:: txt :: Wladymir Ungaretti ::
Está se tornando cada vez mais comum as relações afetivas estarem intermediadas por terapeutas. Todas as minhas últimas namoradas discutiam muito mais os “problemas da relação” com eles do que comigo. Sou de uma geração que lia “A arte de amar”, “Meu encontro com Marx e Freud”, “Psicanálise da Sociedade Contemporânea”, “Psicanálise e religião” todos de Erich Fronm; “A função do orgasmo”, “A revolução Sexual”, de Wilhelm Reich; “O segundo Sexo”, “A Convidada” de Simone de Beauvoir e muito Jean-Paul Sartre entre outros. Tempos depois Herbert Marcuse. No Colégio Júlio de Castilhos (Julinho) as mulheres interessantes eram que possibilitavam as discussões “existenciais”. Fui educado nessa tradição. Uma tradição de começar sua vida sexual com a namorada. Orgulhosamente, as chamávamos de companheiras. As farmácias começavam a receber as pílulas anticoncepcionais. Daí minha dificuldade de ter como interlocutor os terapeutas que expressam suas “ideias” sobre quase tudo na fala da namorada. Diagnosticam “minhas dificuldades” e repassam à respectiva a interpretação e o caminho a ser seguido. Esta indústria está associada umbilicalmente à indústria farmacêutica.
E vai “rivotril”. Existem, também, algumas desonestidades. O cara é convencido pela namorada (está apaixonado e querendo acertar) a procurar “tratamento”. A terapeuta da namorada (prontamente) indica uma profissional amiga. Você não tem em seu círculo psicólogos. E depois trocam as figurinhas. Não é nem considerado falta de ética, mas um elemento de “ajuste” do casal. Funciona como parte do “processo terapêutico, de autoconhecimento”. Tenho um relato de um amigo que testou este esquema mudando o dia da sessão sem avisar a parceira. A sessão da namorada rapidamente mudava de dia. Ficava sempre depois da dele. E ele mudava outra vez. E a dela mudava a seguir. Cheguei a escutar de uma profissional que, de fato, existem pessoas dependentes desse processo de interlocução e que eles (profissionais da área) denominam estes pacientes de “terapeutapisados”. Pessoas que não conseguem “pensar” a não ser pela fala dos seus respectivos terapeutas. Uma sociedade doente que produz pessoas “desequilibradas” produz os mecanismos de ajuste. O importante é pagarmos pelo desequilíbrio e pagamos pelo tratamento. E dá-lhe “rivotril”. A solidão da não comunicação elevando-se ao mais alto grau. Uma sociedade “feique”. Na rebelião do tumulto-desequilíbrio, os verdadeiros amores!!!! PELAS MULHERES LIVRES DE SEUS TERAPEUTAS!!!!!!
#CADÊ MEU CHINELO?
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