::txt::China::
Ontem de tarde rolou um debate acalorado via twitter sobre o Fora Do eixo e as questões que levanto a respeito desse coletivo. Não é a primeira vez que os questiono, mas como hoje a repercussão foi grande, inclusive por parte de jornalistas e músicos que admiro, resolvi escrever este texto, pois percebi que não adiantava escrever 140 caracteres. A galera só lê o que convém.
Como não é nenhuma novidade o que penso sobre o FDE, escrevo novamente, mas agora com espaço para colocar tudo o que penso e sem ninguém distorcer nada do que eu falo. Quem quiser saber minha opinião, leia esse texto até o fim e, por favor, não fique tirando frases deslocadas do contexto para montar seu contra-argumento…use o texto inteiro.
As pessoas me perguntaram o que seria o Fora do eixo e o cubo card, pois muita gente não faz a menor idéia do que isso seja. Então, deixa eu explicar.
A grosso modo, o FDE é um coletivo que organiza shows e eventos artísticos pelo país, com colaboradores em quase todos os Estados do Brasil.
Cubo card é a moeda que eles inventaram. Sim, eles tem a sua própria moeda.
Mas antes de tudo, preciso esclarecer umas coisas que foram distorcidas no twitter.
Não estou falando pela MTV e nem como VJ. Estou questionando o FDE como músico. No MTV na BRasa nunca levantei qualquer questão sobre o FDE e nem farei isso, porque é desleal. Tenho muito mais visibilidade (por estar na TV todos os dias) do que os membros do FDE. Seria muita filhadaputagem da minha parte ficar metendo o pau no coletivo durante o programa. Até porque, as pessoas que assistem o MTV na BRasa querem saber sobre as bandas e não sobre o coletivo FDE. E, como funcionário da MTV, faço o que os meus superiores me pedem, afinal de contas, recebo para fazer o trabalho que me foi oferecido. Se amanhã a MTV disser que eu tenho que falar bem do FDE no programa, vou falar tranquilamente, pois é o meu trabalho, e na MTV eu sou pago para executar o que me pedem. Isso não quer dizer que eu concorde, mas ordens são ordens.
Na minha carreira musical é outra história…eu sou o meu chefe e escolho o que é melhor para a minha carreira. E como músico, posso questionar o que eu não acho interessante para o meu trabalho.
Eu vivo da música e preciso receber os cachês dos shows para conseguir sobreviver.
Ainda não estão aceitando cubo card na padaria e em nenhuma conta que eu tenho que pagar no fim do mês.
Eu me valorizo como artista! E tenho certeza absoluta que tenho que ser remunerado pelo meu trabalho. Ou melhor, qualquer trabalho tem que ser remunerado.
O jornalista e escritor Pedro Alexandre Sanches, que eu admiro há muito tempo e sou fã de sua escrita e sabedoria, me escreveu o seguinte no twitter:
“RT @pdralex Faço só um lembrete ao querido @chinaina: a MTV, como todo veículo de comunicação, pega dinheiro público. Questionamos todos, ou só alguns? #IdeiasPerigosas”
Não sei porque ele enfiou a MTV no meio desse papo. Eu não me inscrevo em edital de cultura para receber meu salário na MTV…e em momento algum eu estava falando como funcionário da MTV, que isso fique claro!!!
Meus questionamentos são como músico que atua a quase 14 anos no cenário nacional. Se a MTV pega ou não grana pública não é um problema meu. Não sou o dono da MTV. Sou apenas um prestador de serviços. O que posso dizer é que eles estão pagando meu salário em dia. Nunca atrasaram e nem ofereceram Cubo Card em troca do meu suor.
Foda é quem pega dinheiro público para fazer um festival de música, por exemplo, e não paga aos artistas, que são a matéria prima da coisa toda.
E mais…quem disse que sou contra as leis de incentivo ou captação de verbas públicas? Não sou contra não, mas acho que as leis de incentivo têm que ser melhor formuladas, exatamente para não beneficiar apenas os espertalhões da cultura, que só conseguem se movimentar as custas de tais editais.
Eu fui incentivado pelo FUNCULTURA, o fundo de cultura do Estado de PE, quando gravei o “Simulacro”, meu disco de 2007. Quando fui produzir o “Moto Contínuo” não tive coragem de me inscrever, de novo, em um edital. O nome já tá dizendo:“Incentivo”.
Eu já havia sido incentivado, não tinha sentido algum me inscrever novamente. Então banquei o disco com a grana que eu ganhava nos shows. E sem leis de incentivo ou editais de cultura paguei meu disco e ainda prensei CD e vinil (que tá chegando no início do próximo mês). Acho que independência é isso. Mas nem me considero um independente total, pois precisei da ajuda de vários amigos para realizar esse trabalho.
Não sou contra quem capta dinheiro através das leis de incentivo e editais de cultura…de forma alguma. Só acho que precisa haver um “semancol” por parte de quem inscreve os seus projetos todos os anos. Não dá pra ficar mamando na teta do governo a toda hora. E o ministério da cultura precisa melhorar a lei, para que ela sirva a todos e não apenas a alguns.
Seguindo no mesmo tema, um outro cara me escreveu no twitter:
”@chinaina o seu ultimo show em recife foi em festival com $ publico, é errado? sem falar shows pela prefeitura! errado tb?#IdeiasPerigosas”
Não é errado tocar em festivais que são bancados com dinheiro público. Errado é captar o dinheiro público e não pagar aos envolvidos.
Eu fui pago para tocar nesses eventos. Que isso fique claro também!
Mais uma do twitter:
”@chinaina vai lá. com essa visão sensacional de mercado que você tem, vamo ver por quanto mais tempo você recebe seu cachezão”
Então qual é a visão certa? tocar de graça? não receber pelo meu trabalho? É isso o que estão me propondo? Não, obrigado.
É o FDE quem tem a política certa de mercado? Também não.
O que acontece é que ninguém sabe qual será o caminho do mercado cultural e fonográfico. Não dá pra dizer qual é o melhor caminho. Existem algumas opções e poucas certezas. O mercado cultural no Brasil ainda não se achou.
É claro que o governo tem que cuidar da cultura, mas não pode ser a única saída para ela.
Rolou uma grande enchente em Pernambuco, que deixou muita gente desabrigada. Sabe onde o governo fez o primeiro corte de despesas para ajudar os desabrigados? Na cultura!
O governo está errado? Lógico que não. Eu faria o mesmo.
Então, tá claro que não dá pra ficar dependendo só do governo, né?
E a banda Macaco Bong, que eu gosto pra caralho, me escreveu isso:
RT @Macacobong: @chinaina não tem essa de tamo colado pelo som. ou ta colado ou nao ta.
Eu admiro o som dos caras. Todos ótimos músicos, mas não concordo com as idéias que eles têm sobre a política do FDE e etc…
Normal. Cada um pensa como quer.
Mas esse papo de “tá colado ou não tá” parece coisa de patrulhamento ideológico. Rolou um novo AI-5 e eu não soube?
Tô colado no Macaco Bong pelo som, sim! Comprei o disco deles. Acho muito bom. E mesmo que as nossas idéias sobre as políticas culturais sejam diferentes, continuo achando o som deles sensacional e um dia pretendo fazer algo com a rapaziada.
Opinião todo mundo tem. E eu respeito todas. Não fico tentando catequizar ninguém.
O cara mais coerente nesse debate todo que rolou durante a tarde foi o músico e produtor Daniel Ganjaman. E foi por causa de um twitter dele que começou esse papo todo. hahahahaahahaha.
Ele tuitou algo sobre o congresso FDE e eu tirei uma onda (juro que achei que era uma tirada irônica dele)… brinquei com ele, como já rolou um monte de vezes, inclusive. Acho que tenho essa intimidade para brincar com Ganja, do mesmo jeito que ele tem total liberdade para tirar a onda que quiser comigo. Conheço essa jóia há muitos anos.
Ele colocou as suas opiniões e eu coloquei as minhas. Em momento algum ele tentou me “catequizar”. Apenas expôs suas convicções. E eu as minhas, claro.
Se o FDE está servindo para Ganjaman, ótimo. Ele tá recebendo direitinho pelo seu trabalho? Não sei. Tá tudo certo entre as ações de Ganjaman e o FDE? Deve estar, né? Se ele tá dizendo que o coletivo é importante para a cena cultural brasileira é porque deve estar tudo em cima mesmo…para ele.
Para vários artistas desse país não é bem assim. Conheço dezenas de bandas que passaram pelos eventos organizados pelo FDE e reclamam do não pagamento de cachês e da falta de estrutura para executar o seu trabalho.
E vários desses eventos foram bancados com dinheiro público.
Aí eu pergunto: se tem dinheiro público na parada é porque rolou um edital, certo? Se rolou um edital, tinha lá o nome das bandas que tocaram, certo? Se tinha o nome das bandas, devia ter o valor cobrado pelas apresentações, certo? E se tinha isso tudo, cadê o dinheiro para pagar as bandas?
Não, meus caros, não são todos que recebem pelos shows. Apenas alguns. Talvez os que apóiam as ações do coletivo FDE.
Só porque é artista independente tem que tocar por amor a arte?
Amor ao que fazemos já existe, mas isso também é um trabalho… e precisa ser remunerado.
Quem não se lembra da entrevista do Sr. Pablo Capilé, falando que as bandas tinham que tocar de graça mesmo? Ele dizia: “Eu sou dentro da ABRAFIN um defensor de que não se deveria pagar cachê as bandas”.
A ABRAFIN, para quem não conhece, nasceu primeiro que o FDE e consiste em uma rede de festivais independentes formada pelos produtores desses festivais. Alguns desses produtores tocavam em bandas pouco conhecidas ou eram empresários artísticos. As bandas “apadrinhadas” por eles tocavam na maioria dos festivais organizados pela ABRAFIN em todo país. Estranho, né? Parece coisa de máfia. Mais estranho ainda era o fato deles pegarem grana pública para bancar os festivais e não pagarem aos artistas que não “estavam” com eles, claro. E não estou falando de calote. O papo era reto; não temos cachê para te pagar. Se quiser tocar é assim.
Já me convidaram para tocar em alguns festivais organizados pela ABRAFIN. Nunca topei. Mas o papo era: China, te damos alimentação, hotel e passagens aéreas para a sua banda. Para a equipe não rola, pois temos ótimos profissionais aqui (que nunca trabalharam comigo, vale lembrar).
E eu perguntava: Mas e o cachê?
E a resposta era: Cara, você vai ter a chance de tocar para um grande público e ainda pode passar o fim de semana aqui para conhecer a cidade. Não temos como te pagar um cachê.
Minha resposta era (aprendi com um amigo): Se vocês me derem hotel e alimentação o ano todo, eu toco de graça no festival. Se fosse assim, eu não me preocuparia com as contas, né? Tava tudo certo. E se eu quisesse fazer turismo, eu não iria trabalhando, iria de férias.
Ah, e não era permitido questionar a ABRAFIN. Se questionasse, você estava automaticamente eliminado de todos os festivais organizados por eles.
Mesmo na época em que só existia a ABRAFIN, tinha gente defendendo essa associação. Mas os que defendiam estavam se beneficiando da mesma (claro, ninguém vai falar mal do lugar onde se ganha o pão). Ou eram curadores que recebiam pela tal curadoria, ou eram uns poucos artistas que recebiam cachê. Que eu me lembre, nunca toquei num festival da ABRAFIN…e se toquei, pode ter certeza que recebi meu cachê, senão nem saía de casa.
Vários produtores que faziam parte da ABRAFIN caíram fora da associação. Por que será?
O FDE funciona mais ou menos sob os mesmos conceitos da ABRAFIN. O coletivo fala que fez mais de 5.000 shows pelo país. Meus parabéns. Mas vamos aos fatos:
1– Se o FDE capta dinheiro público para organizar as suas ações, por que dezenas de artistas reclamam que não recebem cachê? Pra onde vai esse dinheiro?
2– De que adianta fazer 5.000 shows por ano se a maioria deles são em lugares que não oferecem uma mínima estrutura para uma boa apresentação? Isso só queima a banda e não ajuda em nada na carreira da mesma.
Não adianta ter quantidade, e sim qualidade!
3– Qualidade é outro ponto. Uma banda (que não citarei o nome) disse que fez uma turnê pelo FDE. Quase 30 shows. Desses quase 30, apenas 3 ou 4 tiveram cachê (que foram pagos pelos sescs onde eles se apresentaram). Os outros 20 e tantos foram em lugares que não tinham a menor estrutura para se apresentar. Som de péssima qualidade e equipe inexperiente. Sem falar no público de menos de 25 pessoas… numa quinta-feira, e no interior sei lá de onde. E os músicos ainda tinham que ficar pela casa dos amigos.
Se é pra ficar na casa dos amigos e não receber cachê, porque eu preciso de um coletivo para organizar a minha turnê? Eu mesmo ligo para o contratante e vou lá tocar.
4- Quem banca a casa FDE em SP?
5– Se o governo mudar nas próximas eleições o FDE se sustenta?
Estes são apenas alguns pontos. Tem mais um monte de histórias nebulosas, que não posso contar porque não aconteceram comigo, mas com outros artistas que preferem ficar fora do eixo dessa discussão por medo de retaliações. O que é uma pena.
Mas… antes que vocês possam respirar, eu continuo a linha de pensamento.
Acho que uma banda deve tocar de graça quando valer a pena. Se o festival vai dar visibilidade, se os formadores de opinião estiverem lá e se tiver um bom público para apreciar o seu trabalho.
Eu já toquei de graça milhões de vezes, mas nunca ia numa roubada. Pra falar a verdade, todas as roubadas que peguei com minha banda foi por tocar dependendo do cachê referente a bilheteria do show. As vezes não dava gente mesmo e eu tinha que arcar com os custos. Acontece.
Os mesmos canais que o FDE tem, você também tem. Todas as casas de show tem site, é só entrar em contato. Os canais que eles têm, e que você não tem acesso, é onde deve estar a grana. Mas você também pode se inscrever em um edital de cultura e batalhar o seu tutu. Se vai conseguir, são outros quinhentos, ou não.
Se você não valoriza o seu trabalho ninguém vai valorizar.
Só quem cresce no FDE é o próprio nome do coletivo, que usa o talento e suor das bandas para garantir a próxima verba para as suas atividades. Esse papo de que estão ajudando a cena independente é conversa mole. Alguns membros do FDE estão fazendo nome (e política) em cima dessa cena. Não duvido nada que algum desses caras se candidate a deputado nas próximas eleições. E o slogan já está pronto: EM DEFESA DA CULTURA BRASILEIRA.
Haja paciência.
Concluindo…
Não sou contra o FDE!
A idéia é linda mesmo. Sensacional! Imagina uma rede de festivais pelo país inteiro… onde as bandas vão circular e mostrar o seu trabalho? Chega a emocionar.
O modus operandi é que é estranho, esquisito mesmo.
E não acho que o coletivo FDE é formado só por maçãs podres. Tem muita gente boa trabalhando no coletivo. O problema é que enquanto uns estão realmente lutando para achar um lugar ao sol, outros se aproveitam na sombra.
Nunca toquei nos eventos FDE porque não concordo com o jeito que as coisas funcionam por lá.
Acho que tenho argumentos suficientes para questionar as atividades do FDE.
No dia que as coisas forem diferentes (e não só para mim, mas para um monte de artistas que se sujeitam a essas condições), eu faço meu show com o maior prazer. Mas o FDE vai ter que pagar meu cachê, claro, e eu só faço shows com a minha equipe. Não dá pra cortar ninguém… pelo bem da apresentação. Para um bom show acontecer, tem que ter uma boa equipe trabalhando para que tudo corra bem.
Mas se o esquema for como está, onde poucos se beneficiam, dizendo que o FDE é uma coisa incrível, a salvação da pátria… nem precisa ligar no meu escritório.
Agradeço o convite para assistir ao congresso FDE, mas não quero envolver meu nome nisso. Tenho vários amigos que se arrependeram de ter associado seu nome ao FDE. Não serei o próximo.
E para os desavisados que não conhecem a minha história…
Já toquei de graça (quando valeu a pena), Já fui enganado por empresários, já fiz inúmeras turnês de Ônibus saindo de Recife e rodando o Brasil inteiro. Já toquei (e toco) em grandes festivais, já passei por gravadoras, já lancei discos de forma independente, já fui contemplado por editais de cultura, já banquei meu disco, produzi discos, tenho um estúdio e um selo para lançar novos artistas…ou seja, já passei por todo o calvário para me tornar um artista consciente.
Minha carreira vai super bem. Acabei de lançar disco novo e tenho feito vários shows… todos com cachê, diga-se de passagem.
E houve boatos de que eu estava na pior…hahahahahahahaha.
Último twitter…
Tamo quase fechando com o @chinaina pro show de abertura do #congressofdebit.ly/vtQyAr #IdeiasPerigosas
Obrigado, mas eu não trabalho por Cubo Card.
Notas: Leia a carta aberta de João Parahyba do Trio Mocotó. Ele também se incomoda com as mesmas questões.
Leia também a entrevista que dei para o Diário de Pernambuco, que foi compartilhada neste site, falando sobre FDE, governo, leis de incentivo e #motocontinuo.
E não poderia deixar de colocar aqui o texto de Alvaro Pereira Júnior, intitulado: Indies estatais.
Para bom entendedor meia foto basta.
#CADÊ MEU CHINELO?
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