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Uma mentira repetida várias vezes vira verdade
txt: Arlei Arnt
pht: Melissa Orsi dos Santos
Na época do ditador Vargas, então já com a máscara de pai dos pobres encobrindo a face nazista que entregava judeus pra Hitler, havia uma frase popular, embora não tivesse sido criada pelo povo, muito pelo contrário: "o petróleo é nosso". (um dia ainda escreveremos sobre o império americano-soviético, que se diziam inimigos, mas nunca duelaram, dae o nome "guerra fria", e dominaram o mundo por meio século, enquanto muitos morriam por uma causa ou outra sem saber que era a mesma causa: dominar o mundo através de uma classe de dirigentes)
Ainda hoje ecoa na voz dos guardiões das ditaduras o slogan que nunca fez sentido real. O petróleo só é nosso quando vaza no mar que nos banhamos e pescamos, ou quando dá prejuízo. Fosse mesmo nosso, gasolina não seria tão cara.
Agora surge outra mentira, mais exatamente na comunidade local, digo, aqui no chulé do país. Eis a seguinte balela: "o Morro Santa Teresa é nosso". Nosso de quem? No máximo temos uma pracinha mal cuidada pra ver o por do sol do rio Guaíba.
Claro, aqui ninguém é burro de perceber aquilo o que a Yedinha, que a situação e oposição unidas chamam de governadora, quer. Vai vender a área prum jaiminho da silvostky em troca de merrecas. E o seu jaiminho, pra evitar a fadiga, vai desmatar tudo, construir enormes prédios e assistir aos jogos da sua equipe favorita. Até ae é logic que somos contra isso.
Mas o que chama a atenção é a balela que o "o morro é nosso". Imagine conosco, querida(o) leitor(a). Você tem uma casa. Certo dia aparece alguém pra comprar. Você não quer vender. Mas pra dizer isso, monta um blog, organiza uma passeata, colhe assinaturas prum abaixo-assinado e sai gritando: "a casa é minha".
Ok, você não entendeu. Se o morro fosse nosso, então não há o que protestar, reclamar, chorar. É só não vender. Se o governo estadual quer vender, só nos resta dizer: o morro é não é nosso porra nenhuma. O morro é da meia dúzia que governou, governa e governará esta província. Eles que sempre decidem o que fazer com o bem estatal, que você insiste em teimar que é público. Público é aquilo que não é de ninguém. Estatal é do estado. E o estado é de poucos. Nós somos massa de manobra.
Vamos recorrer ao mestre Bakunin, pedaço de texto tirado de um blog libertário bem maneiro, que descobrimos por acaso:
"O Estado então é a mais escandalosa negativa, a mais cínica e completa negativa da humanidade. Ele estraçalha a solidariedade universal de todos os homens sobre a Terra, e une alguns deles somente para destruir, conquistar e escravizar todos os restantes." - Mikhail Bakunin
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