#CADÊ MEU CHINELO?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

BNEGÃO

# águas passadas #

BNegão enxuga o gelo

(entrevista realizada em 2006)

Ele está fora da mídia, não toca na Jovem Pan, não aparece no programa do Faustão e não toca no Planeta Atlântida. Mesmo assim, tem um disco que vende bem aqui e na Europa, e é convidado por vários artistas pra compor e gravar junto. Este é BNegão, ex-vocalista do Planet Hemp e do Funk Fucker, atualmente em carreira solo com os Seletores de Freqüência, além de comandar o Turbo Trio, sua nova experiência sonora. Ao lado de Totonho e do Mombojó, foi um dos pioneiros no Brasil a liberar para download na internet todas as faixas do CD "Enxugando o Gelo". Você pensa que ele perdeu com isso? Mas que nada! Depois de três anos continua sendo um dos 20 álbuns mais vendidos pela distribuidora Tratore e seus fãs pela Europa só cresceram graças ao mp3.

txt: Tiago Jucá Oliveira
pht e vd: Guilherme Carlin


Pow cara, tu já abraçou diversas bandeiras, como legalização da maconha, música livre e agora é o movimento anti-jabá...

... to sempre incomodando eles, hehe.

Pois como está esta parada do Jabasta, que é o movimento contra o jabá?

O movimento anti-jabá está ganhando corpo, botando a cara a tapa, porque a galera que tem exposição na mídia não mete a colher porque fica bolado com retaliação ou alguma coisa. Você tem que se desapegar de tudo, é muito mais fácil você se lascar do que a parada acontecer, mas só que é necessário a parada acontecer, colocar pra discussão. Pois do jeito que está não tem como ficar. Tem uma galera que é independente e todos passando por momentos absurdos, que não era pra ser isso. São várias rádios, e rádio é concessão pública. Então nego tem obrigação de tocar produção nacional. São concessões políticas, que neguinho vai dando pra um e pra outro, e aí faz um comércio da rádio dele. Comércio tem que ser no comercial, já diz o nome: comercial, na hora do intervalo. E ainda dão a desculpa covarde que a parada não tem qualidade. Então as paradas que tocam no mundo inteiro e não tocam aqui não tem qualidade pra cá, sacou. A qualidade no Brasil é medida pela grana. Aí chega a um ponto que Nação Zumbi não tem qualidade, Ivan Lins que ganhou um Grammy e é um cara considerado no mundo todo não tem qualidade, JT Meirelles não tem qualidade, Moacir Santos não tem qualidade, Mundo Livre S/A não tem qualidade. Só tem qualidade as 10 bandas que tocam no rádio. São pagas pelas multinacionais pra tocarem. Além de ser ruim pra quem ta ouvindo, é ruim pra economia, porque são 10 bandas que estão sugando até o último pingo de gota pra lucrar pra caralho, poderiam ser 100 bandas, ou milhares, que nem é fora do Brasil. Se fossem só 10 bandas no Japão ou na Inglaterra, eles iam quebrar. A visão estreita do capitalismo selvagem faz essa situação e a gente vai jogar essa areia no olho pra seguir incomodando.



Você liberou seu CD “Enxugando o Gelo” para download. Quais conseqüências desse ato?

Vou te dar dois exemplos práticos: o medo da galera liberar a parada é a coisa interferir na venda. Eu botei o disco dois meses depois no Copyleft (trocadilho com copyright, copyleft pode ser traduzido para “deixe copiar”), que é o pai do Creative Commons, eu não tinha esta licença ainda. Desde sempre está no top 20 dos mais vendidos da Tratore, uma distribuidora que tem vários títulos. Sem contar a parte da Europa, nossos maiores cachês e nosso maior público estão lá hoje em dia, graças a situação ridícula do jabá. Na Europa existe o jabá também, a grande diferença é esta, não é que não tem jabá lá fora, tem, mas só que tem também. Aqui é só isso, oito ou oitenta, ou tem ou morre. Na Europa a gente toca pra mil pessoas em Londres, duas mil em Barcelona, tocamos no Roskilde Festival da Dinamarca, com cachês grandaço. Se juntar tudo que a gente ganhou em 2003 não dá metade do que ganhamos lá. A gente ta fazendo shows no circuito médio, não estamos fazendo no circuito mainstream e nem no circuito punk. Tocamos no Scotch Club em Barcelona pra duas mil pessoas, e a galera do lugar sabendo as músicas. E não era pra colônia brasileira, porque os brasileiros lá fora tão mais ligados em parada que toca na rádio, hit, pra lembrar do Brasil. E a gente não tem hit nenhum em rádio, haha, neguinho não vai nem conhecer.

Sua obra está aberta para obras derivadas? Em 2005 você participou da trilha do Narradores de Javé, composta pelo DJ Dolores, e modificada por vários artistas.

Ela vai ser aberta. Isso é maneiro pra ver onde vai dar. A diferença em relação ao DJ Dolores é que ele escolheu a galera. Essa parada de deixar aberta é que tudo pode acontecer. É legal isso, internet é mais ou menos isso, eu não sabia se ia atrapalhar a venda, se ia tocar na Europa. Eu acreditei na parada e seja o que Deus quiser. Isso é importante, tirar a moldura do quadro o máximo possível, deixar a pintura ir até onde tiver que ir, pois um quadro a moldura limita. Eu não quero mais saber de expectativa nem de porra nenhuma, seguindo o preceito budista de não expectativa, a parada me levou a lugares que nunca imaginei na vida. To fazendo show com quase todas minhas influências. Fiz dois shows com Chuck D, tocando com o Public Enemy no palco, fiz show com Tony Allen e gravei com ele, batera do Fela Kuti, o cara que inventou o afrobeat. Aqui no Brasil toquei com João Parahyba, do Trio Mocotó. São caras que estão no meu DNA musical. Tudo isso porque tirei a moldura do quadro, sem se limitar. Você tem que deixar fazer o seu trabalho e deixar a parada fluir.



para baixar o álbum Enxugando o Gelo:

www.midiaindependente.org/pt/red/2004/06/283492.shtml

para baixar o clip A Dança do Patinho:

www.midiaindependente.org/pt/red/2004/09/290991.shtml

para ouvir o Turbo Trio:

www.myspace.com/turbotrio

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

HUMAITÁ PRA PEIXE: Vídeos

# O DILÚVIO e Tuba do Pindzim - cobertura conjunta do festival carioca #

vd: Pindzim

FINO COLETIVO



SUPERGUIDIS



FRANK JORGE



MAQUINADO



SONGORO CONSOGO



MANACÁ



=

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

HUMAITÁ PRA PEIXE: FINO COLETIVO

# O DILÚVIO e Tuba do Pindzim - cobertura conjunta do festival carioca #

Aperte o fino ae!

txt e video: Pindzim
pht: divulgação


Banda que conquistou o público carioca em apresentações ao vivo, o Fino Coletivo faz um som baseado no balanço. Pitadas de samba rock, reggae, batidas funkeadas que são um convite à dança. Talvez por isso, o começo do show foi morno. Com o público confortavelmente acomodado nas cadeiras da Sala Baden Powell, os músicos no palco pareciam pouco a vontade, sem a resposta a que estavam acostumados em suas temporadas cariocas. Gritos da platéia como "aperta o fino que o fino é coletivo" foram a senha para que o público começasse a se soltar definitivamente. Já era a parte final da apresentação e somente na última música, o sucesso "Tarja Preta/Fafá", e no bis todo a platéia entrou em sintonia com a música e se levantou para dançar em celebração.


Como saldo final do Humaitá pra Peixe, vale a consideração de que o ganho acústico que o festival obteve com a mudança do Teatro Sérgio Porto para a Sala Baden Powell teve o efeito colateral de tornar mais frias todas as apresentações - e o Fino Coletivo, especialmente, assim como o Manacá, sofreu bastante com isso. Coisa que só acontecia no aquário original do Humaitá quando o artista realmente não conseguia estabelecer qualquer empatia com o público. Porém, deixemos as considerações finais sobre a edição 2008 para depois de quinta-feira, quando Quito Ribeiro encerra definitivamente o festival.

Por hora, fiquem com a reportagem sobre o Fino Coletivo, no alto desta página ou na própria Tuba do Pindzim.

sábado, 26 de janeiro de 2008

HUMAITÁ PRA PEIXE: SUPERGUIDIS

# O DILÚVIO e Tuba do Pindzim - cobertura conjunta do festival carioca #

Banda de Guitarras

txt e video: Pindzim
pht: divulgação


Após um show consagrador no Humaitá pra Peixe, a gurizada do Superguidis revelou quais são os planos da banda para 2008: compor novas músicas para um futuro disco, a ser lançado em 2009, gravar um clipe e continuar tocando pelo Brasil para conquistar novos fãs. O foco é a música. Nunca os eventuais benefícios que uma carreira de sucesso poderá proporcionar aos integrantes. Ao apresentá-los, Bruno Levinson, o idealizador e produtor do Humaitá pra Peixe, apostou que este é o ano em que a banda vai estourar. Talvez, "num futuro próximo, ou distante", conforme as palavras do guitarrista e vocalista Andrio Maquenzi. Enquanto isso, atividades rotineiras, como as aulas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o serviço, compõem a nem tão amarga sinfonia dos futuros superstars. Retire-se o super e temos as mais brilhantes estrelas da nova geração do rock gaúcho. Abandonadas as velhas piadas internas, fica-se apenas com o sotaque e uma dúvida: cabe a eles este maldito rótulo? Definitivamente, não é o mais apropriado. Troque o simbolismo da bombacha pela literalidade de guitarras que se chocam e se completam ao estudar-lhes a genealogia. O baixo e a bateria compõem uma cozinha discreta e reta, base sólida para os devaneios elétricos de Lucas e Andrio. As letras funcionam, às vezes ingênuas, tangenciam o humor, sem abuso, versando sobre temas comuns àqueles que se encontram no vácuo entre a adolescência e a vida adulta. Trabalham para adestrar a anarquia guitarreira, mas não adianta. Traduzindo livremente uma expressão comum ao pop internacional, o Superguidis é uma "banda de guitarras".

Perto demais das capitais

Um público fiel foi conquistado entre os gaúchos através de apresentações ao vivo, do boca-a-boca e das plataformas virtuais, com pouco auxílio das velhas e desgastadas mídias. Não que eles as desprezem. Elas é que não estão conseguindo se adaptar à velocidade das renovações. O circuito de festivais independentes, aliada à divulgação via internet, tem aproximado o Superguidis de um público mais amplo em território nacional. A repercussão de uma recente apresentação no Acre ainda causa surpresa e sensação, mas a banda não tem urgência em impor sua dominação sobre outras terras. Ou pelo menos não tem planos imediatos de abandonar o rincão natal. Pretendem construir uma carreira nacional mantendo em Porto Alegre a sua base. Ao contrários de seus "antepassados do rock gaúcho", os integrantes do Superguidis acreditam estar perto demais das capitais. São mesmo outros tempos. Bem-vindos sejam!

Confira o vídeo reportagem com o Superguidis, no alto desta página ou na própria Tuba do Pindzim.

#ALGUNS DIREITOS RESERVADOS

Você pode:

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