# águas passadas #
, como ele gosta de ser chamado
txt: Tiago Jucá Oliveira, vulgo Jajá
ilstrçs: Nelson Azevedo e Monty Pellizzari
A redação da Arca recebeu a visita de um dos melhores trafí da city. Mió per que o bagulho quase sempre é da massa e per que o preço é camarada. Madureira, como ele gosta de ser chamado, conta que o baixo preço se deve per que ele mesmo é quem vai buscar na república Guarany. E, per causa disso, ele acaba repassando diretamente aos clientes sedentos por uma boa causa. Madureira, como ele gosta de ser chamado, explica que o preço é baixo não só per causa da ausência de intermediários, pero que sin és un hombre ousado. De acordo com que nos conta, Madureira, como ele gosta de ser chamado, não molha a mão dos porcos que patrilham a up town. Ele parla que recebe ameaças dos porcos e que até seu fone já foi grampeado.
Pero que los riscos que el hombre corre são maiores, arriégua! Seus concorrentes no milionário world of the traffic têm inveja de Madureira per que ele acaba lucrando muito. Óbzio, né: é a massa, não tem intermediários, não tem choro pros porco e o preço é super camarada. Mas a inveja tem seu preço también: Madureira, como ele gosta de ser chamado, lembra que um carro, com seis cabeça dentro, ficou rodeando ao redor de sua baia uma madrugada inteira. Deu um pavor no loco, tanto é que ele pegou os cria e sumiu per uno bom tempo: “achei que ia durmir de sapato e palitó! Sabe, assim de pezinho juntinho um com o outro, fera?”
Madureira, como ele gosta de ser chamado, conta histórias incríveis da república Guarany: “Jajá, imagina essas imensas lavouras de mandioca. Sabe, eu tive numa lavoura lá no Guarany, mas era de baura. Cara, os pés eram de dois metros de altura. Eu fiquei perdido naquela mata verdinha e cheirosa. 30 conto o quilo, imagina Jajá, imagina só.” Seus olhos brilham quando lembra da enorme plantação de baura. Pergunto como foi trazer a bagulhada até São Pedro e ele me responde toda a falcatrua: “Bah, da fazenda até a divisa de Guarany com São Pedro passei por uns dez postos policiais guaranis. Em cada posto eu deixava uns 50 conto. Eles nem revistavam o caminhão.” Na real, a miséria da república Guarany é tão grande que o achaque diário corresponde a muito mais do que ganha um policial por mês. “Não tem como não se corromper”, afirma Madureira, como ele gosta de ser chamado.- MAS BAH!
Fomos atrás de pessoas que consumiram a massa do Madureira. Titichong é um jovem que usou a dita cuja: “Ô meu, enrolei o lance numa borracha, tá loco, é o bicho, mesmo, hein! É o melhor béq de São Pedro”, sorri Titichong de zoio vermeio. Outro jovem, o Sem Malandragem, relata como ficou após dar uns tapa no veneno: “Caramba, cremei uma baga e fui pra baia. Aí comecei a dançar, mas bem depois é que eu me dei conta que o som tava desligado.” A massinha acabou recebendo vários apelidos, tipo: genérico, semi skank, meu querido, primo, da arca, american airlines, mas bah!
Um comentário:
Do verdim madureira
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