#CADÊ MEU CHINELO?

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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

[cc] COMO SER UM CAÇADOR DE TENDÊNCIAS



Um pequeno guia prático com ideias básicas sobre como as modas vão e voltam

::txt::Ronaldo Lemos*::
::ilstrç::Carolin Loebert

Em uma época de permanente excesso de informação, filtros e referências são cada vez mais importantes. Por isso, o papel de curadores ou “caçadores de tendências” nunca foi tão valorizado. Pensando nisso resolvi preparar um pequeno guia prático com ideias básicas sobre como as tendências vão e voltam (baseado nas ideias de um dos meus ídolos, o artista escocês Nick Currie).

Para isso, é preciso dividir o tempo em diferentes segmentos. O primeiro é o presente, que vai de hoje até vários meses atrás. Se você olha para uma foto um pouco mais antiga e pensa “Que cabelo estranho estou nessa foto!” é porque ela já não pertence ao presente e sim a outro segmento bem mais delicado, o presente ansioso.

Esse intervalo é composto de tudo aquilo que bombou e foi tendência antes de agora, mas que neste momento soa meio passé e até mesmo constrangedor. É só pensar no fenômeno da “new rave”, com suas roupas coloridas e a mistura de rock e eletrônica. Há alguns poucos anos, fazia sentido. Hoje, é difícil encontrar um new raver assumido.

Antes do tempo de ansiedade, vem outro trecho que pode ser chamado de o passado amigável. Trata-se do período transcorrido já há algum tempo, que está pronto para voltar e ser revivido (por isso mesmo é para onde olha a maioria dos caçadores de tendência). Nesse momento o passado amigável é representado, por exemplo, por tendências da década de 90, como o indie rock do Pavement, guitarras distorcidas e vocais melódicos da onda shoegazer e assim por diante.

Existe, no entanto, um período que acho o mais interessante para a procura de tendências. Trata-se de um minissegmento entre o passado amigável e o presente ansioso. Vamos chamá-lo de o purgatório.

Esse intervalo é composto daquilo que ainda é novo demais para ser revivido, mas já é velho para fazer parte do presente. Enquanto trabalhar com o passado amigável é fácil, o purgatório é onde dá para encontrar as ideias mais arriscadas e interessantes (diria, por exemplo, que a onda do Eletroclash do início dos anos 2000 está hoje na região do purgatório).

O PASSADO TE CONDENA

Antes daí há mais duas outras zonas. A primeira é o passado ansioso, que nada mais é do que um período que acabou de ser revivido atualmente e que adquiriu ares de constrangimento (por exemplo, as festinhas de anos 80 trash). Depois vem o passado longínquo, que, apesar de não começar tão distante assim, vai embora em direções imemoriais. Essa é a outra área que, obviamente, é das mais interessantes e difíceis de trabalhar, até porque sua influência sobre o nosso tempo é indireta e espectral (um exemplo é a aposta atual na nova série de televisão Boardwalk Empire, que se passa nos anos 20).

É claro que os limites entre cada um desses trechos mudam o tempo todo (por exemplo, o presente está ficando cada vez menor). Claro também que estou falando aqui de apenas um detalhe sobre a dimensão temporal da busca por tendências. Há várias outras dimensões que renderiam boas conversas, como, por exemplo, a dimensão espacial (que envolve uma articulação das ideias de centro e periferia). Mas essa fica para a parte 2 deste texto, a ser escrita em algum lugar do futuro.

*Ronaldo Lemos, 33, é diretor do Centro de Tecnologia da FGV-RJ e fundador do site Overmundo. Seu e-mail é rlemos@trip.com.br

sábado, 29 de maio de 2010

DO PÓ VIESTE, AO PÓ VOLTARÁS

A lacuna fora de era entre a queda do muro de Berlin e o Onze de Setembro foi repleto de lama.
:txt: Tiago Jucá

O breve século XX acaba, com precisão, na queda do muro de Berlin, a obra mais vergonhosa da humanidade. Com o fim da 'era dos extremos', muito bem definido por Eric Hobsbawm, terminava também os divertidos anos 80. A década que morria nos tirou algumas esperanças. Sem cortina, podemos ver a terrível cara do socialismo, um mundo atrasado, nivelado por baixo, calado por medo. Sem Lula e sem Brizola por aqui, e com o Bush e o Saddan em guerra de televisão.

Na música, alguns ruídos dos anos 80 baixaram o tom, e o som modernizou. Nas cores, o cinza tapou o arco-íris, e quando o sol reapareceu, as flores voltaram borrados de psicodelia. O punk renascia lisergicamente. Sonic Youth era a demência pura, Pixies uma versão mais pop pra converter os mais conservadores. "Ceremony", relançado no disco Substance, do New Order, unia os anos 70 aos 90 sem passar pelos 80. O mais comedido foi Lou Reed, e a substancial obra-prima New York, seu melhor disco de carreira solo. E ainda tinha Sugarcubes, The Stone Roses, Tecnotronic, 808 State.

Aqui no Brasil, há nomes que antecipam os alicerces dos anos 90, fundamentais pra geração de caranguejos dos mangues e urubus dos morros invadir o asfalto. De Falla, Edgard Scandurra e Fellini são a tríplice combustão que encerra um período, aduba outro, porém parece não ter um capítulo próprio na música brasileira. Algumas bandas já haviam atingido o ápice, casos de Titãs, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Ira, Barão Vermelho, Camisa de Venus, Kid Abelha e Engenheiros do Hawaii, e rumavam, todos, pra curva descendente.

Nossa esperança, digo dos mais vanguardistas já suficientemente cansados do oitentismo e descobrindo as dificuldades adultas (recém eu havia feito a primeira escolha da vida entre alguns cursos secundários oferecidos), era o suicídio. O herói, Kurt Cobain.

Sem ver minha seleção campeã do mundo desde que havia nascido (e poderia ter mais uns 5 anos, e também não teria visto), enfim vem Romário e o tetra. O plano Real de FHC desinflacionou qualquer alternativa com discurso coerente a realidade da época de nos guiar. Sem rumo, sem bandeira, sem ideologia pra viver, pois nossos heróis morriam de AIDS, surge a insurgência Zapatista chicana. Na Europa, monta-se as barricadas, e pro confronto, os Black Blocks tomam a frente anárquica. O caos acordava após algumas décadas de sono, e na lama do Recife deram o pontapé necessário pra tirar a cidade da mesma fedentina do dia anterior.

É quando descobrimos que somos úteis ao mundo, muito mais do que antes, pois a partir de então soubemos que nós dependemos de nós.

* * *

Nos últimos dias, demos uma renovada na programação d'O DILÚVIO Space Radio. Mais de 50 músicas novas foram incluidas, nas quais destacamos os artistas citados nesta postagem.

Alguns discos, fundamentais pra derrubada dos 80, tiveram mais músicas colocadas na radio pra ilustrar melhor a época e o próprio álbum. São esses:

De Falla - It's Fuckin' Boring'To Death
Fellini - Amor Louco
Edgard Scandurra - Amigos Invisíveis
vários - Sanguinho Novo
Lou Reed - New York
Sonic Youth - Sister
Sugarcubes - Life's Too Good
Pixies - Doolittle
The Stone Roses - The Stone Roses
New Order - Substance

sexta-feira, 26 de junho de 2009

MICHAEL JACKSON




# noéditorial #

O adeus

txt: da Redação dO DILÚVIO
chrg: Latuff


Os anos 80 trouxeram ao mundo um novo formato de artista: o popstar. E dois deles foram popstar ao extremo. Madonna e Michael Jackson. E por que eles foram o extremo? Pow, além de fama, sucesso, vida polêmica, não há como negar que ambos eram mais do que isso. Os dois fizeram naquela década um som extraordinário em todos os sentidos. Ninguém foi melhor ou mais influente.

Sim, não há como negar o peso que a indústria cultural tem no processo todo, com jabá e todas jogadas típicas de um Don Corleone da música. O foda do jabá é quando faz tocar música ruim. E porcaria, Michael Jackson não fazia. Nem Madonna.

A notícia da morte do astro maior do breve século XX chegou tarde a redação, e nos pegou de surpresa. Pedimos desculpas aos leitores pelo pequeno texto de hoje. Pedimos perdão por não aprofundar o assunto no exacto momento. Mas nos entretantos do porém, aqui vai nossa singela homenagem aos fãs do cara que revolucionou o conceito de artista e mudou a estética da música. Sem ele e sem Madonna, a gente seria hoje muito Beatles e Janis Joplin. Felizmente, não somos!

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