::txt::Mariana Peixoto::
A hora é de correr para o abraço. Cinco meses depois de anunciada, a turnê comemorativa dos 15 anos do Los Hermanos chega a Belo Horizonte. Depois de tanta expectativa, não há muito mais o que dizer, tanto que Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Rodrigo Barba e Bruno Medina pararam de dar entrevistas desde que a temporada de 24 shows começou, em 20 de abril. Por aqui, no Chevrolet Hall, a partir de amanhã, serão três shows todos com ingressos esgotados (a procura foi tanta que a primeira noite esgotou-se em poucas horas do início da venda oficial, em janeiro).
E desde o primeiro show a mesma história vem se repetindo nas capitais em que a banda toca. Apresentação de quase duas horas que abrange o repertório dos quatro álbuns – Los Hermanos, 1999; Bloco do eu sozinho, 2001; Ventura, 2003; e 4, 2005 –, traz alguma coisa da fase solo de Camelo e também de Amarante (músicas inéditas, ainda sem nome, que devem estar no disco que ele lança no segundo semestre). Entre os hits – O vencedor, Retrato pra Iaiá, Todo carnaval tem seu fim, Pierrot – há espaço para lados B (como Do sétimo andar e Conversa de botas batidas).
Mesmo que obedeçam a esses critérios, cada show vem ganhando um “momento”. Em Brasília, por exemplo, a noite terminou ao som de Tempo perdido. Não deixa de ser uma escolha certeira, uma vez que Los Hermanos, desde o fim da Legião Urbana, foi a única banda que se tornou objeto de culto em todo o território nacional. Há espaço para algum improviso, tanto que em Recife a banda tocou três canções a mais do que o planejado (foram quase três dezenas de músicas).
Imprevisibilidade O tecladista Bruno Medina, em seu blog, vem atualizando a temporada. Sobre a apresentação em Fortaleza, a segunda da turnê, escreveu: “Uma noite fresca, após um dia inteiro de chuva, palco pertinho do mar, público com os pés na areia. Atmosfera intimista, algo semelhante a um luau, só que para 11 mil pessoas! Nesta segunda apresentação resolvemos mexer um pouco no set, não porque havia algo de errado com o primeiro, mas sim porque nossa intenção durante a turnê é variar a lista de músicas apresentadas, e assim preservar a possibilidade de tirar alguns coelhos da cartola.”
O que quer dizer que, ainda que sejam três shows em BH, cada um deve ser diferente do outro. A única coisa que não muda, independentemente de histeria e casa cheia, é a intenção de a banda tocar apenas eventualmente. Quando esteve aqui no início do ano para seu próprio show, Camelo, que lança DVD ainda neste ano, afirmou: “A graça em fazer esses shows com a banda está na imprevisibilidade deles, o que nos garante liberdade e leveza. Os encontros são sempre excepcionais porque não temos muito compromisso.”
LOS HERMANOS
Show amanhã, às 22h; domingo, às 19h; e segunda-feira, às 21h, no Chevrolet Hall, Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, (31) 3209-8989. Ingressos esgotados.
Termômetro de popularidade
Na plateia dos três shows de Los Hermanos não faltarão pessoas com um olhar que vai além do simples fã. Raphael Oliveira, vocalista e guitarrista do Los Otros; Ícaro Lugão, guitarrista da Paquetá; e Renan Oliveira, guitarrista e vocalista da Ventura, vão muito além. Como os próprios nomes indicam, fazem cover do grupo carioca, ótimo termômetro de popularidade de qualquer banda que se preze.
Mesmo de cidades diferentes – o primeiro mora em BH, o segundo em Governador Valadares e o terceiro em São João del-Rei – têm histórias semelhantes. Foram criadas pós-4 (2005), o último álbum de estúdio da banda. Boa parte dos integrantes de cada uma delas usa barba (mas admitem que não é obrigatório). E têm um repertório de 30 a 40 músicas, passando por todas as fases. Com a turnê dos ídolos, a demanda por shows, é claro, aumentou.
No fim de semana passado, o Los Otros fez show para 250 pessoas no Estudio B, como um aquecimento para a maratona dos próximos dias. “A gente começou a fazer show a partir de 2007. Tocamos em bares de BH e Contagem e, nos últimos tempos, temos nos apresentado mais no interior do que aqui”, conta Raphael, que vai à apresentação de domingo no Chevrolet. No show passado, o grupo apresentou 37 músicas, Anna Júlia uma delas. “Foi uma das mais animadas”, conta ele, que já viu a banda em cena pelo menos em 15 shows.
Já para Renan Oliveira, que assume certa idolatria em torno de Marcelo Camelo, esta será a primeira vez que ele verá os quatro em ação. “Comecei a banda com a Suellen Campos em 2008. No começo, a ideia era fazer uma coisa mais acústica, de voz, violão e flauta”, conta ele. Até que houve o convite para um show maior e a banda foi montada. Hoje, conta com sete integrantes (tem inclusive naipe de metais, só não conta com teclados), que vivem entre São João, Perdões e Lavras. “A gente quer que a banda pareça o máximo possível. Tocamos, além de músicas do Los Hermanos, também as de Camelo e do Little Joy.”
E Ícaro Lugão resolveu unir o útil ao agradável. Criou, ao lado do baixista da Paquetá, uma excursão que sai amanhã de manhã de Valadares, com 18 pessoas (no domingo, sai outra van da cidade, capitaneada pelo baterista da banda cover). Todos vêm no esquema de bate e volta e assim que o show do Los Hermanos terminar, vão direto para a estrada. Também vai ser a primeira vez que vai ver a banda em cena. “Em 2004, eles iam tocar em Valadares, mas houve aquela briga do Chorão com o Camelo (que levou um soco do líder do Charlie Brown no aeroporto de Fortaleza) e a apresentação foi cancelada dois dias antes”, lembra ele, que é guitarrista do grupo Gramofônicos, este só de músicas autorais. “Com banda cover é diferente. Você toca é pelo gosto. Então, com a Paquetá, não tem problema. A gente toca barato ou até de graça.”
Na estrada
Depois dos três shows de BH, a turnê segue para Rio (seis apresentações) e São Paulo (duas datas). Todas com ingressos esgotados. O último show dessa temporada será em 9 de junho, no Festival de Alegre, Espírito Santo, com ingressos ainda disponíveis. O último show do Los Hermanos antes da separação foi no réveillon do Recife de 2006. Depois disso, a banda voltou aos palcos para despedida na Fundição Progresso (2007, que rendeu CD e DVD), a abertura dos shows do Radiohead (2009), o festival SWU e quatro apresentações no Nordeste (2010).
Mesmo de cidades diferentes – o primeiro mora em BH, o segundo em Governador Valadares e o terceiro em São João del-Rei – têm histórias semelhantes. Foram criadas pós-4 (2005), o último álbum de estúdio da banda. Boa parte dos integrantes de cada uma delas usa barba (mas admitem que não é obrigatório). E têm um repertório de 30 a 40 músicas, passando por todas as fases. Com a turnê dos ídolos, a demanda por shows, é claro, aumentou.
No fim de semana passado, o Los Otros fez show para 250 pessoas no Estudio B, como um aquecimento para a maratona dos próximos dias. “A gente começou a fazer show a partir de 2007. Tocamos em bares de BH e Contagem e, nos últimos tempos, temos nos apresentado mais no interior do que aqui”, conta Raphael, que vai à apresentação de domingo no Chevrolet. No show passado, o grupo apresentou 37 músicas, Anna Júlia uma delas. “Foi uma das mais animadas”, conta ele, que já viu a banda em cena pelo menos em 15 shows.
Já para Renan Oliveira, que assume certa idolatria em torno de Marcelo Camelo, esta será a primeira vez que ele verá os quatro em ação. “Comecei a banda com a Suellen Campos em 2008. No começo, a ideia era fazer uma coisa mais acústica, de voz, violão e flauta”, conta ele. Até que houve o convite para um show maior e a banda foi montada. Hoje, conta com sete integrantes (tem inclusive naipe de metais, só não conta com teclados), que vivem entre São João, Perdões e Lavras. “A gente quer que a banda pareça o máximo possível. Tocamos, além de músicas do Los Hermanos, também as de Camelo e do Little Joy.”
E Ícaro Lugão resolveu unir o útil ao agradável. Criou, ao lado do baixista da Paquetá, uma excursão que sai amanhã de manhã de Valadares, com 18 pessoas (no domingo, sai outra van da cidade, capitaneada pelo baterista da banda cover). Todos vêm no esquema de bate e volta e assim que o show do Los Hermanos terminar, vão direto para a estrada. Também vai ser a primeira vez que vai ver a banda em cena. “Em 2004, eles iam tocar em Valadares, mas houve aquela briga do Chorão com o Camelo (que levou um soco do líder do Charlie Brown no aeroporto de Fortaleza) e a apresentação foi cancelada dois dias antes”, lembra ele, que é guitarrista do grupo Gramofônicos, este só de músicas autorais. “Com banda cover é diferente. Você toca é pelo gosto. Então, com a Paquetá, não tem problema. A gente toca barato ou até de graça.”
Na estrada
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