#CADÊ MEU CHINELO?

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terça-feira, 21 de junho de 2011

[cc] PARTIDOS, JUVENTUDE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS DA INTERNET



::txt::Marcelo Branco::

Os jovens nativos digitais da sociedade em rede têm orgulho de ser brasileir@s, acreditam que o Brasil é o país do presente e concordam que têm um papel de transformar a sociedade. Se conectam mais com discursos coletivos do que individualistas e querem menos consumismo. Apenas 5% tem como objetivo ficar rico e sabem que podem trabalhar por uma causa coletiva e buscar seus sonhos pessoais ao mesmo tempo. Estes mesmos jovens, cada vez mais, vêem a Internet como ferramenta de mobilização e engajamento político e menos os partidos. [1]

Quantos jovens não votaram no Chile, na Espanha? Não achem que estes jovens não acreditam na democracia. Eles não crêem na democracia que oferecem a eles (…).” Eduardo Galeano na Praça Catalunya [2]

Quando eu divulguei esta pesquisa na rede, surgiram muitos questionamentos e diálogos vindos, principalmente, de militantes partidários: isso é positivo ou negativo? Acho isso tremendamente positivo e tentarei sucintamente colocar a minha opinião, já tuitada de forma pulverizada. Acontece que os jovens estão exigindo muito mais participação e democracia do que os partidos políticos e a democracia representativa os oferecem. Eles querem mais participação. Estão errados?

Os partidos e os sindicatos são organizações construídas com base na revolução tecnológica industrial. Foram, por longos anos, a única e a melhor forma de catalizar de forma coletiva os pensamentos e ideologias para uma ação política efetiva. Sozinho, ninguém chega a lugar algum, e isso continua valendo. Estas organizações mediam e intermediam a relação entre os diversos interesses individuais e coletivos, através do “programa”, e representam estes interesses junto à sociedade.

Os movimentos sociais em rede, pós-internet, são formados por indivíduos conectados em rede, que manifestam suas opiniões e movem suas ações na perspectiva do engajamento coletivo, sem a intermediação de qualquer organização. Aliás, a Internet veio para questionar o papel de todas as organizações intermediárias. A indústria fonográfica que o diga.

Acredito que as formas de organizações da era industrial e as organizações de indivíduos conectados em rede, típicas da sociedade em rede, conviverão. Uma não substitui a outra.

Mas é #fato que nos últimos anos, em todo mundo, os partidos políticos e os sindicatos têm tido menos capacidade de mobilização coletiva do que os movimentos sociais em rede. E isso não é somente porque os programas dessas organizações estão defasados ou que não contemplam os interesses dos coletivos. Atualizar os programas dos partidos é importante, mas não será o suficiente para engajar a geração atual na forma de organização hierárquica dos partidos. Estes jovens estão, cada vez mais, experimentando novas formas para organizar suas ações políticas coletivas, utilizando a plataforma da Internet como base. E isso tem dado resultado.

Há quase 12 anos, na manifestação chamada de N30, mais conhecida como a “batalha de Seattle” [3], através da Direct Action Network (ação direta em rede) possivelmente tenhamos inaugurado a era das mobilizaçoẽs 2.0.

Desde Seattle, passando pelas mobilizações do Fórum Social Mundial aqui em Porto Alegre, nas marchas contra as guerras do Bush-pai, nas manifestações anti-globalização neoliberal, com destaque para Gênova e Barcelona, até as recentes revoltas árabes e agora a #globalrevolution partindo da Espanha para toda Europa [4], comprovam a força das redes da internet para organização de grandes ações coletivas.

Não acredito que os partidos ou sindicatos estão descartados como forma de organização política. Acontece que agora existem NOVAS formas de organização política. As novas formas de organização social (indivíduos conectados em rede) e as velhas (partidos e sindicatos) vão conviver, mas como organizações distintas.

As velhas organizações não podem ter a pretensão de englobar ou cooptar as novas. Terão que conviver, lado a lado, mas cada uma com a sua dinâmica própria. As dinâmicas das redes são distintas das dinâmicas partidárias. Não há como enquadrar as dinâmicas em rede nas hierarquias partidárias. Nem é possível que um partido funcione com as dinâmicas horizontais e sem hierarquias como nas redes.

O sucesso das organizações da era industrial (partidos e sindicatos) foi justamente o de organizar as pautas e as lutas de forma hierárquica e aprovadas por maioria. Nas dinâmicas em redes, raramente há votações para hierarquizar as ações. Funciona por adesão voluntária. A proposta com maior adesão avança na prática e mobiliza. Assim tem sido as experiências da última década.

No entanto, as dinâmicas dos movimentos em rede ainda tem sido incapazes de estabelecer uma nova ordem. Pelo menos por enquanto. Os partidos sim, estabelecem uma nova ordem, assumem o poder e governam. Creio que no futuro teremos experiências de uma nova ordem a partir de dinâmicas sociais em rede. Vivemos uma transição da era industrial para a era das sociedades em redes. As velhas formas e as novas conviverão, mas são distintas formas de organizações. Aliadas? Antagônicas? Complementares?

O certo é que existe, neste momento, uma tendência e um potencial global democratizante, que questiona os limites da democracia representativa e que aponta para uma nova democracia participativa, tendo a internet como plataforma de mobilização e viabilização desta nova relação direta dos cidadãos com a democracia.

Acredito que a recente pesquisa, “o sonho brasileiro”, realizada entre jovens de 18 a 24 anos e que ouviu mais de três mil pessoas de 173 cidades do país, aponta dados extremamente positivos na perspectiva de transformação social.

Fontes:

[1]- Pesquisa “O sonho brasileiro”. Box1824 (agência especializada em mapear tendências de comportamento), e Instituto Datafolha.

- Quase 90% dos jovens têm orgulho de ser brasileiros, revela pesquisa
Geração “sonhadora” quer “oportunidade para todos” e menos consumismo
By Marina Novaes, do R7

- Jovens sonham e acreditam no Brasil By Ricardo Kotscho, do R7

- Pesquisa mostra que enquanto 59% dos jovens não têm preferência partidária, 71% consideram a internet uma ferramenta política By Naira Alves IG

[2] – Eduardo Galeano no acampamento de Barcelona

[3]- Seattle: uma década de ativismo 2.0 By #comunidadedigital das turmas e ex-alunos de comunicação digital da ESPM-RJ Turma 7A – 2009.2

[4]-Da #democraciarealya à #WorldRevolution By Marcelo Branco

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

[trombone] A GRANDE FALÁCIA POLÍTICA DA LEI DA AÇÃO E REAÇÃO

::txt::Fagner Marques::

Existe uma regra da física que se chama 'Lei da Ação e Reação'. Resumindo, ela afirma que toda ação causa uma reação de mesma força mas na direção contrária. Na prática é como se jogássemos, com toda a força, uma bolinha de borracha na parede e ela voltasse na nossa cara causando um hematoma. Em um sentido mais humano e positivo, poderíamos dizer que quanto mais gentileza demonstrarmos para com os outros, mais receberemos em troca.

Isto, é claro, num mundo ideal. E aí está o problema. A realidade não é assim (essa tal realidade. Sempre atrapalhando tudo). De qualquer forma, podemos ver as coisas pelo lado bom. Se alguém arremessar a tal bolinha de borracha na parede, muito provavelmente ela não acertará o atirador de volta. Ufa. Não comentarei sobre a questão dos sentimentos porque eles normalmente MACHUC zzzzzzzzzzzzzzzzz... ops.

Mas existe uma forma bem interessante de perceber como, na prática, a 'Lei da Ação e Reação' não funciona. A expressão-chave do momento é 'eleição parlamentar'. No Brasil existe algo chamado Congresso Nacional, você sabe, não é? É lá que se reúnem aqueles não sei quantos 'picaretas com anel de doutor' (Herbert Viana, te amo). São 513 deputados e 91 senadores, para ser mais exato. E é justamente entre esses cerca de 600 representantes do povo que se enxerga direitinho a falha dessa tal ação e reação.



Vamos supor que você, jovem engajado, que está entre os 2% dos usuários de internet que pesquisam sobre política na rede, tenha uma epifânia e descobriu que TODOS OS POLÍTICOS SÃO LADRÕES. Isso, é claro, te transforma num mentiroso ou mostra que ainda anseias por conhecer a Terra do Nunca e viver feliz para sempre ao lado da Sininho. Mas, também, te coloca na posição de sentar em uma mesa de bar, discursar sobre a situação política do Brasil e mostrar para todo mundo como tu és superior aos cerca de 70% de analfabetos funcionais brasileiros. Isso, é claro, partindo-se do ponto de que ninguém perceba que afirmar que 'político nenhum presta' é uma grande mentira. Eles existem. Acho que ainda não conheci nenhum, mas, para mim, é como um cristão acreditar em Jesus. É assim e ponto (ponto)

Mas ok. Suponhamos que nenhum dos companheiros de bebedeira perceba essa pequena mentirinha de nada. A discussão poderia ir para outros rumos: votar nulo como forma de protesto. Ou votar em um palhaço qualquer que decidiu se candidatar a uma vaga no Congresso. Como forma de protesto, também, é óbvio. Jogadores de futebol, apresentadores de rádio e tv, strippers atrizes e diretoras de espetáculos públicos, cantores, não me levem a mal, nem se ofendam. Falarei sobre um palhaço de verdade.

Francisco Everardo Oliveira Silva. Descobriu? O Tiririca, rapaz. O palhaço que tanto me alegrou na juventude e me fez cantarolar 'Clementina, Clementina/ Clementina de Jesus/ não sei se tu me ama/ pra que tu me seduz' na saída das aulas, decidiu mostrar que pode contribuir para o transformar o país em um lugar melhor pra se viver. Ele sabe ler e escrever - o que garante possibilidade de se candidatar - e não sabe muito bem o que um deputado faz - mas tem certeza que, com a equipe de assessores que possui, aprenderá e será um bom representante. Dito e feito. Nosso alegre palhaço está na corrida por uma vaga a deputado federal pelo PR de São Paulo.

Sinceramente, eu acho bonito. O Brasil deu um passo fundamental na democracia ao eleger um presidente do povo, de origem humilde e todo esse blablabla whiskas sachê que todo mundo já sabe. Nesta eleição, se eu fosse paulista, e soubesse que NENHUM político presta, deveria votar no Tiririca, não? Afinal, ele não é político (ainda, pelo menos). Bom, se você respondeu que eu NÃO DEVERIA votar nele, ganhou uma bola de futebol (ou uma Barbie comunista, se preferir).

Mas agora vem a pergunta que vale R$1 milhão. Por que diabos eu não deveria votar nele? Vou dar uma dica: pelo mesmo motivo que eu não votaria em jogadores de futebol, apresentadores de rádio e tv, atrizes e diretoras de espetáculos públicos, cantores e etc e tals. Se você responder que é porque eles seriam manipulados pelo sistema e, no fim das contas não serviriam para nada, você acertou uma partezinha inha inha da resposta. O que quer dizer que você errou. E perdeu a Barbie, também. Bom pra mim, não?

Enfim, vamos à resposta. Existe uma diferença entre as eleições para os cargos do Executivo e do Legislativo. Enquanto no primeiro a forma de escolha é majoritária, no outro é proporcional. Isto quer dizer que, ao votar, além de escolher o seu candidato, você também estará apoiando a legenda dele e, por tabela, todos os colegas que fazem parte do mesmo partido. E quanto mais votos uma legenda recebe, maior o número de legisladores ela tem o direito de eleger. Se eu, você e mais 1 milhão de eleitores votarmos no Tiririca (ou qualquer outro candidato das classes citadas acima) para mostrar que a política é uma palhaçada, mesmo, o partido a que eles pertencem aumentará muito o número de Deputados que poderá eleger.

Isso quer dizer que, mesmo com menos votos, essa catrefa de políticos que não presta poderá conseguir um lugarzinho na plenária da Câmara dos Deputados, na carona das celebridades. É o que se chama de efeito proporcional.

Então, antes de escolher qualquer um pela palhaçada, reflita um pouco. Mentira, reflita MUITO. Pese o seu poder nas urnas. Ele é grande. Por isso, analise os candidatos, pesquise o passado deles, as propostas, as coligações, o quanto eles realmente podem contribuir para o nosso país. Talvez você ache alguém que valha a pena acreditar e confiar. Não faça com que a bolinha de borracha acerte em cheio no teu olho. E, principalmente, não faça a si próprio de palha

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

HUMOR SIM, PRECONCEITO NÃO



::txt::Monsenhor Jacá::

Você lembra de George Orwell e de sua clássica obra A Revolução dos Bichos? Tem aquele trecho genial sobre a igualdade entre todos animais: "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros".



Hoje, no Brasil, quase vivemos revolução igualmente animal, comandada por nossos juristas e legisladores, porém que vivem às nossas custas.



Haveria neste país uma espécie "mais igual que os outros". Eles se chamam candidatos políticos. E sobre eles estaria proibido de se fazer humor. Você poderia fazer humor sobre médico, português, judeu, joãozinho, Galvão Bueno, prostituta, jornalista, jogador, pagodeiro, gay, corinthiano, argentino, Geisy, música sertaneja, maconheiro, ...



Enfim, você só não poderia fazer humor sobre os nossos queridos candidatos políticos. E qual explicação? Não sei! Devo ler O Rei está Nu em breve pra descobrir.



Como explicar esse facto? Por que candidato seria um ser superior, com direitos diferenciados tais quais não ser alvo de humor, charge, piada? Que espécie superior seria essa?



Como diria Arlei Arnt, proibir humor sobre política é a maior piada de todos os tempos. Mas ainda bem, estamos livres novamente pra debochar de vocês. Onde há circo, é preciso haver palhaços!



#ALGUNS DIREITOS RESERVADOS

Você pode:

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