:: txt :: Júlio Freitas ::
Tem aquele cara que conheci, ele me pediu um cigarro; estávamos no inverno de 2011, naquela época eu estava desempregado e vivia perambulando por aí, gastando toda a grana da minha rescisão sem nenhuma preocupação na cabeça. Resolvi pagar-lhe algumas cervejas em troca de sua história , comprei-as num posto e no sentamos na calçada para conversar.
João Batista é o seu nome, o mesmo de meu pai, vive na rua desde adolescente, cata garrafas e outras sucatas e também se maquia de palhaço, fazendo malabarismos afora, não sabe por onde anda sua família e tampouco deseja saber, na verdade a sua família são aqueles que moram na rua como ele; cria-se um vínculo muito forte com quem está na mesma situação e desta forma ele aprendeu tudo o que sabe sobre a vida, eu já passei por algumas dificuldades, mas nenhuma chega perto das que João me contou, e mesmo assim ele consegue sorrir de maneira límpida, até inocente. Entre um gole e outro pude notar sua grande facilidade com as palavras, certamente seria um ótimo escritor, senti-me vazio e mesquinho comparado à vida dele, que era cheia até a borda.
Não sei porque somente agora fui escrever este pequeno relato, talvez precisasse esperar até que o acontecimento se internalizasse na minha mente, até que que suas palavras fossem por mim compreendidas por completo: "Cara, primeiramente tu deve se sentir muito grato por estar vivo, cercado de pessoas que te amam, neste mundo, neste aqui e agora. O resto fica em segundo plano."
#CADÊ MEU CHINELO?
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Um comentário:
Essa frase me lembrou muito o Don Juan Matus, dos livros do Castañeda.
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