#CADÊ MEU CHINELO?

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

[agência pirata] AMY WINEHOUSE: DE MENTIRA E DE VERDADE




::txt::André Forastieri::

Amy Winehouse é uma ruína drogada, bêbada, tatuada, desdentada, esquálida, indulgente, coberta de trapos, e seu grande talento é reempacotar para os recém-chegados a música negra que fazia sucesso antes de ela nascer. Cada geração tem o Keith Richards que merece - ou, dependendo da sobrevida, seu Sid Vicious.

Como Sir Keith, Amy não é só o lixo humano que aparenta. Molambo, sim, mas com instintos comerciais sempre em dia, operacional o suficiente para manter o faturamento - essa semana, no Brasil. Doidinha, mas tem alguns milhões no banco, e quem cuida da grana são seus pais.

Winehouse, claro, não faria 10% do sucesso se fosse uma alegre loirinha, ou uma solene crioula. A graça é que ela é punk, uma sex pistol de saias, tropicando nas canelas, fumando crack, socando fãs, espargindo perdigotos na plateia. Já a viu completamente fora de órbita brincando com camundongos recém-nascidos? Não perca. Foi para isso que inventaram a internet.

É de mentira? É de mentira tanto quanto Keith ou Sid. Amy Winehouse entrou no mundo da música pelas mãos de Simon Fuller, empresário de uma longa lista de artistas pré-fabricados e criador da megafranquia “show de calouros” Idol, que rendeu American Idol e aqui, Ídolos. Seu primeiro disco foi produzido por Salaam Remi, produtor de mão cheia e com longo currículo, com acento reggae. No segundo disco, Remi ganhou a companhia de Mark Ronson, um dos produtores mais elegantes e talentosos da não tão nova geração. Bem, Sid tinha Malcolm McLaren, e Keith tinha, de cara, Mick Jagger.

Amy é uma garota judia de Londres, filha de motorista de táxi, que fazia escola de artes desde a pré-adolescência. É “rebelde”. Foi expulsa de uma escola por fazer um piercing aos 14 anos, namorava vagabundos etc. Como tantas mocinhas que se sentem incompreendidas (e como tantas mocinhas que, além disso, são feias), Amy se apaixonou pela mitologia das mulheres sofridas, que têm uma porcaria de vida porque sofrem de amor. Seus ídolos são mulheres independentes dependentes, mal-tratadas por seus machos, que chafurdam na cachaça e companhia e conseguem transmitir as feridas para as cordas vocais. O sonho é ser neta de Billie Holiday, sobrinha de Nina Simone, filhota de Janis Joplin.

Na prática, sua música estacionou entre os 60 (as garotas perigosas da gravadora Motown e similares - Ronnie Spector, Martha Reeves, Shangri-las - e as minidivas britânicas - Petula Clark!) e, preste atenção, o jazz-soul yuppie-chic de Sade.

Drogados precisam de grana fácil. Amy já estava empepinada com drogas antes do sucesso, entre o primeiro disco, Frank, aplaudido pela crítica e mais ninguém, e o fenômeno Back to Black. O som mudou no meio do caminho e o visual junto. Perdeu quilos, ganhou o coque gigante e “atitude”. Abandonou a simpatia e o sorriso fácil. Virou “bad girl” e ícone fashion, celebrada por Karl Lagerfeld. Conquistou moderninhos e caretaços. Consenso paga bem.

É punk de butique? É crooner de boate? Uma amiga que é fã de Amy me garantiu ontem que as letras são boas - não duvido e não confiro - e que espera que Amy esteja caindo pelas tabelas no show. “As letras são sobre coisas comuns. Ela não finge. Ela é aquilo ali mesmo. E tem que continuar tomando todas, porque isso é o que ela é. Quem quer vê-la toda caretinha e comportada?” Eu não. Se morrer logo, morreu, vira lenda, Sid Vicious. Se sobreviver mais uns trinta anos, duvidoso, pode emplacar como herdeira de Keith Richards, o bandalho profissional. Só a regeneração seria imperdoável.

Amy Winehouse é de mentira e de verdade, porque soa verdade. Nós nos tornamos o que somos...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

SAMBA É ROCK (E VICE-VERSA)



::txt::Fagner Marques::

Como tudo que é relevante, surgiu por acaso, no improviso, na imaginação. Era 2007, acho. Tinha 24 anos e uma fixação: me especializar em algo. Achava muitos assuntos interessantes, desde física quântica até a importância da geladeira para os esquimós. Mas nada me era tão fascinante quanto o rock.

Mais que um estilo musical aquilo era, para mim, uma filosofia de vida. A representação da luta social sem armas. Ou melhor, com OUTRAS armas. "Essa máquina mata fascistas", cravara Woody Guthrie - um dos principais ícones da música country e de protesto do século passado e grande influência para o rock 'n roll - no case de seu violão.

De outro lado, esta forma de ver o mundo - e a vida, por consequência -, ganhou contornos populares. Era a bela dualidade: contestação e popularidade. O resto todo mundo já conhece. A essência blueseira na década de 1950, os movimentos sociais, a revolução sexual, Serguei (e meio mundo) comendo Janis Joplin, Hendrix queimando sua guitarra e tocando o horror, os Beatles exorcizando os fãs com doses cavalares de psicodelia, e o mundo que seguiu adiante e se tornou o que é hoje. Não importa! No fim, tudo é lindo, incoerente e polemico. Como uma declaração de Caetano.

Foi exatamente neste momento que a pulga se escondeu atrás da minha orelha. Pensei: onde, pelos infernos, estava o Brasil, enquanto o resto do mundo explodia em hormônios e exaltações rebeldes? Aquilo era sem sentido. Minha epifânia vinha de algo que ocorrera há dezenas de milhares de quilômetros de casa. Totalmente deslocado do meu cotidiano.

"Mentiroso", "Judas", podem exclamar alguns, acreditando que me rebelei contra o que sempre acreditei. Muito pelo contrário. Tentava descobrir como meu país, meu povo, havia contribuído com isso tudo. Até que um dia cheguei no samba.

Nossa matriz musical foi, para o Brasil, tudo o que o rock foi para Estados Unidos e Reino Unido. Quiçá, até mais! O batuque, tomado emprestado dos escravos, se modernizou na década de 1930. Se transformou na representação máxima do modo de vida da capital brasileira na época - o Rio de Janeiro -, retratando o cotidiano das classes, seus embates e os problemas estruturais de uma sociedade que engatinhava para se organizar. Mais do que isso, o samba questionava, na essência, os desfavores e os protestos sociais no Brasil.

Se Chico Buarque, Os Mutantes, Gal Costa, Maria Bethânia, Toquinho, Vinícius de Moraes e tantos outros nomes da chamada MPB são considerados, hoje, porta-vozes que reclamaram as ilegalidades e injustiças da ditadura militar, muito da produção deles se deve aos sambistas. Tanto os bambas das periferias e dos morros quanto os músicos e os poetas de classes mais favorecidas. Foram eles que, décadas antes, abraçaram a mesma causa: apresentar - em forma de versos e acordes - a vida, as angústias, as alegrias, as esperanças e as injustiças do povo. O samba foi o início do NOSSO movimento de contracultura.

Não encare este escrito como uma tentativa de comparar dois estilos musicais. Talvez queira, aqui, apenas apresentar o 'achismo' de quem vê a cultura brasileira como algo a ser preservado a admirado. Ok, admito, comparo sim. Dois estilos de vida, duas formas de ver o mundo. Diferentes em vários planos, mas muito parecidos na essência. Para mim, samba é rock. E vice-versa!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

MICHAEL JACKSON




# noéditorial #

O adeus

txt: da Redação dO DILÚVIO
chrg: Latuff


Os anos 80 trouxeram ao mundo um novo formato de artista: o popstar. E dois deles foram popstar ao extremo. Madonna e Michael Jackson. E por que eles foram o extremo? Pow, além de fama, sucesso, vida polêmica, não há como negar que ambos eram mais do que isso. Os dois fizeram naquela década um som extraordinário em todos os sentidos. Ninguém foi melhor ou mais influente.

Sim, não há como negar o peso que a indústria cultural tem no processo todo, com jabá e todas jogadas típicas de um Don Corleone da música. O foda do jabá é quando faz tocar música ruim. E porcaria, Michael Jackson não fazia. Nem Madonna.

A notícia da morte do astro maior do breve século XX chegou tarde a redação, e nos pegou de surpresa. Pedimos desculpas aos leitores pelo pequeno texto de hoje. Pedimos perdão por não aprofundar o assunto no exacto momento. Mas nos entretantos do porém, aqui vai nossa singela homenagem aos fãs do cara que revolucionou o conceito de artista e mudou a estética da música. Sem ele e sem Madonna, a gente seria hoje muito Beatles e Janis Joplin. Felizmente, não somos!

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