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sexta-feira, 27 de maio de 2011

[agência pirata] DEZ ANOS A MIL: MÍDIA E MÚSICA POPULAR MASSIVA EM TEMPOS DE INTERNET



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Uma iniciativa bem legal apareceu hoje por aqui. Acaba de sair o livro "Dez anos a mil: Mídia e Música Popular Massiva em Tempos de Internet", organizado por Jeder Janotti Jr. (Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação UFPE), idealizador do projeto, Victor de Almeida Pires (Mestrando em Comunicação da UFPE e idealizador do LAB) e Tatiana Lima (Professora da FISBA e doutoranda em comunicação UFBA). A publicação chega em três versões eletrônicas: como e-book (PDF), para tablets (ePub) e para Kindle (mobi), disponíveis para download neste site. A proposta é atualizar as discussões em torno da música massiva e, para isso, pesquisadores de várias partes do Brasil assinam nove artigos organizados em duas partes.

A primeira parte de “Dez anos a mil” tem como tema “Músicos, cenas e indústria da música”. No artigo que abre o livro, Janotti Jr. e Victor Pires atualizam a discussão sobre as cenas musicais, uma vez que esse conceito, muito ligado ao circuito geográfico onde a música é produzida, ganha novos contornos a partir da internet. Os autores tratam, entre outras coisas, de como abordar as cenas no ambiente virtual, no texto intitulado “Entre os afetos e os mercados culturais: as cenas musicais como formas de mediatização dos consumos musicais”.

Em seguida, o texto “Tendências da indústria da música no início do século XXI”, de Micael Herschmann e Marcelo Kischinhevsky, reflete sobre o atual panorama do mercado da música, mobilizando dados atualizados sobre a circulação da música na internet. O artigo “Michael Jackson e o thriller das gravadoras: trajetória e crise de um modelo”, de Tatiana Lima, dialoga mais diretamente com o texto de Herschmann e Kischinhevsky por trazer uma retrospectiva do negócio da música, refletindo sobre como chegamos ao cenário atual. Ainda na primeira parte, o artigo de Thiago Soares, “Cinco incertezas sobre Lady Gaga”, parte de indagações para discutir o status da performer na indústria da música e apontar “conceitos que ajudam a compreender o que significa ser uma estrela na cultura contemporânea”. Fecha essa primeira parte um artigo de Nadja Vladi intitulado “O negócio da música – como os gêneros musicais articulam estratégias de comunicação para o consumo cultural”, que também insere a discussão sobre gênero no novo panorama digital, trazendo exemplos do indie rock.

A segunda parte do livro trata das atuais “Práticas de consumo musical”. O professor Jorge Cardoso Filho examina as “Práticas de escuta e cultura de audição” no contexto contemporâneo, apontando “alguns sintomas de uma transformação mais ampla no âmbito da sensibilidade auditiva”. No texto “Discografias – mediações musicais em uma discoteca coletiva”, Jefferson Chagas e Simone Pereira de Sá se debruçam sobre as permanências e transformações ocorridas com a digitalização. Partem da comunidade “Discografias” do Orkut para examinar as novas práticas de disponibilização da música e a força de velhos formatos como o álbum.

Felipe Trotta comenta a seleção do repertório para uma festa para discutir a valoração da música enquanto “ação social que ocorre em um território de conflitos”, no artigo “Critérios de qualidade na música popular: o caso do samba brasileiro”. E fechando a discussão sobre a música em tempos de internet, o jornalista Bruno Nogueira trata das novas formas de debate em torno da música no texto “Por uma função jornalísticas nos blogs de MP3 - Download e crítica ressignificados na cadeia produtiva da música”. Onde o mesmo utiliza o blog Hominis Canidae em um estudo de caso e cita estratégias como a do novo disco da banda paraibana Burro Morto, vale a pena conferir o livro todo.

Então fica a dica, baixe e dissemine essa boa nova, discutindo e esclarecendo alguns pontos da música e do mercado fonografico brasileiro e mundial em tempos de internet.

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