::txt::Monsenhor Jucá::
Começo dos anos 90, auge de minha adolescência. Minha família recém havíamos nos mudado de um bairro pra outro de Tibiquari; saímos não lembro de onde, e fomos pra Colônia 20, um local um pouco afastado do centro da cidade.
Ir e voltar da aula não era difícil. Montava na magrela e pedalava legal. O chato era voltar da night. Enquanto alguns voltavam de carro e bem acompanhados, eu voltava a pé e sozinho. As vezes eu tinha a companhia do saudoso Teio até metade do caminho, e seguia o restante em plena solidão.
Certa noite eu tinha bebido bastante e, como ainda não estava adaptado às ruas do novo bairro, em determinada altura eu achei que estava perdido em meu retorno pra casa. E nenhum vivente a madrugar pela rua pra eu pedir informação.
Minha sorte mudou quando um xiru cruzou a calçada. Sabe, né, cidade pequena, do interior, todo mundo conhece todo mundo, fui direto na questão que me incomodava:
- Boa noite, cara, tu sabe onde fica a casa do seu Hélio?
O desgraçado dava risada da minha cara. Eu sem entender o motivo da piada, perguntei qual era a graça. Ele respondeu:
- Cara, o seu Hélio é o teu pai!
- Tchê, eu sei que ele é meu pai. Eu só não sei onde ele mora!
Nenhum comentário:
Postar um comentário