::txt::Silvana Losekann::
O jornal O Taquaryense passa a fazer parte do patrimônio histórico e cultural de Taquari. Em solenidade na última terça-feira, nas dependências do veículo, o Ministério Público e a administração municipal assinaram Termo de Ajuste de Conduta em que o prefeito Ivo Lautert assumiu o compromisso de dar todo o encaminhamento para tombar o periódico de 123 anos. O ato também contou com a presença da promotora pública da Comarca de Taquari Andrea Almeida Barros, autora do inquérito, da proprietária do jornal, Flávia Saraiva Dias, do coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente do MP, promotor Júlio Almeida, além de funcionários e integrantes da família Saraiva.
Andrea explicou que a ação foi apresentada em 13 de setembro e, no último dia 22, houve uma reunião com os proprietários e a prefeitura, para o acerto dos detalhes. “Posso garantir que estou extremamente feliz com esta iniciativa, porque assegura a preservação de um dos jornais mais tradicionais e históricos do Estado e um dos únicos ainda impressos no sistema de tipografia”, disse. A promotora também se referiu à impressora que pertenceu ao Correio do Povo e, segundo ela, a medida garante que a máquina vai ficar em Taquari. No inquérito, Andrea incluiu uma cláusula assegurando o tombamento e outra fazendo com que a família não possa se desfazer do patrimônio. “Isso significa que, se o jornal parar de circular, não poderá ser vendido. Será transformado no museu O Taquaryense e deverá permanecer no local onde está”, explicou.
O prefeito disse que o periódico já é um patrimônio histórico de Taquari e que agora o município vai fazer isso de forma oficial. “Nós temos todo o interesse em ajudar o jornal e conseguir recursos através da Lei de Incentivo à Cultura para manter este patrimônio”, salientou. Flávia, neta do fundador do jornal, Albertino Saraiva, afirmou que esse era um momento histórico e muito significativo para a família. Ela também elogiou a equipe de funcionários. “Cada edição é uma obra de arte, porque juntar todos os textos letrinha por letrinha é um trabalho de muito capricho.”
Edição artesanal
O Taquaryense tem circulação aos sábados, com quatro páginas. A tiragem é de 460 exemplares. O funcionário responsável pela diagramação, serviço de tipografia e impressão é João da Rosa Rodrigues, de 37 anos e há 20 atuando nas atividades. Ele conta que na segunda e na terça-feira faz a montagem das páginas internas, impressas na quarta. Na quinta e na sexta-feira, encarrega-se da capa e da contracapa, que vão para impressão no sábado de manhã. “Depois, nós juntamos as duas folhas, dobramos e por volta do meio-dia o jornaleiro começa a distribuição”, diz.
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