#CADÊ MEU CHINELO?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

[cc] REMIXTURES

Estudo confirma: partilhadores também pagam pela música

::txt::Miguel Caetano::

No que toca ao efeito da partilha de ficheiros nas vendas de música, existem estudos para todos os gostos. Contudo, o grande inconveniente da grande maioria é que se baseiam em amostras de mil a dois mil – vá lá, por vezes dez mil… – indivíduos. Mas o que diriam se soubessem de uma empresa que se deu ao trabalho de realizar um inquérito online a 64 milhões de internautas?

Tanta gente é de facto de desconfiar mas isso é o que a Interpret, uma empresa de estudos de mercado nas áreas de entretenimento, media e tecnologia alega ter alcançado. E o que é que esta pesquisa nos diz em concreto sobre os hábitos de consumo musicais dos inquiridos?

Algo que será sem dúvida do desagrado das grandes editoras: 24 milhões dos inquiridos, isto é, 36 por cento (de acordo com o TorrentFreak, embora o Hypebot refira 38 por cento), admitiram ter realizado downloads não autorizados de música ao longo dos últimos três meses.

Numa altura em que a imprensa mainstream anglo-saxónica parece ter-se convencido de que ser pirata já não está a dar, estes números representam um sinal evidente de que existem muitos fãs de música que continuam a não se contentar com serviços de streaming como o Spotify ou a Last.fm.

No entanto, a persistência dos downloads ilegais não parece ser incompatível com o pagamento pela música: nove por cento dos partilhadores disseram ter adquirido um álbum completo durante os últimos três meses, ao passo que 16 por cento afirmaram ter comprado um download de um tema individual.

O normal seria que os ‘piratas’ preferissem pagar por música em suporte físico como CDs e discos em vinil – o estudo não parece adiantar grandes pormenores a este respeito – mas esta adesão aos downloads legais e pagos a partir de lojas online como o iTunes é algo de surpreendente. Na volta, talvez isto seja o resultado da decisão das grandes editoras de permitirem a venda de ficheiros sem DRM na Internet.

Aliás, mais estranho ainda é que quase metade (49%) dos partilhadores foram da opinião de que o preço de um álbum individual comprado a partir de um retalhista online deveria ser inferior ao de um CD. É claro que, ao contrário de outros, este estudo peca por não comparar os dados adiantados pelos “piratas” com uma amostra de indivíduos comuns que não costumam aceder regularmente à Internet. Se assim fosse, quanto queriam apostar que os dados acabariam por revelar – mais uma vez.. – que os partilhadores gastam em média mais dinheiro com música do que os restantes?

Miguel Caetano tem 33 anos e possui uma licenciatura em Comunicação Social pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, para além de um mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação pelo ISCTE. Ele é autor do blog Remixtures, que tem conteúdo licenciado em Creative Commons. Com a pré-autorização, não foi preciso pedir permissão a ele pra publicar o texto aqui.

Um comentário:

Severino disse...

Dificil acabar a pirataria!

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