# over12 #
Tupi or not tupi?
txt: Arlei Arnt
É bom começar esta postagem com a seguinte condição. Não sou defensor da Petrobrás, pelo contrário. Não acredito que ela pertença ao povo brasileiro, e sim a um pequeno e determinado grupo de pessoas que a controlam. Com certeza o petróleo não é nosso. Pronto. Agora estou livre de alguém querer me associar (como fez o twitter do José Serra, que nos agrediu durante coase uma hora) a defensor da empresa que processou o Paulo Francis (embora fossem outros dirigentes, embora fizessem a mesma cousa caso fosse hoje), mania infeliz que tomou conta aqui no Rio Grande do Sul. E que coalifico como censura.
Pois bem. Impossível defender a mídia no caso do blog da Petrobrás. Para quem ainda não sabe ou está por fora da coestão, jornais enviaram perguntas a assessoria de imprensa da empresa, e esta, através do blog recém criado, publicou as perguntas e as respostas antes dos jornais, obviamente, recortarem as respostas de acordo com o olhar "imparcial" dos editores.
Os jornais argumentam que "as perguntas, encaminhadas por escrito, são de propriedade do jornalista e do veículo a que ele representa". Cuma? Túlio Vianna, advogado de melhor espécie, cita pedaços da Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98), a mesma lei obsoleta que proíbe downloads, xerox, edições de fotos e remix. E não há na lei nenhuma menção a "propriedade das perguntas".
A Zero Hora de hoje seguiu o mesmo caminho de seus amigos do centro do país. Como não leio esse panfleto de coarta catigoria, fiquei sabendo pelo post de hoje do pessoal do Jornalismo B. Ale Lucchese foi sábio: "Quer dizer que fazer uma coletiva de imprensa e deixar a porta aberta ou transmitir ao vivo é antiético?"
Pense conosco leitor. Imagine que neste momento há uma entrevista coletiva, ao vivo, com Kaká falando de sua contratação junto ao Real Madrid. O repórter da Rede Globo faz uma pergunta. Pela visão desses jornais, ninguém mais pode transmitir a pergunta, propriedade do repórter da emissora, e nem podem transmitir a resposta, pois a emissora ainda não editou a resposta. Eu vejo e não morro tudo.
O que a Petrobrás fez foi de uma utilidade a opinião pública até então jamais vista neste país. O blog da empresa é mais um argumento a meu favor sobre se blog é jornalismo ou não. É claro que é! Eis a prova que um blog pode ser mais importante ao jornalismo do que os próprios jornais.
Ah, por falar em Petrobrás, lembra-se da CPI. Ora, com a "credibilidade" que nosso Congresso Nacional tem, sempre será assim: se a Petrobrás é culpada, a situação seguirá dizendo que é inocente; se a Petrobrás é inocente, a oposição seguirá afirmando que é culpada.
Até a próxima, cágados e pombas. Estou com fome. Sinto cheiro de pizza. Eu ia perguntar: "quer um pedaço?". Não vou mais, essa pergunta já tem dono.
Nenhum comentário:
Postar um comentário