, levando-as a conhecer o amor de Jesus", conta. "Somos a primeira e única organização no Sul do Sudão que está fazendo algo", ressalta.
Destes 150, 30 estão no Brasil e estiveram em Ijuí. Ficarão 15 dias, passeando pelo país e visitando igrejas que apoiam o projeto, como é o caso da Comunidade Cristã de Ijuí "Queremos mostrar a realidade de lá e que podemos fazer algo", prega o pastor Fabio Hockmulller. Nancy, 14 anos, não esconde a felicidade, esperando para brincar na cama elástica, um dos diversos brinquedos espalhados pela Afhocai para receber as crianças órfãs na quarta-feira. Além do dialeto natal, o idioma é o inglês. Ao ser perguntada se queria participar de uma entrevista, respondeu com largo sorriso. "Yes, after jumping". Foi preciso esperar, pois era a segunda vez que ela tinha essa divertida oportunidade. A primeira foi em São Paulo há dois dias. "I love Brazil", afirma. Ela contou que o que mais lhe surprendeu aqui foi o clima. "The weather". Nesta época, a temperatura no Sudão chega a 48°, sendo a média daquele país tropical árido de 38°C entre março e junho.
A viagem até o Brasil durou sete dias. Primeiro, eles partiram até a capital do Sudão do Sul, Juba. Depois, o destino foi a capital da Uganda Kampala e Nairobi, no Quênia. Foram cinco dias por terra. Depois, o grupo seguiu de avião até Jonhanesburgo na África do Sul. De lá, até São Paulo. Mas até a viagem iniciar foram cinco meses de trabalho árduo para descobrir informações sobre as crianças. "Tivemos que calcular a idade aproximada e encaminhar os documentos para a viagem, tanto que todos têm na certidão 1° de janeiro como dia do nascimento".
A viagem também foi providencial para retirá-los do sul do país, pois, apesar de pouco noticiado mundialmente, continua com fortes ofensivas milicianas. "O acordo de paz em janeiro de 2005 não funciona na prática e está mais precário agora às portas do referendo sobre a independência da região marcado para 2011”, lamenta.
Um país dividido pela intolerância
Depois da dominação inglesa, a unificação de diferenças étnicas em um só território, marcado por um passado de guerras e opressão, o Sudão mergulha no mais vergonhoso combate civil e a pior crise do mundo contemporâneo
Voltando no tempo, é possível identificar um histórico de conflitos sudaneses. Primeiro a dominação árabe no século VII, que deixou marcas profundas. Depois, a escravidão promovida pelos europeus, no contexto das colonizações do século XVI, seguido da unificação do território pelo Egito (1820-1822). Por fim, o imperialismo britânico, que deixou como herança a união de territórios absolutamente diferentes em uma única nação. Isso explica por que a conquista da independência em 1956 e a autonomia não se tornou sinônimo de paz. Ao contrário, os anos de luta e dominações avolumaram a incapacidade de convivência harmoniosa entre as tribos da região. Assim, na década de 1960, a esperança na autonomia foi substituída por uma longa e sangrenta guerra civil.
O número expressivo de mortes e o tempo de conflito levam a afirmação de que o que está acontecendo no Sudão, que na antiguidade era denominado País do Ouro, é genocídio. E o governo do presidente da República do Sudão Omar Hasan Ahmad al-Bashir justifica sua atitude como jhihad, ou seja, uma guerra santa contra os infiéis. Enquanto isso, parcelas minoritárias da população de origem cristã, animistas ou outros grupos não muçulmanos são dizimados pela guerra étnica e pela fome. Mas apesar dos atentados à população civil, Omar al-Bashir acaba de ser reeleito, mesmo sob ordem de prisão pelo Tribunal Penal Internacional de Haia e denúncias de fraude no pleito, com 68% dos votos.
O estopim do confronto foi a introdução da sharia (lei islâmica) em todo o território sudanês. Isso desagradou o sul do país, habitado por cristãos e animistas, que se revoltou contra o norte, de maioria muçulmana, e procura a separação do restante do país. O governo, localizado no norte, não aceita a separação, uma vez que as riquezas naturais do país, como o petróleo, se encontram no sul do Sudão.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
5 ANOS DA COMUNIDADE O DILÚVIO NO ORKUT
#mandachuva
Meia década de pirataria
txt: Tiago Jucá Oliveira
No dia 27 de abril de 2005, nós criamos a comunidade da revista O DILÚVIO no orkut, e, pra ser sincero, nunca esperamos nada de mais dela, a não ser marcar território numa rede social que começava a bombar no Brasil.
Não demorou muito, e a comunidade começou a ficar movimentanda e povoada. E aos poucos se tornou referência em desobediência civil. Uma constante troca de arquivos (pastas zipadas com faixas em mp3 de quase todos lançamentos nacionais e várias novidades da gringa) perturbou até mesmo artistas, gravadoras, distribuidores e produtores.
Não desistimos. Defensores da cultura livre que somos, nunca nos sentimos criminosos por causa disso. E, pra nossa surpresa, muitos artistas frequentam a comunidade, baixam discos e disponibilizam o próprio trabalho.
Mas não somente de "pirataria" vive a comunidade. Há entrevistas, debates, dicas, agenda de shows e também enquetes, que viabiliza a eleição dos melhores da música brasileira do Prêmio Uirapuru. Além de ser a principal referência de lançamentos nacionais pra escolha da crítica animal.
Se você tem perfil no Orkut, entre lá e faça parte de nossa comunidade. Para muitos membros participantes, é uma das melhores do Orkut, senão a melhor!
E os nossos parabéns a todos que a cada instante constroem mais um pedaço desse mosaico cultural!
Meia década de pirataria
txt: Tiago Jucá Oliveira
No dia 27 de abril de 2005, nós criamos a comunidade da revista O DILÚVIO no orkut, e, pra ser sincero, nunca esperamos nada de mais dela, a não ser marcar território numa rede social que começava a bombar no Brasil.
Não demorou muito, e a comunidade começou a ficar movimentanda e povoada. E aos poucos se tornou referência em desobediência civil. Uma constante troca de arquivos (pastas zipadas com faixas em mp3 de quase todos lançamentos nacionais e várias novidades da gringa) perturbou até mesmo artistas, gravadoras, distribuidores e produtores.
Não desistimos. Defensores da cultura livre que somos, nunca nos sentimos criminosos por causa disso. E, pra nossa surpresa, muitos artistas frequentam a comunidade, baixam discos e disponibilizam o próprio trabalho.
Mas não somente de "pirataria" vive a comunidade. Há entrevistas, debates, dicas, agenda de shows e também enquetes, que viabiliza a eleição dos melhores da música brasileira do Prêmio Uirapuru. Além de ser a principal referência de lançamentos nacionais pra escolha da crítica animal.
Se você tem perfil no Orkut, entre lá e faça parte de nossa comunidade. Para muitos membros participantes, é uma das melhores do Orkut, senão a melhor!
E os nossos parabéns a todos que a cada instante constroem mais um pedaço desse mosaico cultural!
terça-feira, 27 de abril de 2010
DESmaio
#conection
Programação DESmaio aposta na diversidade musical em Maceió
txt: Marcelo Cabral
Durante todo o mês de maio em Jaraguá, diversos artistas, compositores, bandas e DJs subirão ao palco para apresentar seus trabalhos ao público alagoano em shows e festas. A programação finaliza o mês com a sexta edição anual do Festival Maionese. Chave de ouro.
O histórico bairro de Jaraguá, com sua vocação natural para eventos culturais, foi o local escolhido para a realização de uma extensa programação musical durante todo o mês de maio e batizada de DESmaio, uma alternativa para o fãs da boa música em Maceió nas noites de quinta a domingo. Entre as atrações confirmadas está a banda paulista Rodamundo, vencedora do Festival Mente Aberta de Música Brasileira, e que vem divulgar seu EP em Maceió.
Os artistas locais que sobem ao palco DESmaio foram escolhidos para representar o que de mais novo e representativo acontece hoje na cena de música autoral da cidade. Uma seleção pautada na diversidade estética. Alguns dos nomes confirmados para a primeira etapa são Gato Zarolho, Eek, Vitor Pirralho e Unidade, Dubex, Coisa Linda Sound System, ChamaLuz e uma das maiores revelações deste ano em Maceió, a banda Nothing is Impossible Charlie.
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Além das bandas, uma programação imperdível com discotecagem as quintas, domingo Jamaica com Alma Rasta e Dj Barão, e no dia 15 de maio mais uma edição da melhor festa de música eletrônica de Maceió: Energy! Com os Djs Txu, Xandek, Brunão e Lynx.
Em breve divulgaremos a segunda parte da programação, que fecha o mês com o Festival Maionese 6! DESmaio é uma parceria do Coletivo Popfuzz e Coisa Linda Produções.
PROGRAMAÇÃO DESMAIO 1
29/04 – Inauguração Free - Discoteca Coisa Linda – Djs Coelho, Aldo Jones e Marcelo Cabral
30/04 – Gato Zarolho e Vitor Pirralho
01/05 – Coisa Linda Sound System e Rodamundo (SP)
02/05 – Domingo Jamaica - Alma Rasta e Dj Barão
06/05 – Discoteca Coisa Linda
07/05 – ChamaLuz e Dubex
08/05 – Eek e Nothing is Impossible Charlie
09/05 - Domingo Jamaica - Alma Rasta e Dj Barão
15/05 – Energy Indoor Edition
DESmaio: Rua Sá e Albuquerque, 674. Jaraguá. Maceió/AL.
Contatos: (82) 9912-0245 ou 8861-5644
segunda-feira, 26 de abril de 2010
ABRIL PRO ROCK
#agência pirata
Festival Abril Pro Rock reafirma vigor e prova que tem sobrevida com geração de novos e veteranos
txt: Luciano Matos
O Festival Abril Pro Rock cumpriu bem sua proposta nesse último fim de semana no Pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda, Pernambuco. Os 18 anos completados pelo evento comprovaram que o formato ainda tem lenha para queimar e que há muito para ser mostrado do cenário musical. Reunindo bom público (5 mil no total) e bons shows, o festival só pecou na maratona exagerada e cansativa de artistas, com dez shows na sexta-feira e quatorze no sábado.
Quem conseguiu agüentar a longa sequência, porém, teve a oportunidade de assistir um apanhado do que anda sendo feito pelo Brasil, com bandas de várias partes do país e do exterior de diversos gêneros e ritmos. A fórmula de uma noite voltada para os sons pesados e outra mais eclética ainda funciona, com os “camisa preta” marcando forte presença na sexta e um misto de tribos e estilos no dia seguinte.
Quem teve pernas e conseguiu esperar até o último show do último dia de festival pôde conferir a melhor apresentação do evento. Também completando 18 anos, o Pato Fu mostrou porque é uma das poucas bandas surgidas na geração dos anos 90 que ainda tem muito o que falar e mostrar. Um desfile impressionante de hits e de simpatia, com Fernanda Takai perfeita no comando, com o tom certo entre a diversão e a leveza. Banda precisa, produção caprichada e um show bem pensado para agradar quem gosta ou não da banda. Showzaço
Outros veteranos também fizeram bonito. O Ratos de Porão, com seu punk sempre muito bom, produziu as melhores rodas de pogo do Abril Pro Rock, que já são marca no Recife com seu formato de girar freneticamente em frente ao palco no ritmo da música. O Afrika Bambaataa jogou pra galera e fez um grande baile dançante, descendo o braço no ritmo, com rap, black music, funk carioca e até rock, com direito a inserção de trechos de músicas de Prince, AC/DC, James Brown.
O alagoano Wado foi um dos que mais souberam aproveitar o espaço, com um show dançante, bem pra cima, desfilando ritmos e um apanhado de músicas de seus cinco discos lançados. Terminou agradando bastante e ganhando mais público do que parecia já ter no começo da apresentação. Assim também foi com a 3 na Massa, que fez um show bonito e sedutor – que funcionaria melhor num lugar menor – com as cantoras Marina de La Riva, Nina Becker, Lurdez da Luz e Karine Carvalho.
A nova geração
Entre os nomes mais desconhecidos, os baianos da Vendo 147 chamou atenção. Mesmo fazendo um rock instrumental, foi entre as bandas novas quem mais balançou o público. Afiadíssimos, eles não sentiram a pressão de tocar num dos principais festivais do país e desceram a madeira com seu clone drum (duas baterias juntas) e um rock vigoroso e pesado da melhor qualidade.
Os paranaenses da Nevilton era uma das maiores apostas do festival. Não fizeram por menos e, apesar do público não reagir tão animadamente quanto o som pedia, fizeram um grande show com seu rock visceral e ao mesmo tempo pop, impressionantemente bem executado e muito divertido. A sensação é que se tivessem 50 mil pessoas no público, eles fariam o mesmo show quente, animado e dançante.
Destaque ainda para o peso da Claustrofobia, que, na primeira noite, estremeceu o Centro de Convenções com sua porrada metal. Ainda fizeram boas apresentações os sergipanos do Plástico Lunar, os mexicanos do Instituto Mexicano Del Sonido e os pernambucanos do The River Raid. A Plastique Noir aproveitou até bem a oportunidade, mas acaba não brilhando tanto num festival tão diverso e cheio de opções. A Mini Box Lunar aparentemente sentiu ser logo a segunda banda da noite do sábado, com pouca gente na platéia e um aparente nervosismo, além da equalização do som, aquém do que o som da banda pede, fez um show bem inferior à expectativa, sem conseguir passar o brilho que costumam. A Mullet Monster Mafia pareceu mais interessante do que teve oortunidade de mostrar, já que seu interessante surf rock instrumental ficou perdido na noite tão pesada de sexta-feira.
As gringas Agent Orange e The Varukers fizeram shows corretos, sem muito brilho, mostrando mais competência do que vitalidade e nergia, algo que o punk rock que fazem pede e o tempo parece ter tirado um pouco. Assim como o ex-Iron Maiden, Blaze Bailey, que não agradou nem aos fãs da ex-banda.
O Abril Pro Rock segue agora com sua programação esparsada até maio com diversas atrações no projeto batizado como APR Club, com nomes como Siba, Dead Fish e Mundo Livre S/A.
domingo, 25 de abril de 2010
sábado, 24 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
ÓIA
#agência pirata
Orelhão
txt: Mestre Albano Martins (vulgo Branco Leone)
Estava lá nas Livrarias Curitiba (em uma só, é claro!), autografando um livro. A certa altura, a fila diminuiu, e aproveitei para abandonar os amigos e meu posto na mesa, para dar uma espiada na livraria. Andava por trás de alguma gôndola, folheando alguma coisa, quando percebi, ao meu lado, um moleque: alto, loiro despenteado e olhos muito sérios grudados num rosto que, à primeira vista, não pertencia aos olhos. Não tinha nem vinte anos, e olhava ao redor, desconfiado, como se estivesse a ponto de me assaltar. Tento aqui reproduzir o diálogo que se seguiu, usando o sotaque dele:
– Foi tu que escreveu aquele livro vermelho?
– Eu e mais nove. – respondi.
– E o SESC nisso?
– Pagou parte da edição, dividiu com a editora. – expliquei.
Pausa.
– Tu é de São Paulo, não é?
– Sou.
– O SESC de São Paulo é foda, né?
– Põe foda.
– Legal.
E voltou a olhar para os lados. Agora vinha o bote, era de se ver.
– Eu também escrevo. – ele disse.
– Ah, é? – simulei algum interesse para não decepcioná-lo, porque não vejo muita graça nesse assunto.
– É. – confirmou ele.
Outra pausa incômoda.
– E o que tu escreve? – perguntei, aproveitando para usar a gramática local.
– Poesia.
– Ah, é?
– É.
Mais uma pausa. Ou ele dava uma mãozinha, ou a coisa desandava: minha dificuldade com poesia é notória.
– Eu canto numa banda de punk-rock. – confessou, usando todos os erres do sotaque curitibano: “panquerrróque”.
– Letras tuas? – perguntei.
– Só.
– Então, é assim que tu publica?
– Não só.
Mais pausa. Eu estava curioso, mas quase desistindo. Era pausa demais, mesmo para quem tem paciência!
– Tu tem um blog? – investi.
– Não. Não tenho Internet. – disse cabisbaixo, como se alguém no mundo a tivesse. – Eu grudo é nos orelhão.
– Hein? – gaguejei.
– Eu escrevo, xeroco e grudo dentro dos orelhão. – me disse, quase sorrindo.
– Você gruda seus poemas dentro dos telefones públicos, e vai embora? – com o susto, perdi o sotaque e a gramática.
– Ué! Tu queria que eu ficasse lá pra quê?
– Besteira minha… Eu quis perguntar se você deixa algum meio de contato junto com os poemas? Um e-mail?
– Não tenho.
– Telefone?
– Não deixo. – parou um instante, e completou: – Eu nem assino.
Fez-se outra pausa, esta provocada pela minha boca aberta.
– Caralho… – consegui murmurar algum tempo depois.
– É… – respondeu ele.
Fiquei olhando aquele alienígena: na minha frente, estava um escritor, coisa rara, um dos poucos que conheço. Um cara que escreve. E só. Na verdade, ele escreve, xeroca e gruda “nos orelhão”. E acabou-se. Opinião alheia? Pra quê? Reconhecimento? Pfff… Sucesso? Não o faça rir. Editora, distribuidora, dez por cento do preço de capa, resenha nos cadernos literários? Ora, nada disso tem nenhuma importância para ele. Ele escreve e sabe que nunca vai chegar a lugar nenhum com isso. É quase como se tivesse vergonha do que faz. Cá pra nós, todos os que fazem isso também deviam ter. E eu lá na livraria, lançando um livro! Pateta…
Foi só depois que ele sumiu pelo meio das pessoas, que me ocorreu de lhe agradecer. Quis lhe dar um livro, sei lá, pagá-lo de alguma forma. Mas ele já tinha ido.
Depois desse encontro, continuei escrevendo. Mas desde então, nunca mais fiz isso com a mesma intenção, com os mesmos princípios. O curitibano vocalista de uma banda de panquerrróque quebrou alguma coisa em mim. Mas tudo bem, era uma coisa que estava estragada.
Orelhão
txt: Mestre Albano Martins (vulgo Branco Leone)
Estava lá nas Livrarias Curitiba (em uma só, é claro!), autografando um livro. A certa altura, a fila diminuiu, e aproveitei para abandonar os amigos e meu posto na mesa, para dar uma espiada na livraria. Andava por trás de alguma gôndola, folheando alguma coisa, quando percebi, ao meu lado, um moleque: alto, loiro despenteado e olhos muito sérios grudados num rosto que, à primeira vista, não pertencia aos olhos. Não tinha nem vinte anos, e olhava ao redor, desconfiado, como se estivesse a ponto de me assaltar. Tento aqui reproduzir o diálogo que se seguiu, usando o sotaque dele:
– Foi tu que escreveu aquele livro vermelho?
– Eu e mais nove. – respondi.
– E o SESC nisso?
– Pagou parte da edição, dividiu com a editora. – expliquei.
Pausa.
– Tu é de São Paulo, não é?
– Sou.
– O SESC de São Paulo é foda, né?
– Põe foda.
– Legal.
E voltou a olhar para os lados. Agora vinha o bote, era de se ver.
– Eu também escrevo. – ele disse.
– Ah, é? – simulei algum interesse para não decepcioná-lo, porque não vejo muita graça nesse assunto.
– É. – confirmou ele.
Outra pausa incômoda.
– E o que tu escreve? – perguntei, aproveitando para usar a gramática local.
– Poesia.
– Ah, é?
– É.
Mais uma pausa. Ou ele dava uma mãozinha, ou a coisa desandava: minha dificuldade com poesia é notória.
– Eu canto numa banda de punk-rock. – confessou, usando todos os erres do sotaque curitibano: “panquerrróque”.
– Letras tuas? – perguntei.
– Só.
– Então, é assim que tu publica?
– Não só.
Mais pausa. Eu estava curioso, mas quase desistindo. Era pausa demais, mesmo para quem tem paciência!
– Tu tem um blog? – investi.
– Não. Não tenho Internet. – disse cabisbaixo, como se alguém no mundo a tivesse. – Eu grudo é nos orelhão.
– Hein? – gaguejei.
– Eu escrevo, xeroco e grudo dentro dos orelhão. – me disse, quase sorrindo.
– Você gruda seus poemas dentro dos telefones públicos, e vai embora? – com o susto, perdi o sotaque e a gramática.
– Ué! Tu queria que eu ficasse lá pra quê?
– Besteira minha… Eu quis perguntar se você deixa algum meio de contato junto com os poemas? Um e-mail?
– Não tenho.
– Telefone?
– Não deixo. – parou um instante, e completou: – Eu nem assino.
Fez-se outra pausa, esta provocada pela minha boca aberta.
– Caralho… – consegui murmurar algum tempo depois.
– É… – respondeu ele.
Fiquei olhando aquele alienígena: na minha frente, estava um escritor, coisa rara, um dos poucos que conheço. Um cara que escreve. E só. Na verdade, ele escreve, xeroca e gruda “nos orelhão”. E acabou-se. Opinião alheia? Pra quê? Reconhecimento? Pfff… Sucesso? Não o faça rir. Editora, distribuidora, dez por cento do preço de capa, resenha nos cadernos literários? Ora, nada disso tem nenhuma importância para ele. Ele escreve e sabe que nunca vai chegar a lugar nenhum com isso. É quase como se tivesse vergonha do que faz. Cá pra nós, todos os que fazem isso também deviam ter. E eu lá na livraria, lançando um livro! Pateta…
Foi só depois que ele sumiu pelo meio das pessoas, que me ocorreu de lhe agradecer. Quis lhe dar um livro, sei lá, pagá-lo de alguma forma. Mas ele já tinha ido.
Depois desse encontro, continuei escrevendo. Mas desde então, nunca mais fiz isso com a mesma intenção, com os mesmos princípios. O curitibano vocalista de uma banda de panquerrróque quebrou alguma coisa em mim. Mas tudo bem, era uma coisa que estava estragada.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
COISA LINDA SOUND SYSTEM
#bat papo
Embelezando a música das Alagoas: uma conversa com Marcelo Cabral
txt n ntrvst: Tiago Jucá Oliveira
phts: Augusto Gerbase
Conheci Marcelo Cabral em 2001, Taguatinga, durante o Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação. O encontro ficou famoso por um campeonato que rendeu muitas notícias e comentários polêmicos na grande mídia. Marcelo e eu éramos uns dos jurados. Nunca perdemos o contacto um com o outro, e através de e-mails e redes sociais trocamos muitas ideias. Tivemos apenas uma oportunidade de nos ver novamente, num fim de tarde Forno Alegre Original Style, beirando os 40° C.
Hoje Marcelão comanda a Coisa Linda Sound System, banda de Maceió, capital das Alagoas. O recente disco da CLSS figurou entre os melhores de 2009 do Prêmio Uirapuru de Música Brasileira. O álbum apareceu na lista dos 50 discos do ano segundo a crítica animal, e conquistou um terceiro lugar na opinião do público leitor.
Marcelo também é um dos diversos colaboradores que O DILÚVIO tem espalhado pelo Brasil. Sua colaboração poderá ser mais efetiva caso a gente consiga a aprovação de um projecto.
Quando começou o CLSS?
Começou lá pelo começo dos anos 00, como Trio Coisa Linda, a banda que me acompanhava e que já contava com o Aldo Jones, em 2002 já estavamos com uma dos formações mais duradouras com o Aldo nas guitarras, André Meira (baixo) e Tido Moraes (bateria) e eu tocando violão, guitarra e cantando. Em 2005 lançamos o primeiro disco homonimo, produzido por mim e pelo Aldo, e a partir no final de 2007 chamei o Aldo pro front dessa parceria e reestruturamos a banda com o tecladista Dinho Zampier (Mopho) e o baterista Rodrigo Peixe (Wado). Com tudo definido gravamos Da Vida e do Mundo, que foi lançado no segundo semestre de 2009.
Ou seja, antes tinha mais uma cara de carreira solo sua, né? ou não?
Sim, exatamente, mas a coisa evoluiu pra que o Aldo viesse pra dianteira do trabalho comigo, pela afinidade artística, entrosamento e também passamos a compor juntos e inserir músicas dele como Temp 02 no nosso repertório. Ajuda bastante na divisão do trabalho e é sempre bom ter uma segunda opinião na qual se confia para tomar decisões sobre o trabalho.
Pro leitor e ouvinte leigo, você define o som do CLSS de que maneira?
Essa pergunta é bem dificil. Queremos sempre gravar algo diferente do que fizemos antes, então, basicamente, somos uma banda de música brasileira indie pop freestyle tropical rock world music.
Mas me parece que esses anos de embrionagem renderam já um público fiel da banda. O Prêmio Uirapuru dos leitores é um exemplo.
Ficamos muito felizes com este retorno do público na votação do Uirapuru. Muito bom estar na lista desse ano e agradecemos a todos que curtem nossa música e votaram no disco.
É dificil pra vocês a questão 'distância de RJ-SP'? Como vocês buscam alternativas pra romper barreiras regionais?
Essa dificuldade existe para os artistas das regiões mais periféricas do Brasil. Temos que buscar alternativas. Aqui em Alagoas fazemos parte do Coletivo Popfuzz integrado ao Circuito Fora do Eixo, que vem realizando um trabalho de fôlego para exportar nossas produções para outros públicos e para receber bandas de outras estados em Maceió, Arapiraca e no Festival Maionese, que este ano vai para a sexta edição. Este tipo de experiência coletiva tem rendido bons frutos pelo país fazendo as bandas circularem. Estamos planejando a segunda parte da turnê de promoção do disco Da Vida e do Mundo para maio/junho. Na primeira etapa tocamos em São Paulo, Belo Horizonte, Maceió e Recife.
E em Maceió, da pra se virar, tipo, casas de show, rádio, público consumidor de discos e shows, etc?
Além das ações do coletivo. Eu, Aldo e Peixe atuamos como produtores culturais aqui, tocamos em eventos que produzimos e também recebemos convites para tocar. Algumas ações da prefeitura e governo do estado começam a acontecer também, como shows públicos de música autoral produzida aqui, editais de apoio a produção musical, etc. Tudo muito tímido ainda, mas vejo uma melhora gradual.
A música alagoana tem revelado muita coisa boa, mas ainda falta mais holofotes pra cena local? Há como dizer que ficaram um pouco ofuscado pelo Recife? Ou, pelo contrário, Maceió tem vindo na carona do manguebit?
Acredito que Pernambuco merece os holofotes. O setor público e privado, os artistas e o povo pernambucano, perceberam que a cultura, a arte produzida por lá, é um setor estratégico para o estado, e nas últimas duas décadas investiram pesado nisso. Hoje deve ser o principal destino de turismo cultural e um dos principais celeiros artísticos do país. Nada é à toa. Cabe a Alagoas e aos outros estados do Nordeste correr atrás do prejuízo. Aumentar o orçamento para o setor, incrementar os editais, pensar na sustentabilidade e promoção de seus artistas, ou viver reclamando. Temos que abandonar essa mentalidade colonizada do "coitadismo" e construir nosso próprio caminho.
Você e Aldo Jones tem uma relação musical antiga e forte, né?
Sim, temos referências muito próximas, preferências estéticas e conceitos bem afinados entre a gente. Nos conhecemos faz é tempo, fizemos um som juntos ainda garotos, tempo de escola e tal. Nos anos 90 seguimos projetos diferentes e no começo dos anos 00 voltamos a tocar juntos e de lá até hoje. Papo de 20 anos de amizade e 10 de trabalho musical juntos.
Qual o momento atual e os planos do CLSS?
Estamos articulando a segunda parte da nossa turnê para maio e junho pelo nordeste e sudeste. Nosso plano é tocar pelo país promovendo Da Vida e do Mundo em 2010, participar de festivais e divulgar o disco onde houver espaço para nossa música. Paralelamente, já estamos em estúdio gravando as faixas do terceiro trabalho, Rochedo de Penedo, que deve sair no próximo verão.
Qual ligação há com o nome do próximo álbum com Penedo (linda cidade e histórica das Alagoas)
A faixa título Rochedo de Penedo é um tema instrumental forte, consistente como as pedras do relevo daquele município do nosso estado. Uma homenagem a bela cidade histórica de Penedo, as margens do Rio São Francisco. Outras canções, como Flor da Montanha, por exemplo, faz referência ao estado de Minas Gerais e suas montanhas, onde nasce o chamado "rio da integração nacional" antes de correr os sertões pra vir desaguar no mar por aqui, dividindo os estados de Alagoas e Sergipe. A música título do disco já integra nosso repertório ao vivo, composição do nosso tecladista Dinho Zampier com arranjos da banda. No segundo semestre devemos apresentar pré-produções de algumas dessas faixas na internet.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
O ROUBO CONTINUA LIVRE
#over12
Eu também já passei por isso
txt: Tiago Jucá Oliveira
Antes que algum imbecil venha comentar algo do tipo "tu diz isso porque não foi contigo", sobre a postagem de ontem, vou relembrar um causo.
Isso já faz uns dez anos. Eu ainda tinha carro (melhor cousa que fiz na vida foi vende-lo). Era um sábado noturno, cedo ainda, fui tomar uma ceva no lancheria. Estacionei o vagalume (ele era verde) do outro lado, na Redenção. Atravessei a Osvaldo Aranha, cheguei no lancheria. Tive sorte, pois logo encontrei o Loiva e sua turma, e assim não fiquei desenturmado.
Bastaram poucos minutos pra alguém dizer: "aqueles loco tão mexendo no teu carro". Quando vi, eram dois pivete encostado no carro. Atravessei a Osvaldo Aranha, cheguei no parque Farroupinha. Amigo punk, nem olhei pro lado, tchê! Em seguida, a turma toda também já estava lá pra me dar apoio. Perguntei: "porra, roubaram o que?". "Roubei nada não, tio", respondeu um piá menor que uma pilha, mais branco que uma vela, mais seco que um palito, mais sujo que o Beira-Rio. Dava pena do piá. Já o outro guri era maior, mas também não dava medo em ninguém. Ambos apavorados, de certo acreditavam que iam ser linchados.
Eles realmente tinham entrado no carro. Tinham tirado a frente do rádio, que estava atirado no chão do vagalume, derramado a garrafa de cachaça e estragado o trinco da porta. Apesar do pequeno prejuízo que teria pra arrumar a porta, eu tratei de acalmar meus amigos, e pedi pros dois pivetes vazarem. Não sou de entregar pobre pros pé-de-porco.
O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus já faliu antes do causo que te conto, vivente curioso pela desgraça alheia. Novamente lá vou eu ao Lancheria do Parque, tomar meu remédio de cevada e lúpulo. Na calçada, por onde caminho, um monte de lixo perto do meio fio, quase na rua. Eis que surge do lixo o mesmo pivete pequeno, branco, seco e sujo que mexeu na caranga. Parecia a infeliz campanha da RBS sobre crack. "Quer comprar um fumo, tio?".
Olhei pro coitado: "não lembra de mim?". "Não", respondeu o pivete. "Tu entrou no meu carro esses dias, um gol verde, tá esquecido?". Bateu um pequeno pavor no guri: "Bah, é mesmo... putz, desculpa. Quer o fumo pra ti?". Ae finalmente eu fui cruel: "quero, mas não vou te dar um tostão, olha o tufo que tu me deu, piá, gastei meia milha pra arrumar a porta da caranga".
Nunca mais vi aquele garoto. Não duvido que esteja morto, talvez preso. Ou talvez eu o veja por ae, mas não o reconheça. A única certeza: se o carro fosse de algum daqueles delinquentes do causo contado ontem, o piá tinha morrido lá mesmo na Redenção. Amigo punk, desculpa esse meu desabafo.
Eu também já passei por isso
txt: Tiago Jucá Oliveira
Antes que algum imbecil venha comentar algo do tipo "tu diz isso porque não foi contigo", sobre a postagem de ontem, vou relembrar um causo.
Isso já faz uns dez anos. Eu ainda tinha carro (melhor cousa que fiz na vida foi vende-lo). Era um sábado noturno, cedo ainda, fui tomar uma ceva no lancheria. Estacionei o vagalume (ele era verde) do outro lado, na Redenção. Atravessei a Osvaldo Aranha, cheguei no lancheria. Tive sorte, pois logo encontrei o Loiva e sua turma, e assim não fiquei desenturmado.
Bastaram poucos minutos pra alguém dizer: "aqueles loco tão mexendo no teu carro". Quando vi, eram dois pivete encostado no carro. Atravessei a Osvaldo Aranha, cheguei no parque Farroupinha. Amigo punk, nem olhei pro lado, tchê! Em seguida, a turma toda também já estava lá pra me dar apoio. Perguntei: "porra, roubaram o que?". "Roubei nada não, tio", respondeu um piá menor que uma pilha, mais branco que uma vela, mais seco que um palito, mais sujo que o Beira-Rio. Dava pena do piá. Já o outro guri era maior, mas também não dava medo em ninguém. Ambos apavorados, de certo acreditavam que iam ser linchados.
Eles realmente tinham entrado no carro. Tinham tirado a frente do rádio, que estava atirado no chão do vagalume, derramado a garrafa de cachaça e estragado o trinco da porta. Apesar do pequeno prejuízo que teria pra arrumar a porta, eu tratei de acalmar meus amigos, e pedi pros dois pivetes vazarem. Não sou de entregar pobre pros pé-de-porco.
O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus já faliu antes do causo que te conto, vivente curioso pela desgraça alheia. Novamente lá vou eu ao Lancheria do Parque, tomar meu remédio de cevada e lúpulo. Na calçada, por onde caminho, um monte de lixo perto do meio fio, quase na rua. Eis que surge do lixo o mesmo pivete pequeno, branco, seco e sujo que mexeu na caranga. Parecia a infeliz campanha da RBS sobre crack. "Quer comprar um fumo, tio?".
Olhei pro coitado: "não lembra de mim?". "Não", respondeu o pivete. "Tu entrou no meu carro esses dias, um gol verde, tá esquecido?". Bateu um pequeno pavor no guri: "Bah, é mesmo... putz, desculpa. Quer o fumo pra ti?". Ae finalmente eu fui cruel: "quero, mas não vou te dar um tostão, olha o tufo que tu me deu, piá, gastei meia milha pra arrumar a porta da caranga".
Nunca mais vi aquele garoto. Não duvido que esteja morto, talvez preso. Ou talvez eu o veja por ae, mas não o reconheça. A única certeza: se o carro fosse de algum daqueles delinquentes do causo contado ontem, o piá tinha morrido lá mesmo na Redenção. Amigo punk, desculpa esse meu desabafo.
CONFUSÃO NO PALESTRA ITÁLIA
#a vida como ela noé
Minha visão bíblica sobre o tumulto entre jogador do Palmeiras e do Patático do Paraná
txt: Noé
Porco chama Veado de Macaco
Minha visão bíblica sobre o tumulto entre jogador do Palmeiras e do Patático do Paraná
txt: Noé
Porco chama Veado de Macaco
quinta-feira, 15 de abril de 2010
O ROUBO É LIVRE
#over12
Distribuindo a renda
txt: Tiago Jucá Oliveira
Uma cena me desagradou muito ontem à noite, na saída do jogo do Grêmio, aqui em frente a redação. Uns cinco rapazes partiram pra cima de um cara que tinha entrado no carro deles, mas pelo que notei não roubou nada.
Tentei tirar o cara do bolo, mas já era tarde. Os covardes partiram pro soco, juntaram um tijolo e quase mataram o carinha. Mesmo assim tiramos ele do meio e demos um corre nele: "vaza magrão, os cara vão te matar".
Aí você começa a ouvir a opinião ao redor: "tinha que matar", "era pra deixar ele aqui pra apanhar até morrer", "eu devia ter tocado o tijolo na cabeça desse vagabundo". Sorte minha e do mundo que eu não estava sozinho. O ex-zelador e a atual zeladora do prédio também tentaram evitar a agressão. Régis, o ex-zelador, lembrou um fato antigo acontecido no prédio: "peguei um cara saindo do prédio com um relógio na mão; ae falei pra ele devolver o relógio; ele devolveu e eu fui lá na frente abrir o portão pra ele sair". Grande Régis, atitude digna dum ser humano.
Engraçado que nenhum desses covardes tem reação igual contra os nossos corruptos. Agora um pobre coitado (se você visse o cara, diria a mesma cousa), que nem roubou nada, quase é morto a porrada. Por isso que escrevo isso e venho a insulta-los, bando de bunda mole. Meu amigo Vermeio que me disse isso uma vez: "num país tão desigual como o Brasil, pobre roubando rico é a melhor forma de redistribuição de renda". Disse tudo, Vermeio! Viva Robin Hood!
Distribuindo a renda
txt: Tiago Jucá Oliveira
Uma cena me desagradou muito ontem à noite, na saída do jogo do Grêmio, aqui em frente a redação. Uns cinco rapazes partiram pra cima de um cara que tinha entrado no carro deles, mas pelo que notei não roubou nada.
Tentei tirar o cara do bolo, mas já era tarde. Os covardes partiram pro soco, juntaram um tijolo e quase mataram o carinha. Mesmo assim tiramos ele do meio e demos um corre nele: "vaza magrão, os cara vão te matar".
Aí você começa a ouvir a opinião ao redor: "tinha que matar", "era pra deixar ele aqui pra apanhar até morrer", "eu devia ter tocado o tijolo na cabeça desse vagabundo". Sorte minha e do mundo que eu não estava sozinho. O ex-zelador e a atual zeladora do prédio também tentaram evitar a agressão. Régis, o ex-zelador, lembrou um fato antigo acontecido no prédio: "peguei um cara saindo do prédio com um relógio na mão; ae falei pra ele devolver o relógio; ele devolveu e eu fui lá na frente abrir o portão pra ele sair". Grande Régis, atitude digna dum ser humano.
Engraçado que nenhum desses covardes tem reação igual contra os nossos corruptos. Agora um pobre coitado (se você visse o cara, diria a mesma cousa), que nem roubou nada, quase é morto a porrada. Por isso que escrevo isso e venho a insulta-los, bando de bunda mole. Meu amigo Vermeio que me disse isso uma vez: "num país tão desigual como o Brasil, pobre roubando rico é a melhor forma de redistribuição de renda". Disse tudo, Vermeio! Viva Robin Hood!
quarta-feira, 14 de abril de 2010
TOCO PRÓ BLEMA
#a vida como ela noé
Al game ajuda
txt: Jucazito
Real mente édi fícil eussa bero quetácon tecen doco migo. Des deon tem es toufa landoa sim. Nin game nten deo quefá lo. Sepora ca sovo seco nhé ceal guém quepo demea judar, eugos taria mui todo seua poi o. Pé sodes culpas aosnos soslei tores. Es perovol tar afa lar eescre ver corre ta mente omaisbre vepo sílvio.
Al game ajuda
txt: Jucazito
Real mente édi fícil eussa bero quetácon tecen doco migo. Des deon tem es toufa landoa sim. Nin game nten deo quefá lo. Sepora ca sovo seco nhé ceal guém quepo demea judar, eugos taria mui todo seua poi o. Pé sodes culpas aosnos soslei tores. Es perovol tar afa lar eescre ver corre ta mente omaisbre vepo sílvio.
terça-feira, 13 de abril de 2010
sábado, 10 de abril de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
A PROSTITUIÇÃO DO MERCADO VISUAL
#agência pirata
A prática dos “fazedores de marquinhas” e os profissionais em Desenho/Design
txt: Diego Jucá
Com a facilidade na aquisição de computadores de alta performance, com prestações de até 24 vezes sem juros no BIG, e a usabilidade que os novos recursos computacionais oferecem, hoje, fica cada vez mais fácil a prática do design por “micreiros” e charlatões na nossa área profissional. O que falta na maioria dos casos é o cliente entender que o Desenho para uma Identidade Visual busca dimensionar e estruturar todos os elementos visuais para um alinhamento na sua comunicação.
Desenvolver Identidade Visual para uma marca é ter a preocupação e o contexto onde ela vai ser inserida. Ela precisa estar estruturada para ter coerência em todas as aplicações previstas. A concepção de uma identidade é coisa séria e ainda vivenciamos muitos profissionais apresentando seus projetos aos clientes esperando um julgamento subjetivo na base do “eu acho bonito”. Certamente que a preocupação do sujeito nesse momento é apenas o seu bolso e não o seu profissionalismo, se é que, neste caso, ele existe.
Em poucos meses, reunimos bons profissionais para o grupo Desenhantes e foi o bastante para aceitarmos bons projetos e negar alguns outros. Assim, evitamos o desgaste físico e mental com clientes que acham que o nosso trabalho se faz na base do “bonitinho e baratinho”. De quem é a culpa? Do “micreiro-photoshopeiro”, inevitavelmente restrito pela falta de informação, conhecimento, entendimento, sabedoria e imaginação ou do cliente, já influenciado por um mercado cada vez mais prostituído, onde a estética brega domina nosso campo visual até na tampa de uma privada em banheiros de centros comerciais?
Vejo que o nosso posicionamento mais ortodoxo, ao contrário dos conselhos recebidos ultimamente por profissionais de outras áreas, não é exatamente utópico, pois é capaz de ser modificado ou melhorado, já que nenhum projeto em Desenho idealizado pode permanecer ideal por muito tempo. Assim, um projeto de Identidade Visual realizado não é um estado ou sistema ideal, mas um sistema ou estado à procura do ideal.
E você, colega, onde você se enquadra?
A prática dos “fazedores de marquinhas” e os profissionais em Desenho/Design
txt: Diego Jucá
Com a facilidade na aquisição de computadores de alta performance, com prestações de até 24 vezes sem juros no BIG, e a usabilidade que os novos recursos computacionais oferecem, hoje, fica cada vez mais fácil a prática do design por “micreiros” e charlatões na nossa área profissional. O que falta na maioria dos casos é o cliente entender que o Desenho para uma Identidade Visual busca dimensionar e estruturar todos os elementos visuais para um alinhamento na sua comunicação.
Desenvolver Identidade Visual para uma marca é ter a preocupação e o contexto onde ela vai ser inserida. Ela precisa estar estruturada para ter coerência em todas as aplicações previstas. A concepção de uma identidade é coisa séria e ainda vivenciamos muitos profissionais apresentando seus projetos aos clientes esperando um julgamento subjetivo na base do “eu acho bonito”. Certamente que a preocupação do sujeito nesse momento é apenas o seu bolso e não o seu profissionalismo, se é que, neste caso, ele existe.
Em poucos meses, reunimos bons profissionais para o grupo Desenhantes e foi o bastante para aceitarmos bons projetos e negar alguns outros. Assim, evitamos o desgaste físico e mental com clientes que acham que o nosso trabalho se faz na base do “bonitinho e baratinho”. De quem é a culpa? Do “micreiro-photoshopeiro”, inevitavelmente restrito pela falta de informação, conhecimento, entendimento, sabedoria e imaginação ou do cliente, já influenciado por um mercado cada vez mais prostituído, onde a estética brega domina nosso campo visual até na tampa de uma privada em banheiros de centros comerciais?
Vejo que o nosso posicionamento mais ortodoxo, ao contrário dos conselhos recebidos ultimamente por profissionais de outras áreas, não é exatamente utópico, pois é capaz de ser modificado ou melhorado, já que nenhum projeto em Desenho idealizado pode permanecer ideal por muito tempo. Assim, um projeto de Identidade Visual realizado não é um estado ou sistema ideal, mas um sistema ou estado à procura do ideal.
E você, colega, onde você se enquadra?
quinta-feira, 8 de abril de 2010
XEROX
#agência pirata
A importância do xerox na vida universitária
txt: Eleonora Rigotti
Se é verdade que uma Universidade se faz com alunos e professores, também é verdade que todo estabelecimento de ensino possui hoje um Xerox. Grandes, pequenos, uns menos informatizados, outros mais. Fato é que a maioria esmagadora dos professores disponibiliza material em suas respectivas pastas e os estudantes, fotocopiam! Em grande escala.
Segundo estudo(disponível em http://www.gpopai.usp.br/relatoriolivros.pdf) do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai–USP), 1/3 da bibliografia básica obrigatória de 10 cursos da Universidade de São Paulo (USP) estão esgotados. Os dados mostram claramente que a compra dos livros utilizados na Universidade (em oposição à cópia reprográfica de capítulos) não está ao alcance dos estudantes. Em todos os cursos, para mais de 3/4 dos estudantes, os custos anuais para a compra de livros está muito próximo da totalidade da renda familiar mensal ou mesmo a ultrapassa.
A realidade atual, de livros esgotados, bibliotecas com poucos (e às vezes nenhum) exemplares e condições sócio-econômicas não compatíveis com os gastos, faz com que os estudantes sejam impelidos a xerocar as obras. Entretanto, essa prática, apesar de difundida e fundamental para a vida acadêmica atual, não é tão tranquila quanto parece.Os Xerox vem sofrendo, desde 2004, uma intensiva fiscalização da ABDR(Associação Brasileira de Direitos Reprográficos) e muitos foram fechados. Em cinco estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul – universidades e diretórios acadêmicos(que muitas vezes abrigam os Xerox em suas instalações) foram processados pela realização de fotocópias. Até agora, 18 instituições foram acionadas na Justiça. A atual Lei de Direitos Autorais (9610/98) permite a reprodução de “pequenos trechos” das obras, sem definir porcentagens. Para a ABDR, estariam liberadas no máximo três páginas.
Na ausência de interpretação clara do Judiciário, adicionada à insegurança jurídica causada pelo vago termo da Lei, bem como da necessidade urgente de alunos terem acesso a material para estudo, no final de 2005 a FGV baixou uma Resolução idêntica à já emitida pela USP e pela PUC e que interpreta o termo “pequenos trechos”. O Conselho Universitário da USP aprovou resolução para regulamentar a xerox de livros e de revistas científicas, segundo a norma, “serão liberadas as cópias de pequenos trechos dos livros para uso privado do copista [aluno], sem visar o lucro”. Na prática, está liberada a cópia de um capítulo de livro ou de um trabalho científico em revistas especializadas, disse o professor encarregado do parecer, Walter Colli. “A USP não quer cometer ilegalidade, mas também não quer impedir as formas clássicas de ensino”, disse.
As infinitas possibilidades de interpretação da lei prejudicam os estudantes, que não têm outra saída a não ser xerocar as obras para estudar. O que é pequeno trecho de um livro de Medicina?Ou de História?Ao mesmo tempo, o que é pequeno trecho de um poema?Uma linha?
A interpretação é subjetiva, e o que me parece central é compreender o acesso democrático ao conhecimento como fundamental para o processo educativo, dentro e fora dos ambientes educacionais. Os direitos autorais devem ser respeitados, sim.Como expressos na Constituição Federal e na Declaração dos Direitos Humanos, mas também cabe-nos diferenciar o direito dos autores do direito das editoras.O interesse público do privado.Cercear a reprodução de obras já esgotadas, impor preços não condizentes com a realidade econômica do país e criminalizar estudantes e professores pela tentativa de distribuir e compartilhar conhecimento não são atitudes condizentes com uma perspectiva de democratização da Educação. O setor editorial é muito beneficiado por recursos públicos,seja por meio de imunidade de tributos e não incidência de contribuições, seja pelo financiamento direto na produção de conteúdos, com o pagamento de cientistas ou bolsistas em regime de
dedicação integral seja pelo financiamento de editoras universitárias públicas. Se faz necessário portanto uma contrapartida para a sociedade que o financia.
Cabe ao poder público garantir a contrapartida para a sociedade, através de meios legais, cada vez mais claros e coerentes com a realidade. O processo de Reforma da atual Lei dos Direitos Autorais (9610/98), que deve entrar em fase de consulta pública ainda este mês, é uma oportunidade para que as mudanças necessárias sejam colocadas, de forma a garantir que as demandas da sociedade sejam ouvidas. A livre reprodução das obras, sem restrições de tamanho, autor ou editor, para fins educacionais, deve ser conquistada e garantida nesse processo.
A construção de uma sociedade mais justa e fraterna passa pela garantia do acesso e da difusão dos conhecimentos didáticos e científicos, pelo reconhecimento da Educação como um direito de todos e dever do Estado e do entendimento da Cultura como elemento transversal nesse processo.
A importância do xerox na vida universitária
txt: Eleonora Rigotti
Se é verdade que uma Universidade se faz com alunos e professores, também é verdade que todo estabelecimento de ensino possui hoje um Xerox. Grandes, pequenos, uns menos informatizados, outros mais. Fato é que a maioria esmagadora dos professores disponibiliza material em suas respectivas pastas e os estudantes, fotocopiam! Em grande escala.
Segundo estudo(disponível em http://www.gpopai.usp.br/relatoriolivros.pdf) do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai–USP), 1/3 da bibliografia básica obrigatória de 10 cursos da Universidade de São Paulo (USP) estão esgotados. Os dados mostram claramente que a compra dos livros utilizados na Universidade (em oposição à cópia reprográfica de capítulos) não está ao alcance dos estudantes. Em todos os cursos, para mais de 3/4 dos estudantes, os custos anuais para a compra de livros está muito próximo da totalidade da renda familiar mensal ou mesmo a ultrapassa.
A realidade atual, de livros esgotados, bibliotecas com poucos (e às vezes nenhum) exemplares e condições sócio-econômicas não compatíveis com os gastos, faz com que os estudantes sejam impelidos a xerocar as obras. Entretanto, essa prática, apesar de difundida e fundamental para a vida acadêmica atual, não é tão tranquila quanto parece.Os Xerox vem sofrendo, desde 2004, uma intensiva fiscalização da ABDR(Associação Brasileira de Direitos Reprográficos) e muitos foram fechados. Em cinco estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul – universidades e diretórios acadêmicos(que muitas vezes abrigam os Xerox em suas instalações) foram processados pela realização de fotocópias. Até agora, 18 instituições foram acionadas na Justiça. A atual Lei de Direitos Autorais (9610/98) permite a reprodução de “pequenos trechos” das obras, sem definir porcentagens. Para a ABDR, estariam liberadas no máximo três páginas.
Na ausência de interpretação clara do Judiciário, adicionada à insegurança jurídica causada pelo vago termo da Lei, bem como da necessidade urgente de alunos terem acesso a material para estudo, no final de 2005 a FGV baixou uma Resolução idêntica à já emitida pela USP e pela PUC e que interpreta o termo “pequenos trechos”. O Conselho Universitário da USP aprovou resolução para regulamentar a xerox de livros e de revistas científicas, segundo a norma, “serão liberadas as cópias de pequenos trechos dos livros para uso privado do copista [aluno], sem visar o lucro”. Na prática, está liberada a cópia de um capítulo de livro ou de um trabalho científico em revistas especializadas, disse o professor encarregado do parecer, Walter Colli. “A USP não quer cometer ilegalidade, mas também não quer impedir as formas clássicas de ensino”, disse.
As infinitas possibilidades de interpretação da lei prejudicam os estudantes, que não têm outra saída a não ser xerocar as obras para estudar. O que é pequeno trecho de um livro de Medicina?Ou de História?Ao mesmo tempo, o que é pequeno trecho de um poema?Uma linha?
A interpretação é subjetiva, e o que me parece central é compreender o acesso democrático ao conhecimento como fundamental para o processo educativo, dentro e fora dos ambientes educacionais. Os direitos autorais devem ser respeitados, sim.Como expressos na Constituição Federal e na Declaração dos Direitos Humanos, mas também cabe-nos diferenciar o direito dos autores do direito das editoras.O interesse público do privado.Cercear a reprodução de obras já esgotadas, impor preços não condizentes com a realidade econômica do país e criminalizar estudantes e professores pela tentativa de distribuir e compartilhar conhecimento não são atitudes condizentes com uma perspectiva de democratização da Educação. O setor editorial é muito beneficiado por recursos públicos,seja por meio de imunidade de tributos e não incidência de contribuições, seja pelo financiamento direto na produção de conteúdos, com o pagamento de cientistas ou bolsistas em regime de
dedicação integral seja pelo financiamento de editoras universitárias públicas. Se faz necessário portanto uma contrapartida para a sociedade que o financia.
Cabe ao poder público garantir a contrapartida para a sociedade, através de meios legais, cada vez mais claros e coerentes com a realidade. O processo de Reforma da atual Lei dos Direitos Autorais (9610/98), que deve entrar em fase de consulta pública ainda este mês, é uma oportunidade para que as mudanças necessárias sejam colocadas, de forma a garantir que as demandas da sociedade sejam ouvidas. A livre reprodução das obras, sem restrições de tamanho, autor ou editor, para fins educacionais, deve ser conquistada e garantida nesse processo.
A construção de uma sociedade mais justa e fraterna passa pela garantia do acesso e da difusão dos conhecimentos didáticos e científicos, pelo reconhecimento da Educação como um direito de todos e dever do Estado e do entendimento da Cultura como elemento transversal nesse processo.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
DIA DO JORNALISTA
#mandachuva
Comemorar o que?
txt: Tiago Jucá Oliveira
Um dia li: "médico pensa que é deus; jornalista tem certeza". Aspei a frase para questionar a presunção que os jornalistas tem. Jornalista acredita que vai mudar o mundo. Ninguém vai mudar o mundo, é o mundo que nos muda. Alguns, talvez a grande maioria, ainda tem a soberba de exigir diploma pra se habilitar como o pai todo poderoso que controla o mundo.
É uma data que não há nada a comemorar. A não ser que todas as pessoas fossem consideradas jornalistas, e não só uma elite capaz de pagar pra entrar e sair de uma faculdade. O curso de jornalismo é uma piada. Se você bobear, sai de lá mais filho da puta do que já era.
O que eu e meus colegas fazemos nO DILÚVIO e em outros meios alternativos de comunicação? Tudo, menos mudar o mundo. Eu, por exemplo, só quero viver de algo que curto fazer sem prestar conta a ninguém, de forma independente. Sem censura. E olha que tem muito jornalista a favor do controle das mídias. Aqui é descontrole total, barão!
Você se acha melhor do que a esmagadora maioria do povo por ser formado em jornalismo? Então, neste teu dia, siga o conselho do De Leve: "pegue o seu diploma, e limpe a sua bunda"
assista ao vídeo
Comemorar o que?
txt: Tiago Jucá Oliveira
Um dia li: "médico pensa que é deus; jornalista tem certeza". Aspei a frase para questionar a presunção que os jornalistas tem. Jornalista acredita que vai mudar o mundo. Ninguém vai mudar o mundo, é o mundo que nos muda. Alguns, talvez a grande maioria, ainda tem a soberba de exigir diploma pra se habilitar como o pai todo poderoso que controla o mundo.
É uma data que não há nada a comemorar. A não ser que todas as pessoas fossem consideradas jornalistas, e não só uma elite capaz de pagar pra entrar e sair de uma faculdade. O curso de jornalismo é uma piada. Se você bobear, sai de lá mais filho da puta do que já era.
O que eu e meus colegas fazemos nO DILÚVIO e em outros meios alternativos de comunicação? Tudo, menos mudar o mundo. Eu, por exemplo, só quero viver de algo que curto fazer sem prestar conta a ninguém, de forma independente. Sem censura. E olha que tem muito jornalista a favor do controle das mídias. Aqui é descontrole total, barão!
Você se acha melhor do que a esmagadora maioria do povo por ser formado em jornalismo? Então, neste teu dia, siga o conselho do De Leve: "pegue o seu diploma, e limpe a sua bunda"
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terça-feira, 6 de abril de 2010
O CASO ELISEU SANTOS
#over12
Ainda bem que existe Ministério Público
txt: Tiago Jucá Oliveira
Talvez você que não é daqui do Rio Grande do Sul esteja por fora do caso Eliseu Santos. Não tenho muita paciência pra explicar, então é um texto dirigido a nós gaúchos. Mesmo assim cabe um resumo: um secretário da prefeitura de Porto Alegre é assassinado, e em pouco tempo a polícia dá o caso como encerrado, ao explicar que foi um assalto seguido de morte. Os suspeitos foram detidos, e nossa brilhante imprensa engoliu a versão e também deu como esclarecido o caso.
Uma coincidência não quis calar. Eliseu havia recebido ameaças de morte na mesma semana em que morreu. Facto que não recebeu muita atenção da polícia e imprensa. E é ae onde quero chegar. A polícia é incompetente ou quis abafar o caso? Não duvido que sejam ambas as coisas. E até entendo, embora não compreenda a que pontos chegamos.
O pior é a imprensa da província. Estão sempre com câmeras escondidas pra meter no cu de algum pobre coitado que vende vale-transporte na Rua da Praia, e agora se comportou de maneira vergonhosa. Cadê os jornalistas investigativos? Nós, da imprensa nanica, não temos condições pra desvendar um caso como este. Esse papel caíria bem pros fotonaldos da vida.
O ridículo disso tudo é que a mídia se calou, aceitou a versão oficial e ecoou o caso como definitivo e encerrado. Incompetência ou submissão? As duas coisas, creio eu. Nossa sorte que sempre há algum promotor do Ministério Público com a pulga atrás da orelha, que sustenta que é crime político. Até a torcida do Flamengo já sabia disso!
segunda-feira, 5 de abril de 2010
TOP 10 MARÇO 2010
10 termos mais pesquisados na internet e que chegaram até aqui pro blog
1. O dilúvio
2. Foder
3. top músicas fevereiro 2010
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5. Hermano Vianna
6. putas a foder
7. top musicas brasileiras 2010
8. Se nada mais der certo download
9. Vitor Ramil delibab download
10. DJ Cremoso
10 músicas mais ouvidas em O DILÚVIO Space Radio
1. Joss Stone - Free Me
2. Pata de Elefante - Marta
3. Variant - Canela
4. Coisa Linda Sound System - Temp 02
5. Nação Zumbi - Assustado
6. Metamix - Three bikinis on the rocks
7. Original Sistaz - Comme Ca
8. Alessandra Leão - Luzia rainha do baiana tombo do navio
9. The Ting Tings - Shut Up And Let Me Go
10. Arlequim Dourado - Freak
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1. CRÍTICA ANIMAL ELEGE OS MELHORES DE 2009 DO PRÊMIO UIRAPURU
2. Mussum Vive
3. Putas a Foder
4. Prêmio Uirapuru - A escolha do público
5. Maquinado
6. Vitor Ramil
7. DJ Cremoso
8. Nardoni, o Reality Show
9. Bomba na Conceição
10. Rock Gaúcho é um terno mofado
10 países que mais acessaram este blog
1. Brasil
2. Portugal
3. EUA
4. França
5. Angola
6. Alemanha
7. Reino Unido
8. Espanha
9. Argentina
10. Mozambique
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9. Túnel no Fim da Luz
10. A Primeira Pedra
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domingo, 4 de abril de 2010
SPORT CLUB NACIONAL FARIA HOJE 101 ANOS
#over12
Parabénz
txt: Monsenhor Jacá
Se estivesse vivo, o Sport Club Nacional estaria completando 101 anos de vida neste domingo. O clube nasceu no dia 4 de abril de 1909 por paulistas que vieram pra Porto Alegre, após serem recusados pelo Grêmio, devido a ruindade dos imigrantes.
Os paulistas ficaram irritados. Fundado o club, marcaram um confronto contra o melhor time da cidade, aquele mesmo que negaram a entrada dos pernas-de-pau. Tomaram a maior surra da história. 10x0. Reclamaram que o juiz roubou e pediram a revanche. Levaram 10x1.
Algumas curiosidades:
Por ganhar apenas um título gaúcho em 13 anos, foi um dos times que menos disputou o campeonato brasileiro na década de 60. Naquela época, apenas os campeões estaduais participavam do certame nacional. Época de ouro de nosso futebol, com alguns esquadrões inesquecíveis, tais como Santos, Palmeiras, Bahia, Cruzeiro, Botafogo, Náutico e Grêmio. Os maiores craques de nossa história: Pelé, Garrincha, Vavá, Didi, Airton Pavilhão, Palhinha, Dirceu Lopes, Nilton Santos, Gessy, Ademir da Guia, Alcindo, Tostão, Gérson, Pepe, entre outros. Infelizmente, o Sport Club não pode conviver com isso, pois por não ganhar nada, passava metade do ano com as portas fechadas.
É o time que mais vezes foi vice campeão brasileiro: 68, 69, 87, 89, 05, 06 e em 09, ano que consegui a façanha de ser duas vezes vice. Também foi em 2009 que o clube ganhou a trívice coroa: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Recopa
Em 1980, tentaram mudar o nome do club. Mas por ironia do destino, o xará Nacional de Montevidéo não deixou.
Em 2002, os paulistas descobriram quem era o pai do club e que ele morava no Pará. Foram lá e pediram: "por favor, Pay Sandu, nos ajude". E o Pay ajudou.
Em 2005, tentaram melar o brasileirão no tapetão. Não conseguiram. Até hoje ficam resmugando. Não lembro, pois qualquer coisa vira estrela naquele pano rosa, acredito que deva ter uma estrela que simbolize o "campeão moral". A CBF, a CONMEBOL e a FIFA deram um jeito pra eles não acabar com o xororô. Botaram os paulistas na Copa Libertadores, deram uns juízes, e no apito, foram passando de fase.
Em 2006, o Sport Club Nacional morreu. Assassinado por Pedro Junior em pleno Beira-Esgoto, e no gre-nal seguinte, cremados pela torcida do tricolor também lá no mesmo estádio, as barbies (nome destes que simpatizam pela cor rosa) fundaram o Sport Club Internacional. Um nome mais adequado pra poder disputar aquele emocionante clássico com o Al-Múmia, do Egito, pela Copa Fifa, organizado pela mesma entidade que deu uma ajuda na Libertadores, e que não poderia de ajudar o amigão no momento mais decisivo da sua história. Num mesmo lance sobre Ronaldinho, o juiz não marcou dois pênaltis.
Por essa brilhante história destes paulistas, que hoje se naturalizaram argentinos, o nosso parabénz ao Sport!
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