
::txt::Tabaré::
::pht::Gabriel Jacobsen::
Conhecido como um dos maiores assaltantes de bancos e carros-fortes do sul do país, Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, estava cumprindo pena de 36 anos e 11 meses quando deu esta entrevista exclusiva para o Tabaré. Vinte e um dias depois de nosso último encontro, Papagaio fugiu do Presídio Estadual de Montenegro. Foi a sua sexta fuga. Segue abaixo um trecho da entrevista que estará na primeira edição impressa do Tabaré.
- Dezesseis anos comecei na vida ilícita. Imagina, tinha três irmãos pra sustentar em casa, comendo polenta e feijão. Aí um dia apareceu um jovem: “ah, roubei um toca-fita”, “tá, mas como é que tu fez?”, “vendi, peguei tanto” – que era duas vezes o meu salário. Aí fui indo… Com 17 conheci os caras que assaltavam banco. E aí eu comecei a roubar. Comecei com pequenos postos bancários, essas coisinhas.
- Tua quadrilha tinha quantas pessoas na época?
- Sempre foram quatro. Eu perdi duas quadrilhas inteiras, morreu todo mundo em ações.
- E como se impõe essa liderança?
- Com inteligência, né? Uma empresa funciona da mesma forma: quando tu é um cara destacado, tu automaticamente vai assumindo um posto, sabe fazer muito bem aquilo e ninguém se preocupa. Na época dos meus delitos, eu sempre era um cara bem articulado, entendeu?
- E a vida na clandestindade?
- É muito cara.
- O que a faz custar tanto?
- É que tu não para em lugar nenhum, né? Tu tem que estar morando classe média-alta, num bom condomínio, num bom bairro. O aluguel é caro, tu não pode comprar o imóvel porque, se tu comprar, amanhã ou depois tu tem que botar tuas coisas pra dentro e sair.
*A entrevista completa poderá ser lida dentro de alguns dias na edição #1 do Jornal Tabaré.
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