# agência pirata #
Músico furioso por ver um dos seus vídeos removido do YouTube
txt: Miguel Caetano
É verdade que nos moldes dos contratos discográficos tradicionais, os artistas não controlam verdadeiramente o seu trabalho mas sim a editora ou a entidade que representa os interesses das discográficas do seu país. Mas mesmo assim, é sempre desconfortável quando um músico vê um videoclip de um tema ser magicamente removido do YouTube.
Foi o que aconteceu com o britânico Calvin Harris, que mantém um contrato discográfico com a Sony Music Entertainment. Ontem, Harris descobriu que o vídeo do seu tema “Ready For The Weekend – Original Mix” foi eliminado pelo site de partilha de vídeos da Google após uma intimação enviada pela British Phonographic Industry (BPI).
Segundo a associação que representa os interesses das grandes editoras no Reino Unido, o vídeo encontrava-se em violação dos direitos de autor. Contudo, a verdade é que o clip foi filmado e gravado pelo próprio Harris. Assim que descobriu que tinha sido a BPI a responsável pelo sucedido, o músico decidiu lançar uma série de impropérios contra a organização através da sua conta no Twitter.
Chegando a apelar à utilização em massa dos sites de torrents, Harris afirmou que “a BPI é a pior organização alguma vez criada à face da terra” e chamou de “atrasados mentais” todos os seus funcionários. O artista londrino ameaçou mesmo entrar pela janela adentro dos escritórios da BPI com um jipe de tracção às quatro rodas. Mais tarde, Harris admitiu que se deixou levar pelo calor do momento e pediu desculpa a todos os funcionários da BPI que não são atrasados mentais.
E parece que todo este escarcéu acabou por dar resultado: para além do incidente ter sido noticiado pelo TechCrunch e pelo ArsTechnica, não demorou muito para que o vídeo voltasse outra vez a estar disponível online. Segundo a BPI, a remoção ficou a dever-se a um “lamentável acidente” em que o vídeo de Harris foi incorrectamente parar a um lote de outros vídeos a remover. A organização pediu desculpas ao músico mas não me parece que ele tenha aceitado lá muito bem a situação.
Se fosse no meu caso, não aceitaria. Estas entidades apenas actuam da forma como actuam porque se parte do pressuposto que elas agem em nome do criador. Mas não raras vezes o passado recente tem vindo a demonstrar que elas acabam muitas vezes por agir contra a vontade deste. Quando é que isto acabará?
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