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::txt::Eric P. Duarte::
4) Poluição:
Os maiores problemas ambientais ocorrem nos chamados bens “públicos”, tais como as florestas e rios. Como é impossível que todos exerçam controle sobre suas posses parciais dos bens “públicos”, conforme vimos em “A justiça natural”, o gerenciamento deles acaba caindo nas mãos do Estado.
O dono de um bem tem um forte incentivo para cuidar dele da melhor maneira possível, mas este incentivo não está presente nos bens “públicos”. Uma pessoa que joga lixo na rua, por exemplo, provavelmente não joga lixo no chão da própria casa. Da mesma forma, uma madeireira irá desmatar a Amazônia sem se preocupar em replantar nada, enquanto aquela madeireira que é a dona de uma determinada área irá preservá-la para manter os seus ativos, plantando árvores e extraindo madeira sustentavelmente. O dono de um lago em um pesque-pague não irá poluir o seu próprio lago, enquanto que um rio “público” irá ser constantemente poluído.
Existem outros dois tipos de poluição que não estão diretamente relacionados com os bens “públicos”, tais como a poluição sonora e a poluição do ar. Estes estão mais relacionados com os direitos de propriedade limitados concedidos pelo estado e com privilégios concedidos aos “amigos do rei”. Se você compra uma casa por estar em um local tranqüilo, silencioso e limpo e de repente uma fábrica barulhenta e poluente se instala do lado, você está claramente sendo agredido.
Acontece que o Estado tem o monopólio dos tribunais que resolvem conflitos, é ele quem força os contratos e fabrica as leis que regem tais contratos. Quem ganha este tipo de conflito são sempre os mais poderosos.
O Estado também subsidia empresas petrolíferas e outras energias sujas das quais ele está no comando, impedindo o progresso de outras formas de energia.
Antes de passarmos para o próximo assunto, vale à pena ressaltar o tipo de tratamento que o Estado dá aos seus “consumidores”. Quando uma empresa oferece um serviço e a demanda por este serviço aumenta, a empresa ficará feliz em expandir os seus negócios com soluções criativas para atender às novas demandas. Já no caso do Estado, quando há um aumento na demanda, ele pede à população para consumir menos. Falta energia? Então vamos economizar! As ruas estão engarrafadas? Ora, vamos dirigir menos! A violência está aumentando? Vamos sair menos de casa! E assim por diante.
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