# agência pirata #
“Embaixada da Pirataria” atacada pela Guarda fiscal italiana
txt: Miguel Caetano
É sabido que as relações do país de Berlusconi com o Pirate Bay são pouco ou nada amistosas. Daí que as autoridades italianas tenham aproveitado a estada do “Gabinete de Pirataria” ou Piratbyrån em Veneza para fazer uma visita surpresa. A operação decorreu no domingo passado à tarde, o mesmo dia em que os eleitores suecos concederam pelo menos um eurodeputado ao Partido Pirata (PiratPartiet).
A Guardia di Finanzia (equivalente à guarda fiscal portuguesa) decidiu invadir a SALE, um dos espaços da Bienal de Veneza destinados a alojar os “projectos colaterais” do evento. Entre estes projectos encontra-se a “Embaixada da Pirataria” (Embassy of Piracy). Os oito ou nove agentes de autoridade fecharam as portas, expulsaram todos os visitantes que se encontravam no interior das instalações e forçaram os quatro embaixadores que estavam naquela altura presentes (Carrie Roseland, Kristin Eketoft, Palle Torsson e Tobias Bernstrup) a mostrarem os seus passaportes e documentos de identificação.
De acordo com o que os “embaixadores” referem no seu blog, os guardas não viram com bons olhos a presença de uma representação diplomática do Pirate Bay em Veneza. As primeiras palavras que proferiram foi: “Não podem ter aqui o Pirate Bay.” Os fiscais estavam à espera de encontrar material ilegal mas depois de inspeccionarem as pirâmides de papel, balões, um computador velho e textos apresentados no âmbito da exposição, lá acabaram por se retirar.
Até ao momento, nenhuma das obras expostas foi confiscada e apenas um dos responsáveis pela SALE foi levada para a esquadra da guarda fiscal, tendo sido sujeito a um interrogatório de curta duração. Para Rasmus Fleischer do Copyriot (tradução Google Translator) não há dúvidas: tudo não passou de uma tentativa falhada de censura política.
Foi a Guardia di Finanzia que em Agosto do ano passado bloqueou o acesso dos utilizadores italianos ao Pirate Bay, tendo mesmo chegado a redireccionar o URL do site para uma página controlada pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). Menos de um mês depois, o bloqueio foi considerado ilegal. No entanto, os administradores da Baía dos Piratas continuam a correr o risco de enfrentar um julgamento no país de Silvio Berlusconi.
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