#CADÊ MEU CHINELO?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

[bolo'bolo] TRICO

A Máquina do Trabalho tem um caráter planetário, portanto uma
estratégia bolo'bolo de sucesso tem que ser planetária desde o começo.
Nós-dysco locais, regionais ou mesmo nacionais nunca serão suficientes
para paralisar a Máquina como um todo. Ocidente, Oriente e Sul
precisam começar simultaneamente a subverter suas respectivas funções
dentro da Máquina e criar novas e construtivas antecipações. O que é
verdadeiro para os três tipos de trabalhadores a nível micro também é
verdadeiro para as três partes do mundo em nível macro. São
necessários nós-dysco- planetários. Deve haver tricomunicação entre os
nós- dysco: trico, o truque trico-planetário. Trico é dysco entre nós
ABC em cada uma das três maiores partes do mundo: os países
industrializados do Ocidente, os países socialistas, os países
subdesenvolvidos. Um nó- trico é o encontro de três nós ABC locais a
nível internacional.

Antecipações dos bolos podem ser feitas fora dos governos, longe de
organizações internacionais ou grupos de ajuda ao desenvolvimento. O
contato deve funcionar diretamente entre vizinhos, durante atividades
cotidianas de todos os tipos. Pode haver um trico entre a Praça de São
Marcos, no East Village de Nova York, o no 7 da Nordeste, em Gdansk,
Polônia, e a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro; ou então
Zurich-Stauffacher, Novosibirsk Bloco A-23 e Fuma, Ilhas Fiji. Esses
nós-trico podem ter origem em conhecimentos pessoais acidentais
(viagens de turismo, etc.). Aí podem ser multiplicados pela atividade
de tricos já existentes. O uso prático do nó- trico (e deve haver um)
pode ser bem trivial no começo: a troca de bens necessários (remédios,
discos, temperos, roupas, equipamentos), feita sem dinheiro, ou pelo
menos tão barata quanto possível. É óbvio que as condições para a
troca de bens estão longe de serem iguais entre as três partes do
mundo: num trico, o parceiro do Terceiro Mundo vai precisar de um
monte de matéria-prima para enfrentar a exploração do mercado mundial.
Comunidades do Terceiro Mundo também vão precisar de muito material
para a construção de uma infra-estrutura básica (torneiras, telefones,
geradores). De toda forma, isso não significa que um trico seja apenas
um tipo de ajuda ao desenvolvimento. Os parceiros estarão criando um
projeto comum, o contato será pessoa-a-pessoa, a ajuda será adaptada a
necessidades reais e baseada em relações pessoais. Mesmo nessas
condições, a troca
não será necessariamente unilateral. Trabalhadores A num nó-dysco
darão um monte de bens de consumo (porque têm muitos), mas obterão
muito mais em bens culturais e espirituais; vão aprender sobre estilo
de vida em lugares tradicionais, sobre ambientes naturais, sobre
mitologia, outras formas de relações humanas. Como já dissemos, mesmo
os mais miseráveis Negócios C oferecem algumas vantagens; em vez de
ameaçarmos nossos A-eus com as desvantagens dos outros negócios, vamos
permutar os elementos que ainda são fortes e valiosos.

Os nós-trico permitem aos nós-dysco-ABC desmascarar as ilusões mútuas
sobre seus negócios e apoiar a cessação do jogo-de-dividir da Máquina.
Dyscos ocidentais vão aprender sobre o cotidiano socialista,
livrando-se tanto dos vitupérios anticomunistas quanto da propaganda
socialista. Os parceiros do Oriente vão se descobrir desistindo de
suas fantasias impossíveis sobre o Ocidente Dourado, e ao mesmo tempo
ficarão mais aptos a se imunizar contra a doutrinação oficial em seus
próprios países. Os dyscos do Terceiro Mundo vão se proteger das
ideologias desenvolvimentistas, demagogias socialistas e
chantagem-via-miséria. E isso não vai ser impingido como um processo
educativo, mas será uma conseqüência natural da tricomunicação. Um
nó-dysco do Ocidente pode ajudar o parceiro do bloco soviético a
conseguir seu estéreo japonês (necessidades são necessidades, até
mesmo aquelas criadas pela estratégia de propaganda da Máquina). No
processo de trico-expansão, de trocas pessoais e de crescentes
estruturas de bolo'bolo, os desejos autênticos vão acabar
predominando. Danças e lendas do Daomé serão mais interessantes que
shows de TV, canções folclóricas da Rússia soarão melhor que os
jingles da Pepsi, etc.

A substrução de todo o planeta desde o começo é um pré-requisito para
o sucesso da estratégia que leva a bolo'bolo. Se bolo'bolo fica sendo
só o charme de um país ou região, está perdido; vai se tornar apenas
mais um impulso para o desenvolvimento. Na base da tricomunicação,
essas relações planetárias serão responsáveis pela desintegração de
nações-estados e blocos políticos. Como os nós-dysco, os nós-trico vão
formar uma rede substrutiva que paralisará a Máquina do Trabalho. Dos
tricos surgirão acordos de trocas (fenos), hospitalidade geral (sila),
novas regiões culturalmente definidas (sumi) e um ponto de encontro
planetário (asa'dala). A rede trico também terá que trancar por dentro
as máquinas de guerra dos países independentes, provando assim ser o
verdadeiro movimento de paz – simplesmente porque seu interesse
prioritário não é a paz, mas porque têm um bom projeto em comum.

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