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terça-feira, 13 de março de 2012

[over12] A CHATICE DE PORTO ALEGRE: OCUPEM A PADRE CHAGAS



::txt::Augusto Bisson::

Eu tenho dito que Porto Alegre está ficando cada vez mais chata com suas restrições à vida noturna e boêmia e parece que a reação a este estado de coisas já está começando a se manife...star. Inconformados com o que está acontecendo com os bares da Cidade Baixa – cujas mesas são recolhidas após a meia-noite - cerca de 100 pessoas resolveram “ocupar” a Padre Chagas neste sábado à noite (10/03). Eles carregavam dois cartazes, nos quais se podia ler “Cidade Baixa fechada; Padre Chagas ocupada” e “Se querem elitizar a Cidade Baixa, vamos chinelizar a Padre Chagas”.

A manifestação ocorreu em frente à Padaria Listo, que é muito frequentada como bar pelos noctívagos por ficar aberta 24hs. Boa parte dos manifestantes se trajava de forma, digamos assim, incomum para o modelito usado nesta região da cidade: bonés, bermudas, bolsas a tiracolo,os rapazes sem camisa etc. Um bom número desses jovens trouxe a sua própria bebida. A maior parte dos habituées da região assistiu áquela algazarra – havia um carro com o rádio ligado em alto volume para embalar a festa – entre atônita, divertida e revoltada. Tem gente que dizia que a Brigada Militar tinha de baixar o cacete no pessoal. E, de fato, a nossa polícia militar apareceu na Padre Chagas: seis motoqueiros, uma viatura e um camburão. Entretanto, eles apenas observaram o “evento” – pelo menos até às 01h20, quando deixei o local.

Para vocês que não são de Porto Alegre, informo que a Cidade Baixa é um reduto de boemia alternativa da cidade, famosa por atrair um grande público jovem e, também gay (mas não só estes). Por sua vez, a Rua Padre Chagas é a mais célebre do tradicional bairro Moinhos de Vento pela sua badalação diuturna, sendo chamada por alguns jornalistas paulistas de “a Oscar Freire” de Porto Alegre – o que é um enorme exagero, já que a rua não tem lojas de grife. Eu sou totalmente favorável ao direito ao sono dos moradores da Cidade Baixa, mas, ao mesmo tempo, não podemos acabar com a vida noturna de Porto Alegre. Não podem impor que as pessoas fiquem em casa nos finais de semana assistindo TV ou brincando na internet. A vida é maior do que isso, e é ridículo tentar transformar a cidade numa colônia italiana ou alemã dos anos 40. Não estamos na roça...ainda...

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