Caso quiséssemos tentar bolo’bolo, a próxima questão seria: como fazer isso acontecer? Não será apenas mais uma proposta Realpolitika? Na verdade, bolo’bolo não pode ser realizado com a política; há outro canal, uma série de outros canais para chegar lá.
Se a gente negocia com a Máquina, o primeiro problema é obviamente negativo: de que forma paralisar e eliminar o controle da Máquina (isto é, a própria Máquina) de modo que bolo’bolo possa se desenvolver sem ser destruído logo de saída? Vamos chamar esse aspecto da nossa estratégia de desconstrução, ou subversão. A Máquina Planetária do Trabalho tem que ser desmantelada – cuidadosamente, porque não queremos parecer com ela. Não vamos nos esquecer de que somos partes da Máquina, de que ela é a gente. Queremos destruir a Máquina, não a nós mesmos. Só queremos destruir nossas funções na Máquina. Subversão quer dizer mudar as relações entre nós (os três tipos de trabalhadores) e as que temos com a Máquina (que vê todos os trabalhadores como um sistema integrado). É subversão mas não ataque (agressão), já que ainda estamos todos dentro da Máquina e temos que bloqueá-la de lá. A Máquina nunca vai se confrontar conosco como com um inimigo externo. Nunca vai haver frente de batalha, quartéis, fileiras, uniformes.
Subversão somente, entretanto, sempre dará em fracasso, embora com sua ajuda pudéssemos paralisar algum setor da Máquina, destruir alguma de suas capacidades; afinal, a Máquina será sempre capaz de reconquistar e dominar de novo. Por isso, todo espaço obtido inicialmente pela subversão tem que ser preenchido por nós com algo novo construtivo. Não podemos ter esperanças de primeiro eliminar a Máquina e depois – numa zona vazia – instalar bolo’bolo; estaríamos sempre chegando tarde demais. Elementos provisórios de bolo’bolo, sementes de sua estrutura, devem ocupar todas as brechinhas livres, áreas abandonadas, bases conquistadas, e prefigurar os novos relacionamentos. Construção deve combinar com subversão num só processo: substrução (ou "consversão", se você preferir). A construção nunca seria um pretexto para renunciar à subversão. Subversão sozinha dá somente em fogo de palha, dados históricos e heróis, mas não deixa resultados concretos. Construção e subversão, isoladamente, são meras formas de acordo tácito ou colaboração escancarada com a Máquina.
Se a gente negocia com a Máquina, o primeiro problema é obviamente negativo: de que forma paralisar e eliminar o controle da Máquina (isto é, a própria Máquina) de modo que bolo’bolo possa se desenvolver sem ser destruído logo de saída? Vamos chamar esse aspecto da nossa estratégia de desconstrução, ou subversão. A Máquina Planetária do Trabalho tem que ser desmantelada – cuidadosamente, porque não queremos parecer com ela. Não vamos nos esquecer de que somos partes da Máquina, de que ela é a gente. Queremos destruir a Máquina, não a nós mesmos. Só queremos destruir nossas funções na Máquina. Subversão quer dizer mudar as relações entre nós (os três tipos de trabalhadores) e as que temos com a Máquina (que vê todos os trabalhadores como um sistema integrado). É subversão mas não ataque (agressão), já que ainda estamos todos dentro da Máquina e temos que bloqueá-la de lá. A Máquina nunca vai se confrontar conosco como com um inimigo externo. Nunca vai haver frente de batalha, quartéis, fileiras, uniformes.
Subversão somente, entretanto, sempre dará em fracasso, embora com sua ajuda pudéssemos paralisar algum setor da Máquina, destruir alguma de suas capacidades; afinal, a Máquina será sempre capaz de reconquistar e dominar de novo. Por isso, todo espaço obtido inicialmente pela subversão tem que ser preenchido por nós com algo novo construtivo. Não podemos ter esperanças de primeiro eliminar a Máquina e depois – numa zona vazia – instalar bolo’bolo; estaríamos sempre chegando tarde demais. Elementos provisórios de bolo’bolo, sementes de sua estrutura, devem ocupar todas as brechinhas livres, áreas abandonadas, bases conquistadas, e prefigurar os novos relacionamentos. Construção deve combinar com subversão num só processo: substrução (ou "consversão", se você preferir). A construção nunca seria um pretexto para renunciar à subversão. Subversão sozinha dá somente em fogo de palha, dados históricos e heróis, mas não deixa resultados concretos. Construção e subversão, isoladamente, são meras formas de acordo tácito ou colaboração escancarada com a Máquina.