#mandachuva
Último dia de Feira arrebenta a pau
txt: Tiago Jucá Oliveira
Depois de duas ótimas noites de shows, e uma que foi uma porcaria, a Feira encerrou com chave de ouro: (pela ordem) Maracatu Estrela de Ouro, Funkalister, Frank Jorge, Fruet e Os Cozinheiros, Monobloco, Frank Jorge, Fruet e Os Cozinheiros novamente e, por último, uma banda imporvisada comandada por Otto e Fruet. Difícil falar detalhadamente de todos os shows, mas tentarei dar uma breve noção.
Maracatu Estrela de Ouro
Banda que é o próprio folclore nacional. Vivo e ao vivo. No meio da multidão, que acompanhou o grupo após um arrastão pela beira do Guaíba. O cantor improvisou rimas de todo tipo, inclusive uma sobre o jogo Grêmio e Corinthians, na qual tirou uma onda do timão paulista.
Funkalister
Cansei de ouvir a respeito, mas não conhecia o som dos cara. Uma big banda fantástica, com diversos nomes conhecidos da música gaúcha, como Mateus Mapa e Leonardo Boff. O nome já diz tudo: é funk, mermão, daquele jeito setentista. Próximo show eu to lá.
Fruet e Os Cozinheiros
Uma das melhores bandas da nova safra da música nacional, formada por talentoso instrumentistas. Fruet vai se firmando como compositor. Um show sereno, temperado na cozinha quente de André e Brawl. Tem disco novo no final do ano, me disse Fruet.
Monobloco
Alegria. O melhor show da Feira. É baile, todo mundo dança, todo mundo canta, exceto eu, sem voz e sem pernas pra última noite de festa. Quem já foi num show da Orquestra Imperial pode imaginar o que é o Monobloco. É diversão garantida, com versões super dançantes pra Tim Maia, Jorge Ben, Salgueiro, Cazuza, Zeca Pagodinho, MC Marcinho. "Era só mais um silva que a estrela não brilha/ Ele era funkeiro mais era pai de família". O show do ano.
Frank Jorge, Fruet e Os Cozinheiros, Otto e Bactéria.
As surpresas da noite foram noticiadas em off, por debaixo dos panos. Havia uma festa preparada somente a convidados, no Porão do Beco. O convite, disputado pelos que iam descobrindo a notícia da festa, trazia somente o nome "DJ Lucho e convidados". Diziam que era Otto e Frank, depois já era Monobloco e Julio Reny. Aos poucos tudo vinha a tona.
Frank Jorge abriu a noite sozinho, ele e sua guitarra. Cantou meia dúzia de clássicos de sua importante obra, relembrou um Roberto Carlos, brincou com a platéia e vazou.
Tudo o que disse antes sobre o show do Fruet e Os Cozinheiros poderia repetir aqui. Mas acrescento: o show do Porão tava mais tri. Talvez o clima menor e chapado do lugar colabore pra bandas ainda sem muito apelo popular.
Por fim, uma banda sem nome e sem ensaio sobe ao palco. Um pouco antes, bati um papo com o Bactéria e perguntei se haveria show dele e do Otto. Ele disse que estavam cansados, o Otto sem voz. "Poi zé, Simpson, tem um monte de gente aqui que veio assistir vocês". "Sério?!", pergunta ele espantado. Pouco depois a banda se forma no palco: Otto e Fruet nos vocais, mais o baterista André Lucciano e o guitarrista Nicola Spolidoro, ambos dos Cozinheiros, Bactéria nos teclados, o filho do Giba Giba no chocalho e mais uns quatro caras que infelizmente não conheço, mas que tocam bem. Improviso total, música emendada atrás de música, um passeio em covers de Jorge Ben, Nação Zumbi, Tim Maia, Funk Como Le Gusta, Wilson Simonal e até do próprio Otto. Um final perfeito!
#CADÊ MEU CHINELO?
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segunda-feira, 17 de maio de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
O TERNO SAIU DO ARMÁRIO
#over12
Nada como um dia após o outro dia
txt: Arlei Arnt
Preciso concordar com o Monsenhor. Nei Lisboa e O Teatro Mágico como atração de alguma coisa só tem uma explicação: é artista bancado pelo Partido. "Tremula minha bandeira aqui, que eu te ponho no palco acolá".
Mas ontem a cousa merolhou (sim, eu escrevo assinzis mesmo). A noite começou com Coco Raízes de Arco Verde. Ouvi de longe, no desgustar das cachaças. O grupo é ótimo! Depois tivemos um dos melhores shows da Feira, talvez o melhor. Num mesmo palco: Frank Jorge, Jimi Joe, Wander Wildner, Júlio Reni, Alemão Birck e mais um que a cachaça tapou a visão. Os clássicos da música gaúcha desfilado pelos nomes que infelizmente não tem a atenção devida dos cadernos culturais do centro do país. Tanto aqui como lá se olha demais pro próprio umbigo. Perdemos nós ouvintes viciados em cultura. A gente não conhece o fulano dali, eles não sabem quem é o beltrano daqui. Wander foi fantástico: "precisa vir alguém de fora pra fazer algo aqui no Cais do Porto". Uma prefeitura há 24 anos dominada pelo mesmo partido dá nisso.
A night encerrou com outro show legal. Otto, com participação de Lirinha e seu pacote de farinha. O galego teve que puxar o ex-Cordel pelos cabelos: "microfone tá aqui, fera". Nos teclados, outro maluco: Bac Simpson (não tenho certeza, mas acho que saiu do mundo livre s/a). Enfim, um campeonato pernambucano de doideira. E Lirinha ganhou a louca taça com rodadas de antecedência. Ah, o show. Tava cacildiz. Mas no fim senti que "naquela mesa tá faltando ele", o galego volta pro bis junto com o Nelson Gonçalves. Se estivesse vivo, não ia sobrar nada pro Lirinha. E hoje ainda tem Monobloco. Fui!
Nada como um dia após o outro dia
txt: Arlei Arnt
Preciso concordar com o Monsenhor. Nei Lisboa e O Teatro Mágico como atração de alguma coisa só tem uma explicação: é artista bancado pelo Partido. "Tremula minha bandeira aqui, que eu te ponho no palco acolá".
Mas ontem a cousa merolhou (sim, eu escrevo assinzis mesmo). A noite começou com Coco Raízes de Arco Verde. Ouvi de longe, no desgustar das cachaças. O grupo é ótimo! Depois tivemos um dos melhores shows da Feira, talvez o melhor. Num mesmo palco: Frank Jorge, Jimi Joe, Wander Wildner, Júlio Reni, Alemão Birck e mais um que a cachaça tapou a visão. Os clássicos da música gaúcha desfilado pelos nomes que infelizmente não tem a atenção devida dos cadernos culturais do centro do país. Tanto aqui como lá se olha demais pro próprio umbigo. Perdemos nós ouvintes viciados em cultura. A gente não conhece o fulano dali, eles não sabem quem é o beltrano daqui. Wander foi fantástico: "precisa vir alguém de fora pra fazer algo aqui no Cais do Porto". Uma prefeitura há 24 anos dominada pelo mesmo partido dá nisso.
A night encerrou com outro show legal. Otto, com participação de Lirinha e seu pacote de farinha. O galego teve que puxar o ex-Cordel pelos cabelos: "microfone tá aqui, fera". Nos teclados, outro maluco: Bac Simpson (não tenho certeza, mas acho que saiu do mundo livre s/a). Enfim, um campeonato pernambucano de doideira. E Lirinha ganhou a louca taça com rodadas de antecedência. Ah, o show. Tava cacildiz. Mas no fim senti que "naquela mesa tá faltando ele", o galego volta pro bis junto com o Nelson Gonçalves. Se estivesse vivo, não ia sobrar nada pro Lirinha. E hoje ainda tem Monobloco. Fui!
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
OTTO e BNEGÃO
# conection #
Brasil Rural Contemporâneo
txt, phts n vds: Júnior Godim
Choveu o dia todo, o lamaçal na porta da bilheteria da feira não era muito convidativo, mas valeu chegar na Marina da Glória, local da feira Brasil Rural Contemporâneo (sobre o qual eu falo mais tarde). A Marina é muito legal, com vista pra Baia de Guanabara e tal, mas pra chegar lá a pé é uma batalha. Falam muito sobre sustentabilidade, redução de emissão de carbono, etc., mas fazem uma feira que só se chega de carro...
Essa feira já acontece desde o ano passado, mas nunca tinha me despertado o interesse. Achei que era uma feira de negócios, ainda mais quando vi a logo do Ministério da Agricultura, me deu preguiça de ir. Preconceito puro: uma estrutura gigante, com uma decoração bem bacana, com produtos de todo país (desde roupas até comida, passando por móveis, cachaças, artesanatos) e mais um monte de coisas que não tive tempo de ver. Muito legal mesmo, ano que vem vou checar melhor.
Além do preço ser bem acessível (R$20,00, com meia entrada), o local dos shows (PALCO MULTICULTURAL), era digno de show gringo – iluminação de primeira, som potente, telões de led e edição de vídeos ao vivo, impressionante. Nem o Tim Festival, que cobrava pelo menos 5 vezes mais, tinha essa estrutura.
Os Seletores de Frequência começaram tocando uma base de funk 70, tipo blaxploitation, quando entra o Bnegão no palco com uma guitarra, fala com a galera e manda Funk (Até o Caroço). A banda é foda! Naipe de metais, uma batera fuderoso, percussão, guitarra, baixo estalando no peito, o show não podia ter começado melhor. Seguiram tocando seus clássicos com várias novas bem bacanas, que me pareceram mais pop que o primeiro disco e lembraram bastante o Funk Como Le Gusta. Bnegão até brincou, dizendo que o “segundo disco lendário vai sair em março, nas bancas, com um preço justo, pra não furar o bolso de ninguém”. Vamos esperar.
O primeiro convidado foi Totonho, de quem não sou fã, e cantaram “Tudo pra ser feliz” e “Segura a Cabra”, música de Genival Lacerda, com participação de Chico Correa nos beats eletrônicos, o que deixou a música melhorzinha. Depois entra Siba, ovacionado pelo público, e tocaram “Será”e “Toda Vez Que eu Dou Um Passo O Mundo Sai Do Lugar”. Foda! O público veio abaixo, com muita gente cantando junto. O que me fez pensar na hora: de onde esse povo conhece essas músicas, já que a mídia de massa o ignora completamente? Mas não era hora pra tese-cabeça.
O último convidado foi Lirinha, também ovacionado, com recepção de popstar por parte de algumas meninas, e tocaram “Pedra e Bala” e “Chover”, que virou uma samba-reggae-pesado meio estranho, mas divertido. Tem algumas músicas que ficam piores sem a banda original, fica faltando peso, e as do Cordel são dessas. No final todos entraram pra cantar o verdadeiro “hino nacional, com 509 anos de existência”, a Dança do Patinho. Final apoteótico, que Bnegão emendou num beatbox e o naipe de metais tocou “Minha jangada vai sair pro mar...”. Clássico! (veja o vídeo)
Depois teve uma tentativa de show de Naná Vasconcelos com alguns grupos folclóricos de caboclinho e maracatu que participaram da feira, que virou mais uma intervenção que show propriamente dito. O Naná, apesar de ser gênio, não conseguia se entender muito bem com o povo dos grupos, que pareciam meio deslocados naquela estrutura de show.
Otto entrou tocando “Filha” (assista ao vídeo), do novo “Certa manhã acordei de sonhos intranqüilos”, com a Jambro Band detonando no som. Também, uma banda que conta com Pupillo, Catatau e Bactéria não precisa de muito esforço. Tocando mais algumas novas e dos discos anteriores, o rebolativo Otto parecia bastante feliz, já que segundo ele “tem 5 ou 6 anos que eu não toco aqui, na cidade da minha filha”. O show só não foi melhor porque ele começou a beber muito uísque e meio que se perdeu um pouco, falando muito entre uma música e outra, e coisas sem sentido, ameaçando fazer striptease, gritando no microfone... Uma pena, por que como já escrevi, a estrutura do lugar era muito boa, tinha tudo pra ser tão bom quanto o Bnegão.
Os convidados do Otto foram: Maciel Salú, Danni Carlos e Lia de Itamaracá, que entrou no palco parecendo uma entidade africana, linda! Tocaram várias cirandas com Maciel tocando rabeca, mas como Otto já tava bêbado, ficou meio de qualquer jeito.
Danni Carlos, que cantou “Crua” e quase estragou a música, proporcionou um momento pitoresco na platéia: um grupo de 5 homens, que tomavam cachaça (bebida oficial, já que era vendida na feira), pareciam que tinham caído de para quedas naquele show. Eu acho que eles vieram pra feira de alguma cidade do interior, pelas roupas e pelo jeito como se comportavam: só andavam juntos, sempre bebendo, quando viam uma mulher dançando iam azarar em grupo e com pique de procurar briga. Como Otto dançava e rebolava no palco, começaram a rir e tirar sarro do show, até que Danni Carlos (leia-se “A Fazenda”) entrou. Os cinco foram pra grade, atropelando umas meninas que estavam lá, e ficaram estáticos, tirando foto com o celular e quase babando pela “celebridade” que apareceu. Foi ela sair do palco que eles saíram da grade.
A noite terminou com mais chuva, mais lama, e eu pensando que shows assim, com estrutura bacana e preço justo deveriam acontecer com mais frequência.
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