#CADÊ MEU CHINELO?

segunda-feira, 30 de julho de 2007

SOM BRASIL NOEL ROSA - TV GLOBO

Com que roupa

txt: Tiago Jucá Oliveira
pht e vds: Zaoris Coletivo Pirata de Giornalismo
dsgn: Arlei Xuxu Beleza


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Para quem mora aqui no cu do país, na província que costuma ficar fora de rota das melhors turnês nacionais, o negócio é mesmo assistir espetáculo pela televisão. A TV Globo exibiu na madrugada do sábado pro domingo um especial em homenagem a Noel Rosa, e convidou para interpretar os feitiços da vila Orquestra Imperial, Lucas Santanna & Seleção Natural, Maria Rita e Marcos Sacramento.


A grande atração, sem dúvida, era a Orquestra Imperial. Interpretando "Fita Amarela", Nina Becker é a grande dama da noite, pois alucina ouvidos mais desatentos que ainda não conhecem sua rica voz. Nina é uma das melhores cantoras do Brasil, senão for a melhor, e não mede esforços pra entoar os versos de Noel. No habitual rodízio de cantores da Orquestra, o hermano Rodrigo Amarante e Rubinho Jacobina dividem o microfone e mesclam "Pela Primeira Vez/Onde Está a Honestidade", respectivamente. E a filha do maestro, Thalma de Freitas, além de suavizar canções com sua voz tranqüila, traz as manhas de atriz pra dar mais vida para "Não Tem Tradução", que, literalmente, não temos como traduzir o momento mágico à frente duma big band super afinada cantando Noel Rosa.










Muitos artistas odeiam essa história de cultura livre e música liberada para download. A produção da Globo acabou por premiar justamente um dos que pensam ao contrário. O cantor, guitarrista e compositor Lucas Santanna licenciou seu último álbum em Creative Commons, disponível baixar diretamente do próprio site do artista, sem sentimento de culpa ou infrção, inclusive com música "Deixa o Sol Bater" aberta para mixagem (Flu e Gustavo Lenza são um dos que já meteram a mão). Lucas Santanna e a Seleção Natural, banda que o acompanha, não perderam a chance de estar na telinha da Globo. A versão feita para "Com que Roupa" foi a mais ousada que a música já teve até os dias de hoje. Um ska maneiro, puxado e levado, obrigatório numa boa pista de dança.







"Palpite Infeliz" e "Filosofia" foram os outros dois ingredientes de Noel que Lucas colocou pra ferver no seu caldeirão rítmico. Lucas entrou como coadjuvante e saiu como o grande nome do especial. E, implicitamente, avisou: enquanto uns se preocupam tanto com o dinheiro dos direitos autorais e restringem sua obra, ele, só com a aparição na TV ganhou muito mais, além de não cair na mesmice quando o assunto é fazer versão de música.







Os dois pontos baixos da homenagem a Noel intercalaram com os bons. Marcos Sacramento tem uma boa banda, traz o clima do samba boêmio regado a gelo e fumaça, mas sua voz e sua maneira de cantar definitivamente ficam abaixo da pedida. Um tanto empolgado, porém forçando a barra, ele cantou "Pela Décima Vez", "Meu Barracão" e "Dama do Cabaré". Por falar em cabaré, quem de lá parecia ter vindo foi Maria Rita, dentro de um vestidinho roxo "tomara que não suba" (ou "tomara que suba", dependendo do mau gosto de cada um). Falta pra essa mulher mais carisma e mais firmeza. Com o olhar grudado no infinito a frente dela, Maria Rita não herdou nenhuma semente da pimenta do reino de sua mãe. Tentou esboçar um choro emocionado em "Três Apitos", mas não conseguiu pingar sequer uma lágrima. Emprestou, também, a voz para "Conversa de Botequim" (único momento feliz dela), "Feitio de Oração" e "Último Desejo". No final das contas, a impressão que ficou é que Maria Rita deve ter saído de casa cantando "com que roupa, eu vou, pro especial que a Globo me convidou". É rocha?!









sexta-feira, 20 de julho de 2007

ULTRAMEN

Santo Forte

txt: Tiago Jucá Oliveira
pht: Melissa Orsi dos Santos
dsgn: Arlei Xuxu Beleza
ceva: Lourenço Prati, Leandro de Nardi, Marexal



O projeto Ocidente Acústico de julho, sempre às quintas-feiras, tem apresentado neste mês uma Ultramen diferenciada, sem Tonho Crocco, e com vários convidados revezando os vocais. Na terceira noite do projeto produzido por Márcio Ventura, as participações especiais seguiram a fineza dos dois shows anteriores. A cantora Lica trouxe o rap pra noite, com a simpatia de sempre. Incluído no repertório um pequeno resgate de sua ex-banda, a Groove James. Na seqüência, o já lendário Nei Lisboa cantou "Dívida", e também exibiu suas clássicas canções de sua carreira solo, revivendo o auge do Bom Fim. O bairro, que já foi o grande reduto cultural e boêmio de Porto Alegre, foi louvado por Jorjão, vocalista da Black Master, que também deu sua canja. Sua poderosa voz, aliada ao seu carisma, liderou a massa, com muito funk soul, com direito a um "Sex Machine", de James Brown. A surpresa da noite, pelo menos para nós, que não sabíamos, foi o baterista Prego, da Pata de Elefante, tocando seu instrumento e cantando "O lugar mais lindo desse mundo", parceria dele com Tonho Crocco e que está presente no CD "Capa Preta".





O público deve ter superado as expectativas da organização. O show já havia começado e muita gente ainda estava na fila para comprar ingressos. Até que o carinha da bilheteria botou meio corpo pra fora e gritou: "só tem mais cinco ingressos, não cabe mais ninguém lá dentro". Algumas pequenas reclamações, mas nada de confusão. E metade de nossa equipe, atrasada por conta de outro evento que estavámos cobrindo, finalmente consegue pegar as credenciais e entrar no Ocidente. Bem, o bar tava super lotado, e nosso atraso quase compromete a qualidade da cobertura. Quem não conhece o Ocidente, pense num palco no mesmo nível em que está a platéia (repare nas fotos). Ou seja: se você for baixinho... tinha muita gente contentada em dançar de costas. Nossa dificuldade foi conseguir chegar num bom lugar para obter boas fotografias. Empurra daqui, chega pra lá, e finalmente encontramos os outros membros da arca, já bem posicionados e acompanhados de garrafas com aquele líquido gelado e precioso. O problema agora era conseguir fotografar sem ser empurrado, pois era necessário levantar os dois braços para captar os principais personagens da festa.

Festa por sinal das mais boas. Os músicos e a produção da Ultramen, mais o sempre ousado Márcio Ventura, estão de parabéns pela iniciativa. Um clima de baile e jam session, uma mistura de rock, reggae, funk, rap e soul, e uma energia que cativou a todos presentes. Quinta que vem, dia 26, a última noite do projeto, com a volta do vocalista que está no Canadá. Te liga Tonho, vai ter neguinho com saudade dos ilustres convidados que acompanharam a tua banda. Se bem que tu tem um santo forte.

DIA DO ROCK

Rock ou Morte. Por tesão!

txt: Tiago Jucá Oliveira
vd e edç: Guilherme 'Espeto' Carlin


Nei Van Sória já fez história pelo rock gaúcho. Ex-integrante dos Cascavelletes e TNT, hoje em carreira solo e empreendedor comercial. Sua loja, a Good Music, além de vender instrumentos e acessórios musicais, foi palco, no Dia Mundial do Rock, de um evento um tanto inusitado. Dentro da loja, uma aparelhagem montada para qualquer um chegar, sozinho ou com banda, e tocar uma ou duas músicas.

Bandas ainda desconhecidas para nós, como The Roberts, trazendo uma junção de surf music com jovem guarda (pena que o tio parecia um pouco com os dedos engessados ao guitarrar seu instrumento), e Os Diletantes, com energia e letras sacanas que remetem ao oitentismo das ex-bandas de Van Sória, subiram e mostraram seu som. E também grupos já com mais firmadas na cena roqueira do sul, como a Identidade, apesar de não trazer nenhuma novidade, pois seu o vocalista e o guitarrista são imitações grotescas de Mick Jagger e Keith Richards.

Mas o melhor do fim de tarde foi quando o próprio Nei subiu ao palco e deu uma canja. Acompanhado da Identidade, tocou Stones e dois clássicos das suas ex-bandas: "Cachorro Louco", do TNT, e "Morte por Tesão", dos Cascavelletes.




Antes disso, Nei Van Sória conversou com nossa equipe, e falou da importância de uma oportunidade como essa para quem está iniciando e não tem onde mostrar o trabalho. Ele e sua loja promovem este ano o 4º Good Music Rock Festival, evento que visa justamente promover e revelar novos talentos do rock'n'roll.




Que as iniciativas de Van Sória ajudem a tirar o rock nacional do buraco que se encontra. O sucesso de bandinhas como Cachorro Grande estão colaborando para nivelar por baixo. A fórmula 'voz de cadela, letra de burro' deu certo, e a maioria das bandas novas parece querer seguir o mesmo caminho, e pouca coisa boa surge aos nossos ouvidos. Vamos lá gurizada! Não é sempre que oportunidades como essas aparecem. Somos do país mais criativo do mundo! It's only rock'n'roll, but I like it!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

ULTRAMEN

É proibido?

txt: Tiago Jucá Oliveira
pht: Rodrigo Muralha
dsgn: Arlei Xuxu Beleza



Pense comigo. O vocalista da banda tá no Canadá e o batera tá com o joelho de porco. Fodeo né? Mas, como dizia Jorge, que nada! Sem as presenças de Tonho Crocco e Zé Darcy, a Ultramen mandou tá mandando bem todas quintas de julho no bar Ocidente com participações especiais. Revezem-se nos vocais nas 3 primeiras quintas diferentes cantores, como Fabão (Pedrada Afú), Frank Jorge, Jupiter Maçã, Jorjão (Black Master), Alemão Ronaldo (Bandalieira), Nei Lisboa, Lica, Nitro Di e Andréa Cavalhero, e na bateria, Pancho, da Pedrada. Na última quinta do projeto, Tonho volta ao microfone.





No repertório, além dos sucessos da Ultramen, alguns clássicos dos convidados. Na platéia, muita gente apertada e muita gente conhecida. Numa noite mais do que fria, como foi essa quinta, o drama de nossa equipe de reportagem era não ter nenhum fotógrafo a disposição. No msn da revista o problema é resolvido, porém sem garantia que ele, Muralha, iria, conseguiria uma máquina, tiraria boas fotos e nos enviasse o mais rápido possível. Quanto à qualidade das fotos, deixamos ao seu critério, leitor, se são boas ou não. Mas de resto, deu tudo certo. Inclusive conseguir entrar com uma garrafa de vinho pra esquentar a sabedoria, super gelada neste rigoroso inverno gaúcho em plena era do aquecimento global.





A fórmula de revezamento de convidados deu certo. Todos que assumiram o microfone colocaram estilo próprio nas composições da Ultramen. Já as músicas que não são da banda, ganharam roupagens até então desconhecidas. A massa curtiu, pediu mais e não deixou o clima de baile acabar tão cedo. Claro que o estilo frontman de Tonho Crocco faz falta no andamento do show. Mas assistir à essa mistura inusitada de músicos valoriza muito a cena musical gaúcha entre os próprios músicos. Que outros projetos e idéias brotem por aqui, cidade tão carente de bons shows e fora do mapa das melhores turnês nacionais. Quem disse que é proibido?

NAÇÃO ZUMBI

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