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segunda-feira, 25 de julho de 2011
[cc] BIKE: UMA GUERRA DECLARADA
::txt::Ronaldo Lemos::
Nos EUA, moradores do Brooklyn estão processando a prefeitura para remover a principal ciclovia do bairro, para dar mais espaço aos carros. Ciclistas são atropelados em Porto Alegre e um ciclista de 68 anos morre atingido por um ônibus em São Paulo.
Existe uma guerra entre bicicletas e carros acontecendo no mundo todo. Só não percebe quem não quer. Nos EUA, moradores do Brooklyn estão processando a prefeitura para remover a principal ciclovia do bairro, para dar mais espaço aos carros. No Brasil, ciclistas são atropelados em Porto Alegre e em São Paulo um ciclista de 68 anos morre atingido por um ônibus. Na internet, videoprotestos feitos por ciclistas invadem o YouTube e conseguem rapidamente mais de 1 milhão de views (como esse aqui).
Não é a primeira vez que uma guerra como essa acontece. No começo do século passado, a luta era entre carros e pedestres, que andavam “juntos e misturados” nas ruas. Le Corbusier foi um bom cronista dessa luta. Como bom amante da velocidade, defendia arduamente os carros. Dizia que o problema era similar a um aquário: o peixe grande (o carro) sobrepõe-se ao pequeno (o pedestre). A solução para ele era simples: o aquário precisava ser maior para caber todo mundo. Surgia a cidade moderna, com suas ruas bem delimitadas, carros e pedestres separados. Deu no que deu: quanto mais o aquário cresce, mais peixes grandes aparecem. E a velocidade tão amada por Le Corbusier virou utopia.
“Carro é brega”
O movimento pelas bicicletas mostra a vontade de tornar a cidade mais humana. Grande parte do planejamento urbano hoje gira em torno de uma única questão: como acomodar mais carros? Nossas cidades estão viciadas nesse problema. E todo mundo paga o preço do vício. Se o movimento pró-bikes tem uma agenda, é repensar a ideia de desenvolvimento. Ao sacrificar um pouco de velocidade, todo mundo pode ir mais rápido.Vale para a cidade e para tudo mais.
Pedalar também está na moda. Caiu no gosto de hipster e fashionistas. Conheço gente que diz com todas as letras: “carro é brega”, simples assim. Afinal, andar de bike é um jeito diferente de flanar, de sair pelas ruas como quem participa de uma conversa. E aumenta a consciência fashion: quem pedala sabe como muitas roupas não funcionam no clima tropical. Flávio de Carvalho, o modernista que propôs uma nova roupa formal para o Brasil, iria gostar. Por tudo isso a bicicleta é hoje muitas coisas, dentre elas símbolo de gente livre e da busca por uma cidade melhor. Na luta entre carros e bicicletas, já escolhi meu lado.
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