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::txt::José de Alencar::
Ao tempo destas cenas de infância que reviviam agora na memória de D. Flor, o sertão de Quixeramobim era infestado pelas correrias de uma valente nação indígena, que se fizera temida desde os Cratiús até o Jaguaribe. Era a nação Jucá. Seu nome, que em Tupi significa matar, indicava a sanha com que exterminava os inimigos. Os primeiros povoadores a tinham expelido dos Inhamuns, onde vivia à margem do rio que ainda conserva seu nome.
Depois de renhidos combates, os Jucás refugiram-se nos Cratius, de onde refazendo as perdas sofridas e aproveitando a experiência anterior, se lançaram de novo na ribeira do Jaguaribe, assolando as fazendas e povoados.
Não se passava semana em que não matassem algum agregado da fazenda, ou não queimassem plantações.
De novo espalhou-se o terror pelos campos de Quixeramobim. Anhamum, o feroz chefe dos Jucás, voltara à frente de quinhentos arcos, e desta vez para assaltar a Oiticica e tirar a desforra. Logo divulgou-se a notícia, o capitão-mór preparou-se para receber os selvagens, os quais não se fizeram esperar. Uma noite chegaram êles à margem do Sitiá e anunciaram-se pela sua formidável podema de guerra. No dia seguinte as casas da fazenda estavam cercadas.
Por muitos dias não fizeram os selvagens a menor demonstração hostil; sentia-se que êles estavam perto, mas não se mostravam a descoberto. Esperavam ocasião azada para investir, ou queriam obrigar os sitiados a uma sortida.
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