#CADÊ MEU CHINELO?

sábado, 19 de abril de 2014

[...] TIRO NOS PÉS

:: txt :: Dom Orione ::

Há certo tempo ouço histórias de bandas e artistas talentosos se humilhando por espaço em bares, casas de shows e centros culturais. Eu me incluo nesta vasta lista, mas o que mais me preocupa não é essa busca pelo espaço, e sim algo muito mais grave: a falta de cumplicidade de todos que se dizem envolvidos com a música!

Nos últimos anos, então, a coisa descambou de vez; muitas bandas acabaram, não seguraram a bronca ou, como costumam dizer, “deram um tempo”. Que porra é essa de dar um tempo? Você dá um tempo no seu trabalho?

O que vejo empobrecer essa tal cena musical é a atitude do próprio artista e a falta de respeito pela música, deixando-a em segundo plano; se ele não é convidado para participar de um show ele simplesmente não vai. Isso é o que tem matado, e nós somos os maiores culpados. Não há desculpas para isso, muitos de nós não saímos mais de casa porque estamos velhos, cansados dos rolês, casados, temos filhos, temos empregos, faculdade e todas as desculpas necessárias para não irmos a lugar nenhum, para deixar de vivenciar algo novo, ouvir coisas novas. A coisa simplesmente fica assim “se não vou me apresentar não vou participar”, então eu pergunto: a culpa é de quem?

Da mídia? Pode ser, porque se ela não te diz que determinada banda ou artista é bom o rabo fica preso na cadeira, e em frente à tela do computador as críticas sobre quem está em alta é um monte de chororô de nossa parte. Pois é, nosso leitinho azedou e a pêra apodreceu, os espaços têm ficado cada vez mais escassos e o público, diminuído.

E de quem é a culpa? As bandas não se permitem um contato, criam coletivos nos quais elegem líderes e – pasme você que não sabe – quem não faz parte do coletivo não toca. A verdade é essa, mudaram o nome de “panela” para “coletivos”, e nem vou citar coletivos que usufruem de verba pública para uso pessoal. Existem, sim, os que lutam por algo mais, mas estes são poucos.

As bandas não querem mais participar de eventos nos quais não tocam, não querem ser público, estão pulando um estágio de aprender umas com as outras, de mostrar seus trabalhos para pessoas diferentes e isso fica evidente em cada show que você vai. A maioria das bandas não está lá pela música, mas para qualquer outra coisa, e estas mesmas bandas acabam impedindo que outras pessoas vivenciem experiências novas, que descubram o novo.

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